Pondo fim ao hiato de sete anos que seguiu o fraco Revolutions Per Minute (2006), o Skid Row redescobriu seu apetite criativo e começou a escrever novas músicas, o que resultou em United World Rebellion: Chapter One, o primeiro volume de uma série de EPs, lançado em abril de 2013. Foram cerca de 1.500 cópias vendidas na semana do lançamento nos Estados Unidos. Na Europa, o EP saiu com duas bonus tracks. Na ocasião, Rachel Bolan declarou ao Metalshrine que a banda só queria tentar algo diferente, e acabou pegando todo mundo de surpresa. Devo admitir, Rachel: vocês acertaram em cheio! A bola da vez dá sequência à trilogia.
Em Rise of the Damnation Army, o formato é o mesmo: cinco autorais inéditas e dois covers. As escolhidas foram “Sheer Heart Attack” (Queen) e “Rats in the Cellar” (Aerosmith). Neste novo punhado de canções, o Skid Row fornece uma recarga headbanger com a testosterona que faltou ao mais recente trabalho de seu ex-vocalista. Pela primeira vez, a formação com Johnny Solinger supera a carreira solo de Sebastian Bach em qualidade e despe, mesmo as viúvas mais ferrenhas do Tião, daquele preconceito, anteriormente fundamentado, com seu substituto — que, cá entre nós, já está na banda há 14 anos, ou seja, mais tempo que o próprio Baz permaneceu nela.
A outrora youth gone wild, da rebeldia sem causa que sobrepunha um espírito conformista, agora pega em armas. O trato das canções é quase bélico e o efeito, tanto no corpo quanto na mente, após a cerca de meia hora de audição, é de destruição em massa. As guitarras são malvadas (“Damnation Army”); o vocal vai do limpo e amável (até demais na balada “Catch Your Fall”) ao rasgado claustrofóbico como que implorando por resgate, com direito a refrões marcantes (“We Are the Damned”) amparados por backing vocals que não parecem ter sido registrados por caras beirando os 50 anos. E como definir as levadas de Rob Hammersmith? Um selvagem ensandecido em noite de ritual não faria tanto esporro.
Com poder de fogo supremo, o Skid Row declara guerra nuclear aos que duvidavam que o som pesado de Slave to the Grind não mais corria em suas veias. E munido do pensamento old school de manter o custo reduzido e a qualidade lá no alto, retoma seu posto entre os principais nomes do hard rock “farofa” em atividade, volta a ser prioridade na agenda de seus integrantes e entra com tudo na briga pelo título de melhor disco do ano na opinião deste que vos escreve. Que o capítulo três não demore!
2. Give It The Gun
3. Catch Your Fall
4. Damnation Army
5. Zero Day
6. Sheer Heart Attack
7. Rats In The Cellar

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