O quinteto PANZERBALLET, de Munique, Alemanha, é uma banda de Metal "Progressive Funky Math Jazz" formada em 2004. Eles já lançaram cinco álbuns, e "X-Mas Death Jazz" é uma celebração natalina de muitas das canções de Natal com as quais a maioria de nós está familiarizada. Devo admitir que não estava preparado para o que viria a seguir. Na faixa de abertura, "White Christmas", os vocais seguem a música original na maior parte do tempo, mas os instrumentos subjacentes são uma amálgama de várias métricas e progressões de acordes que representam uma demonstração altamente técnica de Metal com influências de Jazz, ora calorosa e convidativa, ora estéril e sombria, mas propositalmente desconectada dos vocais. "Kling, Glockchen" significa "Toca, Sininho" em português e é uma canção de Natal alemã do século XIX. O saxofone lidera o som na maior parte da música, mas também abundam passagens de guitarra solo sensuais, exibindo um trabalho de guitarra muito talentoso.
“Little Drummer Boy” é uma faixa instrumental com influências de Djent, ora carregada de acentos, ora fluindo livremente em legato. Novamente, trata-se de uma interpretação bastante livre e pessoal da música original, que definitivamente se distancia do caminho convencional. É nos trechos instrumentais mais longos que se percebe a sinergia entre os membros da banda. Não tenho certeza do que “Es kommt Bald” significa, mas não se trata do som familiar de uma canção natalina. Alguns vocais são agressivos, como se atacassem o ouvinte, seguidos por passagens suaves de baixo e guitarra. Uma coisa é certa: o talento musical aqui é impressionante. “Last Christmas” é conduzida por um saxofone tranquilizante e notas limpas de guitarra, com um toque lúdico. O senso de tempo e as mudanças rítmicas são pouco ortodoxos, assim como as progressões de acordes. Acredito que seja necessário um alto nível de aptidão musical para realmente se conectar com a música, ou, no mínimo, uma mente aberta.
“Rudolph, The Red Nosed Reindeer (Vocals)” é outra interpretação provocativa da original. Tem um som bem mais sombrio, explorando talvez a mensagem negativa da história em que o Papai Noel o repreende por sua “deformidade”. “For Whom the Jingle Bells Toll” tem aquela melodia jovial e familiar da canção “Jingle Bells”, que sempre foi um clássico nas celebrações natalinas. Perdi a noção das diferentes métricas usadas na apresentação da melodia; é divertido de ouvir, mas eu não recomendaria tentar dissecar os ritmos em passagens temporais discerníveis. De muitas maneiras, porém, essa faixa instrumental pode ser minha favorita do álbum. “Let it Snow (Vocals)” é semelhante à primeira faixa, pois a melodia vocal segue a original muito bem, enquanto os instrumentos se misturam em uma profusão de elementos habilmente executados que percorrem todo o espaço e o tempo. Também é muito evidente que esses caras se divertem muito e compartilham muita alegria como banda, e amam o que fazem.
“White Christmas (Instrumental)” é uma mistura progressiva de virtuosismo técnico com extensões das melodias originais, que se assemelham a números quadrados ou cúbicos, replicando-se mais rápido do que se pode compreender. Talvez por serem compatriotas, algumas de suas composições aqui lembram outra banda alemã muito especial chamada YSMA. A versão instrumental de “Rudolph” é talvez ainda mais curiosa e excêntrica do que a versão com vocais. Assim como a versão vocal, ela possui uma atmosfera sombria e é envolta em mistério, com reviravoltas ao longo do caminho. A trajetória parece sinuosa, mas, mantendo a atenção musical, é possível seguir uma direção linear. “Let it Snow (Instrumental)” utiliza guitarra solo e saxofone na melodia principal, enquanto os outros instrumentos dançam entrelaçados em uma cacofonia que, de alguma forma, é acessível ao mesmo tempo. É preciso prestar atenção também às linhas de baixo de Hieko Jung, pois são fascinantes.




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