Luiz Zamith nasceu na capital fluminense em 1964 e ainda muito jovem ingressou no Conservatório Brasileiro de Música, dando seus primeiros passos nos estudos dedicados ao Violão. Anos mais tarde, ingressou na Escola de Música da UFRJ onde graduou-se em Violão Clássico, chegando a participar por um período de dois anos da Orquestra de Violões do Rio de Janeiro.
Após diversos trabalhos voltados para MPB, Zamith se rende á suas maiores influências musicais e lança no ano de 2014 um brilhante projeto intitulado por 'Ícones do Progressivo'.
Esse projeto tem como objetivo adaptar versões instrumentais de bandas como ELP, Focus, Genesis, PFM, YES, dentre outras. Além de composições autorais de alto nível, muito me surpreende o talento e dedicação em cada acorde executado por esse distinto guitarrista que vem acompanhado por uma banda de peso.
O objetivo central da publicação de hoje é o álbum 'Introspecção', lançado em 2018. Esse projeto já vinha se desenhando há algum tempo e finalmente temos a felicidade de apreciar seu resultado final.
O disco é dedicado á memória de Luiz Fernado Zamith, grande influenciador do guitarrista em questão e foi pianista, violoncelista e arranjador da Orquestra Sinfônica do Rio de Janeiro.
As primeiras e positivas impressões giram em torno de uma arte gráfica de extremo bom gosto. A tela principal da capa vem das mãos do talentoso artista plástico, amigo e também baterista Cláudio Dantas (Quaterna Réquiem, Vitral). A junção disso tudo ficou sob responsabilidade do querido Gustavo Paiva da Masque Records que centralizou todo o trabalho gráfico nas mãos do competente Gustavo Sazes, que também trabalhou no disco de estréia da banda Vitral. As inserções fotográficas ficaram sob as habilidosas lentes dos queridos Calos Vaz e Pedro Paulo Ripper.
A produção de áudio ficou a encargo de Daniel Escobar proprietário da HR Estúdio. Sendo que, seis faixas foram captadas por Escobar nas apresentações ao vivo no Teatro Solar de Botafogo em datas distintas e as outras três gravadas no estúdio em questão.
Além de Zamith, a banda conta com a participação de integrantes já citados no Progrockvintage com certo destaque. São eles:
- Augusto Mattoso (baixo)
- Elcio Cáfaro (bateria)
- Paulo Teles (flautas)
- Ronaldo Rodrigues (teclados)
O álbum abre com a faixa-título, obra bastante tenra centralizada em acordes de violão e delicadas melodias de flauta. Sua abertura define bem o que vem pela frente.
Na segunda faixa contamos com uma peça que, em minha modesta opinião é a que mais se destaca no decorrer da audição. "Alguém ainda se lembra das Antas", traduz muito bem a preocupação do também biólogo Luiz Zamith com os diversos e ricos ecossistemas brasileiros tão judiados pela ação maléfica do homem na natureza. Aqui encontramos melodias um tanto 'abrasileiradas' que reúnem fortes solos de guitarra a lindas passagens de flauta, entrelaçados a poderosos solos de Hammond e sintetizadores.
Em "Outro Dia" e "Cantiga", a banda destila ainda mais sua técnica em passagens bastante fusionadas ao Jazz, combinando diversos tipos de ritmos e harmonias um tanto diversificadas. A cozinha baixo e bateria em constante simetria, dita o compasso da guitarra e aos órgãos unidos a brasilidade da elegante flauta.
"Tema Nº 1" emendada a "Vice-Versa" também agrega ao fusion, com fortes solos de guitarra e, mais uma vez, belas passagens de flauta.
"Balada", também uma de minhas favoritas, creio que seja a mais próxima ao progressivo sinfônico vindo de terras inglesas. Aqui é notória a incrível referência ao ilustre guitarrista Steve Hackett, músico este muito admirado por Zamith. Nitidamente, percebemos a essência do Genesis não somente nesta faixa em particular, como também em alguns fragmentos contidos nesse álbum.
"Trem de Cão" é a única faixa cantada e de extremo bom gosto, de autoria da talentosa Masé Sant'Anna, parceira musical de longa data de Zamith. Já tive a oportunidade de vê-los dividindo o palco em uma bela apresentação no Rio em 2017.
Fechando essa linda obra vem, "Essência" que me remeteu aos tempos áureos do Focus em contundentes solos de guitarra, entrelaçados a espetaculares solos de flauta e um Hammond de peso.
Trata-se de um disco denso, intenso, tenro que, mesmo passando por diversas influências de medalhões dos anos 70, possui uma forte ligação com a música brasileira de qualidade.
É mais um trabalho que comprova ainda mais que o Rock Progressivo brasileiro muito se destaca nesse gênero tão complexo e muito admirado por milhões de pessoas. São projetos como esse que permitem que o progressivo ainda tenha força e possa influenciar jovens bandas que pretendem seguir em frente, mesmo com todos os obstáculos em termos de captação de recursos para a realização e divulgação de seus trabalhos.
O disco físico pode ser adquirido através dos seguintes contatos:
- Luiz Zamith: zamithbanda@gmail.com
- Gustavo Paiva (Masque Records): masquerecords@gmail.com
Segue abaixo dois registros capturados pela BeProg no Teatro Solar de Botafogo no Rio de Janeiro:
Após diversos trabalhos voltados para MPB, Zamith se rende á suas maiores influências musicais e lança no ano de 2014 um brilhante projeto intitulado por 'Ícones do Progressivo'.
Esse projeto tem como objetivo adaptar versões instrumentais de bandas como ELP, Focus, Genesis, PFM, YES, dentre outras. Além de composições autorais de alto nível, muito me surpreende o talento e dedicação em cada acorde executado por esse distinto guitarrista que vem acompanhado por uma banda de peso.
Acervo Luiz Zamith e banda |
O disco é dedicado á memória de Luiz Fernado Zamith, grande influenciador do guitarrista em questão e foi pianista, violoncelista e arranjador da Orquestra Sinfônica do Rio de Janeiro.
As primeiras e positivas impressões giram em torno de uma arte gráfica de extremo bom gosto. A tela principal da capa vem das mãos do talentoso artista plástico, amigo e também baterista Cláudio Dantas (Quaterna Réquiem, Vitral). A junção disso tudo ficou sob responsabilidade do querido Gustavo Paiva da Masque Records que centralizou todo o trabalho gráfico nas mãos do competente Gustavo Sazes, que também trabalhou no disco de estréia da banda Vitral. As inserções fotográficas ficaram sob as habilidosas lentes dos queridos Calos Vaz e Pedro Paulo Ripper.
A produção de áudio ficou a encargo de Daniel Escobar proprietário da HR Estúdio. Sendo que, seis faixas foram captadas por Escobar nas apresentações ao vivo no Teatro Solar de Botafogo em datas distintas e as outras três gravadas no estúdio em questão.
Além de Zamith, a banda conta com a participação de integrantes já citados no Progrockvintage com certo destaque. São eles:
- Augusto Mattoso (baixo)
- Elcio Cáfaro (bateria)
- Paulo Teles (flautas)
- Ronaldo Rodrigues (teclados)
Acervo de Pedro Paulo Ripper |
Na segunda faixa contamos com uma peça que, em minha modesta opinião é a que mais se destaca no decorrer da audição. "Alguém ainda se lembra das Antas", traduz muito bem a preocupação do também biólogo Luiz Zamith com os diversos e ricos ecossistemas brasileiros tão judiados pela ação maléfica do homem na natureza. Aqui encontramos melodias um tanto 'abrasileiradas' que reúnem fortes solos de guitarra a lindas passagens de flauta, entrelaçados a poderosos solos de Hammond e sintetizadores.
Em "Outro Dia" e "Cantiga", a banda destila ainda mais sua técnica em passagens bastante fusionadas ao Jazz, combinando diversos tipos de ritmos e harmonias um tanto diversificadas. A cozinha baixo e bateria em constante simetria, dita o compasso da guitarra e aos órgãos unidos a brasilidade da elegante flauta.
"Tema Nº 1" emendada a "Vice-Versa" também agrega ao fusion, com fortes solos de guitarra e, mais uma vez, belas passagens de flauta.
"Balada", também uma de minhas favoritas, creio que seja a mais próxima ao progressivo sinfônico vindo de terras inglesas. Aqui é notória a incrível referência ao ilustre guitarrista Steve Hackett, músico este muito admirado por Zamith. Nitidamente, percebemos a essência do Genesis não somente nesta faixa em particular, como também em alguns fragmentos contidos nesse álbum.
"Trem de Cão" é a única faixa cantada e de extremo bom gosto, de autoria da talentosa Masé Sant'Anna, parceira musical de longa data de Zamith. Já tive a oportunidade de vê-los dividindo o palco em uma bela apresentação no Rio em 2017.
Fechando essa linda obra vem, "Essência" que me remeteu aos tempos áureos do Focus em contundentes solos de guitarra, entrelaçados a espetaculares solos de flauta e um Hammond de peso.
Acervo de Carlos Vaz |
É mais um trabalho que comprova ainda mais que o Rock Progressivo brasileiro muito se destaca nesse gênero tão complexo e muito admirado por milhões de pessoas. São projetos como esse que permitem que o progressivo ainda tenha força e possa influenciar jovens bandas que pretendem seguir em frente, mesmo com todos os obstáculos em termos de captação de recursos para a realização e divulgação de seus trabalhos.
O disco físico pode ser adquirido através dos seguintes contatos:
- Luiz Zamith: zamithbanda@gmail.com
- Gustavo Paiva (Masque Records): masquerecords@gmail.com
Segue abaixo dois registros capturados pela BeProg no Teatro Solar de Botafogo no Rio de Janeiro:
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