sábado, 1 de novembro de 2025

KING'S X - OUT OF THE SILENT PLANET (1988)


Out of the Silent Planet é o primeiro álbum de etúdios d banda estadunidense King’s X. O lançamento oficial ocorreu em 28 de março de 1988, através do selo Megaforce Records. As gravações ocorreram no Rampart Studios, em Houston, nos Estados Unidos. A produção ficou a cargo de Sam Taylor, Jon e Marsha Zazula e do próprio King's X.



Origens


O surgimento do grupo remonta a 1979 em Springfield, Missouri, quando o baixista Doug Pinnick e o baterista Jerry Gaskill se uniram para participar de um projeto musical coordenado por Greg X. Volz, da banda de rock cristão Petra. Um mês após a chegada de Pinnick de Illinois, o projeto foi encerrado e ele e Gaskill ficaram sem banda.


Logo na sequência, conseguiram um emprego como seção rítmica da banda ao vivo do guitarrista Phil Keaggy. Os dois excursionaram pelo país por vários meses promovendo o álbum Ph'lip Side, de Keaggy. Durante o show do grupo em Springfield, Gaskill foi abordado por Ty Tabor, que era membro da banda de abertura naquela noite.


O baterista da banda de Tabor havia saído na noite anterior ao show e Tabor se ofereceu para assumir a bateria no show. No entanto, como não tinha bateria, foi forçado a pedir a Gaskill que emprestasse seu kit para o show. Gaskill atendeu e o show continuou.


Quando a turnê terminou, Pinnick e Gaskill retornaram a Springfield e começaram a procurar mais trabalho. Gaskill conseguiu um emprego fazendo demos para a Tracy Zinn Band, que incluía Ty Tabor na guitarra. Os dois se tornaram amigos e se envolveram, esporadicamente, em diferentes projetos musicais.


Doug Pinnick

No início de 1980, Pinnick compareceu a um show musical no Evangel College e assistiu a uma apresentação de outra banda de Tabor. Pinnick ficou impressionado com as habilidades de Tabor e os dois logo começaram a colaborar musicalmente.


Por fim, Gaskill, Pinnick e Tabor uniram seus talentos em um único grupo. Chamando-se The Edge, eles inicialmente eram um quarteto com a inclusão de Dan McCollam na guitarra base. McCollam saiu após um breve período e foi substituído por Kirk Henderson, amigo de Tabor, oriundo de Jackson, Mississippi. O grupo se apresentou extensivamente no circuito de bares e casas noturnas de Springfield, especializando-se em rock clássico e covers do Top 40 da época.


Sneak Preview


Em 1983, Henderson deixou a banda e Pinnick, Tabor e Gaskill decidiram continuar como um trio. Eles também mudaram o nome da banda a qual foi chamada de Sneak Preview.


O grupo vinha compondo e gravando muitas músicas originais até então. Eles escolheram dez delas para a gravação de um álbum homônimo, lançado de forma independente em 1983. Após o lançamento do disco, a banda continuou em turnê e aprimorou suas habilidades de composição.


Em 1985, o grupo fez contatos com a Star Song Records, sediada em Houston, Texas, e foi incentivado a se mudar para lá. A primeira meta dos três era integrar a banda na turnê do artista da CCM, Morgan Cryar. Tabor e Pinnick também são creditados por coescreverem várias músicas do segundo álbum de Cryar, Fuel on the Fire, de 1986. Tabor também tocou algumas partes de guitarra no álbum, e tanto ele quanto Pinnick são creditados pelos backing vocals.


No entanto, quando chegou a hora de assinar um contrato de gravação com a Star Song, as negociações fracassaram e o acordo foi desfeito.


Jerry Gaskill

Estreia oficial


Out of the Silent Planet é o primeiro álbum de estúdio da banda sob o nome de King's X, lançado em 1988. O título do álbum vem de um livro de C. S. Lewis, um autor favorito dos membros da banda Ty Tabor e Jerry Gaskill.


"Out of the Silent Planet" também é o título da primeira faixa do álbum seguinte, Gretchen Goes to Nebraska. A arte da capa apresenta o horizonte de Houston com o contorno sul do estado do Texas.


O baixista do Pantera, Rex Brown, comentou sobre suas impressões e as de Dimebag Darrell, observando: "Dime me ligou e disse: 'Cara, você já ouviu isso? Você já conferiu King's X?'", diz ele. "Fizemos uma longa viagem de carro e devemos ter ouvido aquele primeiro disco não sei quantas vezes, e não conseguíamos parar! Esse era o som que Dime e eu sempre procuramos."


Vamos às canções:


IN THE NEW AGE


In the New Age” abre o disco com boas doses de peso e de intensidade, com um bom trabalho das guitarras.


A letra fala sobre novos tempos:


In the new age, I see the blind lead the blind

In the new age, in the search for the mind

In the new age but I know what they'll find


GOLDILOX


Goldilox” é mais cadenciada, com melodias mais amenas.


A letra explora o sentimento de querer conhecer alguém:


I got to know your name

And I must know who you are, yeah



Esta canção foi um single do disco, mas não repercutiu em termos das principais paradas de sucesso.


POWER OF LOVE


Power of Love” flerta com o Hard Rock, trazendo ótimos vocais e um refrão pegajoso.


A letra é uma ode ao amor:


On my hand I have no scars

In my heart's a weary beat

If you go I will follow

Where you are I will be


WONDER


Wonder” traz um ótimo riff, com uma pegada bem metálica, sendo uma das melhores do disco.


A letra é sobre reflexão:


Should I go to the front?

Or should I go to the back?

Should I just pray?

Or should I attack?


SOMETIMES


Sometimes” também tem um riff interessante e é forte e criativa.


A letra demonstra um eu lírico em dúvidas:


I stand here crying

The world is laughing

I stand surrounded yet I see the lies

I stand here waiting

For new Jerusalem

I know it's greater than the world outside


Ty Tabor

KING


King” é bem legal, em uma sonoridade mais puxada para um Hard Rock oitentista.


A letra fala sobre um salvador:


King is coming

King is coming

King is coming

Yeah, yeah, yeah, yeah

King is coming


King” foi um single do disco, mas que não provocou maiores repercussões.


WHAT IS THIS?


Mais sombria e densa, “What Is This?” traz excelentes vocais de Doug Pinnick em uma interpretação impecável.


A letra fala sobre a fé:


Oh Lord they say that I don't know you

Oh Lord they say I am deceived

God! You tell me different

I have no choice but to believe


FAR, FAR AWAY


Outro bom riff de Ty Tabor está presente na agressiva “Far, Far Away”.


A letra fala sobre um passado amoroso:


Inside it's lonely, I drive my car

Pass by the signs that speak our past

Always remind me, can't block it out

The story we all knew would last


SHOT OF LOVE


Shot of Love” é mais direta e conta com uma abordagem mais simples.


A letra fala sobre amor:


Send us a shot of love

Across the mountain to the sea

From the poles of north and south

Wherever we may be


Shot of Love” também foi um single, mas também falhou em entrar nas principais paradas de sucesso.


VISIONS


Visions” é uma canção bem metálica, com solos ferozes de Tabor, e muita intensidade, encerrando o trabalho.


A letra fala sobre insanidade:


From his lips

Come truth within insanity

And people passing by

Don't hear and cannot see yeah


Considerações Finais


Out of the Silent Planet atingiu a modesta 144a posição da principal parada norte-americana de discos.


A crítica tem o trabalho em alta conta. Eduardo Rivadavia, do AllMusic, dá uma nota 4 (em 5), apontando: “A introdução de bateria e o riff principal de "Far, Far Away" marcam outro momento notável, mas este é um disco impressionante do início ao fim, com mais elogios para "Wonder", "Shot of Love" e "Power of Love".


O Houston Chronicle observou que "a execução é feroz, livre de truques de estúdio, e a visão emergente eleva essa música à sua própria esfera... Se 'tiver' que ser considerado heavy metal, é o metal mais original desde que o Van Halen estourou na cena há 10 anos”.


Em 1988, a revista Kerrang! elegeu o disco como o melhor álbum do ano. A Classic Rock & Metal Hammer colocaram o disco na lista dos 200 maiores álbuns dos anos 1980.


Apesar de aclamado pela crítica musical, o álbum não teve um bom desempenho comercial. As músicas "King" e "Shot of Love" foram lançadas como singles, mas não conseguiram atrair muita atenção.


Conforme foi dito, o nome do álbum deriva do romance Out of the Silent Planet, de C. S. Lewis e foi a primeira de várias referências da banda ao autor britânico.


King's X promoveu Out of the Silent Planet com sua primeira grande turnê, tocando com nomes como Cheap TrickBlue Öyster CultRobert Plant e Hurricane, bem como com os colegas de gravadora da Megaforce: AnthraxTestament, M.O.D. e Overkill.


Em 1989, a banda lançou seu segundo álbum Gretchen Goes to Nebraska.



Formação:

Doug Pinnick – Vocal e Baixo

Ty Tabor – Guitarra e Vocal

Jerry Gaskill – Bateria


Faixas:

01. In the New Age (Pinnick/Tabor/Gaskill) - 5:23

02. Goldilox (Pinnick/Tabor/Gaskill) - 4:41

03. Power of Love (Pinnick/Tabor/Gaskill) - 4:57

04. Wonder (Pinnick/Tabor/Gaskill) - 4:13

05. Sometimes (Pinnick/Tabor/Gaskill/Warren) - 3:40

06. King (Pinnick/Tabor/Gaskill) - 3:01

07. What Is This? (Pinnick/Tabor/Gaskill) - 3:48

08. Far, Far Away (Pinnick/Tabor/Gaskill/Warren) - 4:14

09. Shot of Love (Pinnick/Tabor/Gaskill) - 3:15

10. Visions (Pinnick/Tabor/Gaskill) - 5:11


Letras:

As letras podem ser acessadas neste link: https://www.letras.mus.br/kings-x/


Opinião do Blog:

Pensa-se que o King’s X é uma das bandas mais injustiçadas da história do Rock.


Out of the Silent Planet é um álbum com muitos predicados e uma amostra fiel do talento do grupo. Os vocais de Doug Pinnick e as guitarras de Ty Tabor são os destaques mais óbvios, porém os arranjos e a forma com que as composições são tocadas é cativante.


A sonoridade realmente possui uma base mais pesada, mais metálica, mas o grupo passeia por estilos diferentes durante todo o disco. O Rush é uma referência óbvia e toques de Prog, de Hard Rock e até de AOR podem ser sentidos.


Wonder”, “What Is This?” e “Visions” são as minhas favoritas.


Em suma, Out of this Silent Planet é um álbum imperdível e quem ousar conhecê-lo, dificilmente se arrependerá.


CANDLEMASS - EPICUS DOOMICUS METALLICUS (1986)


Epicus Doomicus Metallicus é o álbum de estreia da banda sueca Candlemass. Seu lançamento oficial aconteceu em 10 de junho de 1986, através do selo Black Dragon. As gravações aconteceram em fevereiro daquele ano, no Thunderload Studios, em Estocolmo, Suécia. A produção ficou por conta de Ragne Wahlquist e do próprio grupo.


Candlemass é uma banda sueca de doom metal fundada em Upplands Väsby, um subúrbio de Estocolmo, em 1984, pelo baixista, compositor e líder de banda Leif Edling e pelo baterista Matz Ekström.


Após a separação de sua primeira banda Nemesis, o baixista Leif Edling começou sua própria banda sob o nome Candlemass com o vocalista (de sessão) Johan Längqvist, o baterista Matz Ekström, o guitarrista Mats "Mappe" Björkman e Klas Bergwall.


Seu primeiro lançamento, Epicus Doomicus Metallicus (1986), imediatamente garantiu sua posição, levando a banda dentro dos círculos do metal, estabelecendo um marco na cena doom metal.


Leif Edling

O disco


No seu lançamento, o álbum tinha um som significativamente diferente de outras bandas europeias de heavy metal da época, devido ao uso de vocais operísticos misturados com riffs de guitarra lentos e pesados.


O título do álbum Epicus Doomicus Metallicus seria uma tradução para o latim de Epic Doom Metal - o gênero que a banda ajudou a criar e com o qual é mais comumente identificada. Embora ele fosse na verdade um músico convidado na época de sua gravação, este foi o único álbum do Candlemass com a participação do vocalista Johan Längqvist até ele se juntar à banda, oficialmente, em 2018.


Em 1985, os membros do Candlemass começaram a compor as canções "Under the Oak", "Crystal Ball", "Demons Gate" e "Dark Reflections" em Upplands Väsby.


Em novembro de 1985, o grupo gravou um álbum demo no OAL Studios, que trazia as canções "Demons Gate" e "Black Stone Wielder". A banda não tinha um vocalista regular na época e Leif Edling executou os vocais para a demo.


O grupo enviou a demo para a Black Dragon Records em Paris, França, que ofereceu ao Candlemass um contrato de um disco com um orçamento de 1.800 dólares.


Em fevereiro de 1986, Epicus Doomicus Metallicus foi gravado no Thunderload Studios em Estocolmo, Suécia, com o produtor Ragne Wahlquist da banda de metal Heavy Load. Ainda sem um vocalista regular, Johan Längqvist executou os vocais apesar de não ter ouvido nenhuma das músicas que a banda havia tocado anteriormente.


Matz Ekstrom

Epicus Doomicus Metallicus difere de outras bandas de metal europeias que eram conhecidas por "tocar em velocidades vertiginosas e gritar em um frenesi agudo". O álbum do Candlemass apresenta riffs mais lentos e vocais entregues em um "estilo barítono e operístico". A música de abertura "Solitude" traz letras que giram em torno de temas de suicídio e depressão.


Vamos às faixas:


SOLITUDE


Com uma letra sobre sofrimento, um riff sensacional ao melhor estilo Sabbath, teos um dos grandes clássicos do Doom Metal.


A letra fala de sofrimento:


Hate is my only friend, pain is my father

Torment is delight to me

Death is my sanctuary, I seek it with pleasure

Please, let me die in solitude


DEMON’S GATE


O peso absurdo e o ritmo mais lento fazem de “Demon’s Gate” uma faixa incrível e angustiante, ao mesmo tempo.


A letra se refere ao mundo dos mortos da mitologia grega:


From the dark age the passage hail

Created by witchcraft and hate

Where every sinner will meet his fate

The place is cursed by the hands of doom

Unholy powers in reign

The devil's paradise of pain


CRYSTAL BALL


É a menor canção do álbum, mas sua brutalidade é muito impactante.


A letra é mística:


Gaze into the crystal

See what it tells

It can bring you all fortune

Do you so well

Visions and dreams

You can see in the crystal ball


Mats Bjorkman

BLACK STONE WIELDER


Esta é uma canção densa e longa, em que o peso brutal continua a dominando por toda sua suração.


As letras são soturnas:


Stone, they wielded the stone

In generation from father to son

A star, a star is to come

And light them the way to the one who is born


UNDER THE OAK


Os ótimos solos de Klas Bergwall cortam toda a faixa, com precisão e feeling, compondo-se aos bons vocais de Johan Längqvist.


A letra é um clamor:


Hear my prayers climbing on the clouds above

Silent cry reach the inner halls of truth

Give me a sign! A sign!


A SORCERER’S PLEDGE


O disco é encerrado com uma canção mais épica, contando com peso e uma atuação incrível de Längqvist. Incrível.


A letra fala sobre feitiçaria:


An old man marked by a life so long

Is sleeping so sweet while his magic is growing so strong

Waiting still for new times to come

A thousands years to see if he has won


Considerações Finais


Epicus Doomicus Metallicus foi lançado em 10 de junho de 1986 em vinil e CD. A banda foi retirada da Black Dragon Records devido às vendas decepcionantes do álbum.


Muitos críticos especializados em Heavy Metal sugerem que este álbum é um pilar do chamado Doom Metal, bem como uma importante influência para o estilo conhecido como Stoner.


O álbum foi relançado em vários formatos. Isso inclui uma reedição pela Powerline Records em 2002 que incluía um disco bônus de uma performance ao vivo gravada em Birmingham em 1988. Em 2011, o álbum foi relançado pela Peaceville Records com um livreto ampliado e o mesmo disco bônus.


Candlemass seguiu com o álbum Nightfall (1987), após assinar contrato com a Axis Records.



Formação:

Leif Edling – Baixo

Mats Björkman – Guitarra base

Matz Ekström – Bateria

Músicos convidados:

Johan Längqvist – Vocal

Klas Bergwall – Guitarra-solo

Christian Weberyd – Guitarra

Cille Svenson – backing vocals femininos em "A Sorcerer's Pledge"


Faixas:

1. Solitude - 5:38

2. Demon's Gate - 9:12

3. Crystal Ball - 5:23

4. Black Stone Wielder - 7:34

5. Under the Oak - 6:54

6. A Sorcerer's Pledge - 8:20

(Todas as canções compostas por Leif Edling).


Letras:
Para o conteúdo completo das letras, acesse: https://www.letras.mus.br/candlemass/


Opinião do Blog:

Com apenas 6 canções, é impressionante o poder que Epicus Doomicus Metallicus em influenciar uma nova geração de bandas calcadas na sonoridade Doom Metal, como o Candlemass demonstrou ser um legítimo herdeiro do Heavy Metal do Black Sabbath.


A poderosíssima seção rítmica formada pelo baixista líder da banda, Leif Edling, e pelo baterista Matz Ekström constroem uma base pesadíssima para que as guitarras brilhem. Sejam pelos riffs poderosos criados por Edling, sejam por solos muito bem executados por Klas Bergwall.


Se há um ponto que podemos considerar negativo é o vocal de Johan Längqvist que, não é o caso de cantar mal, mas não chega aos pés do seu substituto, o grande Messiah Marcolin.


Sem canções nem medianas, o álbum possui faixas poderosas como a incrível jornada épica de “Demon’s Gate”, a porrada “Crystal Ball” ou mesmo a emocionante “A Sorcerer's Pledge”.


Mas escolhemos a inacreditável “Solitude” como nossa favorita, uma faixa que o Black Sabbath assinaria sem nenhuma ressalva.


Enfim, não há muito mais a ser dito. Epicus Doomicus Metallicus é um dos grandes álbuns dos anos 1980, determinando um resgate à sonoridade criada pelo Sabbath, mas dando seu toque inovador para o ótimo Doom Metal.



Destaque

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