segunda-feira, 30 de junho de 2025
AIR - Teilweise Kacke... ... aber Stereo - 1973
Dentre as centenas de bandas alemãs surgidas nos anos 70, o Air foi uma das que mais me surpreendeu. Diferente do Krautrock experimental, repleto de variações rítmicas e arranjos complexos, como era comum na época, o som aqui é mais cadenciado e minimalista.
Mesmo sem composições tecnicamente sofisticadas, o Air apresenta um som limpo e envolvente, onde o teclado assume o papel central, tornando o disco uma experiência interessante. Algumas passagens remetem às timbragens clássicas do fim dos anos 60, evocando bandas como The Nice e Moody Blues, o que confere ao álbum uma atmosfera que lembra os primórdios do rock progressivo. A guitarra aparece mais como um elemento de apoio, sem grande destaque e muitas vezes discreta. Em contrapartida, a flauta, bem encaixada, alterna-se com solos de teclado, criando uma ambientação medieval em certos momentos.
Trata-se de um disco instrumental leve e despretensioso, com forte influência clássica, destoando do padrão do progressivo alemão. O que o aproxima do gênero, no entanto, é o fato de ser um registro único, com prensagens limitadas e distribuição restrita. O vinil tornou-se altamente raro, chegando a valer algumas centenas de euros quando uma cópia surge no mercado.
Curiosamente, a tradução livre do título do álbum é "Merda Parcial... em Stereo". Apesar do nome pouco convidativo, trata-se de um registro singular e envolvente, que merece atenção.
TRACKS:
1. D-Zug
2. Kantate 140,4
3. Herzinfarkt
4. Blues 2
5. Alright, Ernie
6. A-g-e
7. Zopf
Dentre as centenas de bandas alemãs surgidas nos anos 70, o Air foi uma das que mais me surpreendeu. Diferente do Krautrock experimental, repleto de variações rítmicas e arranjos complexos, como era comum na época, o som aqui é mais cadenciado e minimalista.
Mesmo sem composições tecnicamente sofisticadas, o Air apresenta um som limpo e envolvente, onde o teclado assume o papel central, tornando o disco uma experiência interessante. Algumas passagens remetem às timbragens clássicas do fim dos anos 60, evocando bandas como The Nice e Moody Blues, o que confere ao álbum uma atmosfera que lembra os primórdios do rock progressivo. A guitarra aparece mais como um elemento de apoio, sem grande destaque e muitas vezes discreta. Em contrapartida, a flauta, bem encaixada, alterna-se com solos de teclado, criando uma ambientação medieval em certos momentos.
Trata-se de um disco instrumental leve e despretensioso, com forte influência clássica, destoando do padrão do progressivo alemão. O que o aproxima do gênero, no entanto, é o fato de ser um registro único, com prensagens limitadas e distribuição restrita. O vinil tornou-se altamente raro, chegando a valer algumas centenas de euros quando uma cópia surge no mercado.
Curiosamente, a tradução livre do título do álbum é "Merda Parcial... em Stereo". Apesar do nome pouco convidativo, trata-se de um registro singular e envolvente, que merece atenção.
TRACKS:
1. D-Zug
2. Kantate 140,4
3. Herzinfarkt
4. Blues 2
5. Alright, Ernie
6. A-g-e
7. Zopf
EPIDAURUS - Earthly Paradise - 1977
Criada em 1976 em algum canto da Alemanha Oriental, a banda Epidaurus faz um som profundamente enraizado ao início dos anos 70, época em que o rock progressivo sinfônico atingiu seu auge.
Fortemente influenciado por bandas inglesas como Yes, Genesis, Renaissance e Emerson, Lake & Palmer, o grupo, no entanto, não perdeu suas origens, remetendo-nos ao começo de carreira do Eloy e ao experimentalismo do Tangerine Dream. Sem dúvida, o Epidaurus é uma das grandes joias do progressivo alemão.
O som da banda gira em torno da impressionante virtuosidade de dois talentosos e pouco conhecidos tecladistas: Günther Henne e Gerd Linke. A fusão mágica entre solos vigorosos de sintetizadores e a sutileza do Mellotron realça toda a atmosfera encantadora deste raro registro. Curiosamente, solos de guitarra e linhas de baixo não são tão enfatizados ao longo das faixas, o que não compromete a experiência, pois o foco do grupo sempre foi a riqueza dos teclados. Destaca-se ainda a bela e angelical voz de Christine Wand, que surge como um complemento etéreo em algumas faixas, trazendo ecos da deusa maior do rock progressivo, Annie Haslam.
Cada composição deste álbum apresenta um caráter único e uma criatividade singular. A sintonia entre os dois tecladistas é algo impressionante, demonstrando o apuro técnico e a sensibilidade que só músicos alemães conseguem imprimir no progressivo. O disco é essencialmente dividido em duas partes: a primeira, voltada para um progressivo sinfônico mais sólido e influenciado por bandas britânicas; já a segunda, mais experimental, nos remete aos tempos áureos do Tangerine Dream, onde a dupla de tecladistas mostra todo seu talento ao explorar, de maneira intensa, a faceta mais obscura do progressivo alemão.
Não toco nenhum instrumento e sou completamente leiga quando se trata de teoria musical, mas sou fascinada por teclados vintage, especialmente sintetizadores, pianos elétricos e Mellotrons. Por isso, recomendo este disco tanto a músicos quanto a apreciadores que, como eu, são apaixonados pelo som inconfundível desses instrumentos. Aqui encontramos de tudo: desde belas timbragens de Mellotron até ruidosos solos de Moog, entrelaçados a passagens delicadas de Rhodes.
Como de costume, este é mais um daqueles registros raros, lançados de forma independente e com poucas cópias prensadas em vinil. Nos anos 90, o extinto selo Penner remasterizou e lançou o álbum em CD. Mais tarde, o imprescindível selo Garden Of Delights obteve os direitos do Penner e relançou o disco em 2000, incluindo algumas faixas bônus. O que possuo aqui é apenas o primeiro lançamento, com as cinco faixas originais. Se alguém tiver a edição do Garden Of Delights e quiser compartilhar, será muito bem-vindo, pois tenho grande curiosidade em ouvir essas faixas extras.
A banda chegou a se reunir nos anos 90 e lançou um novo álbum, "Endangered", que não obteve sucesso comercial nem de crítica. Como nunca o ouvi, não cabe a mim avaliá-lo.
Tenho o Epidaurus como uma das minhas bandas alemãs favoritas e acredito que muitos frequentadores deste espaço ainda desconhecem essa joia rara. Certamente, irão se surpreender com a beleza que se esconde em apenas 30 minutos de execução.
Boa viagem!
TRACKS:
1. Actions And Reactions
2. Silas Marner
3. Wings Of The Dove
4. Andas
5. Mitternachtstraum
Criada em 1976 em algum canto da Alemanha Oriental, a banda Epidaurus faz um som profundamente enraizado ao início dos anos 70, época em que o rock progressivo sinfônico atingiu seu auge.
Fortemente influenciado por bandas inglesas como Yes, Genesis, Renaissance e Emerson, Lake & Palmer, o grupo, no entanto, não perdeu suas origens, remetendo-nos ao começo de carreira do Eloy e ao experimentalismo do Tangerine Dream. Sem dúvida, o Epidaurus é uma das grandes joias do progressivo alemão.
O som da banda gira em torno da impressionante virtuosidade de dois talentosos e pouco conhecidos tecladistas: Günther Henne e Gerd Linke. A fusão mágica entre solos vigorosos de sintetizadores e a sutileza do Mellotron realça toda a atmosfera encantadora deste raro registro. Curiosamente, solos de guitarra e linhas de baixo não são tão enfatizados ao longo das faixas, o que não compromete a experiência, pois o foco do grupo sempre foi a riqueza dos teclados. Destaca-se ainda a bela e angelical voz de Christine Wand, que surge como um complemento etéreo em algumas faixas, trazendo ecos da deusa maior do rock progressivo, Annie Haslam.
Cada composição deste álbum apresenta um caráter único e uma criatividade singular. A sintonia entre os dois tecladistas é algo impressionante, demonstrando o apuro técnico e a sensibilidade que só músicos alemães conseguem imprimir no progressivo. O disco é essencialmente dividido em duas partes: a primeira, voltada para um progressivo sinfônico mais sólido e influenciado por bandas britânicas; já a segunda, mais experimental, nos remete aos tempos áureos do Tangerine Dream, onde a dupla de tecladistas mostra todo seu talento ao explorar, de maneira intensa, a faceta mais obscura do progressivo alemão.
Não toco nenhum instrumento e sou completamente leiga quando se trata de teoria musical, mas sou fascinada por teclados vintage, especialmente sintetizadores, pianos elétricos e Mellotrons. Por isso, recomendo este disco tanto a músicos quanto a apreciadores que, como eu, são apaixonados pelo som inconfundível desses instrumentos. Aqui encontramos de tudo: desde belas timbragens de Mellotron até ruidosos solos de Moog, entrelaçados a passagens delicadas de Rhodes.
Como de costume, este é mais um daqueles registros raros, lançados de forma independente e com poucas cópias prensadas em vinil. Nos anos 90, o extinto selo Penner remasterizou e lançou o álbum em CD. Mais tarde, o imprescindível selo Garden Of Delights obteve os direitos do Penner e relançou o disco em 2000, incluindo algumas faixas bônus. O que possuo aqui é apenas o primeiro lançamento, com as cinco faixas originais. Se alguém tiver a edição do Garden Of Delights e quiser compartilhar, será muito bem-vindo, pois tenho grande curiosidade em ouvir essas faixas extras.
A banda chegou a se reunir nos anos 90 e lançou um novo álbum, "Endangered", que não obteve sucesso comercial nem de crítica. Como nunca o ouvi, não cabe a mim avaliá-lo.
Tenho o Epidaurus como uma das minhas bandas alemãs favoritas e acredito que muitos frequentadores deste espaço ainda desconhecem essa joia rara. Certamente, irão se surpreender com a beleza que se esconde em apenas 30 minutos de execução.
Boa viagem!
TRACKS:
1. Actions And Reactions
2. Silas Marner
3. Wings Of The Dove
4. Andas
5. Mitternachtstraum
LILIENTAL - Liliental - 1978
Liliental foi um projeto paralelo liderado por Dieter Moebius (Cluster), que buscava expandir os horizontes da música eletrônica para territórios ainda mais experimentais. Para isso, Moebius recrutou dois integrantes do Kraan: o virtuoso baixista Helmut Hattler e o talentoso saxofonista e flautista Johannes Pappert. A esse time de peso somou-se ninguém menos que Conny Plank, lendário engenheiro de som e produtor, cujas mãos moldaram a sonoridade de bandas icônicas do Krautrock, como Neu!, Can, Harmonia e Kraftwerk.
A proposta do Liliental era criar uma experiência sonora imersiva e atmosférica, fundindo guitarras distorcidas a belas passagens de sintetizadores e instrumentos de sopro, com um uso minimalista de percussão. Esse conceito remete diretamente à fase áurea do próprio Cluster, mas com um toque de exotismo que confere uma identidade única ao projeto.
O álbum, lançado pelo selo Brain em 1978, é uma verdadeira tapeçaria de pequenas melodias, onde cada peça parece desenhar paisagens sonoras abstratas. O disco transita entre momentos de suavidade etérea e passagens sombrias, evocando um senso de mistério que poucos registros do gênero conseguem alcançar. Em diversas faixas, a sensação é quase cinematográfica, como se estivéssemos diante da trilha sonora de um filme experimental nunca realizado.
Um dos aspectos mais curiosos desse álbum é a ausência de Brian Eno. Ouvir Liliental é, em muitos momentos, remeter-se imediatamente à sua parceria com o Cluster em 1977, no magnífico "Cluster & Eno", um trabalho que ajudou a consolidar os alicerces da Ambient Music. Dado o histórico colaborativo de Eno com os músicos envolvidos, sua não participação nesse projeto soa, no mínimo, intrigante. Afinal, a proposta do Liliental se alinha perfeitamente com a estética ambient que ele ajudou a definir.
Devido ao caráter experimental e ao fato de ser um projeto mais pessoal de Moebius, o disco teve uma tiragem limitada em vinil na época de seu lançamento. Felizmente, a Universal Music relançou uma edição japonesa em Digipack em 2007, tornando essa obra-prima mais acessível a colecionadores e admiradores do Krautrock. Hoje, com um pouco de pesquisa, ainda é possível encontrar cópias disponíveis para compra na internet.
Ter esse registro em mãos é como possuir uma joia rara do underground eletrônico alemão. Para os fãs de Cluster, Harmonia e das vertentes mais atmosféricas do Krautrock, Liliental é uma audição obrigatória. Um verdadeiro achado para aqueles que buscam sonoridades inovadoras e atemporais.
TRACKS:
1. Stresemannstrasse
2. Adel
3. Wattwurm
4. Vielharmonie
5. Gebremster Schaum
6. Nachsaison
Liliental foi um projeto paralelo liderado por Dieter Moebius (Cluster), que buscava expandir os horizontes da música eletrônica para territórios ainda mais experimentais. Para isso, Moebius recrutou dois integrantes do Kraan: o virtuoso baixista Helmut Hattler e o talentoso saxofonista e flautista Johannes Pappert. A esse time de peso somou-se ninguém menos que Conny Plank, lendário engenheiro de som e produtor, cujas mãos moldaram a sonoridade de bandas icônicas do Krautrock, como Neu!, Can, Harmonia e Kraftwerk.
A proposta do Liliental era criar uma experiência sonora imersiva e atmosférica, fundindo guitarras distorcidas a belas passagens de sintetizadores e instrumentos de sopro, com um uso minimalista de percussão. Esse conceito remete diretamente à fase áurea do próprio Cluster, mas com um toque de exotismo que confere uma identidade única ao projeto.
O álbum, lançado pelo selo Brain em 1978, é uma verdadeira tapeçaria de pequenas melodias, onde cada peça parece desenhar paisagens sonoras abstratas. O disco transita entre momentos de suavidade etérea e passagens sombrias, evocando um senso de mistério que poucos registros do gênero conseguem alcançar. Em diversas faixas, a sensação é quase cinematográfica, como se estivéssemos diante da trilha sonora de um filme experimental nunca realizado.
Um dos aspectos mais curiosos desse álbum é a ausência de Brian Eno. Ouvir Liliental é, em muitos momentos, remeter-se imediatamente à sua parceria com o Cluster em 1977, no magnífico "Cluster & Eno", um trabalho que ajudou a consolidar os alicerces da Ambient Music. Dado o histórico colaborativo de Eno com os músicos envolvidos, sua não participação nesse projeto soa, no mínimo, intrigante. Afinal, a proposta do Liliental se alinha perfeitamente com a estética ambient que ele ajudou a definir.
Devido ao caráter experimental e ao fato de ser um projeto mais pessoal de Moebius, o disco teve uma tiragem limitada em vinil na época de seu lançamento. Felizmente, a Universal Music relançou uma edição japonesa em Digipack em 2007, tornando essa obra-prima mais acessível a colecionadores e admiradores do Krautrock. Hoje, com um pouco de pesquisa, ainda é possível encontrar cópias disponíveis para compra na internet.
Ter esse registro em mãos é como possuir uma joia rara do underground eletrônico alemão. Para os fãs de Cluster, Harmonia e das vertentes mais atmosféricas do Krautrock, Liliental é uma audição obrigatória. Um verdadeiro achado para aqueles que buscam sonoridades inovadoras e atemporais.
TRACKS:
1. Stresemannstrasse
2. Adel
3. Wattwurm
4. Vielharmonie
5. Gebremster Schaum
6. Nachsaison
Mortalha Negra - Necromante - 2025 (EP)
Huma - Afronta - 2025
Worgohm - Green Continuum - 2025
Destaque
PEROLAS DO ROCK N´ROLL - PROG/FUSION - RAINBOW BAND - Rainbow Band
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