Marku Ribas – RIP – 06-04-2013
Marco Antonio Ribas (Marku Ribas): nasceu em Pirapora em 19 de maio de 1947, foi um cantor, compositor e percussionista, dentro de varios estilo diversos como o Soul, Samba, Samba Rock, Jazz, Funk, Reisado, Batuque e ritmos africanos. Foi um dos nomes mais importantes do meio musical de Minas Gerais, criou uma onda que chamou de “Polirritmia”, em que tirava som do próprio corpo. Em 50 anos de profissão, Marku Ribas trabalhou com vários artistas, desde o pessoal do Clube da Esquina (Milton Nascimento & Lô Borges) até os mais jovens, como Ed Motta e Marcelo D2. Também atuou no cinema, nos filmes “Batismo de sangue”, “Chega de saudade” & “Como uma onda”. Porém Ribas lutava contra o câncer desde o ano passado, e desde a última quarta-feira estava internado em um hospital em Belo Horizonte, mas infelizmente acabou falecendo no útlimo dia 06/04 (sábado), no próximo 19 de maio ele completaria 66 anos & 50 de carreira, ele deixa mulher, a ex-jogadora de vôlei Fatão Ribas, e as filhas Júlia e Lira.
Outro fato importante: Chegou a participar como baterista de um clipe de Mick Jagger e depois participou tocando percussão do disco Dirty Works dos Rolling Stones, isso tudo na década de 80.
Underground: disco essencial do musico Marku Ribas, lançado em 1973, com arranjos do maestro Erlon Chaves, traz pérolas musicais como a maravilhosa “5,30 Schoelcher”, som impecável e letra memorável: “raios solares entram na minha mente, iluminando o coração / e meu espírito contente me mostra a direção do mar”, “N’ Biri N’ Biri”, uma brilhante adaptação para música do folclore africano, “Pacutiguibê Iaô“, com muita percussão & suingue num provável hit de terreiro de Umbanda, “Matinic Moins”, que mostra influências de sua estada de 7 anos na Martinica, com a verve latina em ação e guitarra a la Santana.“Orange Lady”, um samba rock dançante e letra que narra uma confusão no salão às 3 da matina. Mas o grande destaque fica para o classico “Zamba Ben”, gravada na época da ditadura militar, quase foi vetada pela impiedosa censura da época, ele compôs a música original sem letra, a fim de usar sua voz como um instrumento. Um dos censores estranhou aqueles dialetos indecifráveis e pediu uma letra pra música ser aprovada. Marku escreveu a letra na hora e a música enfim foi liberada.
01 – Zamba Ben (Marku Ribas)
02 – 5,30 schoelcher (Marku Ribas)
03 – O adeus, segundo Maria (Marku Ribas)
04 – N´biri N´biri (Folclore Angolano. Adapt: Marku Ribas)
05 – Porto Seguro (Marku Ribas)
06 – Pacutiguibê iaô (Marku Ribas)
07 – Madinina (Marku Ribas)
08 – Tira teima (Marku Ribas)
09 – Matinic moins (Marku Ribas)
10 – Orange lady (Marku Ribas)
Arranged and conducted by Erlon Chaves
Musical production – Leo Peracchi
Vi em uma entrevista com o mestre que quem tocou o baixo no disco foi o finado Cláudio Bertrami (Grupo Medusa) irmão do também finado José Carlos Bertrami do Azymuth.
Enorme perda pra música brasileira e mundial, o cara sintetizou vários ritmos do Brasil com muita coisa latina e africana, talvez o músico com mais suingue e criatividade ao usar esse suingue, um mestre, um visionário do balanço.
Esse disco é uma coisa muito profunda em termos de letras e arranjos, linhas de baixo elaboradas e pulsantes e a parte percussiva é um show a parte, fora a voz dele que era percussiva por si só e cheia de divisões, além de ser um excelente cantor na parte de alcance e na criação de linhas melódicas marcantes.
Fiquem com Zamba Bem
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