sexta-feira, 5 de dezembro de 2025

Cinco Músicas Injustiçadas: Rolling Stones

 

Cinco Músicas Injustiçadas: Rolling Stones

Vamos aos fatos: apesar de ter uma carreira de mais de sessenta anos, The Rolling Stones são bastante estáveis em termos de seu repertório. Todo mundo conhece a banda, todo mundo conhece algumas músicas, mas se você que é fã comentar sobre suas favoritas com um ouvinte ocasional, provavelmente será recebido com vários comentários de “não conheço essa aí” para músicas muito legais. Muitas músicas que a banda gravou nunca tiveram versões ao vivo, muitas foram tocadas pouquíssimas vezes em shows, e as antologias oficiais repetem quase sempre os mesmos cavalos de batalha (afinal, quem compra uma coletânea vai querer sempre os hits, não as obscuridades). Entretanto, antologias “semioficiais” lançadas em todos os cantos do planeta acabam trazendo músicas inesperadas, o que tornou selecionar as músicas para esta seção um tanto complicado. Ainda assim, há várias pérolas no catálogo do grupo que nunca receberam a atenção merecida da banda na hora de montar um setlist ou dos compiladores. O grupo, aliás, é muito mal servido no quesito “raridades”: Metamorphosis, de 1975, traz muitas demos em que só Mick Jagger aparece cantando acompanhado por músicos de estúdio, e Rarities 1971-2003 não faz jus ao nome, trazendo músicas fáceis de se encontrar em outros lançamentos e deixando de lado algumas verdadeiras raridades.

Os critérios para que uma música faça parte desta lista são os seguintes: ela não pode ter sido lançada em single, nem ter feito parte de um disco ao vivo oficial – e não deve aparecer em discos piratas, pelo menos não nos mais conhecidos. Não pode aparecer em coletânea (ao menos não nas oficiais) e nem pode ter recebido versão de outro artista (se isso ocorrer, não deve ter feito muita diferença no meio musical). Por fim, tem que ter impressionado o autor o suficiente para ele julgar que ela merecia maior atenção. Como será visto, esses critérios foram meio flexibilizados para que a lista refletisse mais as preferências pessoais deste que vos escreve. Assim, a lista resultante procurou trazer material das três fases do grupo, com Brian, Mick Taylor e Ronnie. Na verdade, seria possível fazer uma lista de injustiçadas para cada uma dessas fases; se esta seção render alguma discussão, quem sabe não rola alguma coisa assim? Vamos às músicas!


The Lantern – Their Satanic Majesties Request (1967)

Esta balada folk se destaca no álbum Their Satanic Majesties Request, ele próprio injustiçado para alguns (e uma grande porcaria para outros), pelo fato de ser uma das poucas músicas que não tiveram grandes inovações ou experimentações em termos do arranjo. Levada ao violão por Keith Richards (que ainda toca uma boa guitarra elétrica) e com um belo vocal de Mick Jagger, “The Lantern” começa com o som de sinos de igreja (confesso que até agora não entendi o que eles têm a ver, mas…) e traz Brian Jones no órgão, possivelmente também tocando os metais que a embelezam. Bill e Charlie desempenham seu papel tradicional, com o baterista se destacando quando se faz necessário. Nicky Hopkins no piano é o único session man presente. Com uma letra curiosamente filosófica para os padrões de Mick Jagger, essa música prenuncia o trabalho acústico que dominaria Beggar’s Banquet, mas nunca chamou muito a atenção do público. Their Satanic Majesties Request é um dos discos menos lembrados da banda, a não ser quando se trata de fazer retrospectivas da carreira, e os próprios integrantes da banda, ao falarem do álbum, raramente a mencionavam. Mas o trabalho brilhante de Richards, somado ao baixo sempre preciso de Bill Wyman e uma bateria surpreendentemente pesada de Charlie Watts fazem com que a música seja suficientemente atraente para me motivar a trazê-la para essa seção.


Soul Survivor – Exile on Main Street (1972)

A música que encerra Exile on Main Street teve seu riff de guitarra copiado pela própria banda em “It Must Be Hell”, do álbum Undercover (1983) e reciclado em “Rock and a Hard Place”, de Steel Wheels (1989). Isso deveria ser o bastante para ela chamar mais a atenção, certo? Errado, muito errado. “Soul Survivor”, apesar das guitarras brilhantes de Richards e Mick Taylor (tocando com slide), e do vocal furioso de Mick Jagger, com o apoio de Nicky Hopkins no piano (que chega a tocar desacompanhado antes da coda da música), de um monte de backing vocals (dentre eles, um certo Mac Rebennack, que a maioria dos mortais conhece como Dr. John) e da seção de metais formada por Bobby Keyes e Jim Price, nunca saiu do seu status de encerramento do álbum duplo. Durante a turnê de 1972, a música não foi nem mesmo cogitada para as apresentações ao vivo, e depois que os Stones voltaram a se apresentar regularmente no final dos anos 80, “Soul Survivor”, diferentemente de outras músicas de Exile …, nunca apareceu nos setlists. Mesmo Mick Taylor, que revisita músicas pouco conhecidas do catálogo do grupo em seus shows, parece não ter interesse em tocá-la ao vivo. Em termos de coletânea, ela só apareceu na raridade Rolling Stones Volumen 2, um CD promocional mexicano que era distribuído pela Coca-Cola (por isso flexibilizei a regra das coletâneas), e trazia seis músicas praticamente sem relação alguma entre si. Uma pena; se servir de consolo, a descarada “It Must Be Hell” também nunca apareceu em shows ou coletâneas da banda.


Hide Your Love – Goat’s Head Soup (1973)

Gravada originalmente por Mick Jagger ao piano e Mick Taylor soltando fogo na guitarra, “Hide Your Love” data de 1969, mas só foi ser lançada em 1973, no lado B de Goat’s Head Soup, com Charlie na bateria, o produtor Jimmy Miller no bumbo, Keith Richard no baixo e Bobby Keyes no sax barítono, adições posteriores à gravação original para que a música se encaixasse melhor no disco da sopa de cabeça de bode. “Hide Your Love” é basicamente um blues simples, com uma letra absolutamente inócua, que serve de veículo para solos brilhantes de Taylor, estimulado por Jagger, que solta um “go on, my man” no meio dela. The Rolling Stones sempre foram uma banda bastante coesa, que abria pouco espaço para o brilho individual de seus músicos, mas aqui são uma base para um guitarrista solo se divertir livremente; talvez isso tenha pesado na hora de escolher músicas para as antologias. O clima é de uma jam session que virou música – algo que você jamais esperaria de uma banda como os Stones. “Hide Your Love” não apareceu no setlist da turnê de 1973, e depois que Mick Taylor saiu, dificilmente apareceria, já que Ronnie Wood, apesar de ser um guitarrista habilidoso, prefere ser o fiel escudeiro de Keith Richards, brilhando bem menos do que poderia; com isso, as chances de ela ser valorizada por meio de apresentações ao vivo caíram bastante. Quando Goat’s Head Soup foi homenageado com uma box set, uma versão alternativa de “Hide Your Love” acabou encontrando lugar no CD de raridades, mas foi só; os compiladores sempre preferiram “Angie” para representar o álbum de 1973 nas coletâneas.


Think I’m Going Mad – single b’side (1983)

“Think I’m Going Mad” foi gravada em 1979 durante as sessões que geraram Emotional Rescue. Por algum motivo, o grupo achou que essa balada frágil não se enquadrava no LP e a engavetou sem muita cerimônia, só para recuperá-la no início de 1984, quando o terceiro single de Undercover, com “She Was Hot” no lado A, foi lançado. Teoricamente, a música foi lançada em compacto e não se enquadraria, mas, honestamente, tirando fãs do Iron Maiden, a maioria não presta atenção nos lados B. A banda é acompanhada aqui por Mel Collins, que brilha no sax, tanto na introdução quanto num solo, com Mick Jagger no piano, Ronnie Wood tocando pedal steel guitar de forma bastante discreta (um instrumento que ele sempre gostou e até hoje faz umas aparições nos shows dos Stones, normalmente sem pedal para apoiar), e Keith, Bill e Charlie nos seus papéis tradicionais. É verdade que Emotional Rescue teve sua dose de baladas, mas “Think I’m Going Mad” poderia ter entrado no lugar da muito mais fraca “Indian Girl”; possivelmente o fato de que Jagger nunca completou a letra da música a seu contento deve ter pesado bastante. No entanto, é uma bela canção em que a harmonia vocal de Keith acrescenta um tempero adicional, e a bateria precisa de Charlie Watts e o baixo discreto de Bill emprestam um charme adicional. Quando a banda lançou Rarities 1971-2003, esta foi uma das exclusões mais flagrantes nesse mal planejado lançamento, e à exceção de uma box set contendo todos os singles lançados desde 1971, “Think I’m Going Mad” nunca encontrou seu lugar numa antologia, menos ainda num setlist de show.


Hold on to Your Hat – Steel Wheels (1989)

Quando Steel Wheels foi lançado em 1989, este velho fã dos Stones tinha passado por maus bocados defendendo álbuns fraquinhos como Undercover e Dirty Work perante seus amigos, e ainda tinha passado três anos sem nada de novo da banda. O disco trazia Rolling Stones soando mais forte e mais rocker do que nos imediatamente anteriores, e detonou uma longa turnê americana – e posteriormente uma europeia – em que algumas músicas foram apresentadas, mas não essa aqui. “Hold on to Your Hat” é curta e surpreendentemente pesada para os padrões dos Rolling Stones, com múltiplos solos de guitarra tocados por Keith Richards – de acordo com os créditos do álbum (e conferidos pelos especialistas como Nico Zentgraf), Ronnie se restringiu ao baixo, com Mick tocando uma guitarra rítmica bem distorcida e Charlie fazendo o seu usual na bateria. A letra não é nada de especial, basicamente sendo a velha misoginia de Mick Jagger em destaque. Steel Wheels tem doze músicas, reflexo da duração maior dos discos introduzida pela popularização dos CDs, o que ajuda a entender por que esse rock pesado nunca chamou muito a atenção da maioria das pessoas – mas não passou desapercebido aos ouvidos de um fanático como eu, que nunca esqueceu a surpresa que o tomou quando a ouviu pela primeira vez, pois não se parecia em nada com as outras músicas do grupo. Como as músicas mais famosas do álbum sumiram dos setlists das turnês recentes, a possibilidade de que “Hold on to Your Hat” venha a ser tocada ao vivo pela banda é praticamente nula.

Lucas Arruda – “Sambadi” (2013)

 

Musicalmente falando, eu acho que o que estou fazendo é, basicamente, a continuação de uma estética de linguagem musical que existe no Brasil desde os anos 60 e 70, mas que de repente ficou meio esquecida por aqui.”

Esse cara é um gênio. Para mim, ele salva esse cenário supermedíocre de hoje”.

Ano passado publiquei aqui no Clyblog uma lista dos meus melhores discos instrumentais brasileiros de todos os tempos. Salvo a minha ignorância de não listado a obra-prima de Robson Jorge e Lincoln Olivetti, de 1982 (menção esta aqui com a qual me sinto agora livre do justo espancamento), um que não incluí, pois ainda não o conhecia nem o entendia suficientemente devido à sua recência, é “Sambadi”, de Lucas Arruda, de 2013. Considero, no entanto, que desfaço agora duplamente a injustiça ao sagrá-lo como um ÁLBUNS FUNDAMENTAIS, tanto por destacá-lo assim, exclusivamente, como pelo fato de ser o álbum mais recente sobre o qual já escrevi entre os meus mais de 40 para esta seção.

O certo é que esse destaque não se sustenta por um sentimento de culpa. “Sambadi” é que é muito bom. Primeiro disco deste talentoso jovem capixaba multi-instrumentista radicado no Rio de Janeiro, é ao mesmo tempo um trabalho autoral e raro na música brasileira dos últimos 20 anos como também uma homenagem aos ídolos da soul music e do samba-jazz brasileiro, forte nos anos 60 e 70 mas gradativamente desvalorizado a partir dos 80. O resultado é um disco semi-instrumental altamente sofisticado pela habilidade de Lucas, responsável por praticamente todos os instrumentos (a bateria, único que ele não toca, é de seu irmão, Thiago Arruda). As referências vão dos mestres norte-americanos Stevie Wonder, Curtis Mayfield e George Duke aos brasileiros Tamba TrioAzimuth, Marcos Valle, Black RioSambrasa Trio, Ed Motta, os próprios Robson Jorge, Olivetti, entre outros dentre os que dominam o legado da MPB e o manancial estético oferecido pelo jazz e o R&B.

Physis” dá a cara da abertura com uma linha de sintetizador marcando acordes que vão e voltam, acompanhados por vocalises de Lucas. Ao fundo, um clima muito brasileiro se forma com sons da natureza de nossa flora e fauna. Prenúncio da brasilidade que se sentirá fortemente a partir dali. Sem dar tempo de respirar, a primeira faixa emenda com “Tamba”, um samba-funk gostoso e sofisticado no qual Lucas manda ver em lindos improvisos de seus teclados (piano, Fender Rhodes e sintetizador). Nos tons médios, a guitarra, numa levada de mexer o esqueleto, sustenta a base junto com o Rhodes e a batida sincopada da caixa, enquanto o baixo e o bumbo mantém a seção grave. Afora a visível homenagem ao famoso trio de bossa-jazz dos anos 60 comandado pelo pianista Luiz Eça, a sonoridade remete mesmo durante todo o disco fortemente à Azimuth, outra grande banda da mistura de jazz e MPB, porém esta, já setentista, com o espírito fusion de então.

Aliás, a arquitetura timbrística de “Sambadi” respira o tempo todo a Rio de Janeiro e a essa atmosfera da Azimuth, e isso por dois motivos. Primeiro, pelo arranjo e produção serem do próprio Lucas Arruda, que encerra todas as músicas do disco dentro do mesmo conceito sonoro: bateria e/ou percussão e/ou programação de ritmo (uma ou duas juntas no máximo), guitarra, baixo, piano elétrico e sintetizador ou Fender Rhodes. Fora um ou outro instrumento ocasional (cavaquinho, violão) ou voz, as texturas do disco são permanentemente essas, o que lhe dá bastante coesão. E essa sonoridade é muito Azimith, principalmente no mitológico "Light as a Feather", de 1979, porém adicionando a isso a limpidez dos estúdios digitais de hoje. Segundo: quem executa tudo é apenas um músico: o próprio autor – fora a bateria, que também vêm de alguém do sangue Arruda. E com tamanho talento, tudo funciona redondinho. “Batuque” (outra referência a seus mestres, nesse caso, o clássico “Batucada Surgiu”, dos irmãos Valle, de 1967) acelera o ritmo mas mantém a mesma malemolência e elegância. Na percussão, além da bateria, um agogô joga o ouvinte pra dentro de um terreiro de samba. Nesta, Lucas investe em solos não só de seus teclados, mas também da guitarra, tudo sob uma linha de baixo 4/4 maravilhosa a la Ron Carter que lembra as realizadas pelo baixista norte-americano nas memoráveis gravações com os brasileiros Airto MoreiraTom Jobim e Hermeto Paschoal.

black music ganha um preito especial em “Who’s that Lady”, de autoria de O'Kelly Isley, do grupo soul norte-americano Isley Brothers, das poucas cantadas do disco. Clima sensual e charmoso nesse AOR que podia rodar em qualquer rádio retrô tipo Continental que os desavisados achariam que foi gravada nos anos 70. Sem percussão, apenas no piano elétrico e sintetizador, “Rio Afternoon”, na sequência, é quase uma vinheta atmosférica como a inicial “Physis”, demarcando agora o começo de uma nova seção do disco, como se o CD tivesse o lado B do vinil. Essa segunda parte começa com a também curta “Na Feira”, um baião hi-tech, provando o quanto Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira são sofisticados.

Tudo isso faz cama para a excepcional faixa-título em seus cerca de cinco minutos de puro desenvolvimento de solos e perícia nas linhas de base. O espírito nordestino se mantém na marcação metálica de um triângulo, que vem com os keyboards espaciais do Rhodes e uma rica linha de guitarra ao estilo Nile Rodgers. Uma programação eletrônica, associada à bateria e a percussões, aponta o ritmo. O baixo, entretanto, é um destaque à parte, denotando o quanto Lucas é ouvinte atento de suas fontes. Com uma letra quase incidental, ele canta versos que mais fazem dar sentido melódico à ideia de “samba de” (“Sambadi balada/sambadi quebrada/ sambadi embolada/ sambadi linha do mar...") do que para inventar poesia. A melodia, swingada e requintada, algo entre o samba e o funk, dá espaço tanto para os solos quanto para floreios dos instrumentos, principalmente da guitarra e do Rhodes.

Outra aberta lembrança à Azimuth, “Carnival” (alusão à “Jazz Carnival”, sucesso da banda de José Roberto Bertrami) põe ainda mais groove no samba. Já “Alma Nova” faz cair novamente o ritmo para aclimatar uma bela bossa-nova romântica, a última com letra de verdade. Lucas canta com leveza e afinação sobre uma batida de violão sincopada, característica do estilo, somada a um acompanhamento na bateria do irmão Thiago digno de um Milton Banana ou um João Palma. O piano e o Rhodes estão ali funcionando no arranjo como integradores da faixa ao restante do repertório mesmo com a estética distinta que a bossa-nova impõe. Para arrematar, uma nova sequência de “Tamba”, finalizando o álbum novamente com um instrumental de alto virtuosismo.

Festejado por gente do calibre de Ed Motta, por quem a admiração é recíproca, o surgimento de Lucas Arruda vem como um raiar de esperança na música brasileira contemporânea tão infestada pelo medíocre, conformada com o mediano e, quando melhor que isso, ainda ditada por artistas de gerações (bem) anteriores. Ironicamente, o que acontece com Lucas Arruda é a repetição do que muitas vezes já se viu em terras tupiniquins: seu trabalho foi apreciado antes no exterior (no caso dele, Europa e Japão) para depois receber atenção aqui. Pouca, diga-se de passagem. E se a galera da MPB pós-bossa-bova está toda na faixa dos 70 anos, o aparecimento de um guri de apenas 32 de idade (30 quando gravou “Sambadi”) é no mínimo alentador. Com uma estreia luminosa como essa isso se torna ainda mais promissor. Neste sentido, não parece coincidência que seu novo CD, lançado em março desse ano (novamente primeiro no exterior) traga um título consideravelmente simbólico: “Solar”.

Lucas Arruda - Sambadi (Radio Edit)
**************
FAIXAS:
1. Physis - 1:15
2. Tamba, Pt. 1 - 7:10
3. Batuque - 5:38
4. Who's That Lady (O'Kelly Isley) - 3:40
5. Rio Afternoon - 1:37
6. Na Feira - 1:29
7. Sambadi - 5:18
8. Carnival - 3:30
9. Alma Nova (Arruda/Fabricio Di Monaco) - 5:33
10. Tamba, Pt. 2 - 4:41

todas as composições de autoria de Lucas Arruda, exceto indicadas.


Love - "Forever Changes" (1967)

 


"- Mas você disse que me amaria para sempre!
- exclamou a garota.
E o namorado respondeu:
- Bem, para sempre muda."
diálogo de um casal de amigos do vocalista Arthur Lee
que teria originado o nome do álbum


Meu irmão, que é bem mais pesquisador que eu, foi quem me apresentou o Love. Naquela época ele costamava ir atrás das recomendações da seção chamada Discoteca Básica da revista Bizz. Lá destacavam um álbum chamado Forever Changes", com uma capa bem psicodélica na qual um conjunto de rostos dava forma a algo tipo um coração humano hipercolorido. Como éramos meio duros de grana, meu irmão costumava pagar para gravar numa loja de discos, e assim, numa fita gravada, o “Forever Changes” apareceu pra mim.
Gamei logo de cara! “Que que era aquilo?”. Era ao mesmo tempo, forte, romântico, apaixonado, louco, psicodélico, sofisticado, rock, orquestral. Trazia uma semente de hard rock ao mesmo tempo que dava peso às músicas apenas com violões, tinha solos de metais e bases de cordas e orquestra.
Alone Again Or”, a primeira, abre o disco de maneira magnífica com um vocal dobrado e um solo de trumpete bem ao estilo tourada madrilenha; a segue outra maravilhosa, "A House is Not a Motel", mais rock, mais cheia de guitarras mesmo, inclusive com um solo bem bacana  antecedido por uma virada de bateria daquelas de guardar na memória; “Andmoreagain”, docemente melódica traz nos seu delicado arranjo uma atmosfera colorida de bucolismo; a sétima faixa, de nome quilométrico é embalada, é poderosa, cheia de força, com seu arranjo complexo misturando o poder das guitarras com naipes de metal espetaculares; "Live and Let Live" inicia bem folk, bem country mas logo passa a alternar para um rock potente e encorpado embasado por violões fortes; e "You Set the Scene" que fecha a obra é outra das minhas favoritas, dosando genialmente entre a pegada e o requinte.
Obra de arte do rock de uma das bandas mais cultuadas e respeitadas no meio musical. Referendados na sua época mesmo por nomes como Neil Young, Jim Morrisson  e Jimmi Hendrix , sendo este último inclusive amigo particular de Arthur Lee, o 'difícil' vocalista e cérebro desta banda espetacular que teve muitos altos e baixos na carreira, muito em virtude d e seu temperamento complicado. Mas infelizmente todo gênio é meio assim, não?
Consta que "Forever Changes" seria uma resposta de Arthur Lee a "Sargent Pepper's..." dos Beatles.
Sabemos quem é mais conhecido mais significativo mais importante e tudo mais, mas não há como se negar que foi uma boa resposta. Ah, isso foi!
***********************
FAIXAS:
1. Alone Again Or
2. A House Is Not A Motel
3. Andmoreagain
4. The Daily Planet
5. Old Man L
6. The Red Telephone
7. Maybe The People Would Be The Times Or Between Clark And Hilldale
8. Live And Let Live
9. The Good Humor Man He Sees Everything Like This
10. Bummer In The Summer
11. You Set The Scene





Lou Reed & John Cale - "Songs for Drella" (1990)

 

“Lou e eu tivemos uma conversa, e se tornou muito mais importante expor o que nós dois tínhamos [de relação com Andy Warhol], criando um show com apenas duas pessoas no palco, para que todos vissem nossa história. Achei que era mais importante – quase mais importante do que a música”.
John Cale

“O que você experimenta por meio desse registro é o relacionamento entre nós e Andy. Não se trata apenas de Andy; não é apenas, ‘oh! ele fez isso, ele fez aquilo’. Quando você experimenta ‘Drella’, é sobre John e eu, é sobre mim e Andy, e é sobre John e Andy. Queremos que você conheça melhor Andy Warhol, que você o sinta como John e eu o sentimos, para que você possa vivenciar a presença dessa pessoa única e incrível e se aproximar dela.” 
Lou Reed

Há quem contradiga o ditado de que “dois raios não caem no mesmo lugar”. Se for considerar a parceria entre Lou Reed e John Cale, essa máxima realmente não se aplica. Tanto pela raridade do fenômeno quanto por sua fugacidade, em todas as ocasiões em que os dois estiveram juntos ao longo de quase quatro décadas, o céu proporcionou um espetáculo irrefreável de belezas, mas também não demorou a se precipitar com violência. E isso, não apenas uma, mas duas, três vezes pelo menos. Tal como forças da natureza semelhantes e intensamente fortes, não suportam uma a outra pela tamanha atração que exercem entre si, repelindo-se mutuamente tão logo realizem seu feito. 

Foi assim com Reed e Cale desde sempre. Dois dos maiores talentos de sua geração de prodigiosos jovens artistas nascidos no pós-Guerra, são figuras essenciais para a cena da contracultura nova-iorquina, que mudou os rumos da vida social na segunda metade do século XX. Isso, contudo, não impediu que as desavenças se manifestassem. Pelo contrário, era-lhes como dar mais munição. Já na Velvet Underground, histórica banda que cofundaram com Moe Tucker e Sterling Morrison nos anos 60 e espinha dorsal do rock junto a BeatlesBob Dylan e Rolling Stones, isso já acontecia. Mesmo com a alta sinergia artística que os unia e os colocava como o principal núcleo criativo do grupo – capaz de inventar algumas das mais elevadas obras da música contemporânea, como “Heroin”, “Venus in Furs” e “Sister Ray” –, as diferenças falavam mais alto do que as semelhanças. A Velvet continuou com Reed até este partir para sua própria carreira no início dos anos 70, mas Cale, incomodado com o parceiro, não suportou mais do que dois discos e saltou fora um ano após a estreia no clássico "Disco da Banana" para voos solo e na produção musical.

Já veteranos, os integrantes da banda promoveram uma nova aproximação somente 25 anos, em 1993, para o memorável show “Live MCMXCIII”. A turnê comemorativa, que vinha emocionando fãs por onde passava, entretanto, mal havia começado e teve de ser subitamente interrompida por causa de brigas entre os dois líderes. De novo os iluminados raios se chocavam e faziam fechar o tempo, transformando a situação festiva em um dilúvio de ferozes descargas elétricas.

A Velvet com Nico: apadrinhados por Andy
Somente um milagre da natureza para fazer com que tanto talento (e ego) pudesse permanecer minimamente em harmonia por algum tempo, mesmo que curto, sem que se provocasse imediatamente mau-tempo. Esse milagre tinha nome e lhes era um velho conhecido desde os tempos das performances multimídia da Exploding Plastic Inevitable, nos primeiros anos da Velvet. Chamava-se Andy Warhol. Fazia já três anos que o pai da pop art e padrinho artístico da turma havia dado adeus, deixando neles uma sensação de dívida para com a figura que, junto com eles – mas também abarcando-os –, havia transformado os cânones da cultura mundial para sempre com sua proposta artística ousada e conectada com a pós-modernidade. No entanto, ainda precisou que um segundo raio teimasse em se lançar no mesmo ponto: praticamente um ano depois, a cantora e modelo alemã Nico, parceira do histórico primeiro disco da Velvet e musa musical de Cale por vários anos, também morria. A despedida de Nico, que dera voz a alguns das principais composições da dupla, como “All Tomorrows Parties” e “Femme Fatalle”, deixou a Cale e Reed mais do que evidente que aquele 1990 lhes trazia um aviso do firmamento. Sim, precisavam unir-se. Foi então que, entre tempestades e quietações, nasceu Songs for Drella, o qual completa 30 anos de lançamento.

Precavidos do próprio histórico, a combinação foi a seguinte: por três meses, os dois – e somente os dois –, suportariam o confinamento e baixariam a cabeça para comporem conjuntamente um repertório inteiramente novo em memória a Andy. Três meses apenas. O que talvez seja muito pouco tempo para alguns, foi mais do que suficiente para que os conflituosos, mas não menos experientes e afinados companheiros, compusessem uma obra-prima única em vários aspectos. A começar pela ocasião em si, para a qual Reed e Cale conceberam também algo especial, uma vez que sabiam da responsabilidade que lhes cabia: somente eles podiam cumprir aquela tarefa. Embora a vastidão da influência de Andy para a arte, estabelecendo nesta um "antes" e um "depois" de si, eram Reed e Cale seus verdadeiros herdeiros na música. Por isso, entendiam que a homenagem a Andy pedia pompas. Afinal, somente um indivíduo ímpar na humanidade poderia juntar Drácula com Cinderella (daí, o apelido “Drella”). Com isso, “Songs” saiu não apenas um disco, mas uma ópera-rock, que respeita toda a estrutura clássica tal como o rock havia incorporado ao narrar uma história de apogeu e miséria e final necessariamente trágico. Outra excepcionalidade é ter apenas os dois no recinto tocando, cantando, gravando, mixando e produzindo a si próprios. O resultado é um disco de sonoridade minimalista mas altamente expressiva, em que não há percussão, sopros, orquestra ou outras vozes, apenas as cordas vocais dos dois falando pela de Andy e intercalando-se e a de seus instrumentos: guitarras, baixo, viola e piano/teclados.

Cale, Reed e Andy em 1976: relação antiga e muito cúmplice

Para narrar a trajetória de Andy, Cale e Reed determinam, então, 15 movimentos em que se ouvem a sofisticação do art rock, a fúria do punk, a ousadia da vanguarda, a tradição clássica europeia e o palpável da canção pop. Tudo que Andy lhes legou em ideias e conceitos, desde a Velvet até as suas carreiras solo, era revisado e revisitado de forma altamente madura e concisa, mas também emocional e devota. Num teor erudito, a provocativa “Smalltown” começa como uma espécie de minueto ternário em allegro em que a voz de Reed faz resgatar o desejo do jovem Andy antes de mudar-se para a cosmopolita Nova Yprk nos anos 50. Gay, estranho e totalmente deslocado em sua Pittsburgh natal, ele tinha uma única certeza: a de que queria sair dali. “De onde é que Picasso vem/ Não há Michelangelo vindo de Pittsburgh/ Se a arte é a ponta do iceberg/ Eu sou a parte mais ao fundo“. 

A percepção de que o destino de Andy era mudar os padrões da sociedade começa a ser desenhada a partir do momento em que ele pisa na Big Apple, mais precisamente quando “abre a casa” na 81st Street, em Manhattan, para receber toda a fauna de artistas e doidões de uma Nova York em plena ebulição criativa. Era a Factory, seu lendário estúdio de onde a arte ocidental entrou de um jeito e saiu de outro para nunca mais ser a mesma. A dupla dá a este momento ares litúrgicos e ambientais, mas ao mesmo tempo recorre ao minimalismo nas três notas repetidas que formam o núcleo melódico de "Open House", o mesmo que usaram em "Waiting for the Man", outra sua do repertório da Velvet. 

Enquanto Cale canta a busca de Andy por patrocínio junto aos mecenas endinheirados, a quem apresenta um portfólio com suas embalagens de Brillo e uma tal banda chamada Velvet Underground (“Style It Takes”), Reed, na sequência, sob um ruidoso e minimalista rock, traz o artista em atividade (“Work”) fazendo lembrar o som hipnótico e sequencial de contemporâneos de anos 60, mas estes, da cena avant-garde da Califórnia, Philip Glass e Steve Reich. Logo começam, entretanto, os problemas. “Trouble With Classicists”, numa melodia neo-renascentista quase declamada por Cale, traz as idiossincrasias entre a arte moderna e classicismo, bem como o embate com os críticos.  

A efervescência nova-iorquina agora está nas veias de Andy. A intensa “Starlight”, com as guitarras distorcidas de Reed e o toque atonal do piano de Cale, fala da casa LGBT que abrigou seus pares: Ingrid, Viva, Little Joe, Baby Jane, Eddie S. “Starlight aberto/ Luz das estrelas abre sua porta/ Isso se chama Nova York/ Com filmes na rua/ Filmes com pessoas reais/ Que você recebe é o que você vê”. Desses personagens reais surgem as famosas fotografias e serigrafias como as que imortalizou de Marylin MonroeElvis Presley ou Truman Capote. O genial e inquieto rapaz do interior agora se encontra totalmente consigo mesmo. Criador e criaturas se homogeneízam. Para Andy, cantado no elegante timbre de Cale numa das mais brilhantes do disco, “rostos e nomes são tudo a mesma coisa”Kitsch, celebridades, sexo, drogas, noite, ruas. Em "Faces and Names" a arte sai pelos poros, seja pela pintura, cinema, teatro ou música. São os “15 minutos de fama” e muito mais. Andy, no auge, prossegue formando novas figuras, como Reed canta noutra maravilha de “Songs”, “Images”. A viola ao estilo La Monte Young de Cale e a guitarra com efeitos de pedal de Reed formam um corpo dissonante só para registrar que, além do figurativo, o abstrato também integra o repertório pictórico do artista visual. 

A dupla em 1990 na rara
reunião para homenagear
o pai da pop art
Tanta exposição resulta na primeira grande crise, fato presente nas cinco faixas seguintes, que é a tentativa de assassinato que Andy sofreu da feminista radical Valerie Solanas, a qual se sentira ofendida com ele em razão de um desacerto profissional. A melodiosa “Slip Away (A Warning)” fala justamente do conselho de amigos para que fizesse o movimento inverso do que vinha procedendo: ao invés de “open house”, fechar seu estúdio. Pressentimento do pior. A barra segue pesada com “It Wasn't Me”, em que Andy tenta convencer Solanas a não se suicidar e de que ele não tinha culpa. O tiro, literalmente, saiu pela culatra: em 3 de junho de 1968, ela invade a Factory armada e desfere três tiros contra Andy, o que lhe deixou sequelas físicas e emocionais para o resto da vida. “I Believe”, outra ótima, narra com detalhes e urgência a cena do atentado, da chegada dela ao local à agonia de Andy no hospital. Solanas, que passou três anos na prisão pelo ocorrido, morreria 14 meses depois de Andy (e dois antes de Nico) em abril de 1988.

O belo country “Nobody But You” versa ainda sobre o traumático episódio (“Eu realmente me importo muito/ Embora pareça que não/ Desde que eu fui baleado/ Não há ninguém além de você”), encaminhando o musical para um desfecho, como se sabe, melancólico como em todas as óperas. Na discursiva e etérea “A Dream”, Cale traz sua veia new age e neoclássica captada junto a outros parceiros, como Terry Riley, Brian Eno e Kevin Ayers. A letra é um fluxo de pensamento de Andy, cuja descrição de um sonho traça um panorama de vários momentos de sua biografia: os primeiros anos, a Velvet, pessoas de convivência, a amizade com Reed e Cale, o incidente na Factory e as feridas que a vida lhe trouxe. A indagação: “Puxa, não seria engraçado se eu morresse neste sonho antes que eu pudesse inventar outro?”, quase ao final da faixa, denota o pressentimento de que os últimos traços de um artista sublime estavam sendo dados. 

A arquitetura narrativa de “Songs” - que mantém um exemplar equilíbrio entre densidade e leveza, tonalismo e dissonâncias, agitação e calmaria, classicismo e vanguarda, agressividade e lirismo - surpreende mais uma vez na virada da contemplativa e extensa “A Dream” para o blues ultramoderno “Forever Changed”, talvez a mais impactante de todo o álbum. Ciente da proximidade da morte, Andy compreende igualmente a sina de todo grande artista: a permanência do seu legado. “Eu fui”, mas tudo “mudou para sempre”. A consciência da eternidade. Se Cale emenda as duas anteriores, é Reed quem tem o privilégio de desfechar este réquiem. Isso porque, ao invés de prosseguirem a narrativa na terceira pessoa, como que falando pela voz de Andy, são as próprias palavras de Reed que compõem a letra de“Hello It's Me” numa emocionante carta de despedida. “Andy, sou eu, não te vejo há um tempo/ Eu gostaria de ter falado mais com você quando você estava vivo”, abre dizendo na singela balada, mais uma como “Femme Fatale” e “Sunday Morning” composta pelos dois em meio aos vários proto-punks raivosos e sinfonias ruidosas dos tempos de Velvet. 

Terminada a gravação, também não durou muito a turnê de “Songs”. Após algumas apresentações, Cale e Reed separaram-se novamente, como raios excelsos que entram em choque depois de mal se aproximarem. A última ocasião, o reencontro da Velvet, três anos dali, foi sentenciada com a partida de Sterling Morrison dois mais tarde e a do próprio Reed, em 2013. Antes da tormenta, contudo, o tempo colaborou para que registrassem este impecável e sui generis disco, que evidencia o quanto figuras como Andy Warhol fazem falta sempre. E por quê? Porque, como um Michelangelo, um Mozart, um Picasso, um Shakespeare, ícones revolucionários invariavelmente deixam lacunas impreenchíveis, simplesmente. Ouvir “Songs” hoje, a três décadas de seu lançamento, dá a dimensão do que existências como as de Andy, Reed, Nico e Morrison significam depois que partem e da importância dos que ficam, como Cale e Moe. Raios muito raros que, incrivelmente, caíram no mesmo lugar. Justo por isso que o disco tenha se concluído com estes versos: “Bem, agora Andy, acho que temos que ir/ Espero de alguma forma que você goste deste pequeno show/ Eu sei que é tarde, mas é a única maneira que eu sei/ Olá, sou eu/ Boa noite, Andy”.

Show de "Songs for Drella"de Lou Reed e John Cale (1990)


**********
FAIXAS:
1. “Smalltown” - 2:03
2. “Open House” - 4:16
3. “Style It Takes” - 2:54
4. “Work” - 2:36
5. “Trouble With Classicists” - 3:40
6. “Starlight” - 3:26
7. “Faces And Names” - 4:11
8. “Images” - 3:28
9. “Slip Away (A Warning)” - 3:04
10. “It Wasn't Me” - 3:29
11. “I Believe” - 3:17
12. “Nobody But You” - 3:44
13. “A Dream” - 6:33
14. “Forever Changed” - 4:49
15. “Hello It's Me” - 3:03
Todas as composições de autoria de Lou Reed e John Cale




Sex Pistols

 

O post de hoje é sobre aqueles infames e icônicos arruaceiros e encrenqueiros, os Sex Pistols . A história da banda pode ser resumida em uma frase: tudo era bom demais até que ficou ruim demais. Acho que não faz sentido escrever nada sobre essa banda, já que uma tonelada de informações foi escrita, filmada e analisada sobre eles nos últimos 40 anos, e encontrar tudo isso não é difícil! Esses caras definitivamente influenciaram este mundo, deixando para trás apenas um álbum e um monte de gravações piratas e coletâneas obscuras! Esqueçam as besteiras. Aqui estão os Sex Pistols!!!

* * * * *





* * * * *
(CLICK NO TITULO DOS DISCOS)



Satellite
Submission
Liar
No Fun
Pretty Vacant
Problems
I Wanna Be Me
Lazy Sod
New York
No Lip
Stepping Stone
Substitute
Anarchy In The Prison
Did You No Wrong
The recording featured many non-Sex Pistols overdubs and insertions arranged by 
the band's early soundman Dave Goodman. These included a canned audio 
track of a riot (complete with shouting, scuffles, breaking glass, etc.).



Anarchy In The U.K.
I Wanna Be Me
I'm A Lazy Sod
Dolls (New York)
Don't Give Me No Lip Child
(I'm Not Your) Steppin' Stone
Satellite
Submission
Liar
Substitute
No Feelings
No Fun
Pretty Vacant
PA Trouble
Problems



Anarchy in the UK
I wanna be me
Seventeen
New York
EMI
No Feelings
Pretty vacant
No Fun
Problems
God save the Queen



Anarchy In The UK
I Wanna Be Me
Seventeen
New York
EMI (Unlimited Edition)
No Fun
No Feelings
Problems
God Save The Queen



Holidays In The Sun
Bodies
No Feelings
Liar
God Save The Queen
Problems
Seventeen
Anarchy In The U.K.
Submission
Pretty Vacant
New York
EMI (Unlimited Edition)




(Disc 1) Never Mind The Bollocks (Original)
Holidays In The Sun
Bodies
No Feelings
Liar
God Save The Queen
Problems
Seventeen
Anarchy In The U.K.
Submission
Pretty Vacant
New York
E.M.I.

(Disc 2) Spunk - This Is Crap
Seventeen
Satellite
Feelings
Just me
Submission
Nookie
No future
Problems
Lots of fun
Liar
Who was it ?
New York (looking for a kiss)
Problems
No feelings
Pretty vacant
Submission
No feelings
EMI
Satellite
Seventeen
Anarchy In The UK



E.M.I.
Submission
Satellite
No Feelings
Seventeen (Laza SOD)
Bodies
New York
Liar
E.M.I. (2nd Version)
Submission (2nd Version)



God Save The Queen
I Wanna Be Me
Seventeen
New York
E.M.I. (Unlimited Supply)
Belson Was A Gas
Bodies
Holidays In The Sun
Liar
No Feelings
Problems
Pretty Vacant
Anarchy In The UK
No Fun
Final show of the Sex Pistols 1978 US Tour: January 14, 1978 
at The Winterland Ballroom, San Francisco, California.



Radio Advert
God Save The Queen
I Wanna Be Me
Seventeen
New York
EMI
Bodies
Belsen Was A Gas
Holidays In The Sun
No Feelings
Problems
Pretty Vacant
Anarchy In The UK
No Fun
Sid Attacks A Member Of The Audience
God Save The Queen (Live Tulsa)



Intro
God Save The Queen
Did You No Wrong
Seventeen
New York
EMI
Bodies
Belsen Was A Gas
Submission
Holidays In The Sun
No Feelings
Problems
Pretty Vacant
Anarchy In The USA
No Fun
Liar



Soundcheck
God Save The Queen
I Wanna Be Me
Seventeen
New York
E.M.I.
Belsen Was A Gas
Bodies
Holidays In The Sun
Liar
No Feelings
Problems
Pretty Vacant
Anarchy In The UK
No Fun
Sid & John Interview
Steve & Paul Interview



The Very Name Sex Pistols
From Beyond The Grave
Big Tits Across America
The Complex World Of Johnny Rotten
Sex Pistols Will Play
Is The Queen A Moron?
The Fucking Rotter





God Save The Queen (Symphony)
Rock Around The Clock
Johnny B Goode
Road Runner
Black Arabs
Anarchy In The UK
Watcha Gonna Do About It
Who Killed Bambi
Silly Thing
Substitute
Don't Give Me No Lip Child
I'm Not Your Stepping Stone
Lonely Boy
Something Else
Anarchie Pour Le UK
Einmal War Belsen Bortrefflish
Einmal War Belsen Wirflich Bortrefflish
No One Is Innocent
My Way
C'Mon Everybody
EMI (Orch)
The Great Rock 'N' Roll Swindle
You Need Hands
Friggin' In The Riggin'



Symphony / God Save The Queen
Johnny B. Goode / Road Runner
Black Arabs Medley
Anarchy In The U.K.
Substitute
Don't Gimme No Lip Child
(I'm Not Your) Stepping Stone
L'Anarchie Pour Le U.K.
Belsen Was A Gas (Live)
Einmal Belsen War Wirflich Bortrefflich
Silly Thing
My Way
I Wanna Be Me (1976)
Something Else
Rock Around The Clock
Lonely Boy
No One Is Innocent
C'mon Everybody
EMI
The Great Rock 'N' Roll Swindle
Friggin' In The Riggin'
You Need Hands
Who Killed Bambi



Anarchy In The UK
I Wanna Be Me
God Save The Queen
Do You No Wrong
Pretty Vacant
No Fun
Holidays In The Sun
No One Is Innocent
My Way
Something Else
Silly Thing
C'mon Everybody
(I'm Not Your) Stepping Stone
Great Rock 'n' Roll Swindle



Anarchy In The UK
God Save The Queen
Pretty Vacant
I Wanna Be Me
Satellite
EMI
Liar
No Fun
I'm A Lazy Sod [live]
New York [live]
No Lip [live]
Substitute [live]
Problems [live]
No Feelings [live]



Anarchy In The Uk!
Pretty Vacant!!
Liar!!
New York Dolls!!
1976 Recorded live at Burton on Trent



Liar
Substitute
No Feelings
No Fun
Pretty Vacant
Problems
Anarchy In The Uk
I Wanna Be Me
I'm A Lazy Sod
New York
(Don't Give Me No) Lip Child
Stepping Stone
Submission




Submission
Seventeen
Satellite
I Wanna Be Me
Anarchy in the U.K.
No Feeling
Six Dave Goodman produced demos recorded between 13th & 30th July 1976



Sex Pistols:
God Save The Queen
Problems
Pretty Vacant
Liar
E.M.I.
New York
No Fun
Anarchy In The U.K.
Ex-Pistols:
Here We Go Again
Silly Thing
Dancing On The Dole
Anarchy In THe U.K.
Revolution In The Classroom
Judging Minds
Sex On 45
The Swindle Continues



Lazy Sod
New York
No Lip
Stepping Stone
Suburban Kids
Submission
Liar
Anarchy In The UK
Did You No Wrong
Substitute
No Fun
Pretty Vacant
Problems
I Wanna Be Me



No Feelings
P.V.C. (Wants To Be Me)
Rotten (Really Was A Crazy Sod)
Underwater Secrets
Bill Grundy Interview
C'mon Everybody
Search And Destroy
Malcolm's Interview
(Nothing Written)
Anarchy In The USA
Satalite
The Off Again
Finsbury Park Kid
No Lip
Somethin' Else
My Way
Revolution



Anarchy In The U.K.
God Save The Queen
Pretty Vacant
Holidays In The Sun
I Wanna Be Me
Did U No Wrong
No Fun
Satellite
Don't Give Me No Lip, Child
(I'm Not Your) Stepping Stone
Bodies
No Feelings
Liar
Problems
Seventeen
Submission
New York
EMI (Unlimited Edition)
My Way
Silly Thing (Steve Jones Vocal)



God Save The Queen
I Wanna Be Me
Seventeen
New York
Bodies
Submission
Holidays In The Sun
EMI
No Feelings
Problems
Pretty Vacant
Anarchy In The UK
No Fun
Liar



Bodies
Seventeen
New York
No Feelings
Did You No Wrong
God Save the Queen
Liar!
Satellite
(I'm Not Your) Steppin' Stone
Holidays in the Sun
Submission
Pretty Vacant
EMI
Anarchy in the UK
Problems
Buddies
No Fun
Problems (Spedding Demo)



Bodies/17/New York/No Feelings/Did You No Wrong/GOd Save The Queen
/Liar/Satellite/(I'm Not Your) Stepping Stone/Holidays In The Sun/Submission/
Pretty Vacant/E.M.I./Anarchy In The UK/Problems/No Fun




Disc 1
Anarchy In The UK
I Wanna Be Me
Seventeen
New York
EMI
No Feelings
Pretty Vacant
God Save The Queen
Bodies
Submission
Holidays In The Sun
Problems
Swindle Promo
Sid Vicious Interview
TV Documentary
MacLaren/Rotten Interview
Leeds Polt Interview
No Fun
Grundy Interview

Disc 2
Seventeen
Satellite
No Feelings
I Wanna Be Me
Sub Mission
Anarchy In The U.K.
Pretty Vacant
Holidays In The Sun
EMI
Belson Was A Gas
Problems
God Save The Queen



Pretty Vacant (Live) [23 Jun 96, Finsbury Park]
Buddies (Live) [23 Jun 96, Finsbury Park]
No Fun (Live) [23 Jun 96, Finsbury Park]
Problems (Spedding Demo)



Anarchy In The U.K.
I Wanna Be Me
I'm A Lazy Sod
Dolls (New York)
Don't Give Me No Lip Child
Substitute
Liar
No Feelings
No Fun
Pretty Vacant
Problems
reissue of the Burton-on-Trent gig from 1976



Rock Around The Clock
Anarchy In The UK
My Way
Who Killed Bambi?
God Save The Queen
Johnny B Goode
Anarchie Pour Le UK
Pretty Vacant
C'Mon Everybody
Friggin' In The Riggin'
Holidays In The Sun
Einmal War Belsen Wirflich Bortrefflish
You Need Hands
No Fun
Did You No Wrong
The Great Rock'n'Roll Swindle
I Wanna Be Me
Something Else
EMI (Orch)
No One is Innocent
Don't Give Me No Lip Child
Lonely Boy
Liar
EMI
God Save The Queen (Symphony)



God Save The Queen
Anarchy In The UK
Pretty Vacant
Holidays In The Sun
No One Is Innocent
My Way
Something Else
Friggin' In The Riggin'
Silly Thing
C'Mon Everybody
The Great Rock 'N' Roll Swindle
(I'm Not Your) Stepping Stone
Pretty Vacant - Live - Sex Pistols Reunion Show, Finsbury Park, 23rd of June,...
EMI (Unlimited Edition)



(Disc 1)
Holidays In The Sun
Bodies
No Feelings
Liar
God Save The Queen
Problems
Seventeen
Anarchy In The UK
Submission
Pretty Vacant 1
New York
EMI Unlimited Edition
I Wanna Be Me (Majestic Studios Demo Session)
No Feeling (Bonus B-Side) (Majestic Studios Demo Session)
Did You No Wrong (Majestic Studios Demo Session)
No Fun (Unedited) (Majestic Studios Demo Session)
Satellite (Majestic Studios Demo Session)
Problems (Majestic Studios Demo Session)
Pretty Vacant (Majestic Studios Demo Session)
No Feelings (Majestic Studios Demo Session)

(Disc 2)
Pretty Vacant (Denmark Street demo July 1976)
Submission (Denmark Street demo July 1976)
Anarchy In The UK (Wessex Studios session October 1976)
Substitute (Wessex Studios rehearsal session October 1976)
(Don't Give Me) No Lip (Wessex Studios rehearsal session October 1976)
(I'm Not Your) Steppin' Stone (Wessex Studios rehearsal session October 1976)
Johnny B Goode (Wessex Studios rehearsal session October 1976)
Road Runner (Wessex Studios rehearsal session October 1976)
Watcha Gonna Do About It (Wessex Studios rehearsal session October 1976)
Through My Eyes (Wessex Studios rehearsal session October 1976)
Anarchy In The UK (Wessex Studios rehearsal session October 1976)
NoFeelings (Instrumental) (Manchester Square session December 1976)
No Future (Manchester Square session December 1976)
Liar (Manchester Square session December 1976)
Problems (Manchester Square session December 1976)
New York (Gooseberry Studios january 1977)
God Save The Queen (Gooseberry Studios january 1977)
Satellite (Wessex Studios, NMTB outtake May-August 1977)
EMI (Wessex Studios, NMTB outtake May-August 1977)
Seventeen (Wessex Studios, NMTB outtake May-August 1977)
No Feelings (Wessex Studios, NMTB outtake May-August 1977)
Submission (Wessex Studios, NMTB outtake May-August 1977)

(Disc 3)
Anarchy In The UK (Live at Screen on the Green 1976)
I Wanna Be Me (Live at Screen on the Green 1976)
Seventeen (Live at Screen on the Green 1976)
New York (Live at Screen on the Green 1976)
(Don't Give Me) No Lip (Live at Screen on the Green 1976)
(I'm Not Your) Stepping Stone (Live at Screen on the Green 1976)
Satellite (Live at Screen on the Green 1976)
Submission (Live at Screen on the Green 1976)
Liar (Live at Screen on the Green 1976)
No Feelings (Live at Screen on the Green 1976)
Substitute (Live at Screen on the Green 1976)
Pretty Vacant (Live at Screen on the Green 1976)
Problems (Live at Screen on the Green 1976)
Did You No Wrong (Live at Screen on the Green 1976)
No Fun (Live at Screen on the Green 1976)
Understanding (Live Bonus Track)(Live at London, Nashville Rooms 1976)
Flowers Of Romance #1 (Live at London, 100 Club, 1976)
Flowers... #2 (Live at Birmingham, Barbarellas 1976)
Belsen Was A Gas (Live Bonus Track)(Live at Dallas, Longhorn Ballroom 1978)




Disc 1
Pretty Vacant
No Feelings
I Wanna Be Me
I´m A Lazy Sod
Submission
C´mon Everybody
Search & Destroy
Anarchy In The UK
Satellite
No Lip
Bill Grundy Interview

Disc 2
Somethin´ Else
C´mon Everybody
Stepping Stone
No Lip
I Wanna Be Your Dog
Belsen Was A Gas
Chatterbox
Tight Pants
My Way
Search & Destroy
My Way (Alt Version)



Did You No Wrong
No Lip
Seventeen
Stepping Stone
New York
Whatcha Gonna Do About It
Submission
Satellite
No Feelings
No Fun
Substitute
Pretty Vacant
Problems
No Fun
Manchester Lesser Free Trade Hall Friday June 4, 1976



Intro (There'll Always Be An England)
Seventeen
No Feelings
New York
Did You No Wrong
Liar
Holidays In The Sun
Submission
Stepping Stone
No Fun
Problems
God Save The Queen
EMI
Bodies
Anarchy In The Uk




Intro (There'll Always Be An England)
Pretty Vacant
Seventeen
No Feelings
New York
Did You No Wrong
Liar
Holidays In The Sun
Submission
I'm Not Your Stepping Stone
No Fun
Problems
God Save The Queen
EMI
Bodies
Anarchy In The Uk
Roadrunner



Intro
Pretty Vacant
Seventeen
No Feelings
New York
Did You No Wrong
Liar
Holidays In The Sun
Submission
Stepping Stone
No Fun
Problems
God Save The Queen
EMI
Bodies
Anarchy In The Uk
Roadrunner



Intro
Pretty Vacant
17 (Lazy SOD)
No Feelings
New York
Did You No Wrong
Liar
Holidays In The Sun
Submission
Stepping Stone
No Fun
Problems
God Save The Queen
EMI
Bodies
Anarchy In The UK
Roadrunner



Intro (There Will Always Be An England)
Pretty Vacant
Seventeen
No Feelings
New York
Did You No Wrong
Liar
Holidays In The Sun
Submission
Stepping Stone
No Fun
Problems
God Save The Queen
EMI
Bodies
Anarchy In The UK



There'll always be an england
Pretty vacant
Seventeen
No feelings
New york
Did you no wrong
Liar
Beside the seaside
Holidays in the sun
Submission
I'm not your stepping stone
No fun
Problems
God save the queen
E.M.I.
Bodies
Anarchy in the U.K.
End credits
Roadrunner



Holidays In The Sun
Bodies
No Feeling
Liar
No Future
Problems
Seventeen
Anarchy In The UK
Submission
Pretty Vacant
New York
EMI (Rough Mix)
Belsen Was A Gas
Belsen Was A Gas




Did You No Wrong (Lesser Free Trade Hall)
No Lip (Lesser Free Trade Hall)
Seventeen (Lesser Free Trade Hall)
Stepping Stone (Lesser Free Trade Hall)
New York (Lesser Free Trade Hall)
Whatcha Gonna Do About It (Lesser Free Trade Hall)
Submission (Lesser Free Trade Hall)
Satellite (Lesser Free Trade Hall)
No Feelings (Lesser Free Trade Hall)
No Fun (Lesser Free Trade Hall)
Substitute (Lesser Free Trade Hall)
Pretty Vacant (Lesser Free Trade Hall)
Problems (Lesser Free Trade Hall)

Anarchy In The UK (Screen On The Green Islington)
I Wanna Be Me (Screen On The Green Islington)
Seventeen (Screen On The Green Islington)
New York (Screen On The Green Islington)
No Lip (Screen On The Green Islington)
Stepping Stone (Screen On The Green Islington)
Satellite (Screen On The Green Islington)
Submission (Screen On The Green Islington)
Liar (Screen On The Green Islington)
No Feelings (Screen On The Green Islington)
Substitute (Screen On The Green Islington)
Pretty Vacant (Screen On The Green Islington)
Problems (Screen On The Green Islington)
Did You No Wrong (Screen On The Green Islington)
No Fun (Screen On The Green Islington)

Anarchy In The UK (Chelmsford Prison)
I Wanna Be Me (Chelmsford Prison)
Seventeen (Chelmsford Prison)
New York (Chelmsford Prison)
No Lip (Chelmsford Prison)
Stepping Stone (Chelmsford Prison)
Satellite (Chelmsford Prison)
Submission (Chelmsford Prison)
Liar (Chelmsford Prison)
No Feelings (Incomplete) (Chelmsford Prison)
Substitute (Chelmsford Prison)
No Fun (Chelmsford Prison)
Pretty Vacant (Chelmsford Prison)
Problems (Chelmsford Prison)
Anarchy In The UK (Chelmsford Prison)
Did You No Wrong (Chelmsford Prison)

Anarchy In The UK (76 Club Burton On Trent)
I Wanna Be Me (76 Club Burton On Trent)
Seventeen (76 Club Burton On Trent)
New York (76 Club Burton On Trent)
No Lip (76 Club Burton On Trent)
Stepping Stone (76 Club Burton On Trent)
Satellite (76 Club Burton On Trent)
Submission (76 Club Burton On Trent)
Liar (76 Club Burton On Trent)
Substitute (76 Club Burton On Trent)
No Feelings (76 Club Burton On Trent)
No Fun (76 Club Burton On Trent)
Pretty Vacant (76 Club Burton On Trent)
Problems (76 Club Burton On Trent)




CD 01 Live At The 100 Club, London Sep. 24, 1976
Anarchy In The UK
I Wanna Be Me
I'm A Lazy Sod
New York
Don't Give Me No Lip
Stepping Stone
Submission
Liar
Substitute
No Feelings
No Fun
Pretty Vacant
Problems

CD 02 Spunk
Anarchy In The UK (Edit Version)
Seventeen
Satellite
Feelings (No Feelings)
Just Me (I Wanna Be Me)
Submission
Nookie (Anarchy In The UK)
No Future (God Save The Queen)
Problems
Lost Of Fun (Pretty Vacant)
Liar
Who Was It (EMI)
Looking For A Kiss (New York)

CD 03 Live Worldwide
I Wanna Be Me
Anarchy In The UK
Pretty Vacant
No Feelings
No Lip
Submission
Stepping Stone
Satellite
No Fun
Substitute
Problems
God Save The Queen

CD 04 The Last Show On Earth + Sid's Debut
No Feelings
PVC (Wants To Be Me)
Rotten (Was A Lazy Sod)
Underwater Secrets (Pub Mission For Pigs Ears)
Anarchy For USA
I Love You (Sputnik)
C'mon Everybody
Chatterbox
Born To Loose
Sid Vicious Speaks
Take A Chance With Me
God Save The Queen
I Wanna Be Me
Seventeen
New York
Satellite
EMI
Liar
Pretty Vacant
Problems
No Feelings
Anarchy In The UK
God Save The Queen

CD 05 Bad Boys In Sweden
Anarchy In The UK
I Wanna Be Me
Seventeen
New York
EMI
Submission
Problems
God Save The Queen
Pretty Vacant
Anarchy In The UK
I Wanna Be Me
Seventeen
New York
EMI
No Feelings
Pretty Vacant
Problems
God Save The Queen

CD 06 God Save The Sex Pistols
God Save The Queen
I Wanna Be Me
Seventeen
New York
EMI
Bodies
Belson Was A Gas
Holidays In The Sun
No Feelings
Submission
Satellite
Problems
Pretty Vacant
Anarchy In The UK
Liar

CD 07 Pistols Shock USA!
God Save The Queen
I Wanna Be Me
Seventeen
New York
Bodies
Sub-Mission
Holidays In The Sun
EMI (Unlimited Edition)
No Feelings
Problems
Pretty Vacant
Anarchy In The UK


CD 08 Psychotic Reaction
God Save The Queen
I Wanna Be Me
Seventeen
New York
EMI
Bodies
Belsen Was A Gas
Holidays In The Sun
No Feelings
Problems
Pretty Vacant
Anarchy In The USA
Liar

CD 09 The Nashville Tapes
Did You No Wrong
No Lip
Lazy Sod
New York
Watcha Gonna Do About It
Stepping Stone
Submission
Satellite Kid
No Feelings
Pretty Vacant
No Fun
Substitute
Problems
Understanding
Did You No Wrong

CD 10 Live At The 100 Club September 20, 1976
No Feelings
Substitute
Pretty Vacant
Problems
No Fun
Anarchy In The UK
I Wanna Be Me
Seventeen
New York
No Lip
Stepping Stone
Satelitte
Submission

CD 11 Nikkers Club, Keighley 19th December 1977
God Save The Queen
I Wanna Be Me
Seventeen
New York
EMI
Bodies
Belsen Was A Gas
Holidays In The Sun
No Feelings
Problems
Pretty Vacant
Anarchy In The UK
No Fun

CD 12 Anarchy Tour '76
Anarchy In The UK
I Wanna Be Me
Seventeen
Stepping Stone
Satellite
Submission
Substitute
No Feelings
Liar
Pretty Vacant
No Future

CD 13 Randys Rodeo 1978
God Save The Queen
I Wanna Be Me
Seventeen
New York
EMI
Holidays In The Sun
Bodies
Belsen Was A Gas
No Feelings
Problems
Pretty Vacant
Anarchy In The UK

CD 14 Anarchy In The U.S.A
Anarchy In The UK
God Save The Queen
I Wanna Be Me
Seventeen
New York
Bodies
Submission
Holidays In The Sun
EMI (Unlimited Edition)
No Feelings
Problems
Pretty Vacant

CD 15 Scandinavian Tour 77
Anarchy In The UK
I Wanna Be Me
Seventeen
New York
EMI
Submission
Problems
God Save The Queen
Pretty Vacant
I Wanna Be Me
Anarchy In The UK
I Wanna Be Me
Seventeen
New York
EMI
Problems
No Feelings
Pretty Vacant
God Save The Queen

*  *  *  *  *






Destaque

PEROLAS DO ROCK N´ROLL - PROG/FUSION - RAINBOW BAND - Rainbow Band

Grupo da Dinamarca formado em København em 1970 e que só lançou um álbum em 1970 com esse nome, logo depois o grupo ficou sabendo que havia...