domingo, 30 de abril de 2023

Review: Whitesnake – Live ... in the Heart of the City (1980)

 


Primeiro álbum ao vivo do Whitesnake, Live ... in the Heart of the City foi lançado em 3 de novembro de 1980. Na discografia da banda britânica, ele sucede os três primeiros trabalhos de estúdio – Trouble (1978), Lovehunter (1979) e Ready an' Willing (1980) – e traz o grupo como um sexteto formado por David Coverdale, pelos guitarristas Mickky Moody e Bernie Marsden, pelo baixista Neil Murray e pelos parceiros de Coverdale no Deep Purple, o tecladista Jon Lord e o baterista Ian Paice. A produção é do lendário Martin Birch.

O tracklist apresenta treze faixas gravadas em dois períodos diferentes: nos dias 23 e 24 de junho de 1980 no Hammersmith Odeon, em Londres, e em vários shows da turnê de 1978. As canções registradas em 1978 foram lançadas exclusivamente no Japão em um EP chamado Live at Hammersmith, e acabaram sendo incluídas no álbum. Há ainda uma faixa bônus, a versão em estúdio para “Ain't No Love in the Heart of the City”, vinda de Snakebite, álbum lançado em 1978 e creditado a David Coverdale's Whitesnake.

Primeiro ao vivo do Whitesnake, Live ... in the Heart of the City é o recorte de uma fase da banda que foi deixada de lado a partir de 1987. Em seus primeiros anos, a turma de Coverdale executava um hard rock repleto de elementos de soul e blues, que conquistou diversos admiradores mundo afora, que se referem a esse período como “chapéu e bigode”, referência à indumentária dos músicos na época. A transição se deu a partir de Slide It In (1984) e foi referenciada com o multiplatinado álbum de 1987, quando a banda passou a fazer um som mais voltado para o hard rock norte-americano.

Além de músicas dos três primeiros discos, o ao vivo traz versões personalíssimas para dois clássicos do Deep Purple: “Might Just Take Your Life” e “Mistreated”, ambas do disco de estreia de Coverdale com o Purple, Burn (1974). A performance é calorosa em todas as canções, com destaque para David Coverdale no auge de sua voz. A dupla de guitarristas despeja feeling, enquanto Jon Lord e Ian Paice parecem estar se divertindo e curtindo muito a parceria com o vocalista. Entre as músicas, destaques para “Walking in the Shadow of the Blues”, “Fool for Your Loving”, “Ain't Gonna Cry No More”, “Lie Down”, “Trouble” e para a linda releitura de “Ain't No Love in the Heart of the City”, canção do bluesman Bobby Bland.

Live ... in the Heart of the City segue sendo, para muitos, o melhor álbum ao vivo do Whitesnake, e me incluo nesse grupo. Um registro de uma época que nunca mais foi retomada pela banda, mas que ocupa um lugar especial no coração dos fãs.


“Mutantes e Seus Cometas no País do Baurets” (Polydor, 1972), Mutantes

 



Começo dos anos 1970. Os Mutantes tropicalistas em formato de trio era coisa do passado. A banda paulista passava naquele momento por um processo de transformação que alterará desde a sua formação até a sua orientação musical. A partir do álbum A Divina Comédia ou Ando Meio Desligado (1970), os Mutantes se tornaram um quinteto ao efetivar o baixista Liminha e o baterista Dinho Leme, que já atuavam com a banda em shows e gravações, mas apenas como músicos de apoio.

No campo musical, Mutantes estavam em transição. Saiam do experimentalismo psicodélico dos tempos tropicalistas para flertar com as novas tendencias do rock que estavam franca ascensão na época como o hard rock e o rock progressivo. Mesmo assim, a irreverência e o humor debochado dos tempos tropicalistas ainda se mantinham presentes nas novas canções da banda.

A transformação que a banda vivenciava passava também pelo modo de convivência entre os seus integrantes. Sob total influência da filosofia hippie, os integrantes dos Mutantes passaram a viver como comunidade em casas da Serra da Cantareira, em São Paulo, em meio à natureza. A tranquilidade e o bucolismo do lugar inspiravam a banda a compor novas canções e a ensaiar por horas intermináveis. Para “expandir a mente” e a criatividade, havia o consumo de LSD dentro da banda. A busca incessante por parte dos músicos por uma sonoridade mais sofisticada, era uma clara evidência da influência de bandas estrangeiras de rock progressivo como Yes e Emerson Lake & Palmer no trabalho dos Mutantes.

A dedicação focada no processo criativo dos membros dos Mutantes, a evolução musical, o público fiel nos shows da banda e o prestígio perante a imprensa, não se traduziam em boas vendagens de discos. O álbum Jardim Elétrico, por exemplo, lançado em março de 1971, embora tivesse uma capa bem ousada e atrativa, e ter a faixa “Top Top” com boa execução em rádio, foi um fracasso em vendas. Dentro da gravadora Polydor, o “sinal de alerta” estava aceso para os Mutantes. Até mesmo o empresário dos Mutantes, Marcos Lázaro, estava mais preocupado em se dedicar às carreiras de seus outros artistas, como Roberto Carlos e Elis Regina, que eram muito mais rentáveis. Pelo menos, os Mutantes conseguiram assinar um contrato com a TV Globo para serem atração fixa no programa Som Livre Exportação, o que dava alguma visibilidade à banda paulista.

Os Mutantes ensaiando numa casa de campo na Serra da Cantareira, em 1972.

Em dezembro de 1971, Rita Lee e Arnaldo Baptista se casaram. Porém, cometeram um ato no mínimo curioso. Na volta da lua-de-mel, o casal foi ao programa de TV da apresentadora Hebe Camargo (1929-2012), e lá rasgaram a certidão de casamento diante das câmeras.

Ano novo, álbum novo. Os Mutantes entraram no estúdio RCA-Scatena, em São Paulo, em janeiro de 1972, para gravar o seu quinto álbum de estúdio, Mutantes e Seus Cometas no País do Baurets, sob a produção de Arnaldo Baptista.

Se o processo de gravação ocorreu na mais “santa paz”, o lançamento do novo álbum travou na Censura. Eram tempos de ditadura militar no Brasil, e qualquer obra artística tinha que passar crivo da Censura. Nada poderia ofender o regime ditatorial em vigor no Brasil na época. A música “Cabeludo Patriota” foi censurada por uma série de fatores, a começar pelo título, que os censores julgavam ser uma provocação. Ela foi rebatizada para “A Hora e a Vez do Cabelo Nascer”. Outra mudança foi o verso “o meu cabelo é verde e amarelo”: mudou para “o meu cabelo é verde e dourado”. A Censura implicou com o verso “a minha caspa é de purpurina”; a expressão “caspa” foi considerada “plasticamente feia”. Saiu “caspa” entrou “cara”.

A Censura só viu a letra, mas não ouviu a gravação. Num ato de rebeldia, ao invés dos Mutantes regravarem a canção com os versos alterados, a banda decidiu manter a gravação original, mas inserindo ruídos vocais cobrindo parcialmente as palavras censuradas. O álbum foi lançado desse jeito, em maio de 1972, sem nenhum problema.

Com cerca de dois meses de atraso por causa da Censura, o álbum Mutantes e Seus Cometas no País do Baurets foi lançado em maio de 1972. O curioso título é uma mistura de referências como Bill Halley & His Comets (um dos conjuntos pioneiros do rock’n’roll) e o livro Alice no País das Maravilhas, de Lewis Carrol (1832-1898). Já a estranha expressão “baurets” era uma gíria que o cantor Tim Maia (1942-1998) usava para se referir aos cigarros de maconha.

A arte da capa de Mutantes e Seus Cometas no País do Baurets é do ilustrador francês Alain Voss (1946-2011), o mesmo artista que criou a capa de Jardim Elétrico. Na capa de Mutantes e Seus Cometas no País do Baurets aparecem os cinco integrantes dos Mutantes num visual psicodélico. Rita Lee está no topo da ilustração, com a asas no lugar dos braços e os seios parecendo nádegas. Encostada atrás de Rita, está uma figura que parece ser um inseto grande. Sérgio Dias está ouvindo o som do seu próprio coração através de um fone de ouvido. Arnaldo Baptista segura um objeto estranho que está ligado a Liminha. No canto inferior esquerdo, o que parece ser um braço de guitarra ou de baixo com aparência de cauda de escorpião, surge por trás de Dinho Leme.

Alain Voss em foto dos anos 2000:  autor da arte da capa e da parte
interna da capa dupla de Mutantes e Seus Cometas no País do Baurets.

Mutantes e Seus Cometas no País do Baurets apresenta os Mutantes num estágio de transição musical, onde são nítidas as influências de hard rock e progressivo. Mas o humor debochado que consagrou o conjunto está presente em algumas faixas.

O álbum começa com uma música em que os Mutantes prestam um tributo ao rock’n’roll com “Posso Perder Minha Mulher, Minha Mãe, Desde que Eu Tenha o Rock and Roll”. Gravada ao vivo no estúdio, esta música traz uma linha melódica inspirada em “Blue Suede Shoes”, de Carl Perkins (1932-1998), um clássico do rock’n’roll de 1956.

Após a animação da primeira faixa, vem a balada folk “Vida de Cachorro”, uma canção que parece ser uma historinha de amor de um casal de cães, onde Rita Lee canta com uma voz delicada e meiga. Nota-se nessa canção uma influência de “Blackbird”, dos Beatles. Na faixa “Dune Buggy”, os Mutantes insinuam um trocadilho de aditivos para carros como STP e MSLD com o alucinógeno LSD.

“Cantor de Mambo” é um mambo onde os Mutantes fazem uma provocação debochada com o cantor Sérgio Mendes, que na época, fazia muito sucesso nos Estados Unidos. A música contém alguns versos em português e espanhol, e uma sonoridade bem inspirada no trabalho do mexicano Carlos Santana, elementos que dão um toque de latinidade à faixa. 

Fechando o lado 1, a divertida “Beijo Exagerado” originalmente se chamava “Casa da Mônica”, e trava sobre um prostíbulo em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. Mas a letra foi barrada na Censura, que vetou boa parte dos versos, e que por isso teve que ser alterada. “Beijo Exagerado” remete a “Brown Sugar”, dos Rolling Stones, do álbum Sticky Fingers (1971). O final de “Beijo Exagerado” é emendado com uma canção curtíssima, “Todo Mundo Pastou”, que mais parece uma vinheta e é completamente dispensável.

Arte de Alain Voss na parte interna da capa dupla de Mutantes e
Seus Cometas no País do Baurets
.

O lado 2 começa com um clássico dos Mutantes, “Balada do Louco”, a principal faixa do álbum. A letra seria uma resposta de Arnaldo e Rita àqueles que chamavam o casal de “loucos”. Os versos que comparam loucura e realidade são muito bonitos e sensíveis: “Se eles têm três carros, eu posso voar / Se eles rezam muito, eu já estou no céu”. Rita queria fazer a voz principal da canção, mas Arnaldo vetou a ideia por achar a voz dela muito “macia”, “juvenil” para o conteúdo da letra. Arnaldo optou por seu irmão, Sérgio Dias, que além de cantar, tocou cítara, instrumento que ele aprendeu a tocar com o indiano Ravi Shankar (1920-2012) em 1971, quando o músico indiano esteve no Brasil apara algumas apresentações.

Na faixa seguinte, “A Hora e a Vez do Cabelo Nascer”, os Mutantes mostraram que também sabiam fazer rock pesado. Destaque fica para a bateria agressiva de Dinho e a linha de baixo arrasadora de Liminha, que dão musculatura à música. “Rua Augusta”, grande sucesso de Ronnie Cord (1943-1986) em 1964, ganha uma versão bastante pessoal dos Mutantes, na qual Rita Lee canta com um tom de voz infantilizado, se fazendo parecer uma menina.

O humor debochado cede lugar à seriedade do rock progressivo em “Mutantes e Seus Cometas no País do Baurets”. A faixa é a mais longa do disco, cerca de dez minutos de duração, na qual os músicos dos Mutantes aproveitam a ocasião para mostrar todas as suas habilidades. A música nasceu de um improviso no estúdio, e foi gravada num só take. Os versos cantados na música são de “Tempo no Tempo”, uma versão em português feita por Cláudio Dias Baptista (irmão de Arnaldo e Sérgio) para “Once There Was A Time I Thought”, dos Mamas & The Papas.

“Todo Mundo Pastor II” encerra o álbum e é uma versão mais longa de “Todo Mundo Pastou”, que assim como a primeira, é completamente dispensável.

Mutantes e Seus Cometas no País do Baurets teve uma recepção “morna” por parte da imprensa. A edição brasileira da revista Rolling Stone, de 4 de julho de 1972, traçou uma crítica muito ácida a respeito do álbum dos Mutantes, afirmando que o disco tinha exageros e um humor “ginasiano”. O álbum não foi um grande sucesso comercial.

Mutantes em sentido horário: Dinho Leme, Arnaldo Baptista, Sérgio Dias
e Liminha; ao centro, Rita Lee.

Assim como os álbuns da banda, Mutantes e Seus Cometas no País do Baurets só viria a ter grande relevância a partir dos anos 1980, quando os Mutantes foram redescobertos pelas novas gerações. A canção “Balada do Louco” se tornou mais conhecida pelo grande público através da versão de Ney Matogrosso, que a regravou em 1986, e foi um grande sucesso das rádios. O hard rock “A Hora e a Vez do Cabelo Nascer”, ganhou versão heavy metal com o Sepultura, em 1989, especialmente gravada pela banda mineira para o álbum tributo Sanguinho Novo... Arnaldo Baptista Revisitado, uma homenagem a Arnaldo Baptista, onde várias bandas e artistas brasileiros regravaram canções dos Mutantes e da carreira solo de Arnaldo.

Poucos meses após o lançamento de Mutantes e Seus Cometas no País do Baurets, os Mutantes descobriram que em São Paulo, um moderno estúdio de 16 canais havia sido recém instalado, o Estúdio Eldorado. Um estúdio de 16 canais era uma novidade no Brasil, e para artistas como os Mutantes que se dedicavam ao experimentalismo e a arranjos elaborados, um estúdio como esse era como um “parque de diversões” naquela época. Os membros dos Mutantes tentaram convencer a Polydor a gravar mais um álbum naquele ano. Mas a gravadora vetou a ideia, pois a banda já havia lançado um álbum naquele ano. Além do mais, os Mutantes não eram grandes vendedores de discos, muito pelo contrário, vendiam cada vez menos discos. Logo, a Polydor não via razão alguma para lançar dois álbuns num mesmo ano de uma banda que não dava lucro.

Enquanto os Mutantes estavam mais preocupados nas “viagens” progressivas, a Polydor estava mais interessada na carreira solo de Rita Lee. Enxergava nela uma artista comercialmente mais viável do que a banda. Foi então que a Polydor sugeriu aos Mutantes que eles poderiam gravar um novo álbum naquele estúdio de 16 canais como queriam, desde que esse novo álbum fosse assinado como de Rita Lee, o que seria o seu segundo álbum solo. O primeiro foi Build Up, de 1970.

Sérgio Dias, Rita Lee e Arnaldo Baptista, nos bastidores do show de lançamento
de Mutantes e Seus Cometas no País do Baurets, em 1972.

Assim, em setembro de 1972 foi lançado Hoje é o Primeiro Dia do Resto da Sua Vida, sob a assinatura de Rita Lee, embora que na prática, seria um disco dos Mutantes. O álbum acabaria se tornando o último que a banda gravaria com Rita Lee. No final de 1972, após um desentendimento, Rita Lee saiu dos Mutantes. Sua saída é cercada de informações confusas. Há quem afirme que ela foi expulsa por Arnaldo, há quem afirme que ela saiu da banda por conta própria. A razão de sua saída foi por ela discordar com o direcionamento musical da banda para o rock progressivo.

Em 1973, já sem Rita Lee e resumidos a um quarteto, os Mutantes gravaram o álbum O A e o Z, no Estúdio Eldorado, aquele de 16 canais. O material gravado, totalmente voltado ao rock progressivo, não agradou a gravadora Polydor, que vetou o lançamento do álbum por não achar comercialmente viável. As gravações de O A e o Z foram arquivadas e os Mutantes dispensados pela gravadora. Em 1992, quase vinte anos depois, O A e o Z foi lançado.

O consumo contínuo de LSD fez Arnaldo Baptista deixar os Mutantes, em 1973, e logo iniciar a sua carreira solo. No mesmo ano, Dinho Leme também saiu da banda, enquanto que em 1974, foi a vez de Liminha. Sérgio Dias prosseguiu no comando dos Mutantes, que contavam agora com Túlio Mourão, Rui Motta e Antônio Pedro respectivamente nos lugares de Arnaldo, Dinho e Liminha.

Em 1974, a banda assinou com a gravadora Som Livre e lançaram o sexto álbum de estúdio, Tudo Foi Feito pelo Sol, que teve uma vendagem razoável e se tornou ao longo do tempo um disco clássico do rock progressivo brasileiro. Enquanto os Mutantes se tornavam uma banda de nicho, Rita Lee iniciava uma vitoriosa carreira solo e se tornaria uma das cantoras mais populares da música brasileira. Os Mutantes chegaram ao fim em 1978, e quase trinta anos depois, em 2006, a banda voltou, tendo apenas Sérgio Dias, Arnaldo e Dinho da formação do início dos anos 1970, e complementada por músicos contratados. A cantora Zélia Duncan aceitou o convite para ocupar o lugar de Rita Lee. O grupo passou por novas reformulações, e restou apenas Sérgio Dias como único membro dos áureos tempos dos Mutantes.

Faixas

Lado 1

  1. “Posso Perder Minha Mulher, Minha Mãe, Desde Que Eu Tenha o Rock And Roll” (Arnaldo Baptista - Rita Lee - Liminha)
  2. “Vida de Cachorro” (Arnaldo Baptista - Rita Lee - Sérgio Dias)
  3. “Dune Buggy” (Arnaldo Baptista - Rita Lee - Sérgio Dias)
  4. “Cantor de Mambo” (Arnaldo Baptista - Élcio Decário - Rita Lee)
  5. “Beijo Exagerado” (Arnaldo Baptista - Rita Lee - Sérgio Dias) / “Todo Mundo Pastou” (Ismar S. Andrade "Bororó") 

Lado 2

  1. “Balada do Louco” (Arnaldo Baptista - Rita Lee)
  2. “A Hora e a Vez do Cabelo Nascer” (Arnaldo Baptista - Rita Lee - Sérgio Dias - Liminha)
  3. “Rua Augusta” (Hervé Cordovil)
  4. “Mutantes e Seus Cometas no País dos Baurets” (Arnaldo Baptista - Rita Lee - Sérgio Dias - Ronaldo Leme - Liminha)
  5. “Todo Mundo Pastou II” (Ismar S. Andrade "Bororó") 

Mutantes: Arnaldo Baptista (teclados e vocais), Rita Lee ( vocais e teclados) Sérgio Dias (guitarras, vocais, cítara, violão de 12 cordas em "Vida de Cachorro"), Liminha (baixo e vocal de apoio) e Dinho Leme(bateria). 


A Divina Comédia dos Mutantes / Coleção Ouvido Musical – Carlos Calado, 1995, Editora 34, São Paulo, Brasil.

Discobiografia Mutante: álbuns que revolucionaram a música brasileira – Chris Fuscaldo - 2ª edição, 2020, Garota FM Books, Rio de Janeiro, Brasil.


“Posso Perder Minha Mulher, Minha Mãe,  

Desde Que Eu Tenha o Rock And Roll”

“Vida de Cachorro”

“Dune Buggy”

“Cantor de Mambo”

“Beijo Exagerado / Todo Mundo Pastou

“Balada do Louco"

“A Hora e a Vez do Cabelo Nascer”

“Rua Augusta”

“Mutantes e Seus Cometas no País dos Baurets”

“Todo Mundo Pastou II”


“Exile On Main St.” (Rolling Stones Records, 1972), The Rolling Stones

 


No começo dos anos 1970, os Rolling Stones estavam no auge da criatividade. A banda inglesa vinha numa sequência fantásticas de álbuns impecáveis: Beggars Banquet (1968), Let it Bleed (1969) e Stick Fingers (1971). Com a saída de cena dos Beatles (encerraram as atividades em abril de 1970), os Rolling Stones disputavam com The Who e Led Zeppelin o posto de maior banda de rock do mundo em atividade.

Com a fama em alta, os discos vendendo bem, shows lotados, tudo parecia ir tudo às mil maravilhas para os Stones, não fosse por um fato que foi uma verdadeira rasteira na banda. Os Stones descobriram que estavam sendo roubados pelo empresário da banda, o inescrupuloso Allen Klein (1931-2009). E o pior, descobriram simplesmente que estavam falidos. A ironia é que os Stones tinham fama, mas estavam falidos, devendo ao fisco da Inglaterra, e tudo por causa de Klein que vinha roubando a banda fazia algum tempo. Klein foi dispensado pelos Stones, mas uma disputa jurídica foi travada entre o agora ex-empresário e a banda.

Para reverter a situação financeira difícil, os Stones contaram com o apoio de Marshall Chess, ex-diretor da gravadora americana Chess Records. Filho do fundador da Chess Records, Leonard Chess (1917-1969), Marshall foi contratado pela banda para dirigir o selo dos Stones, a Rolling Stone Records. Ao longo do tempo, Marshall acabou assumindo a condição de agente dos Stones e até participando da produção dos discos da banda. Embora jovem, Marshall era experiente no campo dos negócios na área musical. Sugeriu que a banda assinasse um contrato com a gravadora Atlantic Records para a distribuição dos discos da Rolling Stones Records no mercado americano, enquanto que no Reino Unido, a distribuição seria feita pela WEA. Na outra ponta, o gerente financeiro dos Stones, o príncipe Rupert Loewenstein (1933-2014), sugeriu que eles se mudassem para outro país para escaparem dos altos impostos do Reino Unido.

Allen Klein, ex-empresário dos Rolling Stones, acusado de ter roubado a banda.

Descendente de família nobre europeia, Loewenstein usou da sua influência aristocrática junto ao governo francês, e conseguiu um acordo de permanência dos Rolling Stones na França. No acordo, os Stones concordaram em permanecer na França durante pelo menos um ano e gastar no mínimo 150 mil libras por ano. Em troca, nenhum imposto adicional seria cobrado pelo governo francês. A banda deixou a Inglaterra em março de 1971 e partiu para a França.

Ao chegarem à França, os membros da banda se distribuíram. Mick Jagger e a namorada, a modelo nicaraguense Bianca de Macias, preferiram ficar em Paris. Keith Richards e a sua companheira, Anita Pallenberg (1942-2017), alugaram uma mansão em Nellcôte, em Villefranche-sur-Mer, próximo a Nice. O restante da banda foi para o sul da França.

Em maio de 1971, Jagger e Bianca se casaram na cidade de Saint-Tropez, no sul da França. A festa de casamento do casal foi bastante badalada. Mick Jagger alugou um avião especialmente para trazer convidados ilustres como Paul McCartney, Ringo Starr, Peter Frampton, Eric Clapton entre outras celebridades.

Mas foi na mansão alugada por Keith onde as histórias do conturbado exílio francês dos Rolling Stones aconteceram. A tal mansão foi construída no século XIX, e durante a Segunda Guerra Mundial, foi ocupada pelos nazistas, servindo como quartel-general da Gestapo.

Por algum motivo, os Stones não encontraram estúdios franceses adequados para gravar o novo álbum da banda. O quinteto então decide optar pela opção mais maluca: gravar no porão da mansão de Nellcôte. No entanto, aquele porão era quente e úmido. Mesmo assim, eles adaptaram todo o local, e mandaram buscar da Inglaterra o famoso estúdio móvel dos Rolling Stones, um estúdio de gravação adaptado num caminhão que era bastante solicitado pelas mais diversas bandas. O estúdio móvel ficou estacionado na área externa da mansão e foi conectado através de cabos com o estúdio improvisado no porão.

A produção do álbum foi conduzida pelo produtor Jimmy Miller (1942-1994), e contou com a participação de músicos convidados como o saxofonista Bobby Keys (1943-2014), o trompetista Jim Price, e os tecladistas Nicky Hopkins (1944-1994), Billy Preston (1946-2006), Dr. John (1941-2019), e Ian Stewart (1938-1985), este último, que foi membro no começo dos Rolling Stones, e que ao sair do grupo, virou um “faz-tudo” na banda, um amigo muito próximo e uma espécie de conselheiro do conjunto até a sua morte. Foi Stewart quem dirigiu o estúdio móvel dos Stones, da Inglaterra até a França.

Anita Pallenberg, Keith Richards (com a guitarra), o cantor Gram Parsons e
sua namorada Gretchen Burrell, na mansão em Nellcôte, na França.

O processo de gravação do novo álbum ocorreu entre junho e novembro de 1971, e tinha tudo para ser um tremendo fracasso. Na mansão em Nellcôte ocorriam festas e farras regadas a muito álcool e drogas, sempre tendo como “mestre de cerimônias”, Keith Richards. A mansão era frequentada por muita gente, desde astros da música a traficantes de drogas. Dessa forma, os horários de gravação obedeciam ao “fuso horário” de Keith, que acordava no final da tarde, e começava a gravar à noite, varando a madrugada. Isso quando ele ia gravar, porque às vezes, Keith se ausentava por estar chapado de drogas. Keith havia se tornado um viciado em heroína. Alguns outros membros da banda também costumavam se ausentar das gravações, como Mick Jagger e Bill Wyman, mas as razões eram outras, talvez por causa do deslocamento, já que moravam em outras cidades.

A estadia de Keith Richards e da turma de músicos naquela mansão já estava se tornando um incômodo para a vizinhança. Não foram poucas as farras e festas intermináveis, regadas álcool e drogas, e que contavam com a presença de astros d música. A situação ficou insustentável, e em novembro de 1971, os Stones tiveram que deixar a França às pressas por causa das confusões que provocavam, capitaneadas por Keith Richards. Um dos traficantes que lhe forneciam drogas, chegou a roubar algumas guitarras de sua coleção, provavelmente para quitar alguma dívida do músico com drogas. Depois que os Stones e os músicos de apoio deixaram a mansão, a polícia encontrou no imóvel heroína e cocaína. Keith e Anita Pallenberg foram acusados de porte de drogas. Foram julgados e considerados culpados. O casal recebeu uma pena suspensa de um ano e uma multa de mil francos. Keith foi banido da França por dois anos.

Em dezembro de 1971, começou o processo de mixagem do material gravado na França. Contudo, algumas canções gravadas entre 1969 e 1971 e que eram inéditas, entraram no processo de mixagem para serem incluídas no novo álbum. A mixagem e algumas gravações complementares ocorreram no estúdio Sunset Sound, em Los Angeles. Se em Nellcôte, Keith Richards esteve no controle (ou pelo menos tentou, a depender do seu estado etílico ou narcótico), em Los Angeles, quem esteve à frente das finalizações do novo álbum foi Mick Jagger, e com presenças constantes, bem diferente do período das loucas gravações na mansão de Nellcôte. Algumas canções como “Torn and Frayed” e “Loving Cup”, foram gravadas em Los Angeles.

Keith Richards, Mick Jagger e o produtor Jimmy Miller (deitado no chão),
nos bastidores de gravação na mansão em Nellcôte, em meados de 1971. 

Durante as finalizações do novo álbum, Jagger conseguiu alguns dos melhores e mais experientes vocalistas de apoio do circuito de estúdios de Los Angeles, acostumados a gravar em discos dos mais diversos artistas. A inclusão de um coral gospel nas canções “Tumbling Dice”, “Loving Cup”, “Let It Loose” e “Shine A Light”, foi uma ideia de Mick Jagger e do tecladista Billy Preston, após os dois visitarem uma igreja protestante.

O material que os Stones tinham em mãos daria para preencher três álbuns, mas a banda decidiu lançar um álbum duplo. A princípio, o álbum tinha o título provisório de Tropical Disease (Doença tropical), porém, inspirados no exílio na França, o trabalho foi rebatizado para Exile On Main St. (Exílio na rua principal). E foi com esse título que o álbum duplo foi lançado em 12 de maio de 1972.

A arte da capa foi criada pelo fotógrafo Robert Frank (1924-2019) e pelos designers gráficos John Van Hamersveld e Noman Seeff. É uma colagem de imagens de figuras bizarras dos circos de horrores que alcançaram grande popularidade entre o final do século XIX e início do século XX, como o homem com três bolas enfiadas na boca.

Composto por 18 faixas distribuídas em dois discos, Exile On Main St. prossegue com o direcionamento musical do álbum anterior, Stick Fingers. No entanto, talvez pelas circunstâncias como foi gravado, Exile On Main St. tem uma sonoridade mais crua, despojada. Os vocais de Mick Jagger se mostram “soterrados” em algumas faixas, fruto do processo de mixagem, e uma das inúmeras queixas da crítica musical da época em que o álbum duplo foi lançado.

O álbum abre com “Rocks Off”, um rock’n’roll bem ao estilo tradicional “stoneano”, que traz na metade da faixa uma pausa rítmica onde os vocais de Jagger aparecem com efeitos de distorção que dão um breve clima psicodélico à canção. “Rip This Joint” é um rock’n’roll veloz e animado em que Bobby Keys faz solos de saxofone alucinantes e Jagger canta aos berros tal qual um desesperado. O ritmo desacelera com “Shake Your Hips”, canção que foi gravada antes por Slim Harpo (1924-1970) em 1966, e que com os Stones, foi gravada propositadamente bem ao estilo de blues antigo. Nesta música, além de cantar, Jagger toca harmônica.

Charlie Watts, Mick Jagger e Keith Richards na cozinha da mansão em Nellcôte. 

“Casino Boogie” traz versos que aparentam ser desconexos uns com os outros. Os vocais de Jagger são tensos, e é acompanhado por Keith Richards fazendo uma segunda voz bastante acentuada.

“Tumbling Dice” é a principal faixa do álbum, e um dos maiores sucessos da carreira dos Rolling Stones. A princípio, esta canção estava prevista para entrar no álbum Sticky Fingers, mas ficou de fora. Curiosamente, que toca baixo em “Tumbling Dice” é o guitarrista Mick Taylor. O baixista Bill Wyman foi o único membro dos Stones que não participou das gravações desta música. Destaque nesta canção fica para os vocais de apoio, que deram um toque de música gospel para “Tumbling Dice”.

“Sweet Virgínia” traz mensagens veladas em seus versos a respeito de consumo de drogas, como as pílulas de anfetaminas: “Drop your reds drop your greens and blues” (“Solte seus pingos vermelhos, verdes e azuis”). A faixa seguinte, “Torn and Frayed”, conta a história de um guitarrista decadente que ganha a vida tocando em salões de bailes e bordéis baratos e fedorentos.

Em “Sweet Black Angel”, os Stones prestam homenagem à ativista dos direitos civis e militante do movimento dos Panteras Negras, Angela Davis. Quando a canção foi gravada, a ativista respondia a um processo em que era acusada de assassinato. Depois de dezoito meses de batalha judicial, Angela foi inocentada. Assim como vários artistas, os Stones foram solidários a Angela, e compuseram esta canção que pregava a libertação da ativista.

Encerrando o disco 1 do álbum duplo, “Loving Cup”, uma canção de versos muito bonitos que tratam sobre um homem que suplica pelo amor da mulher por quem é apaixonado.

Parte interna da capa dupla de Exile On Main St..

O disco 2 de Exile On Main St. começa no ritmo festivo de “Happy”, música que contém um naipe de metais sensacional. Keith Richards faz a voz principal enquanto que Mick Jagger faz a segunda voz. Uma curiosidade na gravação de “Happy” é que dos membros dos Rolling Stones, apenas Mick Jagger e Keith Richards gravaram. Keith, além de fazer a voz principal, fez a guitarra solo e a base, tocou também o baixo. A bateria ficou por conta de Jimmy Miller. Bobby Keys tocou saxofone e Jim Price tocou trompete e trombone.

“Turd On The Run” é um country blues sobre um sujeito que tentou inutilmente impedir que a mulher amada fosse embora, apesar de todos os esforços. O blues rock “Ventilator Blues” é a única música do álbum creditada não apenas a Jagger e Richards, mas também a Mick Taylor, e que conta com a participação brilhante de Nicky Hopkins no piano. Com forte influência da música gospel, “I Just Want To See His Face” teria surgido a partir de uma jam session ao vivo, no estúdio, onde os Stones flertam com as raízes da música popular americana. A faixa seguinte, “Let It Loose”, é outro ponto alto do álbum, uma linda balada com uma inclinação para a música gospel.

Mick Taylor toca slide guitar em “All Down The Line”, outro rock’n’roll alegre e festivo presente em Exile On Main St.. Os Stones fazem uma releitura sensacional de “Stop Breaking Down”, de Robert Johnson (1911-1938), onde Mick Taylor simplesmente faz uma performance brilhante na slide guitar, enquanto que Jagger canta a história de um homem que se vê desconsertado pelas mulheres que passam por ele pelas ruas.

Keith Richards de frente para TommyWeber e Gram Parsons, pessoa
desconhecida de costa em primeiro plano, Gretchen Burrell, Anita Pallenberg
e o garoto Jake Weber, filho de Tommy, no terraco da
mansão de Nellcôte, na França, em 1971.

Escrita por Mick Jagger em 1968 , “Shine A Light” é umas das melhores canções do álbum. Aborda o vício descontrolado de Brian Jones (1942-1969) em drogas, o que seria um fator decisivo para a sua saída dos Rolling Stones, em junho de 1969. O destaque fica por conta de Billy Preston, que tocou órgão e piano de maneira impecável. O álbum fecha com “Soul Suvivor”, onde Mick Jagger canta aos quatro ventos: “I'm a soul survivor, I made it through the fire / I started with nothing, I've got nothing to lose” (“Eu sou um sobrevivente da alma, eu fiz isso através do fogo / Eu comecei sem nada, não tenho nada a perder”).

Na época de seu lançamento, Exile On Main St. não agradou a todos. Uma parcela da crítica afirmou que o álbum não tinha foco, que a mixagem era “lamacenta” e o repertório desorganizado. Por outro lado, o público parece ter recebido bem o álbum. Exile On Main St. alcançou o 1° lugar da Billboard 200, nos Estados Unidos. No Reino Unido e no Canadá, o álbum duplo também chegou ao 1° lugar.

Para promover Exile On Main St., os Rolling Stones partiram para uma bem sucedida turnê nos meses de junho e julho de 1972, que passou pelos Estados Unidos e Canadá. Foram 48 shows, e a arrecadação foi de 4 milhões de dólares. Essa turnê foi filmada e resultou no filme-concerto Ladies and Gentlemen: The Rolling Stones, dirigido por Rollin Binzer. Os Stones partiram para uma segunda etapa da turnê, entre os meses de janeiro e fevereiro de 1973, que passou pelo Havaí, Nova Zelândia e Austrália.

O sucesso comercial de Exile On Main St. e a turnê bem sucedida dividida em duas etapas, deixaram os Stones bastante inspirados e motivados para irem ao estúdio para preparar o próximo, Goast Head Soup, álbum do megahit “Angie”, que foi lançado em agosto de 1973.

A reputação de Exile On Main St. perante a imprensa musical cresceu com o passar dos anos, com a distância do tempo. No final da década de 1970, a percepção sobre Exile On Main St. por parte da crítica já era outra, que naquele momento reconheceu a relevância do álbum e que a mistura que trazia no seu repertório, calcado no rock, blues, R&B, soul, gospel e country music, era uma das virtudes do trabalho. Por causa dessa e de outras qualidades, Exile On Main St. é um dos melhores álbuns da discografia dos Rolling Stones. 

Faixas

Todas as músicas por Mick Jagger e Keith Richards, exceto onde indicado.

Lado A 

  1. "Rocks Off"       
  2. "Rip This Joint"               
  3. "Shake Your Hips"         
  4. "Casino Boogie"             
  5. "Tumbling Dice"             

Lado B                

  1. "Sweet Virginia"             
  2. "Torn and Frayed"         
  3. "Sweet Black Angel" 
  4. "Loving Cup"    

Lado C 

  1. "Happy"             
  2. "Turd on the Run"         
  3. "Ventilator Blues"          
  4. "I Just Want to See His Face"     
  5. "Let It Loose"    

Lado D 

  1. "All Down the Line"       
  2. "Stop Breaking Down" 
  3. "Shine a Light" 
  4. "Soul Survivor" 

 

The Rolling Stones:

Mick Jagger: vocais principais, vocais de apoio; gaita (em "Shake Your Hips", "Sweet Virginia", "Sweet Black Angel", "Turd on the Run" e "Stop Breaking Down") ; guitarra elétrica (em "Tumbling Dice" e "Stop Breaking Down".

Keith Richards: guitarras, vocais de apoio; baixo (em "Casino Boogie", "Happy" e "Soul Survivor") ; piano elétrico (em "I Just Want to See His Face") ; vocais principais (em "Happy")

Mick Taylor: guitarras (em todas as faixas, exceto em "Tumbling Dice", "Torn and Frayed" e "Happy") ; baixo ("Tumbling Dice", "Torn and Frayed", "I Just Want to See His Face" e "Shine a Light")

Bill Wyman: baixo (em "Rocks Off", "Shake Your Hips", "Sweet Virginia", "Sweet Black Angel", "Loving Cup", "Ventilator Blues", "Let It Loose" e "Stop Breaking Down" )

Charlie Watts: bateria (em todas as faixas, exceto "Tumbling Dice" (tocou parcialmente), "Happy" e "Shine a Light")


FRANÇA ARTISTAS


 

Graciane Finzi

Graciane Finzi (nascida em 10 de julho de 1945) é uma compositora francesa nascida no Marrocos.

Vida 

Graciane Finzi nasceu em Casablanca , no Marrocos , e estudou música no Conservatório de Casablanca, então administrado por Georges Friboulet, onde seus pais eram professores. Ingressou no Conservatório de Paris aos dez anos, onde estudou piano com Joseph Benvenuti e desenvolveu interesse pela composição. [1]

Após completar seus estudos, ela trabalhou como compositora. Ela atuou como diretora musical do Festival de la Défense de 1975 a 1979 e começou a lecionar no Conservatório de Paris em 1979. Ela atuou como vice-presidente da Sociedade Internacional de Música Contemporânea (SIMC) e da Société Nationale e como representante oficial à Association Française d'Action Artistique (AFAA). Ela foi compositora residente da Orquestra Nacional de Lille de 2001 a 2003. [2]

Honras e prêmios 

  • SACEM Grand Prix de la Promotion Symphonique
  • Prêmio Georges Enesco
  • Grande Prêmio SACEM
  • Prémio SACD pela ópera "Pauvre Assassin", (estreada em Estrasburgo , na Opéra du Rhin) [3]

Obras 

As composições de Finzi geralmente misturam gêneros diferentes e estilos folclóricos. Ela compõe para teatro musical, voz, instrumentos solo, conjunto de câmara e orquestra, mas é conhecida pela ópera. As obras selecionadas incluem:

  • Il était tant de fois (1979)
  • Les Chiens qui rêvent dans la nuit , Trio para flauta, viola e harpa (1982)
  • Soleil vert para orquestra (1983)
  • Pauvre assassino (1990)
  • Ainsi la Vie para viola solo (1991)
  • Espressivo para cravo e sons fixos (1996)
  • Le Dernier jour de Socrate (1997) ópera com Jean-Claude Carrière
  • La Tombée du jour (1998) texto de Michel Schneider
  • Brume de sable (1999)
  • Ode à Dalí (2000) texto de Federico García Lorca
  • Osmose para viola e violão (2001)
  • Errância na noite (2002)
  • Là-bas, peut-être , ópera (2003)
  • Quand un enfant voyage , ópera (2004)
  • Impression Tango para violino (ou viola, ou violoncelo) e acordeão (ou piano) (2005)
  • Le Clavier Fantastique , ópera
  • Concerto para cravo amplificado e orquestra com címbalo (2007)
  • Kadish (2009) [4]
  • Concerto para viola e orquestra
  • nômade
  • Alma Mareira







Fotos







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