domingo, 23 de junho de 2024

The Seeds - Singles As & Bs 1965-1970 (2014)



Os Seeds foram notáveis ​​em seu apogeu pelos aspectos pioneiros de seus álbuns – os programas totalmente originais, tempos de faixa escandalosamente longos, capas pop art atraentes – mas a verdade é que sua música ficou melhor em um disco de 45rpm. Seu catálogo de singles é uma playlist sólida que impressiona do início ao fim. E em uma compilação como esta – a primeira a usar as mixagens e edições mono corretas, como apresentadas nos lançamentos originais – pode-se juntar os pontos e, no processo, facilmente supor que os Seeds eram uma unidade de gravação individualista.

Para um ato às vezes criticado por soar igual, considere o seguinte. Seus três sucessos sucessivos, 'Pushin' Too Hard', 'Mr Farmer' e 'Can't Seem To Make You Mine', são todos diferentes e, ainda assim, são reconhecidamente trabalho dos Seeds. O problema que a banda enfrentou foi que seu trabalho pioneiro foi realizado no primeiro ano sem trazer sucesso ou visibilidade. Mais um ano se passou antes que eles atraíssem alguma fama – época em que a música pop exigia um conjunto diferente e mais elevado de padrões. No entanto, o melhor dos 45 anos dos Seeds exemplifica aqueles momentos breves e transcendentais na música pop onde a emoção e a atitude podem superar a técnica: um lugar ocupado por discos como 'You Really Got Me', 'Satisfaction' ou 'My Generation'. Não havia nenhuma categoria de “arquivo no garage rock” quando 'Pushin' Too Hard' estourou no final de 1966 – um pequeno sucesso, mas um hino maior para muitos dos adolescentes insatisfeitos que se entusiasmaram com sua implícita mensagem anti-establishment.

O capítulo final da história dos Seeds é controverso. Embora o período 1969-1970 seja geralmente retratado como um declínio, há uma escola de pensamento que considera as suas estratégias de despedida 'Bad Part Of Town' e 'Did He Die' iguais às suas gravações clássicas do GNP Crescendo. Os singles da MGM têm muito a recomendá-los, mas não se pode dizer que correspondam ao impulso peculiar da banda original, e talvez também falte um pouco da inspiração excêntrica que foi fundamental para o que tornou os Seeds excelentes.

Grande parte dessa grandeza pode ser encontrada em seus lados B ou singles que não são LP: o roqueiro de tirar o fôlego dos anos 50 'Daisy Mae', a desprezível ode a uma boate de Beverly Hills que é 'The Other Place', o hit perdido 'The Wind Blows 'Your Hair' ou a angústia adolescente programada por Kim Fowley em 'Wild Blood'. Reunidos com os lados A essenciais e faixas importantes como 'Out Of The Question' e 'Up In Her Room', “Singles As & Bs 1965-1970” pode funcionar igualmente como Greatest Hits ou Best Of. De qualquer forma, é mais uma vez uma prova da qualidade duradoura de Sky, Daryl, Jan e Rick – THE SEEDS.



13th Floor Elevators - Live Evolution Lost (2014)

 


Gravado quando (a maioria?) Os membros do 13th Floor Elevators suportaram as consequências do ácido mais fortes do que esperavam, Live Evolution Lost foi gravado no Houston Music Theatre em 18 de fevereiro de 1967, apresentando as primeiras canções do quinteto psicodélico de Austin, Texas. O tocador elétrico Tommy Hall, o guitarrista e vocalista Roky Erickson, o guitarrista Stacy Sutherland (que confessou mais tarde uma viagem ruim), o baixista Benny Thurman e o baterista John Ike Walton sobreviveram a um set de 90 minutos. Começando com “(I've Got) Levitation”, a voz de Erickson soa fraca (assim como toda a produção, provavelmente dadas as limitações da fita e das condições). Mas os acordes robustos de Sutherland e o jarro elétrico de Hall, a adição exclusiva que enriquece o som misterioso desta banda, conseguem ultrapassar a distância entre o palco e o ouvinte. O público aqui se sente distante, talvez em suas próprias viagens. Seguem mais três de suas melhores músicas. “Roller Coaster” e “Fire Engine” mantêm a velocidade acelerada, enquanto “Reverberation (Doubt)”, como seus parênteses sugerem, se enterra no lado mais sombrio do deslocamento, sob a pele, enquanto Erickson prega um convite para romper a hesitação, para empurrar um para o outro lado. O jarro de Hall desliza e, novamente, a bateria de Walton ressoa e se choca sob o riff penetrante de Sutherland. “Don't Fall Down” arrasta e tropeça, francamente, apesar do aviso titular. Para “Tried to Hide” a abordagem escalonada funciona melhor. Seus vocais dispersos combinam com o clima movido pela gaita, e isso pode se encaixar bem com os colegas da banda em São Francisco. (Os fãs dizem que os bootlegs do Avalon Ballroom são as melhores impressões ao vivo existentes desta banda; este show em Houston, no entanto, foi aquele que sua gravadora International Artists desejava lançar oficialmente; presume-se que esta fita foi perdida.) Após o O ritmo frenético de muitas de suas canções, a mais vertiginosa, mas trêmula, “You're Gonna Miss Me” mostra a fragilidade de Erickson, às vezes também em progressões byrdsianas ou Beatles. As músicas posteriores do primeiro CD mostram a banda apoiando o cantor com mais firmeza em um estilo mais blues-rock. Uma estrondosa “She Lives (In a Time of Her Own)” se mexe e derrapa, fechando o disco. Essa master tape pode ter algumas falhas já que os vocais saltam e a fidelidade em uma gravação reconhecidamente duvidosa parece mais tensa, mas é uma música animada. Seu andar instável, seja na fita ou na banda, ainda assim revela a determinação da banda em seguir em frente. Embora essas versões ao vivo possam não ser iguais aos originais de estúdio, quase todas do LP de estreia autointitulado de 1966, elas recompensarão os fãs ansiosos por mais desta banda, dada sua curta carreira e poucas gravações




ROCK ART


 

Luiz Gonzaga- Aquarela Nordestina [1989]

 


Esse  álbum teve a produção de João Silva, que além de participar de algumas faixas, é autor de várias das composições presentes nesse trabalho. Arranjos e sanfonas de Chiquinho do acordeon. Destaque para o baião “Aproveita xará” de João Silva e Maranguape numa cadência muito boa pra se dançar, e para “Pra não morrer de tristeza” também de João Silva em parceria com K-Boclinho. 

Faixas:
01. A rede véia
02. Vamos chegando pra lá
03. Menino de Braçanã
05. Aquarela nordestina
06. Quero uma mulher
07. Me abufelo
08. Cidadão
09. Canto do sabiá
10. Pra não morrer de tristeza
11. Bia no frevo

MUSICA&SOM



Review: Lou Reed & Metallica – Lulu (2011)

 



Não espere uma audição fácil ao dar play em Lulu, álbum da parceria entre a maior banda de heavy metal do planeta – Metallica – e um dos ícones do rock alternativo, Lou Reed. Concebido para ser uma espécie de trilha sonora para o teatro de vanguarda, preenchendo o espaço que antes era ocupado por trilhas orquestradas e clássicas, o disco soa como uma espécie de ópera, alternando momentos mais visuais com outros mais palatáveis ao ouvinte convencional de música.

Conceitual, o trabalho conta a história de Lulu, personagem criada pelo ator e dramaturgo alemão Benjamin Franklin Wedekind, uma jovem dona de um desejo sexual infinito, selvagem e sem restrições que a conduz através de uma jornada repleta de prazer e sangue. Reed havia escrito as letras das canções há alguns anos para uma montagem da peça, que acabou não saindo. No álbum, essas mesmas letras ganharam o acompanhamento instrumental do Metallica, alcançando um resultado final, no mínimo, controverso.

Pra começo de conversa, é preciso deixar claro que Lulu não é um disco nem do Metallica e nem de Lou Reed. O álbum é o resultado da parceria entre ambos, portanto não espere encontrar aqui o thrash metal de arena que está acostumado a ouvir nos CDs da banda norte-americana. A maior força do trabalho está nas letras de Reed, que serão ignoradas pela grande parcela do público, ainda distante do domínio e entendimento da língua inglesa. Assim, o que importa, para grande parte dos ouvintes, é a música propriamente dita.

O Metallica soa de maneira inédita em Lulu. No lugar dos riffs thrash temos a predominância de jams, ruídos e passagens construídas a partir de feedbacks. Não há o formato clássico do heavy metal e nem do rock na parte instrumental do disco. Salvo algumas exceções - como “Mistress Dread”, onde a banda soa mais próxima do que os seus fãs estão acostumados -, a maioria das músicas caminha por sons que causarão estranhamento ao ouvinte tradicional de metal. Isso, aliado à maneira peculiar de cantar de Reed – recitando as letras, como se estivesse falando e quase sussurrando -, realça ainda mais a sensação de estranheza. Pra fechar, a duração das músicas – todas longas -, faz com que se feche um casulo em torno das canções, impenetrável para quem consome música apenas como entretenimento e trilha para outros afazeres.

Ainda assim, algumas faixas funcionam. É o caso de “The View”, primeiro single, onde o Metallica soa bastante similar aos álbuns Load e Reload. Já em “Iced Honey” o que temos é um hard rock interessante, que remete ao ótimo New York, lançado por Lou Reed em 1989.

O que torna a audição difícil é o excesso de experimentalismo de algumas faixas. Entendendo o objetivo dos músicos – criar uma trilha para uma peça de teatro, traduzindo nas canções os diferentes momentos e emoções do roteiro -, fica mais fácil absorver as composições. No entanto, algumas delas simplesmente não funcionam sozinhas, sem o acompanhamento de atores em um palco imaginário, por mais fértil que possa ser a imaginação de quem está escutando o disco. É o caso de “Pumping Blood” e “Frustration”.

Entretanto, em alguns momentos a transição é feita de maneira suave, sem a exigência de uma barreira quase intransponível entre a música e o ouvinte. Quando isso acontece, somos brindados pelas “Cheat On Me” - uma tour de force de mais de 11 minutos -, “Dragon” e a espetacular “Junior Dad”, que não só encerra o trabalho como funciona como um fechamento de tudo o que ele propõe.

Lulu não é um disco fácil. Ele não foi feito para ser ouvido de maneira casual. É preciso se concentrar, deixar-se levar pelas mãos de Hetfield e Reed através de suas composições. Desafiador, erra em alguns momentos e acerta em outros. É uma espécie de sinfonia repleta de pretensão, que, definitivamente, não será assimilada por quem vive em um universo musical formado somente por rock e metal. Os ouvintes mais curiosos e já habituados com a música erudita, por exemplo, absorverão muito melhor as ideias propostas, já que elas estão muito mais próximas dos conceitos e variações desenvolvidos pelo gênero do que do formato padrão do metal e do rock.

Este álbum duplo mostra que o Metallica, inquieto por natureza mesmo com os milhões de dólares de suas contas bancárias, continua buscando desafios criativos em sua carreira ainda que encontre mais críticas do que elogios por parte dos fãs. Essa atitude, que muitas vezes não é entendida por quem acompanha a banda e se diz admirador do trabalho do quarteto, é extremamente saudável, pois mantém a banda viva artisticamente e não apenas como uma enorme empresa da indústria musical, como muitos gigantes por aí. No final, o Metallica sai ganhando ao experimentar novas sonoridades, assim como Lou Reed, que teve um acompanhamento literalmente de peso para as suas letras.

Ouça, e tire as suas próprias conclusões. Para mim, o saldo é mais positivo do que negativo.




Review: Supertramp - Crime of the Century (1974)

 


Lançado em 1974, o disco apresenta lindíssimas melodias com músicos extremamente técnicos em todas as faixas. Um rock progressivo bem diferente dos convencionais da época e bem diferente do som comercial que a banda proporcionou na década seguinte.

“School” começa com a harmônica do grande Rick Davies, a voz do conjunto, que ataca e muito bem com os seus teclados alucinados. O solo de piano desta primeira canção é empolgante, com o guitarrista Roger Hodgson mandando ver (ele fazia às vezes da guitarra e do clássico instrumento). Há um tempero especial nesta canção, que prepara terreno para a consagrada “Bloody Well Right”, com levadas de jazz desde o início. Tanto que o saxofone magistralmente tocado por John Anthony Helliwell entra em sintonia com todos os instrumentos. Um cidadão como esse é uma mão na roda, uma vez que ele tocava tudo o que tivesse paleta de sopro, desde o sax até clarinetes. O riff de guitarra é bem pesado, mas não entra em atrito com a melodia jazzística da canção.

Perfeito até agora, não é? E fica melhor ainda (espero que você esteja acompanhando esta resenha com o CD rodando no seu som), pois “Hide In Your Shell” é a melhor do disco. Mesma fórmula, mesma competência. Aqui já se justifica a inclusão desde Crime of the Century ao lado de clássicos de tantas outras bandas. Que refrão magnífico! A batida da bateria é perfeita e a música ganha ares especiais. Bob Benberg participa de maneira decisiva para que o brilho de Davies surja mais destacado. É desnecessário falar aqui da importância de Helliwell (ao lado do vocalista e tecladista, a personificação do Supertamp). Precisa falar também que Benberg ataca na percussão nos momentos certos? É um dos pontos altos, até mesmo quando a canção chega no minuto final (ai é que a emoção entra mais forte).

 “Asylum” começa com Hodgson nos pianos, a marca registrada do conjunto. Muito bela esta daqui, muito mesmo. Mas muito boa, por que ela vem crescendo até o orgasmo sonoro dos dois refrãos (sim, são dois diferentes, um após o outro). Dougie Thomson é o baixista que segura as pontas, e aqui podemos escutar o pulso forte e firme das suas quatro cordas para que os sintetizadores e tudo mais façam a festa.


A próxima música é a também famosa “Dreamer” (a mais curta do disco, com três minutos e meio). O sucesso radiofônico não a desmerece em nada. Principalmente pelo dueto entre as vozes que cantam aqui. Um belo trabalho progressivo digno de uma música do Yes, porém, mais direto ao assunto. A bateria se mostra técnica ao extremo, bem como os teclados.

O piano corrido que segue é “Rudy”, uma balada (mais uma, não é?). Aqui, o solo de sax a la dança romântica se mistura com os sons tenebrosos dos sintetizadores. Um clima macabro e delicioso a cada segundo. É bem verdade que tem uma parte na música, lá pelos quatro minutos e meio, que a canção adquire um som bem típico dos anos 1970, mesmo com a onda disco music ainda por vir, mas quem se importa com isso agora? É soberbo escutar a fusão sonora desta pérola, principalmente com o final um pouco dramático.


“If Everyone Was Listening” é mais uma (mais uma?) balada. Que fique bem claro: uma balada progressiva e cheia de virtuosismo com muita criatividade. Cativante mesmo. O clarinete afasta qualquer probabilidade de mesmice na canção, com Helliwell, de novo, dando o seu show particular no sopro. Se alguém ainda duvida do poderio musical deste disco, ou mesmo desse quinteto, basta checar o que acontece na última faixa. 

Intitulada com o nome deste trabalho, “Crime of the Century” começa bem dramática e espacial em sua introdução com o piano, explodindo como bombas quando entram os demais instrumentos para, em seguida, dar prosseguimento ao turbilhão auditivo. Um solo de guitarra, com o já citado pianinho matador mandando ver, em um ritmo cadenciado com a bateria. Meio paranóico e totalmente minimalista. Entram teclados com sonoridade de violinos e o saxofone na sequência. O prazer está garantido aos ouvidos. Como disse antes, o melhor a fazer é escutar este disco. Qualquer tentativa de convencer apenas com palavras será apenas ... uma tentativa!

O Supertramp já está no lugar mais alto do pódio da história do rock dos anos 1970, queiram alguns ou não. O disco explora assuntos relacionados com temas de solidão e estabilidade mental, porém em nenhum momento é um disco conceitual, como muitos afirmaram à época. Portanto, pode botar pra rodar!



Review: Myrath – Shehili (2019)

 


O Myrath é uma já veterana banda vinda da Tunísia, e que desde 2001 explora a união do metal com elementos de música árabe. O grupo lançou o seu sexto disco, Shehili, este ano, dando sequência à evolução de seu metal com fortes temperos étnicos e que conquistou uma quantidade significativa de fãs com o álbum Legacy, que saiu em 2016.

Ao todo temos doze músicas em pouco menos de 50 minutos, um trabalho conciso que traz uma sonoridade original e que sempre coloca a música oriental com protagonismo, se não equivalente, quase em pé de igualdade com o heavy metal. Penso que essa união é o que faz com que banda vindas de países com forte tradição musical, como é o caso da Tunísia e também do Brasil, acabem se destacando no cenário internacional. É uma ferramenta poderosa como bem mostraram o Sepultura (em Chaos A.D. e Roots) e o Angra (em Holy Land), e que o Myrath sabe explorar de maneira cirúrgica.

Muito bem produzido, o disco não se prende apenas à parte sonora, pois as letras também exploram temas importantes para a realidade da banda e que precisam chegar a outras regiões do mundo. “O propósito da nossa música é induzir felicidade e alegria, para homenagear aqueles que se recusam a cair ou a perder a esperança, mesmo em um mundo cheio de ódio e incerteza. ‘Dance’ conta a história de uma dançarina síria que enfrentou ameaças de morte por parte do Estado Islâmico, mas preferiu continuar dançando, mesmo que isso significasse dançar através de ruínas e tumbas”, conta o vocalista Zaher Zorgati. E está em “Dance” o exemplo mais bem formatado da sonoridade do Myrath: as melodias orientais unem-se de maneira univitelina ao peso do metal, dando à luz uma canção com cara de hit e futuro clássico, sensação que também permeia a música que batiza o disco.

“Wicked Dice” traz riffs atuais andando lado a lado com melodias milenares, mesmo caminho seguido por “Monster in My Closet”. A banda não é pródiga em agressividade, mas compensa isso com uma musicalidade complexa e de bom gosto. No entanto, uma variedade um pouco maior não na proposta, mas sim na forma como ela é executada – os elementos árabes parecem vir sempre da mesma matriz e não apresentam caminhos muito diversificados -, tornaria o som do Myrath mais forte. O grupo tenta variar e traz composições onde o inglês divide espaço com a língua natal da banda, como é possível verificar em “Mersal” e “Lili Twil”, mas a diferença acontece mesmo em “Darkness Arise”, em que um arranjo acústico vindo das areias do Saara introduz uma dose extra de agressividade muito bem-vinda.

O disco foi lançado no Brasil pela Shinigami Records e é uma ótima dica pra quem quer ir mais fundo não apenas nas infinitas possibilidades e sonoridades que o heavy metal proporciona, mas também em uma cultura distinta da nossa e igualmente apaixonante.




Destaque

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