quarta-feira, 18 de junho de 2025

Plus - No Pisar El Infinito + Single (1976)

 



Em meados da década de 1970, quando estilos como rock progressivo, jazz rock e fusion dominavam nossa música, o Plus era uma das poucas bandas que ostentava a bandeira do hard rock. Composto por músicos altamente profissionais (alguns dos quais ex-integrantes do "Escarcha"), o grupo estava em sintonia com o som de bandas inglesas como Led Zeppelin e Deep Purple.
Hoje, o Plus é uma banda que merece ocupar um lugar fundamental na evolução do hard rock e do heavy metal argentino. Esse reconhecimento surge naturalmente ao ouvir o álbum de estreia da banda, agora disponível em formato FLAC.
 
Após a dissolução da Escarcha, Saúl Blanch decidiu formar outro grupo no qual pudesse desenvolver uma música com influências mais "zepelinas". Foi então que nasceu o quarteto Plus, surgindo em um momento turbulento na Argentina, pouco antes do golpe de Estado, que levaria o país à ditadura militar, e onde quase não havia propostas locais dentro de seu estilo musical. O Plus representava um rock alternativo em uma cena repleta de grupos de fusão (jazz rock, progressivo, fusões de tango e rock, etc.) e deprimida pela censura e pelo exílio de algumas de suas principais figuras. Naquela época, com exceção de El Reloj e Vox Dei, praticamente não havia outra banda semelhante ativa localmente.
Sua estreia musical veio com o lançamento independente de "No Pisar el Infinito", em 1976, pelo selo TK. Seu rock cru os fez ser descritos como uma das revelações daquele ano.
Em 1977, o grupo fez várias turnês pelo interior do país. Apresentaram-se em diferentes ciclos nos teatros Estrellas, Coliseo e Premier. Não tiveram muito apoio da gravadora, mas suas apresentações alcançaram repercussão valiosa através do boca a boca.
Graças a essas apresentações ao vivo de sucesso, conseguiram um contrato com a RCA para seu segundo álbum, intitulado simplesmente "Plus", mas foi renomeado "Melancholic Girl" pelos fãs, devido à música de onze minutos que continha. Este álbum contou com a então desconhecida Celeste Carballo nos backing vocals e o violinista Fernando Suárez Paz, do quinteto de Astor Piazzolla. O álbum não teve a repercussão esperada, mas a banda continuou insistindo. No final daquele ano, o guitarrista Julio Sáenz deixou o lugar de León "o bluesman", ex-integrante da Blues Banda.
O grupo embarcou, assim, em uma turnê de sucesso pela Colômbia, que lhes permitiu consolidar sua posição. Ao retornar, foram convidados a se apresentar no Estádio Obras como banda de abertura do Riff. Em 9 de julho de 1981, eles se apresentaram na "catedral do rock", onde deram um concerto que recebeu críticas muito positivas. Semanas depois, gravaram seu terceiro e último LP, "Escuela de Rock and Roll", lançado em 1981, onde se percebe uma guinada em direção ao rhythm and blues. Antes de apresentá-lo ao vivo, chamaram Anibal Oviezka (ex-Moby Dick) para tocar a segunda guitarra. Pouco depois, com a saída de León, Oviezka assumiu como guitarrista principal. Infelizmente, o grupo não conseguiu se entrosar, então decidiram se separar.
Julio Sáez, o baixista Hugo Racca e o baterista Cacho D'arias juntaram-se posteriormente à curta banda "Dr. Silva", do tenista Guillermo Vilas, que admirava o som do Plus. De todos os membros, no entanto, quem realmente ganhou notoriedade posteriormente foi Saúl Blanch, que se tornou o cantor com quem o Rata Blanca gravou seu álbum de estreia homônimo em 1988. Hugo Racca faleceu em 1998, enquanto Julio Sáez tornou-se empresário e guitarrista de Indio Solari após a separação do Patricio Rey y sus Redonditos de Ricota. O baterista Cacho Darias faleceu em 2016. 

 
JULIO SAEZ: "Este ano, tudo estava indo muito bem, tanto musicalmente quanto comercialmente. Trabalhamos duro por quase um ano para que o grupo soasse realmente bem. E valeu a pena, porque quando lançamos na gravadora — TK Records — eles nos contrataram imediatamente. Lembro que era 19 de julho e, no dia seguinte, já estávamos gravando as bases para o single. Ao mesmo tempo, estávamos trabalhando no long play; tudo isso levou pouco mais de dois meses, e no dia 1º de outubro terminamos a mixagem."
HUGO RACCA: "Gostamos muito de música alta, rock pesado, mas não a ponto de tocar e matar o ouvinte. Queremos que as vozes sejam ouvidas com clareza. Além disso, o volume não prejudica a melodia; pelo contrário, acho que é uma combinação ideal. É assim que a música do Plus pode ser definida: como música muito alta, com bases melódicas e arranjos vocais. Tudo isso se reflete no nosso primeiro álbum, 'No pisar el infinito'. O grupo soa muito coeso graças aos ensaios. Passamos um ano preparando todo o material e só o lançamos quando sentimos que estava pronto."
SAUL BLANCH: "É isso que permite tocar com tanta facilidade. O Plus não é uma banda de rock de três tons; temos muitas coisas interessantes para mostrar. Até agora, nos saímos bem onde quer que tenhamos tocado."
CACHO DARIAS: "Quando começamos esta história, há um ano, tínhamos muita música flutuando em nossas cabeças. Aos poucos, a música e as ideias foram refinadas, até chegarmos ao long play. Este álbum resume muito bem o que estava sendo fermentado durante todo esse tempo: música alta e canções muito metódicas."
HUGO RACCA: "É como se representasse nossa própria dualidade como pessoas: às vezes violentas, às vezes muito calmas. Acho que o grupo é algo muito sério no palco, há uma energia transbordante e, acima de tudo, alegria. Acho que se alguém não está feliz quando está tocando, é porque não está convencido do que está fazendo. O público reconhece isso em nós, vê que tocamos o que sentimos, sem nenhuma pretensão além de entreter com algo bom."
JULIO SAEZ: "Afinal, o tempo que passamos em baixa foi muito útil. Este ano que está terminando nos deu muita satisfação, e o que é ainda melhor: poder esperar que a próxima temporada siga em frente com tudo. Em parte, devemos muito do nosso sucesso à gravadora, porque eles nos deixaram trabalhar em paz. Assim que finalizamos o contrato, entramos no estúdio e trabalhamos com muita tranquilidade, sem nenhum tipo de pressão. Acho que é um sinal de que eles estão começando a perceber a necessidade de dar aos músicos de rock o devido reconhecimento. O álbum provavelmente estará pronto para lançamento no mês que vem; estamos pensando onde e como faremos isso. Acho que vamos tentar ter um bom som e uma boa iluminação. Com esses elementos, podemos fazer um bom show; sempre achamos que o mais importante deve ser a música, e todo o resto deve ser um complemento." 
Mais (reportagem da revista Pelo – 1976)
 
 


Integrantes :

Julio Sáez: Guitarra e Vocal
Horacio Darías: Bateria
Saúl Blanch: Vocal
Hugo Racca: Baixo e Vocal

Faixas:

01- Noches de Rock'n Roll
02- Take Me As I Am
03- You Now Have Someone to Fight For
04- The Subtle Chance
05- They Talk About Better Times
06- The Wizard of Time
07- The Only Thing That Is
08- Hide Me Brother
09- Final Zapada Faixas

bônus:

10- A Thousand Options (Lado A/ Single TK-533)
11- Today You Will Ask Yourself (Lado B/ Single TK-533)
 
 

senha: naveargenta.blogspot







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