Há 59 anos, em 15 de abril de 1966, The Rolling Stones lançavam Aftermath, quarto álbum de estúdio da banda britânica. 
Gravado entre dezembro de 1965 e março de 1966 no RCA Studios, na Califórnia, o álbum foi lançado nos Estados Unidos somente no dia 2 de julho, com um tracklist diferente da edição britânica (o lançamento no Reino Unido apresentou uma duração de mais de 52 minutos, o tempo mais longo para um LP de música popular até então), bem como a capa, que apresentava uma fotografia diferente dos Stones. O título original do álbum foi Could You Walk On The Water?, porém a ideia incomodou os executivos da distribuidora americana da banda, a London Records, que temiam que a alusão a Jesus Cristo andando na água provocasse um reação negativa nos cristãos dos Estados Unidos.
Musicalmente, o Aftermath é comumente encarado como um avanço artístico na carreira dos Rolling Stones, primeiramente por consistir inteiramente de composições originais da dupla Mick Jagger e Keith Richards; além disso, Brian Jones emergiu como colaborador chave no projeto e experimentou instrumentos que não costumam ser associados à música popular, incluindo a cítara, o dulcimer apalaches, o koto e marimbas japonesas, além de gaita. Juntamente com as texturas instrumentais de Jones, os Stones incorporaram uma gama mais ampla de acordes e elementos estilísticos além do blues de Chicago e influências de R&B, como pop, folk, country, psicodelia, música barroca e do Oriente Médio. As mulheres aparecem como personagens de destaque nas letras de Jagger e Richards, frequentemente sombrias, sarcásticas e casualmente ofensivas.
Aftermath foi um sucesso comercial imediato no Reino Unido e nos Estados Unidos, permanecendo em #1 na parada de álbuns britânicos por oito semanas consecutivas e, finalmente, alcançando a certificação de platina em território americano, onde atingiu o #2. Rivalizando com o contemporâneo Rubber Soul (1965), dos Beatles, Aftermath refletiu a cultura e os valores da juventude da Swinging London e a crescente contracultura, atraindo milhares de novos fãs para os Rolling Stones. O lançamento também contribui para inaugurar a Era do Álbum, marcando o início do LP substituindo o single como produto dominante da música popular e meio artístico.
O álbum também foi muito bem-sucedido com os críticos, embora alguns ouvintes tenham se ofendido com as atitudes ridículas em relação às personagens femininas em certas faixas. Sua música subversiva solidificou a imagem rebelde do rock da banda e foi pioneira no conteúdo psicológico e social mais sombrio que o glam rock e o punk rock britânico explorariam na década de 1970. Aftermath desde então tem sido classificado como o primeiro clássico dos Rolling Stones e o mais importante álbum da fase inicial da banda.

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