terça-feira, 4 de novembro de 2025

CARMINA BURANA

 

Carl Orff
Estamos adentrando na Primavera... Celebremos a nova estação, assim como os Goliardos na Idade Média!


No dia 8 de junho de 1937, há oitenta anos, na Ópera de Frankfurt estreava aquela que se tornaria a obra clássica mais famosa do século XX – “CARMINA BURANA”, escrita por CARL ORFF baseado no manuscrito de textos e poemas da Idade Média, e faz parte da trilogia Trionfi, de cantatas cênicas, juntamente com Catulli Carmina de 1943 baseado na obra de Catulo, poeta romano autor de muitos poemas eróticos, e Trionfi dell’Affrodite de 1953.

O compositor nasceu em Munique no dia 10 de Julho de 1895, de uma família da alta burguesia bávara, muito ativa na vida militar alemã.

Orff em 1904
Com sua mãe, o menino de apenas cinco anos iniciou seus estudos de piano. Posteriormente aprendeu violoncelo e participou da orquestra da escola em que estudava, também participou como solista no coral da igreja que frequentava.

Estudou na Academia de Música de Munique até 1914, serviu às forças armadas de seu país durante a Primeira Guerra Mundial. Com o armistício retornou aos estudos musicais em sua cidade natal, não antes de trabalhar em óperas de Mannheim e Darmstadt.

Interessou-se, ainda jovem, pelo estudo de obras medievais. Anos mais tarde, cursa a Escola de Humanismo onde completa seu curso de estudos humanísticos.

Dorothée Günther
Orff com as crianças
Mesmo considerado como o mais popular compositor do Século XX, sua maior contribuição foi na área da pedagogia musical, com o Método Orff de ensino musical, baseado na percussão e no canto.

Em 1924, junto com a ginasta Dorothée Günther, funda a Guenther School, para atividades físicas, músicas e dança em Munique, na qual trabalhou com iniciantes em música até o fim de sua vida. Pelo constante contato com crianças, desenvolveu suas teorias de educação musical neste período.

O interesse de Carl pelas formas musicais antigas levou-o a fazer versões modernas de várias obras. Em 1925, apresentou a versão moderna da obra Orfeo de Cláudio Montoverdi (séc. XVI-XVII).

Com a ajuda de um amigo, Carl Maendler, Orff construiu uma série de instrumentos de percussão que eram utilizados na escola (hoje conhecidos como “Instrumental Orff”). Foi nesta ocasião que surgiram os instrumentos de plaquetas: xilofones, metalofones e jogos de sinos. Por ocasião da Segunda Guerra Mundial (1939-1945), a escola foi destruída.

Gunild Keetman
Em 1936, desafiou corajosamente os nazistas ao zombar discretamente de Hitler, ao compor e dirigir a opereta ASTUTULI, onde desafiava e criticava o regime autoritário do ditador; por sorte, a censura nazista não entendeu a mensagem.

Ao término da guerra, Orff retomou seu trabalho e resolveu desenvolver, com a ajuda de Gunild Keetman, também professor de música, práticas musicais para atuar diretamente com as crianças pequenas. Os instrumentos foram reconstruídos por Klauss Becker e o “Studio 49” foi criado, o qual ainda hoje fabrica instrumentos Orff.

Para o teatro, Orff escreveu as operetas: DER MOND (A Lua), em 1939; DIE KLUGE (A Astuta), em 1943. O seu grande sucesso foi ANTIGONE, 1949, cujo argumento é a tradução de Sófocles feita por Friedrich Hölderlin no início do século XIX. Compôs outras óperas: Oedipus der Tyran (Édipo Tirano), 1960, utilizando também o texto de Hölderlin a partir do original grego e Prometheus, 1966.
Friedrich Hölderlin

O último trabalho de Orff, De Temporum Fine Comoedia (Uma peça para o final dos tempos), teve sua apresentação no festival de música de Salzburgo em 20 de agosto de 1973, executada por Herbert von Karajan com a Orquestra Sinfônica e de Coro de Colônia.

O compositor com sua obra demonstra que não é preciso fazer música complicada para se produzir algo realmente fenomenal.

Andechs
Carl Orff faleceu no dia 29 de março de 1982, em Munique e foi sepultado na igreja barroca do Mosteiro de Andechs, no priorado de mesmo nome, sul de Munique.

Manuscritos encontrados em 1803 no convento de Benediktbeuern, um Mosteiro da Ordem de São Bento, na Bavária alemã, e transferidos para a Biblioteca do Estado em Munique no mesmo ano, constituído de 112 folhas de pergaminho fino, de 17 por 25cm copiados aproximadamente no ano de 1230, encadernados posteriormente. Acredita-se que foram três copistas que fizeram a transcrição. Os textos são ilustrados com oito miniaturas e vinhetas.
Benediktbeuern
Os poemas sacros e seculares escritos entre os séculos XII e XIII e foram escritos pelos Goliardos, que eram clérigos expulsos da Igreja, portanto desamparados da Igreja Romana, eram homens eruditos, sábios com formação artística advinda de estudos realizados nos conventos, principalmente, literatura e a música. 

Acredita-se que o tédio com a vivência nos conventos e mosteiros, e a revolta com educação rigorosa que recebiam, bem como a desilusão com a corrupção do clero, foram os motivos que os fizeram abandonar o sacerdócio e tornarem-se peregrinos pela Europa.

Os Goliardos

Viviam do pagamento recebido dos comerciantes das cidades por onde passavam em troca dos conhecimentos eruditos em forma de canções ou poemas com temas como o amor, o vinho e o jogo.

Alguns os consideravam como charlatões, falsos estudantes; outros os tratavam como libidinosos ou mesmo brincalhões, ora odiados ora venerados. 

Críticos inclementes da sociedade dos clérigos, dos senhores feudais e dos rudes camponeses, são os bocas do inferno da Igreja medieval.

Schumeller
Suas canções eram sátiras, pilhérias, gracejos, caçoadas, galhofas, zombarias, que criticam as autoridades seculares e eclesiásticas, à hipocrisia e ao poder econômico da época.

O manuscrito ficou “esquecido” durante muito tempo, por ter sido considerado pernicioso na visão dos monges.

Seu conteúdo só foi compilado e publicado em 1847, pelo erudito de dialetos da Baviera, Johann Andréas Schumeller, quando recebeu o título latino de Carmina Burana (Canções de Beuren).

A palavra Carmina é o plural de Carmen que em português é Canção. Burana refere-se ao mosteiro beneditino da Baviera.

O códex original é subdividido em seis partes:

-Carmina moralia et satirica (1-55), de caráter satírico e moral;
-Carmina veris et amoris (56-186), cantos primaveris e de amor;
-Carmina lusorum et potatorum (187-228), cantos orgiásticos e festivos;
-Carmina divina, de conteúdo moralístico-sacro (parte que provavelmente foi adicionada já no início do século XIV).
-Ludi, jogos religiosos.
-Supplementum, suplemento com diferentes versões dos carmina.

Foi deste manuscrito que se originou a mais famosa obra do compositor Carl Orff, são textos que exaltam o amor, o sexo, a bebida e a dança. Dos 254 poemas e textos dramáticos, foram escolhidos apenas 24 para comporem a peça.
Richard Wagner

Escrita em 1935 e estreada em junho de 1937 em Frankfurt, com o intento de trazer o teatro musical ao grande público, numa linguagem simples, diferente da complexidade de autores como Wagner. É a única produção artística da Alemanha nazista que permaneceu conhecida, todos os demais produtos que seguiram as regras do III Reich caíram no obscurantismo na atualidade.

A música de Orff, entretanto, permanece até hoje banida em Israel.

Orff optou por compor uma música inteiramente nova, requer três solistas (uma soprano, um tenor e um barítono), dois coros (um dos quais de vozes brancas, encontradas em crianças antes da puberdade), pantomimos, bailarinos e uma grande orquestra (Orff compôs também uma segunda versão, na qual a orquestra é substituída por dois pianos e percussão).


Carl Orff separou e agrupou os textos por assuntos fazendo uma espécie de enredo, com o mesmo tema como prólogo e epílogo, “O Fortuna” é dedicada a deusa romana da sorte, “Vortumna” ou “aquela que roda”. A roda da fortuna é um símbolo da Antiguidade, sempre girando, alternando boa e má sorte, dando a impressão de que o homem é escravo desta roda infinita. É uma parábola da vida humana exposta a constante mudança.

A seguir temos o despertar da natureza e do amor na primavera (Veris eta facies), seguido por um clima mais sombrio, a narrativa trata, na sequencia de uma noite numa taberna com excessos gastronômicos e alcoólicos (In taberna). 

A terceira parte descreve um amor mais vulgar (Amor volat undique). É uma parábola da vida humana exposta a constante mudança.


A parte mais famosa da cantata, "O Fortuna", é uma das músicas executadas em filmes, peças publicitárias, novelas, inclusive, do vídeo game "Final Fantasy IV".

















KRAUS

 


Joseph Martin Kraus foi um compositor da era clássica, nascido em Miltenbertg am Main, na Franconia, região central da atual Alemanha, no dia 20 de Junho de 1.756. 

Filho do casal Joseph Bernhard Kraus, um funcionário do condado do arcebispado de Mainz e Anna Dorothea Schmidt.

Em roxo: a região da Franconia
A família de seu pai era originária de Augsburg e tinham um pequeno restaurante em Weilbach perto de Amorbach, e sua mãe era filha do mestre construtor, em Miltenberg, Johann Martin Schmidt. O casal teve 14 filhos, sendo que sete deles morreram ainda na infância.

Após uma breve estadia em Osterburken, a família Kraus mudou-se para Buchen (Odenwald) (em Baden-Württemberg) em 1761, onde seu pai arrumou um emprego de escriturário.

Foi em Buchen, que Kraus iniciou sua educação formal de música. Seus primeiros professores foram o reitor Georg Pfister (1730-1807) e o cantor Bernhard Franz Wendler (1702-1782), dando-lhe principalmente aulas de piano e violino.

Kraus demonstrou seu talento musical logo no início do aprendizado. Aos 12 anos, Kraus matriculou-se no Seminário Jesuíta de Ginástica e Música em Mannheim, onde estudou literatura e música alemã e latina.

Joseph Martin Kraus recebeu uma educação musical bastante rigorosa, especialmente na técnica de violino, de P. Alexander Keck (1724-1804) e P. Anton Klein (1748-1810).

O desejo de seus pais era que jovem estudasse direito na Universidade de Mainz em 1773, entretanto, não era o seu gosto e demonstrava insatisfação naquela universidade.


Após um ano no curso, ele se candidatou à Universidade de Erfurt, onde também poderia frequentar aulas de música. A música católica e luterana florescia em Erfurt, com uma rica tradição musical. Kraus negligenciou seus estudos de direito e concentrando-se na música e na literatura.

Um processo de difamação contra seu pai obrigou Kraus a interromper seus estudos por um ano e retornar para Buchen.

Durante este período em Buchen, iniciou a composição de sua tragédia Tolon, um drama em três atos e várias obras musicais para a igreja da cidade de St. Oswald.

Compôs ainda o Te Deum em Ré Maior e o Moteto Fracto Demum Sacramento em Ré Maior.

Klopstock
Após esse período de um ano, ele continuou seus estudos de direito em Göttingen. Embora o Göttinger Hainbund (o grupo de poetas alemão que floresceu 1772-74) já não existisse, Kraus ficou bastante atraído pelas ideias desse grupo de jovens poetas que ofereceram uma devoção quase fanática ao poeta Friedrich Gottlieb Klopstock.

Neste período, Kraus escreveu um livro de poesia, chamado Versuch von Schäfersgedichte, com dezenove poemas e que foi perdido.

Envolveu-se, cada vez mais, com o movimento Sturm und Drang, que influenciou tanto sua escrita quanto sua música.

Em 1775, aos dezesseis anos, Kraus escreveu seu Requiem, uma das suas primeiras composições. Embora os sinais da óbvia inexperiência do compositor sejam facilmente vistos, o trabalho está cheio de força dramática e ideias originais e arrojadas.

Na sequencia escreveu dois oratórios: Der Tod Jesu (A Morte de Jesus) e Die Geburt Jesu (O Nascimento de Jesus) em que compôs tanto a música quanto os textos dos libretos que demonstravam numa série de cenas o espectro completo das emoções humanas, da tristeza e do medo à alegria, esta obra se perdeu.
Gustavo III

O trabalho corresponde plenamente a uma pergunta de retórica já levantada no tratado musical Etwas von und über Musik fürs Jahr 1777 (Algo sobre música, para o ano de 1777): "A música da igreja  deve ser principalmente para o coração?"

Durante sua estadia em Göttingen, Kraus tornou-se amigo do sueco Carl Stridsberg, que o convenceu a acompanhá-lo até Estocolmo para se candidatar a um cargo na corte do rei Gustavo III.

Kellgren
Assim foi feito, em 1.778, rumou para Suécia, aos vinte e um anos de idade. O início de sua estadia foi complicado e por vezes pensou em voltar para casa, foram três anos de penúria, pois a fama do apreço que o Rei Gustav tinha pelas belas artes atraiu músicos de vários países.

A Royal Swedish Academy of Music rejeitou sua ópera Azire, entretanto decidiram dar-lhe uma segunda chance, e ficou com a incumbência de musicar o livreto da ópera Proserpin redigido por Gustav III, que o poeta Johan Henric Kellgren versificou. 

Palácio de Ulriksdal
A estreia ocorreu no dia 6 de Junho de 1781, no palácio de Ulriksdal, diante do rei e da casa real. Com a aprovação do monarca Kraus foi nomeado vice-mestre de capela da Royal Swedish Opera e diretor da Royal Academy of Music.

Com sucesso alcançado, Kraus escreveu para seus pais:
“Após a apresentação, o rei conversou comigo por mais de um quarto de hora... Simplesmente lhe dava muita satisfação. Ontem fiquei envolvido com ele. Claro que não me concederam nenhum título excelente, mas o cargo de Kapellmeister. O que vale muito mais para mim do que 600 florins é que eu vou empreender uma viagem para a Alemanha, França e Itália a expensas do rei".

O monarca enviou Kraus numa grande turnê pela Europa que durou cinco anos, nesse período ele deveria aprender tudo o que podia sobre o teatro no exterior. 
Gluck - Albrechtsberger - Martini - Haydn
Durante esse período conheceu Christoph Willibald Gluck, Johann Georg Albrechtsberger, Padre Martini e Joseph Haydn, para quem escreveu a Sinfonia em Ré maior, (VB 143), intitulada Haydn.

Cambini
Publicou sua Sinfonia em Mi menor (VB 141) em 1787 na cidade de Paris, sob o nome de Giuseppe Cambini, um compositor muito popular na época.
Zur Neugekrönten Hoffnung

Por essa época tornou-se membro da mesma loja maçônica que Wolfgang Amadeus Mozart, em Viena, a "Zur Neugekrönten Hoffnung" (Nova Esperança Coroada).


Durante sua jornada, Kraus também escreveu seu famoso quinteto de flauta em Ré Maior, que rompeu com todas as antigas convenções da época, sendo um trabalho inovador se comparado com as composições daqueles tempos, com um primeiro movimento surpreendentemente longo.

Uttini
Sua viagem também o levou por toda a Itália, França e Inglaterra, onde testemunhou as celebrações do Centenário de Handel na Abadia de Westminster em 1785. Retornou a Estocolmo em 1786, se tornando a figura principal na vida musical Gustaviana.

Em 1787 foi nomeado diretor da Real Academia de Música de Estocolmo e, no ano seguinte substitui Francesco Uttini como Mestre de Capela da corte, alcançando reputação como um maestro inovador, pedagogo progressista e compositor talentoso.

Ele também se tornou membro do círculo literário que se reuniu em torno do arquiteto Erik Palmstedt (que foi comissionado pelo rei Gustav III para construir a primeira ópera real), um grupo que discutiu a vida intelectual e cultural na capital sueca.

Em 1789, Gustav III quis persuadir o parlamento a aderir à guerra em curso com a Rússia, o monarca pretendia garantir a aprovação parlamentar do Ato de União e Segurança que lhe conferisse amplos poderes sobre a administração do governo. 

O rei pediu a Kraus que escrevesse Riksdagsmusiken para a abertura das cerimônias na igreja de São Nicolau em 9 de março de 1789. A música consiste em uma marcha baseada na Marcha dos Sacerdotes de Idomeneo, obra de Mozart, e uma sinfonia (Sinfonia per la chiesa). A legislatura aprovou as medidas do rei.

Kraus escreveu uma abertura, uma marcha e interlúdios para a montagem das Olimpíadas de Voltaire, em janeiro de 1792. Embora ele fosse considerado compositor de música de palco, seu maior trabalho, Aeneas i Cartago, permaneceu inédita durante sua vida.

Em 16 de março de 1792, Gustav III foi assassinado, sua morte trouxe consideráveis turbulências no movimento cultural. Kraus escreveu uma cantata funerária e a Sinfonia fúnebre, que foram executadas na cerimônia de enterro em 13 de abril.

A saúde de Kraus se deteriorou pouco depois, e morreu apenas alguns meses depois, no dia 15 dezembro de 1792, aos trinta e seis anos, vitimado por tuberculose. Ele foi enterrado fora de Estocolmo, no Tivoli, após uma cerimônia em que o caixão foi carregado através do gelo do Brunnsviken à luz das tochas.

Ficou conhecido como "o Mozart sueco".

Muitas de suas sinfonias foram perdidas ou atribuídas a outros compositores. Cerca de uma dúzia permaneceram, sendo que a maioria delas está em três movimentos, sem o minueto.
Sepultura de Krauss no Tivoliparken, em Solna
Seu túmulo traz a inscrição: Här det jordiska af Kraus, det himmelska lefver i hans toner (que se traduz em: Aqui a terra de Kraus, a vida celestial em sua música).

Ouça


WEISS

 


Sylvius Leopold Weiss foi um compositor, professor e alaudista alemão, nascido em 12 de Outubro de 1.687, em Grottkau, na Silésia, próximo a Breslau, (atualmente Wroclaw na Polônia), filho do também alaudista Johann Jacob Weiss que serviu às Cortes de Breslau.


Aprendeu a tocar alaúde ainda na infância com seu pai, juntamente com seus irmãos Johann Sigismund e Juliana Margaretha.


Sylvius foi um dos mais importantes e prolíficos compositores de música de alaúde da história.
Johann Wilhelm II

Em 1706, estreou como profissional na corte de Breslau. Seu talento chamou a atenção de Johann Wilhelm II, um patrono da música, que o levou para servir na Corte de Dusseldorf a qual era palatino-eleitor, permanecendo ali por dois anos, onde foram compostas suas primeiras obras conhecidas.

Príncipe
Aleksander Sobieski
Em 1708, deixou Dusseldorf e seguiu para Roma no séquito do príncipe Aleksander Benedykt Sobieski, herdeiro da Rainha exilada da Polônia

O músico residiu no palácio Zuccari até 1714, absorvendo novos estilos italianos e viajando com o Príncipe por várias cortes. 

Durante a sua estadia na Itália, ele provavelmente teve a oportunidade de conhecer Alessandro e seu filho Domenico Scarlatti e Arcangelo Corelli.

Quando o príncipe faleceu em 1714, sua reputação já estava estabelecida, e Sylvius deixou a Itália e passou os anos seguintes viajando pelo continente e sem ocupação fixa, trabalhou nas cortes de Kassel, Düsseldorf e Dresden.

Conde Logy
Em 1717, ele foi a Praga, conheceu Johann Anton Losy von Losimthal, Conde Logy, também alaudista, cujo trabalho teve um impacto considerável em sua obra.

Augusto II
Em 1718, ao retornar a Dresden, cansado de vagar aceitou uma proposta lucrativa oferecida na Corte de Dresden, sendo nomeado músico de câmara de Augusto II, o Forte, eleitor da Saxônia e o rei da Polônia

Onde fixaria residência pelo resto de sua vida, mas com algumas viagens esporádicas.

Ernst G. Baron
Ali tem a oportunidade de conhecer o flautista Johann Joachim Quantz e membros da família Bach.

Músico reconhecido e prolífico, ele ensina o alaúde a estudantes como Ernst Gottlieb Baron.

Em 1721, com a morte do Conde Logy, ele compôs um tombeau em sua memória. Ele então partiu para Londres, onde ficou por cinco meses.

Muitas tentativas foram feitas por representantes da Corte de Viena, incluindo altas somas de dinheiro, mas foram ignoradas pelo músico.

Encontrou-se com o violinista Franz Benda em 1738.

Seu único encontro documentado com Johann Sebastian Bach ocorreu no ano seguinte em Leipzig, embora os compositores fossem, com toda a probabilidade, bem conhecidos uns dos outros por esse tempo.

J.F. Reichardt
O secretário pessoal de Bach, Johann Elias Bach, escreveu que "ouvimos uma música muito boa quando meu primo de Dresden, Wilhelm Freidemann Bach, permaneceu por quatro semanas, junto com o famoso Weiss".

Sylvius tornou-se amigo de Wilhelm e através dele conheceu Johann Sebastian Bach. Johann e Sylvius competiram na arte da improvisação. como descreve Johann Friedrich Reichardt:

"Qualquer um que conheça a dificuldade de tocar modulações e bons contrapontos para o alaúde ficará surpreso e descrente que, testemunhas oculares nos assegurem que o grande alaudista de Dresden, Sylvius Leopold Weiss, competiu com Johann Sebastian Bach, um grande cravista e organista, tocando fantasias e fugas”.

Philipp Hyazinth
Foi professor de Philipp Hyazinth, 4º Príncipe Lobkowicz e também de sua segunda esposa Anna Wilhelmina Althan.

Memorial em sua sepultura
Em 16 de Outubro de 1750, aos 63 anos de idade, em Dresden, o músico faleceu, ele era, e ainda é considerado o maior de todos os alaudistas.

Sua morte ocorreu no mesmo ano em que faleceu Johann Sebastian Bach. Foi sepultado no cemitério católico de Dresden

O alaúde caiu em desuso nas duas décadas seguintes à sua morte.

Wilhelmine de Bayreuth
Uma avaliação feita por Wilhelmine de Bayreuth, irmã de Frederico II da Prússia e ela mesma alaudista, que convivera com Weiss como sua aluna, disse aquilo serviria bem como epitáfio:

 "Sylvius Leopold Weiss se destaca forma incomparável ao tocar alaúde, e todos aqueles que vierem após ele só terão a glória de imitá-lo".

Seu filho, Johann Adolph Faustinus Weiss, o sucedeu como alaudista na corte saxônica.

Weiss compôs cerca de 600 obras.

uma página dos manuscritos

As principais fontes de seu trabalho são o Manuscrito de Londres, preservado na Biblioteca Britânica, contendo 237 peças de tablatura de manuscritos para alaúde solo, 26 suítes e inúmeras peças, dentre elas a Fantasia, escrita em Praga no ano de 1719 e o Tombeau dedicado ao conde Logy.

O manuscrito de Dresden, preservado na Biblioteca Estadual da Saxônia em Dresden, contém 21 suítes.

Seus concertos de alaúde com outros instrumentos estão perdidos.

Capa do Vol 1 da Coleção
Algumas de suas "Sonatas" perderam seus prelúdios, que geralmente eram improvisados. Noventa suítes são conhecidas na sua totalidade. A maioria dura cerca de 20 a 25 minutos.

Como compositor Weiss mostra extraordinária originalidade, suas suítes são comparadas com as de Johann Sebastian Bach. Apenas uma das suítes, nº 49 em Si menor foi impressa durante a sua vida.

Michel Cardin
Seu trabalho não se destinava a músicos amadores, mas a virtuosistas cujas habilidades se aproximassem às suas. 

Todas as peças aqui disponíveis foram extraídas da Coleção contendo 12 CDs intitulada The London Manuscript interpretadas por Michel Cardin.

Aproveitem!


Destaque

1946 - Verdi - Aida (Caniglia, Gigli, Stignani; Serafin)

  Conductor Tullio Serafin Orchestra - Teatro dell'Opera di Roma Chorus - Teatro dell'Opera di Roma Aida - Maria Caniglia Radamès - ...