domingo, 13 de agosto de 2023

Ian Gillan Band

 




Mark Naussef, Colin Towns, Ian Gillan, Ray Fenwick e John Gustafson

Depois de sair do Deep Purple em 1973, o vocalista Ian Gillan ficou aproximadamente dez anos vivendo longe dos olhos dos fãs do grande grupo britânico, até surpreendentemente retornar aos holofotes como vocalista do Black Sabbath, o que culminou no registro do ótimo Born Again (1983), e no ano seguinte, com o retorno da Mark II do Deep Purple, no qual ao lado de Ritchie Blackmore (guitarras), Jon Lord (teclados), Roger Glover (baixo) e Ian Paice (bateria), Gillan recolocou a locomotiva sonora dos britânicos em movimento com o aclamado Perfect Strangers.

Porém, apesar de praticamente desconhecido, o período entre 1974 e 1983 foi de muito trabalho para Gillan. Um dos diversos projetos em que ele participou foi sua própria banda, a Ian Gillan Band. 

Entre 1975 e 1978, o grupo fez inúmeros shows, e registrou três fantásticos álbuns que, apesar de não ter o peso do Deep Purple, emprega com eficiência a talentosa voz de prata de Gillan em um casamento inesperado com o jazz fusion.

A estreia da Ian Gillan Band, ainda com resquícios hard
  
A estreia foi batizada com um título que ainda mantém resquícios do passado Purpleano de Gillan. Child in Time trouxe ao mundo uma banda formada por Gillan, Ray Fenwick (guitarras, slide guitar e vocais), John Gustafson (baixo e vocais), Mark Nauseef (bateria e percussão) e Mike Moran (teclados), e é uma nuvem de curiosidades para fãs de Deep Purple não colocar defeito. 

Apesar de conter pouco da grandeza fusion que os outros dois álbuns trazem, as quais aparecem timidamente na linha de baixo de "Lay Me Down" ou no swing Motowniano de "My Babe Loves Me", Child in Time contém muito da sonoridade hard que consagrou a Mark II, como atestam "Shame", trazendo um interessante trabalho no slide, e certamente, para os apaixonados por essa fase do Deep Purple, é o álbum que mais agrada. 

O lado A de Child in Time

Para esses, a revisão da canção que dá nome ao álbum (originalmente gravada pelo Deep Purple em In Rock, de 1970) pode não cair tão bem, já que a faixa transformou-se em uma balada recheada de efeitos sonoros, mas ainda com os gritos insanos do original, e por que não, tão linda quanto, apesar da gritante diferença entre os solos de Fenwick e Blackmore. 

"You Make Me Feel So Good" é uma faixa embalada que poderia estar presente em Fireball ou Machine Head, e ainda há espaço para duas baladas, o soul de "Down the Road", na qual Gillan rasga a voz mostrando por que é um dos maiores da história, e a viajante "Let It Slide", com Fenwick dando show no slide guitar e vocalizações que nos remetem aos primeiros álbuns do Styx. 

Single de
"You Make Me Feel So Good"
Um álbum interessante, que desvinculava Gillan de seu passado, e projetava novos horizontes para sua carreira,. Porém, a baixa vendagem fez com que a Polydor não mantivesse o contrato. Mesmo o single de "You Make Me Feel So Good", com "Shame" no lado B, não pegou, e o grupo teve que procurar uma nova casa.

O jeito foi assinar com a Island, e assim, com uma mudança nas teclas, tendo a entrada de Colin Towns no lugar de Mike Moran, saí em 1977 o segundo e melhor disco do quinteto, Clear Air Turbulance.

O melhor álbum do quinteto

Esse álbum apaga com os resquícios hard que existem em Child in Time, e pisa com força no jazz fusion, inclusive adicionando um naipe de metais, formado por Phil Kersie (saxofone tenor), Martin Firth (baritone saxophone), John Huckridge (trompete), Derek Healey (trompete) e Malcolm Griffiths (trombone), além de Colin trazer sua flauta para complementar o som dos teclados e dos metais. 

No geral, temos um crescimento notável dos músicos, e as canções estão muito mais trabalhadas - até por que a maioria ultrapassa os sete minutos de duração - com mudanças impactantes dentro delas mesmas, o que só faz aumentar o conceito e o gosto dentro dos ouvidos. 

Capa interna de Clear Air Turbulance
As novidades são diversas, como as percussões Santanianas de "Goodhand Liza", com Gustafson dando um show a parte, ou logo na abertura, com Gustafson dando seu espetáculo na faixa-título, tendo a presença marcante do naipe de metais e um andamento extremamente dançante feito por guitarra e bateria, além de passagens intrincadas nas quais os músicos da Ian Gillan Band fazem misérias. 

Gustafson, o grande nome do álbum, também esbalda-se durante os delírios de "Over the Hill", essa com a performance destacada de Colin, seja no piano, seja nos sintetizadores, seja no moog, uma matadora parte vocal, uma avassaladora cozinha, e um encerramento magistral, além de Gillan mandando ver em seus gritos e tornando fácil a melhor canção da Ian Gillan Band. 

O lado A de Clear Air Turbulance

O naipe de metais destaca-se na contagiante "Money Lender", um dos grandes clássicos da Ian Gillan Band, enquanto Gillan canta em falsete na balada "Five Moons", outra que traz novamente vocalizações que lembram Styx. "Angel Machenio" encerra esse perfeito disco com uma balada sensualíssima, carregada nas percussões e apresentando uma longa introdução com Fenwick no violão flamenco e no slide guitar.

Em 1997, Clear Air Turbulence foi relançado com um novo título, The Rockfield Mixes, trazendo uma mixagem mais limpa (que era a versão da qual Gillan gostaria que tivesse sido lançada originalmente) e com a inédita "This is the Way". Do álbum não saíram singles.

A capa original de Scarabus
O grupo partiu para uma série de shows, com destaque para apresentações no Japão, em Hiroshima e no cultuado Budokan. No retorno, ainda pela Island, lançam o derradeiro álbum, Scarabus, mantendo a formação de Clear Air Turbulence, e que acaba sendo uma perfeita sequência para o mesmo, com canções dançantes e mais trabalhadas dentro do fusion.

Destas, o swing de "Mad Elaine", forte candidata a melhor canção do álbum, com um grandioso solo de Colin, e "Pre-Release", bem como o embalo da dupla "Twin Exhausted" e "Poor Boy Hero" são as que mais destacam-se. Outras canções embaladas, mas sem a potência dançante das já citadas, são "Country Lights", recheada de vocalizações, "Slags to Bitches" As linhas vocais da faixa-título foram utilizadas anos depois por Gillan para os vocais de "Disturbing the Priest", gravado no citado Born Again, do Black Sabbath. 


Versão do relançamento de Scarabus
Um destaque especial vai para a assombrosa performance de Gustafsson na excelente "Fool's Mate", tocando como mestres do fusion como Jaco Pastorius e Patrick O'Hearn, em uma linha similar ao que já havia apresentado em "Clear Air Turbulance", e com Gillan soltando a voz como sempre. Por incrível que pareça, "Apathy" e "Mercury High" poderiam tranquilamente aparecer em Stormbringer, disco já com a Mark III do Deep Purple (lançado em 1974, e sem Gillan nos vocais), tamanha a similaridade das linhas melódicas dessas canções com algumas daquela álbum. 

Singles japoneses

Do álbum saíram os singles "Twin Exhausted" / "Five Moons", "Country Lights" / "Poor Boy Hero" e "Illusion" / "Untitled", lançados apenas no Japão, e que não chegaram a fazer sucesso. De qualquer forma, Scarabus é um digno encerramento dessa fase de Gillan, que foi relançado em 1989, trazendo como bônus uma versão ao vivo para "My Babe Loves Me", registrada no Japão em 22 de setembro de 1977.

O grupo em 1978

Esse show no Japão já havia sido lançado em 1978, no excelente álbum duplo Live at Budokan (1978), o qual saiu no Japão em duas versões (Volume I, em 1977, e Volume II, em 1978), mas deixando algumas canções de fora. 

Os dois volumes de Budokan (acima), e a versão completa (abaixo)

Esse álbum foi lançado já após o fim da Ian Gillan Band, e pouco antes de surgir um novo grupo liderado por Ian Gillan, batizado apenas de Gillan, que entre 1978 e 1982 lançou seis álbuns, revelando ao mundo os guitarristas Bernie Tormé (Atomic Rooster) e Janick Gers (Iron Maiden), bem como o baterista Mick Underwood (Episode Six, Quatermass). Depois, veio a passagem pelo Black Sabbath e o retorno ao Deep Purple. 

Ian Gillan Band

No final dos anos 80, Gillan retornou brevemente para sua carreira solo, e a partir de 1992, continuou como vocalista principal do Deep Purple, posto que mantém até os dias de hoje, sem nunca mais retornar aos belíssimos tempos em que o fusion predominou nas suas melodias vocais e instrumentais.




DISCOS DE ÊXITOS

 

                                                      Pholhas - Especial 28 Anos


Traklist:

01. The Night Before
02. Sunday Morning
03. Twilight Time
04. Wings ''Asa Branca''
05. Song For John
06. Sweet Memories
07. Remember The Park
08. Love You So Much
09. Just A Dream A Go
10. You' Re My Sky
11. Just The Way You Are
12. The End


Kleiton & Kledir - Minha História





Traklist:

01. Paixão
02. Fonte Da Saudade
03. Maria Fumaça
04. Bailão
05. Navega Coração
06. Nem Pensar
07. Viva
08. Corpo E Alma
09. Deu Pra Ti
10. O Analista De Bagé
11. Lagoa Dos Patos
12. Tô Que Tô
13. Trova
14. Vira Virou




Gyasi - Pronounced Jah-See



Na floresta da Virgínia Ocidental, em uma depressão isolada, um menino pensou que era um pavão. Quando percebeu, para sua consternação, que não era um pavão, pegou um violão. "Pronounced Jah-See" é seu primeiro álbum oficial lançado pela Alive Records . E é brilhante.  Gyasi é a nova cara do Glam Rock.
1) Para os visualizadores deste blog que não te conhecem, o que você contaria sobre você e sua formação musical para se apresentar? Você também pode apresentar os outros caras que participaram das gravações? Eles farão parte da sua banda de apoio "ao vivo"?

Bem, eu cresci em um holler na zona rural de West Virginia com pais que faziam parte do movimento "de volta à terra" que se mudaram para lá para viver perto da terra e aprender velhas formas de cultivar e viver primitivamente. Eles tinham uma incrível coleção de discos de blues, jazz, world music e rock and roll, então eu fui exposto a muita música que a maioria das pessoas da minha idade não conhecia na época. Ganhei um violão aos 6 anos e comecei a tocar junto com discos e aprendendo tudo que podia. Comecei a fazer shows aos 12 anos com minha primeira banda e a escrever músicas. Após o colegial, fui para o Berklee College of Music para estudar mais música, tocando principalmente hot jazz no estilo de Django Reinhardt. Quando comecei a escrever mais, decidi combinar todos os meus interesses em um projeto que levou às gravações deste disco. 

As gravações e a banda ao vivo diferem um pouco. A maioria das sessões foi feita apenas por mim e um baterista chamado Ammed Solomon. Algumas músicas são eu tocando todos os instrumentos, e algumas são minha formação completa em turnê. Tudo depende das circunstâncias da composição/gravação da música. Cerca de metade foi gravada em meu home studio e a outra metade foi feita no Blackbird Studio em Nashville. A formação atual é Cole Bearden no baixo, Sam Skorik na bateria e Ricky Dover Jr. guitarra. 


2) Sobre o seu novo álbum completo lançado "Pronounced Jah-See", o que você pode dizer sobre as 5 faixas que já estavam no seu CD auto-lançado "ANDROGYNE" de 2019? Essas 5 faixas foram regravadas para o novo lançamento ou são as mesmas gravações do CD anterior?

São as mesmas gravações, mas foram remasterizadas. Eram músicas que a gravadora gostou muito e queria lançar em vinil. O objetivo geral deste álbum era servir como uma introdução. É por isso que chamei de “Pronuncia-se Jah-See” porque a primeira coisa que as pessoas perguntam quando me descobrem é como pronunciar o nome. Tanto a Alive Records quanto eu achamos importante incluir essas músicas como uma boa introdução à minha música. 

3) Você usa a tecnologia de gravação digital atual ou trabalha apenas com máquinas analógicas em estúdios analógicos?

Eu basicamente uso uma configuração híbrida analógica/digital onde gravo em fita e depois transfiro para digital para overdubs e mixagem. Algumas músicas foram todas em fita e outras totalmente digitais. Só depende do que combina com a música no momento. Geralmente prefiro fita, ou pelo menos trabalhar em um fluxo de trabalho semelhante a gravar em fita. Acho que geralmente rende performances e gravações com uma certa energia que parece mais difícil de obter com o digital por algum motivo. 

4) Você concordaria em dizer que as fotos da capa (e até mesmo o título) do CD auto-lançado eram mais sexualmente orientadas, quase como uma declaração. As fotos do novo CD/LP - embora realmente ótimas, especialmente a foto do verso - estão a um passo de distância dessa afirmação. Isso é uma tentativa de evitar chocar as massas maiores?

Mmmm não, eu não acho que houve algum pensamento consciente dessa forma. Não tenho medo de chocar as massas. É apenas uma coleção diferente de músicas. Neste caso, é mais uma introdução, então foi assim que o empacotei. Não é tanto um álbum conceitual por dia. "Androgyne" é mais provocativa porque era mais sobre o que aquela coleção de músicas tratava. 




5) Qual é o seu tópico/tópico favorito que vem facilmente quando você escreve a letra de uma nova música?

Costumo escrever sobre personagens que buscam identidade e reinvenção. Eu cresci em um ambiente de mente muito estreita (na escola pública) e tive que sair disso e encontrar minha identidade, de modo que parece vir facilmente como assunto. Também sexualidade, desejo, amor tendem a ser tópicos comuns. Mas minha esperança é que eu possa escrever sobre qualquer coisa. Trabalhando para expandir meus tópicos líricos em algumas das novas músicas em que estou trabalhando. 

6) Você tem um novo vídeo no youtube com uma faixa do novo CD/LP?? 

Não tenho nenhum videoclipe novo no momento. Apenas alguns vídeos ao vivo recentes. Isso é algo em andamento agora, então fique atento para alguns novos videoclipes em um futuro próximo. 

7) O que os frequentadores de shows podem esperar de um show de Gyasi? Você está tocando alguma música cover famosa durante o show? 

Eu quero que meus shows sejam transportáveis. Eu tento criar um mundo na minha música e performance. Eu penso nisso muito como teatro. Para lançar um feitiço além de apenas a performance das músicas, mas para levar o público a algum lugar que eles não esperavam. Os melhores shows que já vi foram assim, então estou sempre tentando alcançar essa mágica. Realmente não há nada melhor do que o poder da performance ao vivo. É onde me sinto mais em casa. Às vezes eu coloco covers. Normalmente eles tendem a ser músicas de blues que colocamos no meio de algumas músicas. Às vezes fazemos “ Waiting For the Man ” do Velvet Underground ou “ Cosmic Dancer ” do T. Rex. 

8) Existe alguma banda nos EUA hoje que você se considera próximo de tocar musicalmente?

Hmm não muitos nos dias de hoje. Pelo menos nos EUA. Eu gosto muito da banda Starcrawler . Eles governam. Eles são um pouco diferentes do que eu faço, mas é um ótimo rock and roll teatral. 

9) Que tipo de música você ouvia na adolescência? Cite 3 bandas que você considera que ainda influenciam seu trabalho hoje.

Quando adolescente, ouvia muito Led Zeppelin. Eu era obcecado por aquela música. Ele tomou conta de mim e eu queria aprender cada nota dele. Além disso, o White Stripes foi uma grande influência, e a única banda contemporânea que eu ouvia naquela época. T Rex era outra banda favorita minha naquela época que ainda é uma grande influência. 

10) Quais são os planos para o resto de 2022 no que diz respeito a você? Você vai fazer uma turnê pela Europa para divulgar esse novo álbum?

No momento, estamos trabalhando em um novo disco, além de fazer uma residência semanal em Nashville. Estaremos em turnê nos estados um pouco. As datas europeias estão em andamento! Ainda não há datas específicas para anunciar, mas está parecendo uma turnê de outono, o que é muito emocionante, já que eu queria vir para a Europa há muito tempo. 

11) Algo que você queira acrescentar?

Muito obrigado pela entrevista e espero vê-lo em um show na Europa!

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RARIDADES

 

Iskander - Bohème 2000 (1982)



don't hang around, enjoy good music!

DISCO PERDIDO



























Alice Cooper - Billion Dollar Babies (1973) plus bonus EP (School's Out)




O mundo parou de girar quando Alice Cooperganhou destaque no início dos anos 70. Seguindo uma sugestão dos Beatles, Cooper pegou o rock and roll e o moldou para moldar suas necessidades. Sua criatividade e talento eram inigualáveis ​​quando se tratava não apenas do rock and roll teatral, mas também do bom e velho rock and roll em si. No Alice Cooper Group havia uma variedade formidável de garotos desagradáveis ​​do rock and roll. Com os guitarristas Michael Bruce e Glen Buxton, a banda simplesmente não poderia ser tocada. Os dois criaram uma laje de hard rock que alguns críticos rapidamente chamariam incorretamente de “heavy metal” anos depois. O que Bruce e Buxton fizeram foi simplesmente trazer de volta algum poder real para as seis cordas do rock que se perderam ao longo do caminho no início da década. Claro, havia o Zeppelin.

Meu primo mais velho gostava muito de Alice. E só para lembrar às pessoas o quão verdadeiramente “chocante” Alice foi para os pais naquela época (Marilyn Manson e Eminem não têm nada no Coop), minha tia originalmente ordenou que meu primo devolvesse sua cópia de School's Out que ela havia recebido de um discoteca na época porque estava embrulhado em uma calcinha feminina. Todos nós rimos disso agora, porque minha tia realmente gostou de algumas das músicas do Coop, como “Caught in a Dream” de Love It to Death. 

Mas na época, Alice estava quebrando todas as regras, e mostrando o dedo do meio com sucesso não apenas para os pais, mas também para a indústria, que foi mais ou menos forçada a abraçar Cooper quando ele e a banda começaram a vender milhões de álbuns. . Esse fato certamente foi ajudado pelo produtor Bob Ezrin, provavelmente o único homem que poderia fazer um som bombástico tão bonito. Afinal, este era o homem que estava por trás dos decks de controle do álbum de estreia de Lou Reed em Berlin e Peter Gabriel. Ezrin foi originalmente enviado pelos chefes da Warner Brothers, que não queriam ter nada a ver com o Alice Cooper Group. Mas o empresário da banda incomodou tanto a gravadora que eles pediram a Ezrin para dar uma olhada na banda na esperança de que ele também achasse Alice Cooper nada além de uma curiosidade. Afinal,


Ezrin, porém, acabou se empolgando bastante com o grupo, confundindo a música "I'm Eighteen" com "I'm Edgy". Ele foi rápido em colocar a banda no estúdio, não apenas para gravar as músicas que o excitaram, mas também para ajudar a transformar o grupo em uma unidade poderosa e funcional que de fato se tornaria intocável por seus pares. Assim, pertence a uma grande série de álbuns de sucesso (Love It To Death, Killer e School's Out), com cada um ficando mais escandaloso e mais popular do que o anterior.

O álbum
Billion Dollar Babies, lançado em 1973, seria a tentativa de Cooper de expandir o apelo da banda para um público mais amplo. Para cortar um toque dos sons de guitarra mais pesados ​​e produzir uma extravagância chamativa inédita no rock, até mesmo pela própria linha estabelecida de álbuns anteriores de Cooper. O plano funcionou. A produção de Ezrin, que trouxe partes orquestradas, seções de metais e a pia da cozinha, fez com que Billion Dollar Babies se tornasse indiscutivelmente o melhor álbum original do Alice Cooper Group. Ele carregava consigo um conceito de política e fama que zomba de todos os que desejavam ser presidente. O Coop até acabou concorrendo para a posição de Grande Queijo.

É o tema da política distorcida do rock and roll que corre solto em faixas matadoras como “Hello Hooray” e “Elected”, sendo esta última uma reformulação da música anterior de Cooper, “Reflected”. Em ambas as faixas, Ezrin aplica uma quantidade impiedosa de metais e toda a mixagem se torna imparável. “As crianças querem um salvador e não precisam de uma farsa / Eu quero ser eleito / Todos nós vamos arrasar com as regras que eu fiz / Eu quero ser eleito” cantou Cooper, com seus vocais de cortar a garganta firmemente no lugar. Ele estava dando às crianças o que elas sempre quiseram: um líder do rock and roll. Por sua vez, ele também estava conscientemente dando aos pais algo para ficarem tensos e temerem pela sanidade de seus filhos. Basicamente, foi um bom momento para todos aos olhos de Cooper. Em “Hello Hooray”, ele aborda isso incisivamente:

Alice também foi rápida em zombar de sua imagem, enquanto ao mesmo tempo a construía. No hilário e maravilhosamente cativante “Raped and Freezin'”, ele vira toda a ideia de assédio sexual de cabeça para baixo, enquanto no hit “No More Mr. Nice Guy”, Cooper continua as caracterizações de bad boy que ele começou a abraçar em Killer e satiriza sua popularidade com resultados do horário nobre: ​​“Meu cachorro me mordeu na perna hoje / Meu gato arranhou meus olhos / Mamãe foi expulsa do círculo social / E papai tem que se esconder”. Com sua linha “Você é doente, você é obsceno” sendo o soco no final do refrão, o Coop piscou para todos os pais e facções sociais (e políticas) que o consideravam o louco pervertido que matou galinhas no palco e levou as crianças embora como um flautista. Para Alice, tudo era glorioso.

Ele até ficou tão “perverso” a ponto de fazer Donovan cantar na faixa-título do álbum. Em “Unfinished Sweet”, Alice explorou o terror de ir ao dentista. E em “Generation Landslide”, ele pegou o touro dos pais pelos chifres e o sacudiu ferozmente: “Mães militantes escondidas no porão / Usando potes e panelas como escudos e capacetes / Garrafas de leite molotov levantadas de cadeiras altas cor-de-rosa / Enquanto mães ' lib queimou os papéis da certidão de nascimento”.

Neal Smith / Michael Bruce

Mas o que mais chamou a atenção das mães foram, sem dúvida, faixas como “Sick Things” e “I Love the Dead” (Será que eles notaram a engraçada “Mary Ann” no meio?), sendo a última faixa uma pequena ode à necrofilia. Ahh, o que a querida Alice não faria? No palco, ele já havia sido eletrocutado, enforcado, teve sua cabeça cortada na guilhotina todas as noites, apenas para ressuscitar dos mortos para o bis todas as vezes. Mas isso? Foi a maior conquista de Cooper. Billion Dollar Babies foi tudo ultrajante e maravilhoso que a banda estava trabalhando, e em tão pouco tempo.

Alice Cooper Stage Show 1973

No entanto, as coisas estavam ficando tensas dentro da banda. Alguns dos membros queriam focar mais no rock do que no show. Compreensível, mas também uma pena, pois todos os caras fizeram parte do ato de sucesso. A música gerou os visuais. As músicas estavam ótimas como sempre. Um tanto previsivelmente, o álbum seguinte, Muscle Of Love, mostrou a tensão e logo depois o Alice Cooper Group original se desfez, deixando o próprio Cooper para forjar sucessos ainda maiores como um ato “solo” com seu álbum Welcome to My Nightmare e turnê.

Décadas se passaram desde que Billion Dollar Babies foi lançado pela primeira vez. Tendências vêm e vão, centenas de bandas tentaram imitar a influência de Alice, e a maioria falhou. O próprio Cooper falhou intermitentemente ao longo dos anos, mas não sem estilo. Ele sempre fez o que queria fazer, mesmo que isso significasse fazer alguns desvios artísticos ao longo do caminho, como Lace e Whiskey e Dada, que alguns fãs achavam fracos. Se você quer ouvir Alice e sua banda original no auge, quando eles aparentemente não podiam fazer nada de errado e estavam rindo até o banco, então Billion Dollar Babies é o álbum a ser descoberto. É brilhante, decadente e resumiu todo o lixo das celebridades dos anos setenta apenas três anos após o início da década. Nem mesmo Pete Townshend ou Roger Waters poderiam ter o dedo no pulso das crianças como o Coop. Mesmo agora, Alice continua sendo um grande personagem e um homem e músico infinitamente interessante. [extrai dePopmatters ]

Este post consiste em FLACs copiados do vinil e inclui a capa completa do álbum. Infelizmente, minha cópia australiana não tem o gatefold desdobrável que fazia a capa dos EUA parecer mais com uma carteira de couro (Warners na Austrália eram patins baratos), no entanto, eu obtive a arte que faltava no Discogs. 
Como um bônus, também estou incluindo uma cópia do meu EP School's Out, que comprei na agência de notícias local nos anos 70. Embora eles tivessem uma seleção modesta de singles à venda, o proprietário devia ter um interesse especial em EPs e eu regularmente comprava lançamentos que não estavam disponíveis em outros lugares. Este foi um deles.

Billion Dollar Babies LP
Lista de músicas
A1  Hello Hooray 4:15
A2  Raped And Freezin' 3:15
A3  Elected 4:02
A4  Billion Dollar Babies 3:32
A5  Unfinished Sweet 6:17
B1  No More Mr. Nice Guy 3:04
B2  Generation Landslide 4:29
B3  Sick Things 4:18
B4  Mary Ann 2:17
B5  I Love The Dead 5:05


Alice Cooper - vocal
Glen Buxton - guitarra
Michael Bruce - guitarra base, teclados, backing vocals
Dennis Dunaway - baixo, vocal de apoio
Neal Smith - bateria, vocal de apoio
Bob Ezrin - teclados, produtor
Donovan - vocais (04)
Steve "Deacon" Hunter, Mick Mashbir, Dick Wagner - guitarra
Bob Dolin - teclados
David Libert - vocais de apoio


School's Out E.P 
Lista de músicas
01 Caught In A Dream
02 Be My Lover
03 School's Out
04 Elected