domingo, 4 de maio de 2025

CRONICA - ROGER MILLER | Roger And Out (1964)

 

Duvido que as pessoas na Europa tenham ouvido falar de Roger Miller. Além disso, eu mesmo não tinha ideia de quem ele era e foi por meio de um dos muitos canais de reação dos EUA no YouTube que descobri esse artista. Roger Miller foi um cantor, compositor e músico norte-americano, mas também ator, nascido em Fort Worth (Texas) em 2 de janeiro de 1936 e falecido em 25 de outubro de 1992 em Los Angeles, vítima de câncer de pulmão e garganta.

Depois de deixar o exército, Roger Miller se estabeleceu em Nashville, começou sua carreira musical em 1957, gravou vários singles sem sucesso, se apresentou em vários shows e depois assinou com várias gravadoras antes de se estabelecer na Smash Records. Seu primeiro álbum de estúdio, gravado em Nashville, foi lançado em maio de 1964 e foi intitulado  Roger And Out .

Roger Miller foi parte integrante da cena country dos anos 60 e este álbum certamente não fará ninguém dizer o contrário. Com mais de 23 minutos de duração, Roger And Out é composto por 12 faixas, todas compostas pelo nativo de Fort Worth. Dois singles foram tirados deste Roger And Out e, desta vez, Roger MILLER atingiu as paradas, já que "Dang Me" alcançou o 7º lugar nos EUA, o 6º lugar no Canadá e o 19º lugar na Austrália, enquanto "Chug-a-Lug", uma alegre canção country, cheia de indiferença, se é que alguma vez houve uma, ficou em 9º lugar nos EUA, 23º no Canadá e 43º na Austrália. O resto do álbum segue mais ou menos a mesma ideia, já que "Squares Make The World Go Round" é uma alegre canção de 1'33 que vai direto ao ponto, "I Ain't Comin' Home Tonight" e "Lou's Got The Flu" são típicas do que estava sendo feito no estilo Country/Folk cativante e alegre do momento e acabam se tornando sucessos em potencial. "It Takes All Kinds To Make A World" é o protótipo da composição country dos anos 60 e é popular por sua leveza e seu lado descontraído. Cheia de vivacidade com suas guitarras balançantes, “The Moon Is High (And So Am I)” respira a profunda América da época. E quando Roger MILLER se transforma em contador de histórias, isso dá origem, entre outras, a "Private John Q.", uma canção imbuída de ingenuidade, e "Got 2 Again", pontuada por algumas passagens faladas e na qual o cantor/músico entretém seu público.

Roger And Out  é, no final das contas, um bom álbum country, mais ou menos alinhado com o que estava acontecendo no gênero na época. É sempre bom descobrir esse tipo de disco 60 anos depois de seu lançamento. Ouvir este álbum ocasionalmente também permite que você relaxe e descontraia. Só para registrar,  Roger And Out  alcançou a posição 37 na parada de álbuns dos EUA na época, onde permaneceu por 46 semanas e ganhou disco de ouro.

Lista de faixas :
1. Chug-a-Lug
2. The Moon Is High (And So Am I)
3. Private John Q.
4. Lou’s Got The Flu
5. It Takes All Kinds To Make A World
6. Feel Of Me
7. Dang Me
8. Got 2 Again
9. I Ain’t Comin’ Home Tonight
10. That’s Why I Love You Like I Do
11. Squares Make The World Go Round
12. If You Want Me To

Formação :
Roger Miller (vocal, guitarra)
Ray Edenton (guitarra)
Bob Moore (baixo)
Buddy Harman (bateria)

Gravadora : Smash Records

Produtor : Jerry Kennedy



CRONICA - THE FUGS | The Fugs First Album (1965)

 

Um dos primeiros grupos underground!

No coração da América da década de 1960, enquanto os primeiros grandes protestos contra a Guerra do Vietnã aconteciam, as tensões raciais abalavam o país e o trauma do assassinato de Kennedy ainda pairava sobre os jovens, uma vibrante contracultura começou a tomar forma. Nas ruas de Nova York, entre os cafés boêmios de Greenwich Village e as instalações decadentes de coletivos de artistas, surge um grupo diferente de tudo o que se conhece. Um grupo que grita, que ri, que choca, que provoca. Uma banda que não se importa com o sucesso no show business, mas está mais inclinada a causar estragos no passado moralmente conformista da América: The Fugs.

Os Fugs são antes de tudo a união de duas figuras já bem estabelecidas no cenário beat e radical da época. De um lado, Ed Sanders, poeta, ativista, editor da Fuck You: A Magazine of the Arts , um periódico underground que mistura poesia experimental, engajamento político e uma rejeição frontal às convenções. Do outro lado, Tuli Kupferberg, uma poetisa anarcomarxista, veterana na cena de protestos, que atuou por um tempo em um sindicato comunista, personificando a alma provocativa e dadaísta do grupo.

Junto com o compositor Ken Weaver (percussão, bateria), o trio fundou The Fugs em 1964, um nome inspirado no romance The Naked and the Dead , de Norman Mailer , onde a palavra "fuck" foi modestamente substituída por "fug". Desde o início, os Fugs fazem parte de uma tradição de teatro de rua, acontecimentos políticos e improvisação livre. Eles tocam em lojas adaptadas, gravam em estúdios improvisados, gritam slogans libertários e entoam cânticos sobre sexo, drogas e rebelião enquanto outros recitam sua missa.

Com a ajuda de Steve Weber (guitarra), Peter Stampfel (violino, gaita), John Anderson (baixo) e Vinny Leary (baixo, guitarra), esse coletivo maluco lançou seu primeiro LP em 1965 pelo selo independente ESP-Disk.

Intitulada Sing Ballads Of Contemporary Protest, Point Of Views, And General Dissatisfaction , esta primeira obra é um OVNI total. Renomeado Primeiro Álbum , é ao mesmo tempo uma farsa dadaísta, um manifesto libertário, uma sessão espírita beatnik e um modelo musical cru. Com um título como "Swinburne Stomp" estamos definitivamente em uma manifestação macabra e louca.

Musicalmente, este álbum oferece folk simples com coros delirantes e guitarras blueseiras, sem grandes pretensões. A reunião começa com a garagem de surf destruída de "Slum Goddess", um refrão sujo para uma deusa da favela. Então vem “Ah, Sunflower, Weary of Time”, um evangelho crescente, como uma missa em câmera lenta. O ritmo acelera com o rhythm & blues esfumaçado de "Supergirl" e "Boobs a Lot", entre uma lubricidade bem-humorada e um groove instável. “I Couldn't Get High” grita sua frustração a plenos pulmões. Em "Carpe Diem" rezamos enquanto rimos, uma profanação agridoce. “How Sweet I Roamed” acaricia o bluegrass antes de virar um canto a cappella em um “My Baby Done Left Me”. E para encerrar a demonstração, "Nada", uma dança zumbi viciada em pílulas, um ritual de êxtase suave e desespero magnífico. Já estamos tomando os caminhos para Woodstock. O rock psicodélico ainda não nasceu, mas o espírito ainda está no ar.

Tantos agitadores protopunks antes do seu tempo gritavam ou cantavam desafinados, mas com uma raiva e liberdade que acertavam o alvo. As músicas seguem umas às outras como trilhas sonoras, às vezes grotescas, às vezes desesperadas, sempre provocativas. As guitarras estão mal afinadas, as vozes estão fora dos trilhos, mas a intenção está lá: explodir normas, abalar consciências, zombar da América puritana e repressiva.

Este primeiro teste teve o efeito de uma explosão subterrânea. Nos círculos da contracultura de Nova York, ele era visto como uma revelação, um modelo do que a música livre poderia ser, livre de padrões comerciais e morais. O público em geral, no entanto, fica de fora. O disco foi mal distribuído, pouco divulgado e considerado obsceno pelas instituições. Mas circula por baixo dos panos, como uma fogueira clandestina. Vira culto. Um objeto proibido, que atrai mentes curiosas, radicais, jovens que se afastaram da sociedade.

O primeiro álbum do Fugs é o Velvet Underground da sarjeta, o Doors sem a camisa de babados, o amor, mas sem o amor. Um LP para os maus e os miseráveis. Um disco sujo, engraçado, desviante e essencial.

Uma bomba caseira jogada na cara da América sensata, cuja ressonância chegaria à Califórnia. Um certo Frank Zappa, um compositor talentoso, assumiria a liderança nas duras críticas ao establishment com seu grupo Mothers Of Invention.

Por enquanto, os Fugs se concentrarão em continuar suas provocações contra uma América que está afundando cada vez mais na repressão policial.

Títulos:
1. Slum Goddess       
2. Ah! Sunflower, Weary Of Time   
3. Supergirl   
4. Swinburne Stomp 
5. I Couldn’t Get High          
6. How Sweet I Roamed From Field To Field         
7. Seize The Day       
8. My Baby Done Left Me   
9. Boobs A Lot          
10. Nothing

Músicos:
Ed Sanders: Vocal
Tuli Kupferberg: Vocal, Percussão
Ken Weaver: Bateria, Percussão, Bateria
Steve Weber: Guitarra, Vocal
Peter Stampfel: Violino, Gaita, Vocal
John Anderson: Baixo, Vocal
Vinny Leary: Baixo, Guitarra, Vocal

Produção: The Fugs



CRONICA - THE HOMBRES | Let It Out (Let It All Hang Out) (1967)

 

THE HOMBRES foi uma dessas bandas de curta duração que floresceram durante a segunda metade dos anos 60. Fundada em 1966 em Memphis, a THE HOMBRES era formada por BB Cunningham (vocal, órgão), Gary Wayne McEwen (guitarra), Jerr Lee Masters (baixo) e John William Hunter (bateria).

Dessa união nasceu um único álbum, com duração de 29 minutos:  Let It Out (Let It All Hang Out) , lançado em 1967 pelo selo Verve Forecast, uma filial da Verve Records que havia acabado de ser fundada na época.

Embora THE HOMBRES tenha lançado apenas um álbum, eles tiveram tempo de produzir um hit que se tornou atemporal ao longo do tempo. É "Let It Out (Let It All Hang Out)", um poderoso hino de garage-rock com um groove contagiante, um refrão cativante e com o cantor BB Cunningham falando mais do que cantando. Este título deixou sua marca nas paradas: 12º nos EUA, 26º na Grã-Bretanha, 28º na Holanda. Muitos anos depois, esse título foi regravado por, entre outros, SCRAWL (um grupo americano classificado como Indie Rock), John MELLENCAMP, David Lee ROTH, e depois apareceu na trilha sonora do filme "Encounters in Elizabethtown" em 2005.

Nenhum outro single foi lançado deste álbum. No entanto, há algumas faixas legais que valem a pena ouvir, como "Little 2+2", que tem 1'45 e é o arquétipo de uma música pop despreocupada com tons psicodélicos dos anos 60; “Mau Mau Mau”, uma composição entre Pop e Rock Psicodélico que é cantada em coro, é pontilhada de melodias simples, leves, casuais mas que funcionam; "Sorry 'Bout That", uma faixa de Garage-Rock bem clássica comparada ao que estava sendo feito na época, mas que sabe ser efetiva fazendo você bater os pés, ou ainda "Hey Little Girl", uma composição bem animada e jovial. Por outro lado, um título como "This Little Girl" resume bem esse período despreocupado da época, mesmo que não atinja níveis estratosféricas. 3 covers estão presentes neste disco: "So Sad", dos EVERLY BROTHERS, é cantada em coro e os integrantes do THE HOMBRES tentaram transcrever o estado de espírito tipicamente anos 50 que a caracteriza na base; "Gloria", do THEM e escrita por Van MORRISON, é tocada em uma versão inebriante, bastante pesada até, e seu lado essencial de hino dos anos 60 não pode ser questionado. Por fim, THE HOMBRES ofereceu com "Ya Ya" (de Lee DORSEY) uma versão energética de Garage-Rock/Pop que faz seus pés baterem, sua cabeça balançar e seu final acelerado é uma surpresa agradável. Algumas faixas mais fracas de THE HOMBRES também estão presentes. Assim, "Am I High", que é como uma espécie de diálogo entre o cantor e a guitarra com melodias simples, não é muito marcante, nem muito séria, e "It's A Gas", com seu óbvio tom Garage-Rock, também não é grande coisa com esse canto falado, esses coros despreocupados que realmente não fazem isso.

Navegando entre Pop, Garage-Rock e psicodelia, este álbum único tem algumas boas faixas que merecem atenção, em especial a inevitável "Let It Out (Let It All Hang Out)", bem enraizada em sua época. Porém, houve algo mais marcante, mais impactante neste ano de 1967 e se este álbum é fácil de ouvir, não é nem por isso um clássico essencial dos anos 60, na minha opinião. Além disso, não foi bem, apesar do sucesso da canção-título, já que alcançou apenas a 180ª posição no American Top Albums (por um período de 4 semanas em dezembro de 1967). Então, o THE HOMBRES se separou e cada músico do grupo seguiu seu próprio caminho.

Lista de faixas :
1. Let It Out (Let It All Hang Out)
2. Little 2+2
3. So Sad
4. Gloria
5. Am I High
6. Mau Mau Mau
7. This Little Girl
8. Sorry 'Bout That
9. Ya Ya
10. Hey Little Girl
11. It's A Gas

Formação :
BB Cunningham (vocal, órgão)
Gary Wayne McEwen (guitarra)
Jerry Lee Masters (baixo)
John William Hunter (bateria)

Etiqueta : Verve Forecast

Produtor : Huey P. Meaux



ROCK ART


 

Lessons In Love - Level 42 [1986]

 



A minha lista mental de "Músicas que já ouvi mas desconheço nome ou artista" dos anos cromos é bem extensa, afinal não tínhamos o Google na ponta dos dedos e nem sempre apanhávamos o videoclip/emissão na rádio de inicio, com essa preciosa informação. Uma recente campanha da EDP foi agitar as nebulosas águas da memória com o tema que escolheram para o anúncio de TV. Reconheci a canção apesar de no video criado pela agência  Solid Dogma usarem uma versão produzida pelo DJ Xinobi, com vozes de Gundelach e Ana Miró, e só com uma intensa busca no Google com excertos da canção e vários falsos alarmes depois cheguei a "Lessons In Love" da banda "Level 42" lançado em 1986.

O teledisco oficial:



Capa do single:

Os Level 42 desta época - já com 6 anos de carreira - eram Mark KingMike Lindup (ambos ainda na formação actual) e os irmãos Philip Rowland "Boon" Gould
Esta banda britânica não é um caso de one-hit wonder ao contrário do que pensei antes de pesquisar, mas apesar de vários singles de sucesso, "Lessons in Love" permaneceu o maior êxito dos Level 42. O álbum de onde a canção foi extraída, "Running in the Family", o sétimo álbum de estúdio dos Level 42, deu origem a mais 4 singles, lançados durante 1987: "Running in the Family" cujo refrão também me parece familiar, "To Be With You Again", "It's Over" e "Children Say".
Como curiosidade, a versão da banda polaca Pslednja Igra Leptira, "Taksi" (Taxi):



Hit Parade 88 (1988)

 Por esta altura do ano, gostamos analisar algumas compilações de êxitos do passado e desta vez recuámos trinta anos para analisar o alinhamento da edição de 1988 da colectânea Hit Parade. No ano anterior, a editora Polygram portuguesa decidiu renomear as suas colectâneas de êxitos com esta nova designação, abandonando o célebre nome anterior "Polystar". Este era pois o segundo volume desta nova série de colectâneas (que continuaria até 1996) que reunia vinte canções que fizeram sucesso no ano de 1988. Embora já na altura tivesse sido editada em CD, o vinil ainda era o formato mais procurado para este tipo de discos. Eis o anúncio televisivo:





Disco 1
1. Hand In Hand - Koreana: Muito antes do "Gangnam Style" e dos diversos grupos de K-Pop, o único grande hit internacional oriundo da península coreana foi o tema oficial dos Jogos Olímpicos desse ano que se realizaram em Seul. Com o mago Giorgio Moroder na produção, "Hand In Hand" interpretado pelo quarteto Koreana estava sem dúvida à altura da grandiosidade e permanece como uma das melhores canções compostas para a ocasião de um Jogos Olímpicos. Por acaso, tive pena que a canção não tivesse sido recuperada para os Jogos Olímpicos de Inverno deste ano na cidade coreana de Pyeongchang.
2. Yeké Yeké - Mory Kanté: Tal como "Hand In Hand", outro dos grandes sucessos internacionais de 1988 veio de uma origem inusitada: a Guiné-Conakry. Oriundo de uma família de músicos, Mory Kanté já era uma estrela em toda a África Ocidental desde os anos 70, primeiro como vocalista da Rail Band, depois numa carreira a solo. Mas em 1987, um tema do seu terceiro álbum "Akwaba Beach" ultrapassou as barreiras do continente africano e tornou-se um grande hit na Europa. Esse tema era "Yeké Yeké" e apesar de ser cantado no indecifrável idioma Mandikan, tais eram sua energia e o seu ritmo contagiante que facilmente conquistou as pistas de dança europeias, chegando mesmo ao n.º 1 nos tops de Bélgica, Espanha, Finlândia, Holanda e Israel e tornado-se o primeiro single de um artista africano a vender mais de um milhão de cópias. Eu lembro-me de adorar a música e de dançar vigorosamente sempre que ouvia a canção na rádio ou via o videoclip na televisão. Mesmo sem nunca ter repetido a façanha, Mory Kanté continua até hoje a sua prestigiada carreira. Tido como uma das canções responsáveis por trazer a world music ao público geral, "Yeké Yeké" deixou também um legado duradoura nas pistas de danças com vários remixes a serem produzidos desde então, em especial um de 1995 por parte dos alemães Hardfloor
3. Long And Lasting Love (Once In A Lifetime) - Glenn Medeiros: Já falámos aqui sobre sobre a versão regada a azeita extra-virgem que o havaiano Glenn Medeiros fez de "Nothing's Gonna Change My Love For You", um original de George Benson, que conquistou os tops por esse mundo fora e que se mantém como um dos maiores clássicos da baladaria xaroposa dos anos 80. Embora o dito tema ainda estivesse em alta, Medeiros tinha entretanto o segundo álbum "Not Me", do qual este tema foi o primeiro single, que passou algo despercebido. Porém Glenn Medeiros ainda teria mais alguns momentos de glória, primeiro em França num dueto de 1989 com Elsa Lunghini, depois no seu país em 1990 noutro dueto, desta feita com Bobby Brown. 
4. I Know You're Out There Somewhere - The Moody Blues: Os Moody Blues são mais conhecidos pelo seu material editado nos anos 60, nomeadamente o clássico "Nights In White Satin", mas a banda britânica continua em actividade até hoje ainda que o último álbum originais seja de 2003. Nos anos 80, o grupo mantinha a maioria da sua formação inicial e ainda obtinha um hit ocasional, se bem que entretanto já tinham abandonado o seu som de rock progressivo por sonoridades mais condizentes à época. É o caso deste "I Know You're Out There Somewhere", o qual eu confesso não me lembrar de todo e que se encaixaria na perfeição na playlist de uma RFM ou de uma M80.  
5. Song For Nadim - Yann Andersen: Ora aí está uma canção que eu não ouvia há séculos! Hoje em dia, ninguém se lembra desta canção mas na altura isto foi um sucesso enorme nestas bandas. Eu lembro-me que o videoclip desta canção passava todos os dias na RTP após o Telejornal com legendas da tradução portuguesa e por isso, ao fim de cada dia lá levávamos com o calvário do pequeno Nadim cujo pai morreu na guerra, imagens de um Médio Oriente assolado pelos diversos conflitos e com a cantiga de paz e amor cantada por Andersen. Tudo isto e mais o facto das vendas do disco reverterem a favor da UNICEF fez com que "Song For Nadim" ficasse um recorde de 24 semanas (!) no n.º 1 do top nacional. Yann Andersen (que o Paulo de 1988 tinha dificuldade em perceber se era homem ou mulher, já que a sua voz deixava alguma margem para dúvidas) também gravou a canção em francês. Como não podia deixar de ser, os Ministars também fizeram a sua versão: "Temos De Ser Nós" que foi a faixa promocional do álbum "É Altamente!" que recebi no Natal desse ano. 
6. Missing You - Chris DeBurgh: Se eu vos pedir para dizerem uma música de Chris Davidson, mais conhecido pelo apelido nobiliárquico do avô materno, tenho toda a certeza que dirão o incontornável "The Lady In Red" e que muitos de vós terão dificuldade em indicar um segundo tema. Mas claro que Chris DeBurgh teve outros hits, em especial este "Missing You" que será porventura o seu segundo maior êxito da carreira e que o confirmou como mestre da baladaria embora os fãs mais atentos poderão testemunhar que o repertório de DeBurgh assentava sobretudo no rock. No passado dia 15 de Outubro, Chris DeBurgh completou 70 anos de vida. E sim, continua casado com a sua "dama de vermelho" há mais de quarenta anos.   
7. The Big One - Black: Já falámos aqui de Colin Vearcombe, mais conhecido pelo seu stagename de Black, por alturas do seu prematuro falecimento em Janeiro de 2016. Em 1988, o sucesso da sua canção-assinatura "Wonderful Life" no ano transacto ainda estava bem presente nas memórias, daí a inclusão neste disco deste tema do álbum seguinte "Comedy".
8. Angel Eyes - Wet Wet Wet: O terceiro single da banda escocesa que na altura vivia a sua primeira onda de fama, onde apesar da sua sonoridade mais madura do que, por exemplo, a de uns Bros, eram promovidos como ídolos de adolescentes. Este "Angel Eyes" é um dos temas mais conhecidos dessa fase inicial da banda. Nesse ano de 1988, os Wet Wet Wet atingiriam o n.º 1 do top britânico com uma versão de "With A Little Help From My Friends" que fazia parte de álbum de caridade em que várias bandas e artistas britânicos da altura gravaram cada um uma faixa do lendário álbum "Sargent Pepper's Lonely Hearts Club Band" dos Beatles. Na verdade, a versão dos Wet Wet Wet era na verdade um duplo single que também tinha a cover de Billy Bragg de "She's Leaving Home". Quanto aos Wet ao cubo, maiores sucessos esperavam-nos na década seguinte. 
9. I Don't Wanna Go On Like You That - Elton John: Os dois anos anteriores tinham sido complicados para Elton John, com uma série de problemas legais e pessoais, nomeadamente uma cirurgia às cordas vocais em 1986 que alterou a sua voz. O seu álbum de 1988 "Reg Strikes Back" era o seu regresso após esse período e este tema desse álbum tornou-se inesperadamente o seu maior hit dos anos 80 nos Estados Unidos. 
10. A Minha Casinha - Xutos & Pontapés: E terminamos o disco 1 em beleza com este clássico dos Xutos & Pontapés que punha um spin no original interpretado por Milú no filme "O Costa Do Castelo" e que rapidamente tornou-se um dos temas mais incontornáveis dos Xutos. Segundo consta, a banda tocou pela primeira vez esta versão no Rock Rendez Vous e já costumava tocá-la para encerrar os seus concertos anos antes de finalmente gravarem em estúdio para o álbum "88", que também incluía os clássicos "À Minha Maneira" e "P'ra Ti Maria". Em 2016, "A Minha Casinha" voltou a ter destaque como a música escolhida para as celebrações da vitória de Portugal no Euro 2016 e em 2018, durante um concerto em Lisboa, os Metallica homenagearam o recém falecido Zé Pedro ao tocar uma versão instrumental. 

Disco 2
1. Barcelona - Freddie Mercury & Montserrat Caballé: Com o filme "Bohemian Rapsody" em exibição nos cinemas e o falecimento de Montserrat Caballé no passado mês de Outubro, este esmagador dueto de Caballé e Freddie Mercury ganha outra dimensão. Em 1987, Montserrat, tida como pioneira na colaboração de canto lírico com outros estilos musicais, e Freddie, que nunca esconderam a sua admiração mútua, uniram as suas míticas vozes e o resultado só podia ser grandioso. Recordo-me da primeira vez que vi o videoclip gravado em Ibiza pois foi a primeira vez que vi Freddie Mercury sem bigode.
Como não podia deixar de ser, "Barcelona" foi reeditado em 1992 por altura dos Jogos Olímpicos na capital catalã. Em 1996, Caballé homenagearia Mercury com uma versão de "Bohemian Rapsody" em dueto com Bruce Dickinson. E agora, quero imaginar que Freddie acolheu Montserrat lá no Além e que os dois andam alegremente a cantar por lá.
2. Don't Call Me Baby - Voice Of The Beehive: Esta "voz da colmeia" era formada por duas abelhas mestras, as irmãs californianas Tracy e Melissa Belland, e quatro músicos britânicos, um deles o ex-baterista dos Madness Daniel Woodgate. O seu álbum de 1988 "Let It Bee" estava cheio de pérolas de pop-rock orelhudo, nomeadamente este "Don't Call Me Baby", onde as irmãs Belland cantavam os incómodos de encontrar ao acaso um ex-amante. Os Voice Of The Beehive tiveram mais uns quantos hits até à sua dissolução em 1996 e vários membros dedicaram-se a outros afazeres, como por exemplo Tracey Belland tornando-se professora. Em 2017, a formação original da banda reuniu-se para dois concertos em Londres. 
3. There's More To Love - Communards: Os Communards eram o ex-Bronski Beat Jimmy Sommerville e Richard Coles. Em 1986, a sua versão de "Don't Leave Me This Way" (com a conjunção do inconfundível falsete de Sommerville e da voz grave de Sarah-Jane Morris a ser um rasgo de maravilha) foi o single mais vendido nesse ano no Reino Unido e rapidamente tornou-se um clássico eighties. O segundo álbum "Red" é recordado sobretudo por outra celebrada cover "Never Can Say Goodbye". Este "There's More To Love" acabaria por ser o último single da dupla. Trinta anos depois e apesar dos inúmeros avanços quanto aos direitos da comunidade LGBT, a mensagem de que o amor não existe apenas entre indivíduos de diferentes sexos ainda soa pungente. Findo o projecto dos Communards, Jimmy Sommerville prosseguiu a solo e Richard Coles eventualmente tornou-se um padre anglicano. 
4. Rolar No Chão - Afonsinhos Do Condado: Eugénio Lopes, mais conhecido por Gimba, é há longos anos uma personalidade proeminente na indústria musical nacional. Mas o seu maior momento como recording artist continua a ser o tempo em que juntamente com Nuno Faria e Jorge Galvão integrou Os Afonsinhos Do Condado, projecto ímpar da música portuguesa que só podia ter mesmo acontecido nos anos 80. Em 1987, fizeram sucesso com o hit "A Salsa Das Amoreiras" e 1988 viu a edição do único álbum de originais do trio, "Açúcar!!!" dos quais este "Rolar No Chão" foi uma das faixas mais celebradas. Lembro-me de achar imensa graça às vozes femininas a dizerem "Duas e meia!" e "P'raaa ondeeee?". Mas embora nas actuações na televisão os Afonsinhos fizessem-se acompanhar por  umas moçoilas a fazerem playback das vozes femininas, já ouvi dizer que as ditas cujas eram afinal os Afonsinhos em falsete. Será verdade? 
5. Joe Le Taxi - Vanessa Paradis: Verdadeiro exemplo do ditado "É de pequenino que se torce o pepino", a parisiense Vanessa Paradis tem vivido no mundo do espectáculo desde que ela se entende por gente e aos 14 anos, alcançou um hit internacional com "Joe Le Taxi". De facto havia de algo totalmente encantador na voz pueril de Paradis a cantar sobre um taxista com uma vida secreta como músico de jazz ao som de saxofones e ritmo de rumba. E à semelhança de outros temas de língua francesa da altura como "Voyage Voyage" ou "Ouragon", "Joe Le Taxi" passou as barreiras do mundo francófono e fez sucesso em outros países, inclusivamente chegando a n.º 3 do top britânico. Ao contrário de outras estrelas infantis e adolescentes, Vanessa Paradis teve um transição bem-sucedida para a carreira como adulta, continuando a somar sucessos como cantora e actriz no seu país. Em 1992, teve mais um hit internacional com "Be My Baby" apesar de desde então o mundo não-francófono a conhecer sobretudo por ter sido a mãe de dois filhos de Johnny Depp. Vanessa Paradis continua ainda hoje a incluir "Joe Le Taxi" nos seus concertos e já regravou o tema mais algumas vezes noutros estilos. Para os mais afoitos, recomendo também a audição da bizarra versão da artista performativa japonesa Hanayo. 
6. Balla Balla vol. 2 - Francesco Napoli: Depois de ter feito sucesso em 1987 com a sua medley italo-disco de vários standards da música italiana intitulada "Balla Balla", Francesco Napoli voltava à carga com o volume 2. 
7. Balada Da Neve - Carlos Vidal: "Batem leve, levemente, como quem chama por mim..." Quem não conhece pelo menos a primeira estrofe do poema "Balada da Neve" de Augusto Gil? Em 1988, Carlos Vidal/Avô Cantigas musicou o poema. 
8. I Want To Be Needed - Shari Belafonte & Chris Norman: Ex-vocalista dos Smokie, o britânico Chris Norman vivia na altura um novo ponto alto da sua carreira desde que o seu single de 1986 "Midnight Lady" chegou ao n.º 1 na Alemanha. Desde então que Norman se focou em promover o seu material sobretudo na Alemanha e outros países da Europa Continental. Era o caso deste dueto com a cantora/actriz/modelo Shari Belafonte, filha do ídolo dos anos 50 Harry Belafonte.  
9. Stop Your Fussin' - Toni Childs: Das vinte canções deste disco, esta é a única que eu não me lembro de ter ouvido antes ou sequer ter reconhecido o nome da intérprete. Diz a Wikipedia que Toni Childs nasceu na Califórnia e que aos 15 anos fugiu de casa e dos seus pais ultra-religiosos para se tornar cantora. Acabaria por encontrar sucesso sobretudo na Austrália (onde viria a se radicar e a obter cidadania) e na Nova Zelândia. Mas pelos vistos, alguma da sua música chegou à Europa, como é o caso deste solarengo "Stop Your Fussin' ". Em 2004, Toni Childs ganhou um Emmy pela canção "Because You're Beautiful", incluída num documentário sobre o V-Day, uma plataforma contra a violência sobre as mulheres, fundada por Eve Ensler, a autora de "Os Monólogos da Vagina".  
10. Já Estou Farto - Café Lusitano: E terminamos com uma canção que eu fartava de ouvir na rádio na altura mas que desde então quase nunca mais ouvi. O projecto Café Lusitano era liderado por Orlando Mesquita e o seu único álbum contou com participações especiais de Rui Veloso, Tozé Brito e Mário Barreiros. E para sempre deixaram este conto de um indivíduo que deixou a sua aldeia do Norte algures na serra do Gerês para ir ganhar a vida para Lisboa mas que não se consegue adaptar à azáfama citadina e exclama volta e meia: "Já estou farto daqui estar, quero à minha aldeia voltar." 

"Fairytale Of New York" The Pogues & Kirsty MacColl (1987)

 O chavão de que o Natal é um tempo para partilhar a felicidade e o amor ao próximo e onde mesmo aqueles que atravessam um período menos feliz na vida podem encontrar algo com que minorar as suas agruras lá terá a sua verdade. Contudo, não há como negar que para muitas pessoas a quadra natalícia pode ser um tempo bastante duro e depressivo, com todo o aparato a servir apenas para exacerbar mais as suas infelicidades. Por isso, faz sentido que uma das canções de Natal mais amadas aborde esse lado menos feliz do Natal, sem no entanto tornar tudo lúgubre e depressivo e sobretudo, sem deixar de ser agradável de ouvir nesta quadra.




Falo, é claro, de "Fairytale Of New York" dos irlando-britânicos The Pogues em que o vocalista Shane McGowan (que - nem de propósito!- nasceu no dia de Natal de 1957) fez dueto com a cantora Kirsty MacColl, originalmente editado em 1987.




Os The Pogues formaram-se no início dos anos 80, ainda inseridos no movimento punk, ou não fosse o nome inicial da banda Pogue Mahone, uma versão anglicizada de póg mo thóin ("beija-me o rabo" em gaélico irlandês) antes de abreviarem para The Pogues. Mas desde logo souberam sobressair do resto da cena punk pelas demarcadas sonoridades celtas e pelas letras políticas que davam voz aos problemas vividos pela diáspora irlandesa, sobretudo em Inglaterra e nos Estados Unidos ao longo dos fluxos emigratórios da Irlanda que remontam a meados do século XIX.
Shane McGowan era o líder carismático, célebre por três características: uma boca que indiciava que ele provavelmente nunca se sentou numa cadeira de dentista, um estado de embriaguez quase permanente (reza a lenda que nos concertos até se faziam apostas para ver quantas canções é que MacGowan aguentaria até ao blackout) e uma voz que sabia cantar como poucas a alma do povo irlandês. A formação da banda no seu auge integrava ainda Spider StacyJem FinerJames FearnleyAndrew RankenDarryl HuntTerry Woods e Philip Chevron.

Depois de dois álbuns aclamados na cena independente, os Pogues finalmente alcançaram o sucesso mainstream em 1987, primeiro com uma colaboração com os The Dubliners para uma versão do clássico irlandês "The Irish Rover" e depois com "Fairytale of New York" que seria o primeiro avanço para aquele que seria o mais celebrado álbum da banda: "If I Should Fall From Grace With God", editado no ínicio de 1988.



Em "Fairytale Of New York", Shane MacGowan e Kirsty MacColl dão voz a um casal de imigrantes irlandeses em Nova Iorque que se apaixona numa véspera de Natal, e a letra vai sobrepondo as memórias dos primeiros tempos em que ambos eram jovens, apaixonados e cheios de sonhos a quem os sinos natalícios pareciam repercutir essa felicidade e a cruel realidade do presente, repleta de miséria, ressentimento e frustração, onde não falta uma lendária troca de insultos. Esta combinação agridoce das duas faces do Natal aliada ao excelente instrumental tornou "Fairytale Of New York" num clássico de Natal instantâneo. O tema chegou ao n.º 1 do top irlandês e n.º 2 do top britânico.

Em 1991, o alcoolismo de MacGowan tornou-se tão incomportável que foi despedido do resto da banda, com o flautista Spider Stacy promovido a vocalista principal. Foi já nesta fase que eu me recordo de ouvir pela primeira vez uma canção dos Pogues, "Tuesday Morning" de 1993. No ano seguinte, vim a saber que o tema "Festa" dos Despe & Siga (o tal da garrafa de Casal Garcia) era uma versão de "Fiesta!" dos Pogues, o outro hit de "If I Should Fall From Grace With God". Entretanto, Shane MacGowan formou outra banda a que chamou Shane MacGowan & The Popes, numa óbvia alfinetada à sua banda anterior. 

No início deste século, o repertório dos Pogues entrou mais a fundo na minha vida devido a duas pessoas: um dos meus professores na Universidade de Coimbra que era irlandês e como uma das cadeiras que eu tive com ele foi a de Estudos Irlandeses, ele apresentava-nos algumas canções dos Pogues. E anos mais tarde, fiquei amigo de um fanático dos Pogues, ao ponto de ter um PM de "Pogue Mahone" tatuado no braço, o seu nome no Facebook ser Shane e de me chamar Paulie cada vez que nos encontramos.



Infelizmente, a 18 de Dezembro de 2000, Kirsty MacColl faleceu aos 41 anos no México, ao salvar o filho mais velho de um barco a motor que entrou na área restrita do atol onde ela e os filhos nadavam, morrendo no embate. "Fairytale Of New York" será o seu momento mais marcante mas MacColl teve alguns hits nos anos 80 e 90, como "There's A Guy Works Down The Chipshop Who Swears He's Elvis", "A New England"e uma versão de "Days" dos The Kinks. Tendo sido casada de 1984 e 1994 com o célebre produtor Steve Lillywhite, MacColl interveio nos trabalhos deste para outros artistas, fazendo coros nas gravações. No ano da sua morte, Kirsty MacColl tinha editado o álbum "Tropical Brainstorm", que como o nome indica, era influenciado por música latino americana e caribenha e o single "In These Shoes" chegou a ter algum destaque.  


Entretanto Shane MacGowan e os restantes Pogues lá se voltaram a entender e reuniram-se para várias digressões entre 2001 e 2014 mas nenhum material novo resultou desta reunião, com apenas algumas compilações a serem editadas entretanto. Em 2005, "Fairytale Of New York" foi reeditado como single por alturas do Natal desse ano, permitindo que uma nova geração o redescobrisse. Desde então, com a era digital e mais tarde, a dos serviços de streaming, firmou-se definitivamente como um dos clássicos natalícios, tendo entrado no top 40 britânico todos os anos desde então. Talvez porque num mar de tantas canções alegretas de Natal cheias de sinos e guizos, ouvir algo mais agridoce tem o seu quê de confortante. 

Vídeos bónus dos The Pogues

"Irish Rover"



"Tuesday Morning"


Vídeos bónus de Kirsty MacColl

"A New England"


   "In These Shoes"



ROBERTO CARLOS - CIÚME DE VOCÊ - 1968

 

"Ciúme de Você" foi composta por Luiz Ayrão e ficou famosa na voz do cantor Roberto Carlos, em 1968. O sambista Luiz Ayrão compôs várias canções para diversos artistas da Jovem Guarda, que se tornaram verdadeiros hits do movimento. Um desses artistas era Roberto Carlos, que gravou, entre outras, "Só Por Amor", "Nossa Canção" e "Ciúme de Você", que se tornou um dos grandes sucessos do álbum O Inimitável, de 1968.
Primeiro disco lançado após Roberto Carlos deixar o programa Jovem Guarda, da TV RecordO Inimitável é considerado o álbum de transição do cantor, embora ainda traga todas as características daquele movimento musical. Nesse álbum, Roberto Carlos usou a influência do Funk e da Tropicália para fazer a transição da Jovem Guarda que é conhecida como pós-Jovem Guarda. Na época, entendia-se que o título do disco se referia aos cantores que tentavam ''imitá-lo'', como, em particular, o cantor Paulo SérgioO Inimitável é também lembrado pelo flerte de Roberto Carlos com o soul e o funk norte-americanos, como em "Se Você Pensa" (com Erasmo Carlos) e "Ciúme de Você" (de Luiz Ayrão) - dois dos maiores hits desse álbum. A letra de "Ciúme de Você" é sensacional e apesar de datada, é inteligente, criativa e bem-humorada, e a gravação do RC ficou duca!

Destaque

The Who

  Biografia The Who é uma banda de rock britânica surgida em 1964. A formação original era composta por Pete Townshend (guitarra), Roger D...