Somente graças ao crescente interesse que impulsionou o renascimento do rock progressivo nos últimos anos foi possível recuperar obras que se pensavam perdidas ou simplesmente desconhecidas. É o caso deste grupo romano, um dos poucos que durante sua existência não lançou um único álbum. “Buon Vecchio Charlie” chegou a ser gravado em estúdio, mas apesar do excelente material e do interesse de vários produtores, o LP nunca viu a luz do dia. Até 1990, através da colaboração de uma gravadora italiana e uma distribuidora japonesa, foi lançado o CD daquela gravação feita em 1972 e que durante 18 anos foi zelosamente guardado e preservado por Luigi Calabrò, o guitarrista do grupo.
Richard Benson (voz, guitarra), Calabrò (guitarra, voz), Sandro Cesaroni (sax, flauta), Sandro Centofanti (teclados), Paolo Damiani (baixo) e Rino Sangiorgio (bateria) compõem “Buon Vecchio Charlie”. Eles nunca foram um grupo formal, mas eram a banda de apoio do compositor e cantor pop Claudio Baglioni. Em 1972, a produtora para a qual trabalhavam deu-lhes a oportunidade de gravar um álbum que supostamente seria música instrumental, fácil de ouvir, como é chamada hoje. Eles nunca imaginaram que o resultado seria tão rebelde e progressista, então o projeto foi cancelado. A música, dominada pela flauta, tinha evidentes influências clássicas, ideias altamente originais e momentos de improvisação apaixonada, com um estilo que lembrava o “Museo Rosenbach” (outra banda italiana de rock progressivo), mas com a participação de um sax que lhe dá um leve toque jazzístico que a torna mais parecida com o segundo álbum do “Quella Vecchia Locanda”, outro grupo que discutiremos no futuro.
Após gravar o álbum, a banda se separou, provavelmente devido a dificuldades que impediram o lançamento do LP. Alguns membros continuaram suas carreiras como músicos de estúdio: Centofanti continuou sua carreira com Claudio Baglioni e com os Libras, e os outros (Calabrò, Sangiorgio e Damiani) formaram um grupo de jazz-rock chamado Bauhaus, que em 1974 recebeu o prêmio de melhor banda italiana no festival Villa Pamphili, em Roma.
A edição em vinil de Akarma (que é a que estamos apresentando) inclui duas faixas bônus que não estavam no CD Melos. As músicas são retiradas de um álbum de Beppe Palomba intitulado “A Rosa, a Giovanna e alle altre”, lançado pela Mizar em 1972 e do qual participaram alguns integrantes do grupo. O álbum de Palomba contém músicas curtas no estilo "cantor e compositor", e essas duas estão entre as melhores faixas.
Embora eu não seja fascinado por rock progressivo, devo dizer que realmente gosto deste álbum, especialmente da flauta.
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Lista de faixas:
01. Venite giù al fiume
02. Evviva la contea di lane
03. All’uomo che raccoglie i cartoni
04. Rosa
05. Il guardiano della valle
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