domingo, 5 de outubro de 2025

LOS ROMEROS

 


Uma afirmação do The New York Times resume o que são LOS ROMEROS"Coletivamente, eles são o único quarteto de violão clássico de estatura real no mundo de hoje, na verdade, eles praticamente inventaram o formato".

Los Romeros, também conhecido como A Família Real do Violão, foi criado por Celedonio Romero em 1960, e tinha como integrantes ele e seus três filhos: Angel, Celin e Pepe

Formação que perdurou até 1990, quando Ángel Romero optou por uma carreira-solo, sendo substituído por Celino, filho de Celin, havendo então três gerações no grupo.


Com a morte de Celedonio em 1996, em seu lugar entrou Lito Romero, que é filho de Ángel.

Como a família diz, "o espírito do quarteto é ele, todos os nossos concertos agora será em homenagem a ele"; seus filhos e netos continuam o legado de Celedonio.

Os Integrantes:
Celedonio Romero
Celedonio Romero nascido em Cienfuegos, Cuba, no dia 02 de Março de 1913, num momento em que seus pais, espanhóis de origem, estavam numa viagem de negócios pela ilha.

Joaquín Turina
Aos cinco anos começou a tocar violão. Estudou violão clássico no Conservatório de Málaga, e mais tarde no Conservatório de Madrid, onde ele foi aluno de Joaquín Turina.

Casou-se com Angelita Ines Romero, com que teve três filhos, Celin, Pepe e Angel. 

Quando cada um de seus filhos atingiu a idade de dois ou três, ele iniciava com eles a aprendizagem de violão. 

Todos os seus filhos estrearam profissionalmente na Espanha, entre seis e sete anos de idade.

Gen. Franco
Tornou-se um solista de renome na Espanha, entretanto privado de liberdade artística sob o governo opressivo do generalíssimo Francisco Franco que não permitia que fizesse concertos no exterior, ficando desconhecido do restante do mundo.

Conseguiram um visto americano, secretamente, e uma permissão do governo para visitarem um parente doente em Portugal, em 1957. E dali ao invés de retornarem à Espanha, a família rumou para o sul da Califórnia onde se estabeleceram.

Angelita Ines Romero
Celedonio gravou diversos discos tanto solo como com Los Romeros, também escreveu mais de uma centena de composições para violão, incluindo uma dúzia de concertos.

Joaquín Rodrigo, um dos maiores compositores da Espanha, disse de Celedonio Romero:

"Ele tem contribuído imensamente através de suas interpretações artísticas para o violão clássico e mais importante, ele ampliou e enriqueceu o repertório de música do século 20 com suas próprias composições".

Celedonio Romero
Faleceu no dia 08 de Maio de 1996, em San Diego, Califórnia, vítima de um câncer no pulmão. Angelita, sua esposa, faleceu em 10 de Março de 1999.

Celin Romero
Celin Romero nascido em Málaga, no dia 23 de novembro de 1936, é o filho mais velho de Celedonio e Angelita, além de violonista é também professor de música na Universidade da Califórnia em San Diego. 

Suas aulas atraem estudantes de música de lugares como Istambul, Belgrado, Düsseldorf e Moscou, que vão até San Diego para buscar a experiência do Maestro Celin Romero.

Sua discografia abrange a história da música desde a Renascença até o presente.

Apresentou-se em todas as grandes cidades dos Estados Unidos, Europa e no Extremo Oriente, e com praticamente todas as grandes Orquestras Sinfônicas nos Estados Unidos.

Pepe Romero
Pepe Romero, nascido no dia 08 de Março de 1944, também em Málaga é o segundo filho do casal, teve como único professor, o seu pai, muito conhecido por sua técnica e interpretações excepcionais no violão. 

Publicou em 2012, Lo Violão, um método de violão desenvolvido por ele. Apesar de seu um violonista clássico, talentoso no flamenco. 


Seu álbum mais popular é Flamenco Fenómeno! Pepe Romero recebeu o "Prêmio Andaluzia de Música", o mais alto reconhecimento dado por sua terra natal por sua contribuição para as artes. 

Ele possui um doutorado honorário em música pela Universidade de Victoria, Columbia Britânica.

Teve aparições como solista, com diversas orquestras famosas tanto nos Estados Unidos como na Europa. 

Pepe Romero é dedicado a repassar seu conhecimento do violão através de seus muitos alunos, vários deles vencedores do primeiro prêmio em concursos de violão internacionais.

Ángel Romero
Ángel Romero é o mais jovem dos irmãos Romero, nascido em 17 de Agosto de 1946, também em Málaga, tornou-se violonista clássico e maestro. 

Aos dezesseis anos foi o primeiro solista de violão da Los Angeles Philarmonic interpretando Concierto de Aranjuez de Joaquin Rodrigo. 

Estudou regência com Eugene Ormandy, o maestro da Orquestra de Filadélfia

Regularmente se apresenta nos principais centros culturais em todo o mundo, incluindo Londres, Paris, Berlim, Viena, Madrid, Munique, Zurique, Chicago, Los Angeles, e Nova York. 

Segovia
Aclamado como o maestro espanhol do violão, Angel Romero é conhecido em todo o mundo como um dos principais artistas de sua geração e continua a tradição de grandes virtuosos do violão como Andres Segovia e seu pai Celedonio Romero. 

Em 1986 foi concedido ao Maestro Romero o Mérito Civil da Grande Cruz da Espanha, tornando-se o mais jovem a receber tal homenagem àquela data.

Celino Romero
Celino Romero, filho de Celin Romero, foi o substituto de Ángel, no quarteto, nascido em Hollywood na Califórnia, em 1969. 

Quando tinha três anos de idade sua família mudou para Del Mar, na costa de San Diego. 

Ele foi criado um verdadeiro californiano do sul, amando tudo que a natureza e um clima mediterrâneo tinham a oferecer: das praias oceânicas às montanhas e desertos, Celino sempre encontrou inspiração perto de casa. 

Celino é o membro mais jovem do renomado quarteto, mas provou ser um veterano com performances brilhantes. Juntou-se ao quarteto em 1990. 

A jornada de Celino no violão começou na tenra idade de três anos, sob a tutela cuidadosa de seu avô lendário, Celedonio, e seu famoso pai, Celin. 

O músico mostra um virtuosismo que é sinônimo com o nome Romero. Ele se apresenta como músico solo, com grandes orquestras, em performances duo com o pai Celin, seu tio Pepe, ou primo Lito. 

Suas aparições em todo o mundo incluem Hollywood Bowl, Carnegie Hall e Metropolitan Museum, o Auditorio Nacional (Madrid), Gewandhaus (Leipzig), Concert Hall (Seul), Centro Cultural Concert Hall (Hong Kong) e Musikverein (Viena).

Lito Romero
Lito Romero é o mais novo membro do Los Romeros, filho de Ángel Romero, substituiu Celedonio após a sua morte em 1996. 

Lito se apresentou em concerto com o seu pai, Angel Romero, em Tóquio, Madrid, Los Angeles, Chicago, Nova York, Seul, Cidade do México, Puerto Rico, e em vários festivais de música, incluindo o Festival de Música Blossom

Em 1988 ele se juntou a seu pai na gravação de A Touch of Class para Telarc, e em 1995 eles gravaram concertos de violão de Vivaldi com a Academy of St. Martin-in-the-Fields

Sua primeira aparição pública como solista foi com a Orquestra Sinfônica de Wyoming, em 1991, apresentando “Concierto de Aranjuez”, de Joaquín Rodrigo, e seu primeiro recital solo foi durante a temporada 1994-1995.


O quarteto é considerado como uma verdadeira instituição no mundo da música clássica, Los Romeros têm deslumbrado diversos públicos e conquistado elogios dos críticos em todo o mundo.
João Paulo II
Los Romeros iniciou a carreira enquanto os garotos ainda eram adolescentes. 

A partir daí foram centenas de concertos em todo o mundo.

Príncipe Charles
A família foi duas vezes convidada à Casa Branca; em 1983 fizeram um concerto especial no Vaticano, para o Papa João Paulo II.

Três anos mais tarde, eles se apresentaram para o Príncipe Charles.

Após uma apresentação no Gewandhaus de prestígio em Leipzig, Alemanha, em novembro de 1996, o Leipzig Volkszeitung afirmou: "Los Romeros: os Guardiões do Santo Graal do violão clássico, o que os 'Três Tenores' são para o mundo da ópera, Los Romeros são para o violão clássico".

Os Romeros englobam três gerações de virtuosismo que por mais de 40 anos têm inspirado compositores para enriquecer o repertório de quarteto de violões com orquestra, que inclui obras de compositores ilustres como Joaquín Rodrigo, Federico Moreno Torroba, Morton Gould, Francisco de Madina, Lorenzo Palomo e outros.

Com um sentido excepcional para tocar conjunto, Lito tem provado em numerosas performances para ser um digno sucessor de seu avô no quarteto da família.

Joaquin Rodrigo
Após estreia quarteto de Celino, The New York Times observou: 

"Um dos mistérios duradouros de talento musical é como habilidades parecem fluir geneticamente de pai musical a criança musical. 

Na família Romero, o fluxo foi rápida e desimpedida, o virtuosismo foi uniformemente sólido e finamente considerado, como se estas técnicas tinha derivado de um único molde".

Celino em tom filosófico diz o que a música trouxe à sua vida:

É beleza, tradição, calor, disciplina, paixão e muito mais. A música é o núcleo de quem eles são e como eles vivem.

Juan Carlos I
Nas palavras do compositor espanhol Joaquin Rodrigo, "Os Romeros desenvolveram a técnica do violão, fazendo o que é difícil de ser fácil, pois eles são, sem dúvida, os grandes mestres do violão".

Em 11 de Fevereiro de 2000, no Thornton USC School of Music, Ángel, Pepe e Celin foram agraciados, pelo Rei Juan Carlos I, com a grã-cruz de Isabel La Católica (a maior honraria espanhola), e foram condecorados por suas realizações musicais.

A cerimônia incluiu uma apresentação de gala do Los Romeros e a Orquestra de Câmara Thornton.





ROCK ART


 

Bicho do Mato – A Vingança do Bicho do Mato (2016)

 

Goat – Requiem (2016)


 


Wilco – Schmilco (2016)

 

Os Wilco serão sempre uma daquelas bandas que se ouvirá com agrado – e que a cada novo disco soarão bem, porque são uma banda “certinha”, que raramente faz um mau disco e nunca um péssimo.

Talvez o facto de se considerar que passam actualmente por um período de menor fulgor se deva a duas coisas: a primeira é um eventual cansaço que pode haver da banda (afinal, eles já cá andam desde os anos 90, e não são o tipo de banda que cria polémicas mediáticas – salvo raras excepções – ou campanhas de promoção megalómanas para enfiar o disco em tudo quanto é sítio); a segunda pode ser qualquer comparação que se faça com Yankee Hotel Foxtrot (2001), que considero a obra-prima da banda, não só pela enorme qualidade do disco mas por tudo o que o rodeou, desde logo o contexto temporal em que é editado, no pós-11 de Setembro e numa altura em que canções melancolicamente belas (como “Jesus, etc”, por exemplo) e quase premonitórias do que aí vinha ( “Ashes of American Flags”) – foram escritas e gravadas bem antes do acontecimento que desolou a América e mudou o Mundo – eram um consolo bonito e possível para todos nós.

As comparações com uma obra-prima são sempre difíceis; e não foram raras as bandas que ficaram reféns do seu disco excepcional, aquele que elevou tão alto a bitola que os que se lhe seguiram, apesar de bons, foram sempre encarados como “menores”. O tempo tratará de trazer uma avaliação mais racional e distanciada do legado que os Wilco nos deixaram no pós-Yankee Hotel Foxtrot; e estou certo que, por exemplo, Star Wars, o álbum que lançaram o ano passado, será apreciado quer pelos mais críticos quer pelos que pura e simplesmente não se interessaram por ele. Não por acaso, usemos antes as palavras do próprio guitarrista e vocalista da banda, Jeff Tweedy, que explicou a campanha de promoção e venda desse disco (que esteve disponível, durante algum tempo, para download gratuito na página oficial dos Wilco) em entrevista recente:

“Acho que há muitas expectativas que se perdem pelo facto de sermos uma banda há muito tempo e termos lançado muitos discos. Tudo o que envolveu o lançamento do álbum, a maneira como foi embalado, tudo foi realmente um esforço para tentar subverter as expectativas das pessoas e para tentar que estas dêem atenção à banda, por forma a gerar uma discussão ou um diálogo sobre o disco”.

É quase como se Jeff Tweedy estivesse a querer recordar-nos de que os Wilco estão aqui e para ficar: e que melhor maneira de acentuar a mensagem do que lançar novo álbum um ano depois do anterior (coisa que só por uma vez tinham feito na carreira, que já dura há 21 anos)?

Schmilco, nome do álbum editado no passado mês de Setembro, é mais um bom disco na carreira dos Wilco, coisa que não é grande novidade. Menos eléctrico, cheio e com risco diria até “rock” do que o anterior, volta a recordar-nos os Wilco de outros tempos, a meio caminho entre as baladas de indiscutível bom gosto e o country-rock mais vitaminado mas sempre delicado.

Com mais espaço dado ao lado cançonetista e à voz de Jeff Tweedy – que aqui se volta a ouvir com clareza, como bom herdeiro da tradição da canção americana – não faltam malhas óptimas para ouvir neste Outono meio-quente-meio-frio, preferencialmente numa qualquer estrada nacional (que com boa dose de imaginação nos recorde a boa, deserta, interminável e poeirenta estrada americana de outros tempos): oiça-se a inicial “Normal American Kids” (bem sarcástica e pertinente num momento em que a diferença é olhada com crescente desconfiança), o single “If I Ever Was a Child” e a mais dinâmica mas profundamente bela “Cry All Day” (não é de fazer chorar as pedras da calçada, não temam).

A somar a isso, os bons momentos disruptivos a que sempre nos habituaram também cá continuam presentes, em temas como “Common Sense”, “Quarters” e “Locator”; e ajudam a que o disco seja tudo menos monótono. Se é relevância na música que os Wilco querem manter, o trabalho está feito e bem feito; acontece que nem tudo depende deles, pelo que o resto fica, a partir de agora, nas nossas mãos – de ouvintes.


Kaiser Chiefs – Stay Together (2016)

 


King Gizzard & The Lizard Wizard – Nonagon Infinity (2016)

 

Destaque

Dynahead: Crítica de Chordata II (2014)

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