Rita Lee

 

Nascida como Rita Lee Jones, no dia 31 de dezembro de 1947, na capital paulista, Rita é a filha mais nova do dentista Charles Fenley Jones, imigrante norte-americano, e de Romilda Padula Jones, filha de italianos.

Durante a infância, teve aulas de piano com a musicista clássica Magdalena Tagliaferro. Não pensava em ser cantora de rock e sim ser atriz de cinema ou veterinária. Suas primeiras influências musicais foram Elvis Presley, Neil Sedaka, Paul Anka, Peter, Paul and Mary, Beatles, Rolling Stones, mas também escutava música brasileira como Cauby Peixoto, Ângela Maria, Tito Madi e João Gilberto, Emilinha Borba, Carmen Miranda, Dalva de Oliveira e Maysa por influência dos país.

Mais tarde, em 1963 já na escola, formou um grupo só de garotas chamado Teenage Singers. Em 1964 participou do Tulio's Trio, depois do grupo Six Sided Rockers, que no ano seguinte mudou o nome para O'Seis e lançou um compacto com as músicas "Suicida" e "Apocalipse".
No final de 1965, com a saída de alguns integrantes e entrada de outros, o grupo mudou o nome para O Konjunto. Quando a formação da banda se reduziu a apenas um trio, surgiram Os Bruxos, que logo a seguir foram rebatizados de Os Mutantes, grupo do qual Rita fez parte de 1966 a 1972.


Acompanhada dos componentes dos Mutantes, Lee gravou dois discos solo. O primeiro foi Build Up em 1970, com algumas composições em parceria com Arnaldo Baptista, que originalmente era o repertório de um show que foi feito exclusivamente para uma edição da Fenit (feira de moda de São Paulo). Deste disco saiu seu primeiro single solo, José (uma versão de Nara Leão para o hino francês "Joseph").

1970 - Build Up

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01 Sucesso, aqui vou eu (Build up) (Arnaldo Baptista - Rita Lee)
02 Calma (Arnaldo Baptista)
03 Viagem ao fundo de mim (Rita Lee)
04 Precisamos de irmãos (Élcio Decário)
05 Macarrão com linguiça e pimentão (Arnaldo Baptista - Rita Lee)
06 José (Joseph) (G.Moustaki)
07 Hulla-hulla (Élcio Decário - Rita Lee)
08 And I love him (McCartney - Lennon)
09 Tempo nublado (Élcio Decário - Rita Lee)
10 Prisioneira do amor (Élcio Decário)
11 Eu vou me salvar (Élcio Decário - Rita Lee)

O segundo disco Hoje é o Primeiro Dia do Resto da Sua Vida, foi lançado com o seu nome pois Os Mutantes já tinham lançado disco naquele ano e a gravadora não permitiu que gravassem outro. Com isso, Os Mutantes gravaram e só a Rita assinou.

1972 - Hoje é o Primeiro Dia do resto da sua Vida

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01 Vamos Tratar da Saúde (Liminha, Arnaldo Baptista, Rita Lee)
02 Beija-me Amor (Élcio Decário, Arnaldo Baptista)
03 Hojé é o Primeiro Dia do Resto da Sua Vida (Sergio Dias, Arnaldo Baptista)
04 Teimosia (Liminha, Arnaldo Baptista, Rita Lee)
05 Fique Comigo (Ronaldo Leme, Sergio Dias, Arnaldo Baptista, Rita Lee)
06 Amor Branco e Preto (Arnaldo Baptista, Rita Lee)
07 Tiroleite (Liminha, Sergio Dias, Arnaldo Baptista, Rita Lee)
08 TapupuKitipa (Arnaldo Baptista, Rita Lee)
09 De Novo Aqui Meu Bom José (Liminha, Sergio Dias, Arnaldo Baptista, Rita Lee)
10 Superfície do Planeta (Arnaldo Baptista)

Em decorrência do fim de seu casamento com Arnaldo e incompatibilidades artísticas com os rumos que a banda estava tomando, Rita sai do grupo. Até hoje, Rita alega que foi expulsa dos Mutantes. Dentre distintas histórias e controvérsias, ela alegava que seus companheiros achavam que ela não tinha o virtuosismo necessário para tocar o rock progressivo, novo interesse da banda. Porém, os outros integrantes desmentem isso. Tudo leva a crer que ela saiu devido ao término com o Arnaldo Baptista.

Rita era gregária, e só queria “fazer parte dos backing vocals”. Por isso, apegou-se à sua velha amiga Lúcia Turnbull - já de volta ao Brasil - para fazer um novo trabalho. Pegou algumas composições que os Mutantes vinham rejeitando nos últimos tempos, um sinal do qual ela não havia se apercebido e que daria no que deu. Estava formada a dupla Cilibrinas do Éden.
Rita passou a viver com o inglês Mick Killingbeck que, por incrível que pareça, era empresário dos “novos” Mutantes e gostou do som que estava começando a tomar forma entre as duas e propôs que elas abrissem um show dos Mutantes.
A relação de Rita e os Mutantes era de puro orgulho. Eles não a chamariam de volta e por mais orgulho ainda ela também não voltaria. Rita chegou a ir a alguns shows do novo trabalho dos caras “ O A e o Z, o princípio e o fim” e chegou a fazer a iluminação de algumas apresentações.
O Festival Phono 73 foi um grande show que aconteceu em um final de semana com vários artistas da Phonogram, a maior gravadora da época. Esses artistas, a maioria sofrendo perseguição da censura, iriam fazer pequenas aparições cantando algumas músicas próprias, e fazendo dupla com a próxima atração. Tudo seria gravado para serem lançados em vários álbuns ao vivo.
A abertura seria na quinta-feira com um show dos Mutantes, os únicos que teriam uma noite só para eles. E, na, abertura, as Cilibrinas do Éden.
Rita quase desistiu na entrada do palco. O show era ela e Lúcia cantando, acompanhadas apenas de violões, a flauta de Rita e a percussão involuntária dos joelhos e dentes que tremiam sem parar. Segundo o relato de pessoas que assistiram, a recepção foi respeitosa. Rita, a catastrófica, achou que foi um desastre.
Bem, a noitada acabou na casa da Guarapiranga, quando Lucinha foi buscar a grana do cachê. Foi avisada que sua parte estava em cima da mesa. Só que seu cachê não estava mais em dinheiro e sim transformado em um monte de pó, já que Killingbeck usava muita cocaína. O escândalo que Lucinha fez acabou com a tranqüilidade “bicho-grilesca” do local. A comunidade da Guarapiranga estava desfeita. Rita enfiou a viola no saco e voltou para a Vila Mariana.

Logo após o show da Phono 73, Rita disse para o francês André Midani, presidente da Phonogram e mais um dos affairs de Rita, que precisava de pancada no peito, ou seja, ela queria formar uma banda. Midani tentou convencê-la a montar uma banda só de mulheres, mas ela não queria voltar ao tempo das Teenagers Singers. O projeto tinha até nome: Rita Lee e as Frenéticas.
Rita Lee conheceu Antonio Bivar, que havia sido citado a ela por seu grande amigo Antonio Peticov e também por uma funcionária da gravadora que seria, mais tarde, sua empresária exclusiva, Mônica Lisboa. Bivar dirigiria os próximos shows de Rita.
Um belo dia, Rita fez mais um dos vários testes que vinha realizando com uma banda chamada Lisergia, muito provavelmente baseada no nome do guitarrista, que se chamava Luís Sérgio Carlini. Tinha também Lee Marcucci, Emilson Colantônio e Rufino.
A banda era muito boa, mas, Rufino não se encaixava nos perfis que Rita e Bivar procuravam. Foi aí que Rita postergou o primeiro serviço sujo a Bivar. Com toda classe, o já integradíssimo Bivar explicou aos rapazes que Rita e Lúcia tocavam guitarra, e mais Carlini. Quatro guitarras era um pouco demais. Rufino virou roadie da banda. Lee Marcucci no baixo e Emilson na bateria completavam o time. Bivar mostrou seu poder de conciliação e objetividade, e Rita Lee tinha uma nova banda. Em pouco tempo passaram a ensaiar em um porão do Teatro Ruth Escobar, na Rua dos Ingleses – Centrão de Sampa.
Bivar parecia ser da turma há muito tempo, também gostava do Iggy Pop, Rolling Stones, Bowie e muito mais. Criou com esses ícones a trilha sonora de abertura do show, deu palpite nos figurinos, na luz, no repertório, além de entrar nas parcerias de algumas músicas que iam sendo criadas. Fez também um filme em super 8 com Rita comendo uma maçã, que depois era passado ao contrário, ou seja, Rita começava com uma maçã comida e ia aos poucos devolvendo os pedaços com a boca. Era a cilibrina recompondo o caminho de volta para o Éden.
A única mancada de Bivar foi ter chamado Zé Rodrix para fazer a produção musical. Rodrix mostrou-se desafinado com o propósito da empreitada, e logo foi substituído por Liminha, que acabara de sair dos Mutantes.
Um contrato com a gravadora Philips é assinado, mas esta exige que o grupo assine como "Rita Lee & Tutti-Frutti". O que seria o primeiro disco do grupo não é lançado pela gravadora por problemas com a censura e com os executivos, que o consideraram "alternativo demais".
No afã da vingança de Rita contra os Mutantes, a sonoridade das músicas gravadas era lisérgica e progressiva. Parecia muito com o que os Mutantes estavam querendo fazer, mas sem muito virtuosismo, embora Carlini fosse um bom guitarrista. E quem mais cantava era Lucinha Turnbull. A Rita era backing vocal.
Rita Lee foi passear em Nova York e encontrou um velho amigo seu que não via há tempos: Raul Seixas. Passaram a tarde bundando e conversando muito. Um dos assuntos preferidos era meter o pau nas estrelas da música popular brasileira.
Rita puxou uma conversa sobre a diferença das cidades portuárias, falando sobre Liverpool, sobre as diferenças entre Veneza e Nova York, quando ele mandou:

- MAS RITINHA, NUNCA SE ESQUEÇA QUE ATRÁS DO PORTO SEMPRE TEM UMA CIDADE.

Acabaram o dia combinando parcerias e discos que, infelizmente, nunca aconteceram.

Após voltar ao Brasil, Rita recebeu a notícia do veto ao disco. Mesas e cadeiras voaram na sala de Midani, inclusive, neste dia, Tim Maia estava no meio do quebra-quebra, pois também tinha tido um disco seu vetado.

Bem, Midani, depois de acalmar as feras, disse que Rita tinha que fazer algo mais original e popular e não música só para meia dúzia ouvir. O baterista também não servia, segundo ele, e Rita tinha que ser a vocalista.
Eles voltam ao estúdio e Atrás do Porto Tem uma Cidade é gravado e lançado, agora com Rita nos vocais e Lucinha nos backs. Juntamente com o disco, é lançado o single Menino Bonito, que se torna a primeira música da banda a entrar na parada nacional, fazendo um amplo sucesso.Mamãe Natureza (primeira música composta por Rita após sua saída dos Mutantes) e Ando Jururu emplacaram paradas regionais somente, não tendo repercussão igualmente sucedida como o single antecessor.

1974 - Atrás do Porto tem uma Cidade

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01 De Pés No Chão (Rita Lee)
02 Yo No Creo Pero (Lee Marcucci, Luiz Carlini, Rita Lee)
03 Tratos a Bola (Rita Lee)
04 Menino Bonito (Rita Lee)
05 Pé de Meia (Rita Lee)
06 Mamãe Natureza (Rita Lee)
07 Ando Jururu (Rita Lee)
08 Eclipse do Cometa (Rita Lee)
09 Círculo Vicioso (Lee Marcucci, Luiz Carlini, Rita Lee)
10 Atrás do Porto Tem Uma Cidade (Rita Lee)

Na surdina, Mazolla, agora produtor no lugar de Liminha, logicamente a mando de Midani, sumiu ainda mais com a voz de Lucinha Turnbull e colocou violinos onde Rita jamais admitiria que isso fosse feito. Os Tutti-Frutti só viram isso quando o disco já estava na rua. O visual era totalmente David Bowie e o som era meio Rolling Stones.


A grande resposta à tentativa de lavagem cerebral imposta por Midani acabou com os sonhos do francês. Numa jogada ousada pra ter mais controle sobre a situação, quando cobraram-lhe melhor divulgação para o disco “Atrás do Porto Tem Uma Cidade”, Midani disse a Rita que a prioridade no momento seria João Ricardo, que tinha acabado de sair dos Secos e Molhados. Seu disco solo estava pra sair e as verbas iriam para este produto. Rita saiu da gravadora e foi para a Som Livre, porque tinha gostado do nome e porque a oferta financeira era tentadora. Midani ficou a ver navios do português João Ricardo, que naufragaram sem nem mesmo deixar o porto.

Nesta época, talvez um pouco antes de abandonarem a gravadora Phonogram, o Tutti-Frutti havia mudado pra um sítio em Ibiúna, interior de São Paulo para terem mais liberdade criativa para o próximo trabalho e também para que a chapação rolasse mais sossegada, sem interferências, principalmente das autoridades policiais.
No início, Lúcia Turnbull até ia lá, mas como não se encaixava naquela lisergia toda, acabava só comendo e dormindo, em pouco tempo estava fora definitivamente.

Por incrível que pareça, no meio da chapação toda, começa a nascer o “pulo do gato” que faltava. Um disco que se chamou “Fruto Proibido”. Algumas músicas já faziam parte da nova parceria de Rita com Paulo Coelho, que tinha pulado fora do barco do Raul.
O disco era puro rock and roll e a diferença agora era a Som Livre, que pertencia à Globo, já poderosa na época. Tanto que duas músicas do disco foram parar numa novela das oito que se chamava “Bravo!”.

1975 - Fruto Proibido

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01 Dançar pra Não Dançar (Rita Lee)
02 Agora Só Falta Você (Luiz Carlini, Rita Lee)
03 Cartão Postal (Paulo Coelho, Rita Lee)
04 Fruto Proibido (Rita Lee)
05 Esse Tal de Roque Enrow (Paulo Coelho, Rita Lee)
06 O Toque (Paulo Coelho, Rita Lee)
07 Pirataria (Lee Marcucci, Rita Lee)
08 Luz del Fuego (Rita Lee)
09 Ovelha Negra (Rita Lee)

No final de 1975 ou início de 1976, Rita estava trabalhando um disco que se chamaria “Entradas e Bandeiras” e estava testando sua nova voz. Logo após “Fruto Proibido” foi fazer aula de canto e descobriu nódulos na garganta. Teve que fazer uma cirurgia. Foi obrigada a ficar um mês em silêncio e neste período compôs a bela canção “Modinha” que entraria dois anos depois no disco “Babilônia”. Rita logo voltou aos abusos com drogas e teve uma overdose muito séria, lavagem e soro não resolveram e ela teve que ficar internada. Foi o que bastou para que Carlini, agora um dos compositores da banda, além de guitarrista, fizesse com que seu instrumento predominasse em todas as faixas do disco.
Alguns dizem que o disco ficou com uma sonoridade esquisita e etc... João Araújo, o presidente da Som Livre, não acreditava que aquele disco iria vender. O fato é que a voz de Rita também mudou bastante.
Nesta mesma época, Rita descobre a sua primeira gravidez e, aos três meses de gestação foi presa por porte de maconha.
É realmente verdade que Rita foi presa injustamente, pois, havia parado com as drogas por causa da gravidez. Os policiais fingiram encontrar um quilo de maconha atrás do vaso sanitário e depois tentaram suborná-la, pensando que o pai de Rita era rico só porque era americano. Também haviam sido presos a empresária do Tutti-Frutti Mônica Lisboa e Carlini.
“Entradas & Bandeiras” estava pra ser lançado e João Araújo, como todo empresário filho da puta, não fez nenhum esforço, inicialmente, para tirar Rita da cadeia, pois a mídia estava em cima do caso e a gravidez de Rita ajudava a transparecer o fato de Rita ser inocente na história. Além disso, Elis Regina comprou a briga e fez um puta escândalo em frente ao presídio levando o seu filho junto para tornar a coisa mais dramática ainda. O medo de um impacto negativo na imprensa fez com que a prisão de Rita fosse abreviada. Rita ficou um mês na prisão e recebeu a sentença de um ano de prisão domiciliar, tendo que pedir autorizações pra realizar os show que voltou a fazer já no quarto mês de gravidez. Saiu como heroína da história e “Entradas e Bandeiras”, que, segundo a gravadora, era o disco fraquinho, vendeu muito, vendeu horrores.

1976 - Entradas e Bandeiras

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01 Corista De Rock (Luiz Carlini, Rita Lee)
02 Lady Babel (Lee Marcucci, Luiz Carlini, Rita Lee)
03 Coisas Da Vida (Rita Lee)
04 Bruxa Amarela (Paulo Coelho, Raul Seixas)
05 Departamento De Criação (Lee Marcucci, Luiz Carlini, Rita Lee)
06 SuperStafa (Paulo Coelho, Lee Marcucci, Luiz Carlini)
07 Com A Boca No Mundo (Lee Marcucci, Luiz Carlini, Rita Lee)
08 Posso Contar Comigo (Paulo Coelho, Lee Marcucci, Luiz Carlini)
09 Troca Toca (Rita Lee)

Gilberto Gil e sua esposa Sandra foram padrinhos de Robertinho, o filho de Rita e Roberto que acabara de nascer. No meio de um papo daqueles, Gil e Rita decidem fazer “Refestança”, uma turnê conjunta. Então, juntou-se as bandas Tutti-Frutti e Refavela para as festas pelo Brasil afora, já que a prisão domiciliar e Rita já tinha acabado. Gil completamente macrobiótico e zen e os Tutti-Frutti tomando tudo o que viam pela frente. A novidade era Lucinha Turnbull como backing vocal de Gil. Num acerto entre as duas gravadoras, foi feito um disco ao vivo, com produção de Guto Graça Melo.

1977 - Refestança

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01 Refestança (Gilberto Gil, Rita Lee)
02 É Proibido Fumar (Erasmo Carlos, Roberto Carlos)
03 Odara (Caetano Veloso)
04 Domingo No Parque (Gilberto Gil)
05 Back In Bahia (Gilberto Gil)
06 Giló (Rita Lee)
07 Ovelha Negra (Rita Lee)
08 Eu Só Quero Um Xodó (Dominguinhos, Anastácia)
09 De Leve (McCartney, Lennon, Rita Lee)
10 Arrombou a Festa (Paulo Coelho, Rita Lee)
11 Refestança (Gilberto Gil, Rita Lee)

Terminada a turnê de “Refestança” o Tutti-Frutti entrou em estúdio para gravar “Babilônia” último disco com Rita Lee. Agora, Roberto de Carvalho entra como guitarrista e tecladista da banda. A maioria das músicas era parceria de Rita com Lee Marcucci e Carlini. Mas, aparece a primeira composição de Rita e Roberto, “Disco Voador”. João Araújo estava contente, pois já sentia o reforço de Roberto na energia do disco que era tão bom quanto “Fruto Proibido”. O clima ainda era muito rock and roll e mas várias músicas não paravam de tocar nas rádios.

1978 - Babilônia

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01 Miss Brasil 2000 (Lee Marcucci, Rita Lee)
02 Disco Voador (Roberto de Carvalho, Rita Lee)
03 Agora é Moda (Lee Marcucci, Rita Lee)
04 Jardins da Babilônia (Lee Marcucci, Rita Lee)
05 O Futuro me Absolve (Rita Lee)
06 Sem Cerimônia (Luiz Carlini, Rita Lee)
07 Que Loucura (Luiz Carlini)
08 Eu e Meu Gato (Rita Lee)
09 Modinha (Rita Lee)

Uma situação um pouco grave levou o Tutti-Frutti ao fim. Na calada da noite, Luís Carlini havia registrado o nome Tutti-Frutti para si, sem comunicar a ninguém. Quem entregou foi Lee Marcucci, que até achava que formariam uma nova banda sem Rita, já que Carlini e Roberto não se bicavam.
Mas, ao ver que Carlini formaria uma nova banda, sem ninguém da original, Marcucci entregou a falcatrua. Acabou a festa.
Em 1980, o Tutti-Frutti lançou o álbum Você Sabe Qual é o Melhor Remádio, que em breve estará aqui no blog.

A partir de 1979, Rita e Roberto começam a fazer discos e shows juntos - no formato "dupla dinâmica" - e inauguram uma fase superpop, de enorme empatia popular.
O primeiro trabalho em disco da dupla Lee/Carvalho foi o álbum Rita Lee, mais conhecido como "Mania Você" e o sucesso chegou para ficar em canções (além desse mega hit que deu nome ao disco) como "Doce Vampiro", "Chega Mais", "Papai Me Empresta o Carro" e "Corre-Corre" entre outras tantas.

1979 - Rita Lee

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01 Chega mais (Roberto de Carvalho - Rita Lee)
02 Papai me empresta o carro (Roberto de Carvalho - Rita Lee)
03 Doce vampiro (Rita Lee)
04 Corre-corre (Roberto de Carvalho - Rita Lee)
05 Mania de você (Roberto de Carvalho - Rita Lee)
06 Elvira Pagã (Roberto de Carvalho - Rita Lee)
07 Maria mole (Guto Graça Mello - Rita Lee)
08 Arrombou a festa II (Paulo Coelho - Rita Lee)

A grande dúvida da mídia na época era se essa febre iria durar até o próximo verão. A resposta veio com o disco seguinte, o histórico Rita Lee de 1980, mais conhecido pelo seu hit Lança Perfume. Do repertório fazem parte canções como (além da própria Lança Perfume), "Baila Comigo", "Nem Luxo Nem Lixo", "Orra Meu", "Shangrilá" e "Bem-me-quer". Lança Perfume estaciona por 2 meses em 1º lugar nas paradas de sucesso da França, chega em sétimo lugar da parada da Billboard e é lançado com grande êxito em vários países da Europa e América Latina. Até o Príncipe Charles da Inglaterra passa-se por excêntrico ao dizer que sua cantora favorita seria Rita Lee.

As turnês tomaram contornos de mega-produção, com estrutura inédita para os palcos brasileiros da época. Os discos marcavam números de cópias até então nunca alcançados no mercado pop brasileiro.

1980 - Rita Lee

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01 Lança-perfume (Roberto de Carvalho, Rita Lee)
02 Bem-me-quer (Roberto de Carvalho, Rita Lee)
03 Baila comigo (Rita Lee)
04 Shangrilá (Roberto de Carvalho, Rita Lee)
05 Caso Sério (Roberto de Carvalho, Rita Lee)
06 Nem luxo, nem lixo (Roberto de Carvalho, Rita Lee)
07 João Ninguém (Roberto de Carvalho, Rita Lee)
08 Orra, meu (Rita Lee)

Em 1981 gravam o álbum Saúde, e o sucesso continua em músicas como a titular "Saúde", "Atlântida", "Banho de Espuma", e "Mutante".

1981 - Saúde

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01 Saúde (Roberto de Carvalho, Rita Lee)
02 Tatibitati (Roberto de Carvalho, Rita Lee)
03 Mutante (Roberto de Carvalho, Rita Lee)
04 Ti Ti Ti (Roberto de Carvalho, Rita Lee)
05 Banho de espuma (Roberto de Carvalho, Rita Lee)
06 Atlântida (Roberto de Carvalho, Rita Lee)
07 Favorita (Roberto de Carvalho, Rita Lee)
08 Mother Nature (Rita Lee)

A parceria entre Rita e Roberto se mantém até 1991, e ao longo desses 10 anos, muitos CDs e hits foram lançados.

1982 - Rita Lee e Roberto de Carvalho

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01 Flagra (Roberto de Carvalho, Rita Lee)
02 Barriga da Mamãe (Roberto de Carvalho, Rita Lee)
03 Barata Tonta (Roberto de Carvalho, Rita Lee)
04 Frou-Frou (Roberto de Carvalho, Rita Lee)
05 Vote em Mim (Roberto de Carvalho, Rita Lee)
06 Só de Você (Roberto de Carvalho, Rita Lee)
07 Brasil com S (Roberto de Carvalho, Rita Lee)
08 Cor de Rosa Choque (Roberto de Carvalho, Rita Lee)
09 Pirata Cigano (Roberto de Carvalho, Rita Lee)
10 O Circo (Roberto de Carvalho, Rita Lee)

Na turnê de lançamento do LP, Rita começou a ter sérios problemas de saúde, chegando a desmaiar no palco no meio de um show no Morro da Urca (Rio de Janeiro). Além do ritmo alucinante da turnê, estava abalada por problemas pessoais. Havia perdido prematuramente sua irmã mais velha, Mary, dois anos antes e sua grande amiga Elis Regina pouco depois. Depois foi o pai, que ficou muito doente e faleceu pouco depois.

1983 - Bombom

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01 On the rocks (Roberto de Carvalho, Rita Lee)
02 Desculpe o auê (Roberto de Carvalho, Rita Lee)
03 Tentação do Céu (Roberto de Carvalho, Rita Lee)
04 Fissura (Roberto de Carvalho, Rita Lee)
05 Degustação (Roberto de Carvalho, Rita Lee)
06 Arrombou o cofre (Roberto de Carvalho, Rita Lee)
07 Menino (Roberto de Carvalho, Rita Lee)
08 Strip Tease (Roberto de Carvalho, Rita Lee)
09 Raio X (Roberto de Carvalho, Rita Lee)
10 Bobos da corte (Roberto de Carvalho, Rita Lee)
11 Piracuru (Roberto de Carvalho, Rita Lee)
12 Yoko Ono (Roberto de Carvalho, Rita Lee)
13 Arrombou o cofre (Instrumental) (Roberto de Carvalho, Rita Lee)

Rita tirou o time de campo por um tempo. Lançou um disco em 1983 e nem apareceu para divulgar. A crítica não gostou do trabalho, e Rita e Roberto concordaram. Seguiu o ano de 1984 sem qualquer aparição pública.

1985 - Rita e Roberto

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01 Vírus do amor (Roberto de Carvalho, Rita Lee)
02 Yê yê yê (Roberto de Carvalho, Rita Lee)
03 Vítima (Roberto de Carvalho, Rita Lee)
04 Molambo souvenir (Roberto de Carvalho, Rita Lee)
05 Glória F (Roberto de Carvalho, Rita Lee)
06 Nave Maria (Roberto de Carvalho, Caetano Veloso)
07 Noviças do vício (Roberto de Carvalho, Rita Lee)
08 Choque cultural (Roberto de Carvalho, Rita Lee)
09 Não titia (Roberto de Carvalho, Rita Lee)

Em 1986, realizou o grande sonho de comandar um programa de rádio. Rádio Amador foi ao ar na rádio 89FM de São Paulo e, depois, pela Rádio Cidade carioca. Nesse programa, misturava raridades de colecionadores com fitas demo de bandas de garagem. Havia espaço para se tocar de tudo, menos Rita Lee, desprezada pela apresentadora “Lita Ree”.

Como o último álbum era o final de seu contrato com a Som Livre, as gravadoras começaram o habitual leilão e a EMI levou desta vez.

1987 - Flerte Fatal

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01 Brazix Muamba (Roberto de Carvalho, Rita Lee)
02 Flerte Fatal (Roberto de Carvalho, Rita Lee)
03 Bwana (Roberto de Carvalho, Rita Lee)
04 Me recuso (Lee Marcucci, Luiz Carlini, Rita Lee)
05 Blue moon (Hart, Rodgers)
06 Pega rapaz (Roberto de Carvalho, Rita Lee)
07 Músico Problema (Roberto de Carvalho, Rita Lee)
08 Pára com isso (Roberto de Carvalho, André Christovan)
09 Piccola Marina (Roberto de Carvalho, Antônio Bivar)
10 Xuxuzinho (Roberto de Carvalho, Rita Lee)

Flerte Fatal fez Rita declarar guerra à imprensa e ficar por muito tempo sem dar entrevistas. Um jornalista do Estado de São Paulo fez críticas pessoais dizendo que Rita estaria em "menopausa criativa". Ela, que nunca havia se envolvido com críticas a seu trabalho, não aceitou a agressão. Ameaças e brigas de todos os lados, estava declarada a guerra.

1988 - Zona Zen

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01 Nunca fui santa (Rita Lee)
02 Independência e vida (Rita Lee)
03 Livre outra vez (Roberto de Carvalho, Rita Lee)
04 Sem endereço (Memphis, Tennessee) (Berry)
05 Zona Zen (Roberto de Carvalho, Rita Lee)
06 Cruela Cruel (Roberto de Carvalho, Rita Lee)
07 Cecy bom (C'est si bon) (H.Betti, A.Hornez)
08 Maná mané (Roberto de Carvalho, Rita Lee)

1990 - Rita Lee e Roberto de Carvalho

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01. Perto do fogo (Cazuza, Rita Lee)
02. Coração em crise (Roberto de Carvalho, Rita Lee)
03. Uma noite em Hong Kong (Tavinho Paes, Roberto de Carvalho, Julio Barroso, Rita Lee)
04. É a vida (Roberto de Carvalho, Rita Lee)
05. Volta ao mundo (Roberto de Carvalho, Rita Lee)
06. Esfinge (Roberto de Carvalho, Rita Lee)
07. Tipo inesquecível (Roberto de Carvalho, Rita Lee)
08. Farsa (Roberto de Carvalho, André Christovan)
09. La Miranda (Roberto de Carvalho, Rita Lee)
10. La Javanaise (Serge Gainsbourg)

Em 91, Rita e Roberto decidem interromper a parceria musical por um tempo. Rita inventa o formato precursor do hoje tão badalado "Acústico" com o show "Bossa'n'roll", de forma ousada e despojada, sucesso em todo o Brasil e depois transformado em disco de enorme sucesso. Nele Rita fazia uma releitura de vários sucessos de sua carreira em formato banquinho e violão, junto com canções inusitadas do repertório de outros artistas.

1991 - Bossa'n'Roll

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01 Doce Vampiro (Rita Lee)
02 Baila Comigo (Roberto de Carvalho, Rita Lee)
03 Mutante (Roberto de Carvalho, Rita Lee)
04 Alô! Alô! Marciano (Roberto de Carvalho, Rita Lee)
05 Every Breath You Take (Sting)
06 Desculpe o Auê (Roberto de Carvalho, Rita Lee)
07 Cry Me a River (A.Hamilton)
08 Perto do Fogo (Cazuza, Rita Lee)
09 It`s Only Rock and Roll (Jagger, Richard)
10 Shangrilá (Roberto de Carvalho, Rita Lee)
11 Ovelha Negra (Rita Lee)
12 The Fool On The Hill (McCartney, Lennon)
13 Jardins da Babilônia (Lee Marcucci, Rita Lee)
14 Miss Brasil 2000 (Lee Marcucci, Rita Lee)
15 Vírus do Amor (Roberto de Carvalho, Rita Lee)
16 Corre-corre (Roberto de Carvalho, Rita Lee)
17 Lança Perfume (Roberto de Carvalho, Rita Lee)
18 Mania de Você - Part. Esp.: Gal Costa (Roberto de Carvalho, Rita Lee)

Em 93, Rita lança o CD "Rita Lee" dando uma guinada em direção a um roquenrou mais purista.

1993 - Rita Lee

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01 Filho Meu (Rita Lee)
02 Tataratlantes (Mathilda Kovak, Rita Lee)
03 Drag Queen (Antônio Bivar, Rita Lee)
04 Mon Amour (Nelson Motta, Rita Lee)
05 Menopower (Mathilda Kovak, Rita Lee)
06 Maria Ninguém (Carlos Lyra)
07 Todas as Mulheres do Mundo (Rita Lee)
08 Ambição (Rita Lee)
09 Canaglia (Katina Ranieri, Riz Ortolan)
10 Benzadeusa (Roberto de Carvalho, Rita Lee)
11 Deprê (Oswaldo Luiz, Rita Lee)
12 Só Vejo Azul (Itamar Assumpção, Rita Lee)
13 Dami Mille Bacci (Carlos Rennó, Rita Lee)

No início de 95 Rita é convidada para fazer o show de abertura da turnê brasileira dos Rolling Stones. Convoca Roberto de Carvalho para reger a banda e realizam mega espetáculos nos estádios do Pacaembu em São Paulo e no Maracanã no Rio, ocasião em que germina o que viria ser o show "A Marca da Zorra". Realizam turnês pelo Brasil e o show vira um CD ao vivo, ganhando vários prêmios da crítica e êxito total de público. Roquenrou purista e em altíssima decanagem.

1995 - A Marca da Zorra

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01 A marca da zorra (Roberto de Carvalho, Rita Lee)
02 Nem luxo, nem lixo (Roberto de Carvalho, Rita Lee)
03 Dançar pra não dançar (Rita Lee)
04 Jardins da Babilônia (Lee Marcucci, Rita Lee)
05 Ando meio desligado (Sergio Dias, Arnaldo Baptista, Rita Lee)
06 Vítima (Roberto de Carvalho, Rita Lee)
07 Todas as mulheres do mundo (Rita Lee)
08 Papai, me empresta o carro (Roberto de Carvalho, Rita Lee)
09 Atlântida (Roberto de Carvalho, Rita Lee)
10 Mamãe natureza (Rita Lee)
11 Ovelha negra (Rita Lee)
12 Miss Brasil (Lee Marcucci, Rita Lee)
13 On the rocks (Roberto de Carvalho, Rita Lee)
14 Orra meu (Rita Lee)

Em 95 ainda, Rita sofre gravíssimos traumas. Seu sítio foi assaltado e os bandidos devastaram a casa levando objetos de Rita, além de figurinos de todas as épocas da carreira, discos de ouro e etc. A cantora ainda sofreu um acidente neste mesmo sítio despencando da varanda. Os ossos do lado direito de seu rosto foram dilacerados. A possibilidade de Rita nunca mais cantar era enorme.

No final de 1996, Rita e Roberto se casam oficialmente depois de 20 anos de vida em comum.

Também neste ano Rita se torna a primeira mulher a receber o Prêmio Shell pelo conjunto de obra, e no ano seguinte é a artista homenageada do Prêmio Sharp junto com a diva do teatro Fernanda Montenegro.

Em 1997 Rita assina contrato com a gravadora Polygram, atual Universal, e lança o CD "Santa Rita de Sampa", a parceria musical com Roberto plenamente retomada.

1997 - Santa Rita de Sampa

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01 Santa Rita de Sampa (Roberto de Carvalho, Rita Lee)
02 Normal em Curitiba (Roberto de Carvalho, Rita Lee)
03 Fruta Madura (Roberto de Carvalho, Rita Lee)
04 O Que Você Quer (Roberto de Carvalho, Arnaldo Antunes)
05 Jardim de Allah (Mathilda Kovack, Rita Lee)
06 Ando Jururu - Participação: Raimundos (Rita Lee)
07 Tum Tum (Roberto de Carvalho, Rita Lee)
08 Longe Daqui, Aqui Mesmo (Roberto de Carvalho, Rita Lee)
09 Homem Vinho (Roberto de Carvalho, Rita Lee)
10 Dona Doida (Roberto de Carvalho, Rita Lee)
11 Obrigado Não (Roberto de Carvalho, Rita Lee)
12 Menino de Braçanã (Arnaldo Passos, Luiz Vieira)

Em 1998 gravam o platinado "Acústico MTV", onde além de nova releitura de seus maiores sucessos, conta também com convidados estreladíssimos como Milton Nascimento, Titãs, Paula Toller e Cássia Eller. Faz uma grande turnê por todo o Brasil e alguns países da Europa. A turnê do "Acústico" se estende até o fim de 1999.

1998 - Acústico MTV

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01 Agora Só Falta Você (Luiz Carlini, Rita Lee)
02 Jardins da Babilônia (Lee Marcucci, Rita Lee)
03 Doce Vampiro (Rita Lee)
04 Luz del Fuego - Part.: Cássia Eller (Rita Lee)
05 Nem Luxo, Nem Lixo (Roberto de Carvalho, Rita Lee)
06 Alô! Alô! Marciano (Roberto de Carvalho, Rita Lee)
07 Eu e Meu Gato (Rita Lee)
08 Balada do Louco (Arnaldo Baptista, Rita Lee)
09 Papai, Me Empresta o Carro - Part.: Titãs (Roberto de Carvalho, Rita Lee)
10 O Gosto do Azedo (Rita Lee)
11 Gita (Paulo Coelho, Raul Seixas)
12 Flagra (Roberto de Carvalho, Rita Lee)
13 Desculpe o Auê - Participação: Paula Toller (Roberto de Carvalho, Rita Lee)
14 Coisas da Vida (Rita Lee)
15 M te vê (Roberto de Carvalho, Rita Lee)
16 Mania de Você - Part.: Milton Nascimento (Roberto de Carvalho, Rita Lee)
17 Lança Perfume (Roberto de Carvalho, Rita Lee)
18 Ovelha Negra (Rita Lee)

Em 2000, de volta ao bom e velho rock'and'roll, Rita lança "3001", uma "máquina do tempo musical" produzido por Roberto de Carvalho, que em novembro de 2001 é contemplado com o Grammy Latino na categoria "melhor disco de rock".

2000 - 3001

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01 3001 (Tom Zé, Rita Lee, Roberto de Cravalho)
02 2001 (Tom Zé, Rita Lee)
03 Você vem (Rita Lee, Roberto de Carvalho)
04 Erva Venenosa (Poison Ivy)
05 Mentiras (Roberto de Carvalho)
06 Rebeldade (Rita Lee, Beto Lee)
07 Pagu (Rita Lee, Zelia Duncan)
08 O Amor em Pedaços (John, Fernanda Takai)
09 Cobra (Rita Lee, Roberto de Carvalho)
10 Entre sem Bater (Rita Lee)
11 Aviso aos Meliantes (Itamar Assumpção, Roberto de Carvalho)
12 História sem Fim (Rita Lee, Roberto de Carvalho)

Em 2001, Rita assina contrato com a gravadora Abril Music e, por sugestão de Marcos Maynard (presidente da Abril) grava um álbum com releituras de clássicos dos Beatles. O repertório, escolhido a dedo em meio a tantos sucessos dos 4 Fabs, é composto por 14 músicas, entre elas três versões em português. A levada predominante é a bossa-nova, mas o pop, o samba-rock, o baião e o bom humor estão presentes nas versões feitas por Rita, que deixa clara sua intenção de abrasileirar as canções dos rapazes de Liverpool. Com produção e arranjos de Roberto de Carvalho, e participações especiais de João Donato e João Barone (Paralamas do Sucesso), o platinado "Aqui, Ali, Em Qualquer Lugar", também lançado na América Latina, rebatizado como "Bossa'n'Beatles" é igualmente sucesso no exterior.

2001 - Aqui, Ali, em qualquer Lugar

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01 A Hard Day´s Night (McCartney, Lennon)
02 With A Little Help From My Friends (McCartney, Lennon)
03 Pra Você Eu Digo Sim (If I Fell) (McCartney, Lennon, Rita Lee)
04 All My Loving (McCartney, Lennon)
05 Minha Vida (In My Life) (McCartney, Lennon, Rita Lee)
06 She Loves You (McCartney, Lennon)
07 Michelle (McCartney, Lennon)
08 Aqui, Ali, Em Qualquer Lugar (Here, There And Ever) (McCartney, Lennon, Rita Lee)
09 I Want To Hold Your Hand (McCartney, Lennon)
10 Tudo Por Amor (Can´t By Me Love) (McCartney, Lennon, Rita Lee)
11 Lucy In The Sky With Diamonds (McCartney, Lennon)
12 Here, There And Everywhere (McCartney, Lennon)
13 In My Life (McCartney, Lennon)
14 If I Fell (McCartney, Lennon)

Em outubro de 2003, Rita Lee lança 'Balacobaco'. O disco, produzido por Roberto de Carvalho e considerado o melhor disco da Rita, nos últimos 10 anos.

2003 - Balacobaco

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01 Amor E Sexo (Rita Lee - Roberto de Carvalho - Arnaldo Jabor)
02 Fulana (Rita Lee - Roberto de Carvalho)
03 As Mina De Sampa (Rita Lee - Roberto de Carvalho)
04 Copacabana Boy (Rita Lee - Roberto de Carvalho)
05 Balacobaco (Rita Lee - Roberto de Carvalho)
06 Já Te Falei (Arnaldo Antunes - Carlinhos Brown - Marisa Monte - Dadi Carvalho)
07 Nave Terra (Rita Lee - Roberto de Carvalho)
08 Gripe Do Amor (Rita Lee - Roberto de Carvalho)
09 Tudo Vira Bosta (moacyr Franco)
10 Eu E Mim (Rita Lee - Roberto de Carvalho)
11 Quer The Rainbow (E.Y.Harburg - Harold Arlen)
12 Hino Dos Malucos (Rita Lee - Roberto de Carvalho - Fernanda Young - Alexandre Machado)

Em pouco mais de um mês de lançamento Balacobaco é disco de Ouro. A turnê do disco 'Balacobaco' estréia em janeiro de 2004 com grande sucesso de público e crítica, lotando o Canecão (RJ) por várias noites, seguindo depois para várias cidades brasileiras, além de cidades como Lima (Peru), Assunción (Paraguai), Cidade do Porto e Lisboa (Portugal), Nova Iorque e Boston.

Depois do belo, independente e bem sucedido 'Balacobaco', Rita vem de novo nos propor a festa. Em agosto de 2004 acontece em São Paulo a gravação do 'MTV AO VIVO RITA LEE', seu 32o disco. Lançado em CD e DVD pela EMI Music entre o final de novembro e o início de dezembro, em menos de um mês, Rita Lee recebe Disco de Ouro por esse novo trabalho. Partindo das mais de 400 músicas compostas ao longo de quase 40 anos, a idéia inicial seria colocar músicas "lado B", mas para agradar muçulmanos e cristãos Rita e Roberto acharam "do bem" incluir alguns clássicos e duas inéditas: 'Meio Fio', parceria entre Roberto de Carvalho e Arnaldo Antunes, e 'Coração Babão', do casal Lee/Carvalho. Zélia Duncan e Pitty são as convidadas especialíssimas de Rita em 'Pagu' e 'Esse Tal de Roque Enrow' respectivamente). Entre os extras do DVD, um presente especial pra matar a saudade: um clipe com momentos divertidíssimos do TVLEEZÃO, programa que Rita estreou na MTV no início da década de 90. Como diz Zélia Duncan no release do disco: "Bom de tocar, delicioso de ouvir, som bem tirado dos monitores, arranjos cheios de riquezas, mais uma proeza de Roberto de Carvalho, que assina produção e arranjos, além de guitarra e vocal."

2004 - MTV ao Vivo

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01 Saúde (Rita Lee - Roberto de Carvalho)
02 Meio fio (Roberto de Carvalho - Arnaldo Antunes)
03 Mamãe natureza (Rita Lee)
04 Esse tal de Roque Enrow - participação especial de Pitty (Rita Lee - Paulo Coelho)
05 Amor e sexo (Rita Lee - Roberto de Carvalho - Arnaldo Jabor)
06 Panis et circenses (Caetano Veloso - Gilberto Gil)
07 Lucy in the sky with diamonds (Lennon - McCartney)
08 Coração babão (Rita Lee - Roberto de Carvalho)
09 Pagu - participação especial de Zélia Duncan (Rita Lee - Zélia Duncan)
10 Baila comigo (Rita Lee)
11 Caso sério (Rita Lee - Roberto de Carvalho)
12 Eu quero ser sedado (I Wanna be Sedated) (Joey Ramone - Dee Dee Ramone - J.Ramone - versão Rita Lee)
13 Ando jururu (Rita Lee)
14 Tudo vira bosta (Moacyr Franco)

Em 2009 decide lançar mais um disco ao vivo, desta vez promovido pela Multishow.

2009 - Multishow ao Vivo

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01 Flagra (Roberto de Carvalho, Rita Lee)
02 Saúde (Roberto de Carvalho, Rita Lee)
03 Mutante (Roberto de Carvalho, Rita Lee)
04 Se Manca (Roberto de Carvalho, Rita Lee, Beto Lee)
05 Cor de Rosa Choque (Roberto de Carvalho, Rita Lee)
06 Todas as Mulheres do Mundo (Rita Lee)
07 Baby (Caetano Veloso)
08 Panis Et Circensis (Caetano Veloso - Gilberto Gil)
09 Batmakumba (Caetano Veloso - Gilberto Gil)
10 Domingo no Parque (Gilberto Gil)
11 Alegria, Alegria (Caetano Veloso)
12 Tão (Rita Lee)
13 O Bode e a Cabra (John Lennon e Paul MacCartney. Versão de Renato Barros)
14 Vingativa (Rita Lee)
15 Insônia (Roberto de Carvalho, Rita Lee)
16 Bwana (Roberto de Carvalho, Rita Lee)
17 Ovelha Negra (Rita Lee)
18 Erva Venenosa (Rita Lee, Rossini Pinto)
19 Lança-Perfume (Roberto de Carvalho, Rita Lee)
20 Chiquita Bacana (Alberto Ribeiro e João de Barro)

Depois de 9 anos sem um disco de inéditas, Rita lança Reza, aonde mostra que sua parceria com Roberto ainda se mantém boa e seu espírito continua o mesmo. Lançado pela Biscoito Fino e produzido por Roberto de Carvalho e Apollo 9.

2012 - Reza

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01 Pistis Sophia Rita Lee)

02 Reza (Rita Lee e Roberto de Carvalho)

03 To um Lixo (Rita Lee e Roberto de Carvalho)

04 Divagando (Rita Lee e Roberto de Carvalho)

05 Vidinha (Rita Lee e Roberto de Carvalho)

06 As Loucas (Rita Lee e Roberto de Carvalho)

07 Bixo Grilo (Rita Lee)

08 Paradise Brasil (Rita Lee e Roberto de Carvalho)

09 Rapaz (Rita Lee e Roberto de Carvalho)

10 Bagdá (Rita Lee)

11 Tutti-Fuditti (Rita Lee e Roberto de Carvalho)

12 Gororoba (Rita Lee e Roberto de Carvalho)

13 Bamboogiewoogie (Rita Lee)

14 Pow (Rita Lee e Roberto de Carvalho)

Rita Lee fez um show no dia 25 de Janeiro de 2013, no vale do Anhangabaú, show que faz parte da comemoração dos 459 anos da cidade de São Paulo. "Daqui eu não saio", disse Rita, sobre a cidade onde nasceu. Sobre o show a cantora disse: "Com esse show abre-se a celebração de meus 50 anos trabalhando com música; participei de algumas bandas; tenho trezentas composições; já fiz 1 bilhão setecentos e dezenove milhões e setenta mil shows; entre outros figurinos já me vesti de noiva, boba da corte, presidiária e Nossa Senhora Aparecida; há 36 anos sou casada com Roberto de Carvalho meu maior parceiro musical e pai dos meus 3 filhos".
Em abril de 2013, Rita concede uma rara e franca entrevista a revista Marie Claire, em que diz que o grande tabu da mulher atual é o envelhecimento. "Para envelhecer com dignidade, a mulher tem de ter desapego. É muito complexo!".

Tellah

Formada em 1974, em Brasília, com um rock inspirado no Deep Purple, o Tellah era formado por Cláudio Felício (guitarras), José Veríssimo da Silva (baixo) e Felipe Guedes (bateria). Expandindo seus interesses artísticos, esta formação compôs trilha-sonora para uma peça de teatro chamada “O Cavalo de Guerra”.

Em meados de 1978, a banda mudou seu line-up, permanecendo, da formação original, apenas Cláudio Felício. Entraram para o grupo Denis Torre (bateria) e Marcone Barros (baixo e violino). Ambos tocavam sintetizador, também. Com essa reformulação do Tellah, a banda decidiu mudar um pouco o estilo passando a ter mais tendências progressivas.

O uso extensivo de sinterizadores e órgãos por Marconi Barros e a precisão de Torre na manipulação de padrões complexos de ritmo deram uma nova cara ao Tellah, mostrando o lado virtuoso da banda. 

Por 6 anos, a banda tocou em vários locais de diversas cidades, por todo o Brasil. Em algumas ocasiões, chegaram a abrir shows para bandas como O Terço, Joelho de Porco e Os Mutantes. 

Entre abril e agosto de 1980, em um estúdio no Rio de Janeiro, a banda conclui as gravações do álbum Continente Perdido, com 8 faixas.

1980 - Continente Perdido

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01 Renascença (Cláudio Felício)
02 Magma (Cláudio Felício, Denis Torre, Felipe Guedes e Marcone Barros)
03 Segmento (Cláudio Felício, Denis Torre e Marcone Barros)
04 Continente Perdido (Cláudio Felício, Denis Torre, Felipe Guedes e Marcus Antonio de Souza)
05 Perola (Cláudio Felício, Denis Torre e Marcone Barros)
06 Feixe De Luz (Cláudio Felício, Denis Torre e Felipe Guedes)
07 Triângulo (Denis Torre, Cláudio Felício e José Veríssimo da Silva)
08 Cruzeiro Do Sul (José Veríssimo da Silva)
09 Tributo Ao Sorriso (Jorge Amiden e Sérgio Hinds)
10 Melhor Voar (Jorge Amiden e Zé Rodrix)
11 Caçador De Mim (Sá e Magrão)
12 Visitante (Cláudio Felício, Denis Torre e Marcone Barros)

Formação: Cláudio Felício - guitarra base, guitarra solo, efeitos e vocal / Denis Torre - bateria, percussão, violão de 12 cordas, sintetizador e voz / Marcone Barros - baixo, string's, violão de 6 cordas, sintetizador e vocal.

Qualquer roqueiro que viveu em Brasília em 1980 e fosse um pouco ligado à cena musical da cidade se surpreendeu com o lançamento do álbum Continente Perdido. O álbum, hoje uma raridade disputada a tapa em sebos de disco, jamais fez o sucesso que merecia, de acordo com parte da crítica especializada, sequer foi notado pelo então incipiente mercado fonográfico de rock brasileiro. 

A banda encerrou suas atividades três meses após o lançamento do disco

A verdade é que a própria banda não tinha maiores pretensões quando lançou o LP. Isso pode ser percebido pela prensagem do disco: precárias 1.000 cópias. A baixa tiragem, considerada irrisória hoje mesmo para uma banda de garagem, foi o bastante para manter vivo o mito em torno da banda.

Em 1984, o grupo se reuniu para uma única apresentação, realizada a convite de um shopping de Brasília, onde executaram todo o repertório do disco e incluíram algumas surpresas, como Caçador de Mim, de Sérgio Magrão, do grupo mineiro 14 Bis e Visitante, de Jorge Amiden. As duas canções foram relançadas no CD, que saiu nos anos 90 e ganhou o reconhecimento entre os roqueiros da Europa e do Japão.

O responsável pelo relançamento em CD daquela, que é hoje considerada uma obra-prima do progressivo brasileiro, e não deixa nada a deseja a de muitas bandas internacionais famosas, foi o empresário Márcio de Melo. Dono de uma loja especializada em rock progressivo em São Paulo, a Progressive Rock Worldwide, Melo teve acesso ao original em vinil quando fazia intercâmbio de outras raridades do gênero com aficcionados.

Entusiasmado com a (re)descoberta do disco, ainda em 1992 o empresário – também produtor – tentou motivar Dênis, Marco e Cláudio a retomar a banda e a lenda em torno da banda, sugerindo inclusive uma agenda de shows no exterior. A boa vontade, entretanto, esbarrou nos próprios integrantes. "Não há a menor possibilidade disso acontecer", descartou Dênis, que ainda trabalha com música, mas fora das luzes dos palcos, ele hoje é empresário em Brasília, trabalhando com a montagem de palco e fornecimento de equipamento profissional para a realização de shows. Foi sua empresa – a Instrumental Produções Musicais – que montou, por exemplo, o som para o histórico show da Legião Urbana no Estádio Mané Garrincha, na fatídica noite de 11 de julho de 1988. O sócio de Dênis na empresa é o baixista Marcone, que também largou definitivamente o instrumento.

Já o guitarrista Cláudio Felício, que até o início dos anos 90 ainda mantinha outra banda na ativa, a Beta Pictoris, também leva hoje uma vida longe dos palcos. Ele é fazendeiro em Formosa, município de Goiás distante cerca de 100 quilômetros de Brasília, mas volta e meia apresenta-se ao lado de amigos músicos da cidade, dando canjas na noite apenas por prazer. 

A Bolha

Criada em 1965 pelos irmãos César e Renato Ladeira, filhos da atriz Renata Fronzi e do radialista César Ladeira, que tocavam guitarra solo e ritmo, respectivamente, juntamente com Ricardo no baixo e Ricardo Reis na bateria. A participação de Ricardo no baixo durou apenas algumas semanas devido a diferenças de visão sobre a banda. Lincoln Bittencourt foi recrutado para o baixo.

O próximo passo foi eletrificar a banda, todos investindo em guitarras elétricas, além do infalível órgão Farfisa. Junto com Renato e Seus Blue Caps, The Fevers, The Clevers e outros daquele período, The Bubbles tornam-se uma boa e respeitável banda de baile, atuando em clubes sociais e festas escolares. Com um repertório típico dos conjuntos de baile da época, oferecem horas de agito nos sábados com fartas dosagens de Rolling Stones, Beatles, no melhor estilo Iê- Iê- Iê.

Após um tempo são convidados pela gravadora Musidisc a registrar um compacto simples com duas versões de músicas de sucesso: Não Vou Cortar o Cabelo, versão de "Break It All" da banda uruguaia Los Shakers, no lado A e Por Que Sou Tão Feio, versão do hit "Get Off Of My Cloud" dos Rolling Stones, no lado B. O convite se deu nos bastidores da gravação de um programa de tv e o compacto que se seguiu não fez muito sucesso devido a falta de divulgação por parte da gravadora e da banda.

Mas a popularidade do grupo vai crescendo, assim como a habilidade do conjunto de imitar com mais afinco, a sonoridade de suas bandas prediletas. Essencialmente uma banda de zona sul, passam rapidamente a cobrir e ser aceitos também na zona norte e subúrbios. O repertório passa a ficar cada vez mais diversificado, mudando conforme os tempos. 

Em 1968, são convidados por seu amigo Márcio Greyck para serem a banda de apoio na gravação de um álbum. O álbum é lançado em agosto de 1968 e abre portas para a banda, gerando o interesse da PolyGram em lançar um compacto com versões de duas canções dos Beatles extraídas do álbum branco, Ob-La-Di, Ob-La-Da e Honey Pie. Esse compacto, assim como outros gravados entre 1966 e 1969 para as gravadoras Musidisc e PolyGram, não foi lançado na época, vindo a luz apenas em 2010 através de uma coletânea lançada no mercado europeu pela Groovie Records.Nesse mesmo ano, o irmão mais velho Cesar Ladeira deixa The Bubbles para se dedicar aos estudos. Acabaria se formando e seguindo uma vida próspera trabalhando na Bolsa de Valores. Em seu lugar veio Pedro Lima, um guitarrista com um gosto por rock mais pesado. Não demoraria para Lincoln Bittencourt também deixar o grupo, sendo substituído então por Arnaldo Brandão de dezoito anos, que tocava na banda The Divers.

Com a nova formação, The Bubbles se transformava em um conjunto bem mais pesado. Seu repertório passava a incluir Cream, Hendrix, e mais tarde Grand Funk e Black Sabbath. Ainda basicamente um conjunto de baile, e portanto limitados a tocar conforme a exigência do mercado, foram cada vez se apresentando menos na zona sul e se concentrando mais na zona norte e subúrbio do Rio de Janeiro. Por saber identificar com perfeição as necessidades de seu público, que é essencialmente manter um pique de agito para a galera poder dançar apesar de todas as suas frustrações da semana, The Bubbles rapidamente passou a ser identificado como uma das melhores e mais respeitadas bandas de baile da cidade.

De uma banda capaz de atrair facilmente cerca de trezentos a quatrocentas pessoas em apresentações em colégios, para atrair quinhentas a mil e quinhentas pessoas em bailes, The Bubbles já atraem por volta de cinco mil pessoas em apresentações nos fins de semana.

Em 1970, são contratados como banda da cantora Gal Costa, em show dirigido por Jards Macalé e Hélio Oiticica. Este sucesso renderia um convite para que Pedro, Arnaldo e Renato acompanhassem Gal em apresentações ao vivo e aparições na tv em Portugal, como o programa de Raúl Solnado gravado no teatro Monumental de Lisboa. Depois da apresentação os três foram visitar Caetano e Gil na Inglaterra durante o período de exílio dos dois baianos. Enquanto lá, assistem o festival na Ilha de Wight, serie de apresentações que teve grande impacto sobre a banda e influência na música que passarão a fazer dali em diante. Ao retornar para o Brasil, mudam a referência musical da banda passando a ser mais voltado ao blues-rock pesado. Começam também a compor seu próprio material. Pouco depois, mudam de nome e passam a se chamar A Bolha.

O primeiro show do A Bolha foi em Niterói para um público de quinhentas pessoas. Tudo em relação à banda pegou todos no baile de surpresa. A diretoria do clube promoveu a noitada como The Bubbles direto de Ilha de Wight, ignorando completamente a informação dada com antecedência de que a banda havia mudado de nome. E durante o show, tocando apenas o repertório novo, que por sinal eram composições novas que ninguém conhecia. O resultado foi desastroso com um período de vaias seguidos por abandono do salão.

O sucesso financeiro encontrado através dos bailes fez com que seus integrantes fossem acostumados a um certo nível de conforto. Compraram no passado móveis e imóveis, e prestações precisavam ser pagas. Uma realidade de mercado obrigou a banda a rever suas concepções iniciais. Procuram um meio termo montando um repertório híbrido e banindo várias das canções novas do grupo em palco. Ao mesmo tempo, procuravam aproveitar os ensaios para os aperfeiçoar cada vez mais.

O primeiro grande teste para o novo repertório foi a participação da banda no Festival de Verão de Guarapari, em fevereiro de 1971. A apresentação deles, assim como todo o festival, foi recheada de problemas. A mesa de som foi instalada atrás do palco, houve problemas com o governo militar da época e a banda enfrentou problemas com os técnicos de som que desligavam o som toda vez que Renato Ladeira girava o microfone imitando o Roger Daltrey do Who.
Com a fama adquirida no show com Gal Costa e também no festival, são chamados por um produtor da CBS pra tocar no novo LP de Leno. Este produtor era ninguém menos do que Raul Seixas que trabalhava na gravadora nesta época. Eles foram a banda da gravação do álbum Vida e Obra de Johnny McCartney, que teve várias faixas censuradas pelo governo militar, acabando sendo lançado na época apenas um compacto duplo com 4 faixas.
Surge então a oportunidade das primeiras sessões de gravação profissionais, lançam assim em 1971, um compacto simples pela gravadora Top Tape com as músicas, “Sem Nada”/“Dezoito e Trinta.” A falta de repercussão com o trabalho somados a perda gradativa de seu público maior causam incertezas entre integrantes quanto à validade ideológica encontrada em power-chord blues e rock pauleira. A terceria formação de A Bolha seria montado então em 1972, pois no final de 1971, foi a vez de Ricardo Bittencourt deixar o grupo. Com um show importante marcado no Clube Monte Libano, A Bolha servindo como banda de apoio para Sergio Mendes, Ricardo foi substituído inicialmente por Johnny. No entanto, o pai de Johnny não permitiu a seu filho se envolver seriamente com rock e o obrigou a deixar o conjunto e se dedicar mais aos estudos. Com calma e mais tempo para procurar alguém à altura da seriedade que a banda precisava, encontram Gustavo Shroeter.

A persistência do grupo em investir no próprio som e na própria imagem é paga quando conseguem um contrato com a gravadora Continental para o que se torna o álbum de estreia da banda. Entitulado Um Passo à Frente, o disco se propõe a ser exatamente isto. Lançado em 1973, o disco oferece sete faixas, todas composições próprias.

1973 - Um Passo à Frente

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01 Um Passo à Frente (Pedro Lima, Renato, Gustavo, Lincoln Bittencourt)
02 A Esfera (Pedro Lima)
03 Epitáfio (Pedro Lima, Renato, Gustavo, Lincoln Bittencourt)
04 Bye My Friend (Pedro Lima)
05 Tempos Constantes (Pedro Lima)
06 Neste Rock Forever (Pedro Lima, Carlos Maciel, Wolf)
07 Razão De Existir (Pedro Lima)
08 Sem Nada (Pedro Lima)
09 18.30 - Parte 1 (Geraldo Carneiro, Eduardo Souto Neto) / Os Hemadecons Cantavam Em Coro (Geraldo Carneiro, Eduardo Souto Neto)

Considerada por muitos como a melhor fase do grupo, infelizmente esta formação dura apenas por um ano. A Bolha vê 1974 chegar tendo que montar uma nova cozinha. Arnaldo ao deixar a banda, passa a acompanhar Raul Seixas e depois Jorge Mautner, já como membro da banda Bomba Atômica. Gustavo deixaria o grupo para se juntar à nova encarnação do Veludo, antigo Veludo Elétrico. Já na nova encarnação de A Bolha, no baixo retorna Lincoln Bittencourt, enquanto na bateria chega o novato Léo Cesar. Para que Renato possa cuidar exclusivamente dos teclados, Marcelo Sussekind adere à trupe transformada agora e pela primeira vez em um quinteto.

Em 1976, Sérgio Herval assume a bateria no lugar de Léo e a banda se prepara para gravar o seu segundo álbum, agora pela gravadora Polydor. Este, ao contrário do anterior, apresenta várias versões de composições conhecidas, velhos roques da Jovem Guarda, além das composições da banda. Um reflexo desta direção está no nome É Proibido Fumar, titulo de um rock clássico de Roberto e Erasmo.

1977 - É Proibido Fumar

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01 Deixe Tudo de Lado (Nixon - A Bolha)
02 Difícil É Ser Fiel (A Bolha - Edil)
03 É Proibido Fumar (Erasmo Carlos - Roberto Carlos)
04 Estações (Renato Ladeira)
05 Sai do Ar (Massadas - A Bolha)
06 Consideração (Erasmo Carlos - Roberto Carlos)
07 Torta de Maçã (Massadas - A Bolha)
08 Luzes da Cidade (Ramos - Márcio)
09 Clímax (Jean Pierre - A Bolha)
10 Vem Quente Que Eu Estou Fervendo (Carlos Imperial - Eduardo Araújo)
11 Talão de Cheque (Massadas - A Bolha)

No mesmo ano, todos os integrantes de A Bolha menos Renato Ladeira, se associam ao Erasmo Carlos, para a faixa “A Terceira Força” (Erasmo Carlos - Roberto Carlos) do próximo álbum de sua carreira, “Pelas Esquinas de Ipanema” lançado também pela Polydor em 1978.

Nesse mesmo ano a banda encerra as atividades. Com quatorze anos de existência e dois discos de pouca vendagem, tornam-se um exemplo clássico de como era difícil sobreviver fazendo rock na era pré Rock ‘n’ Rio. Quase todos os seus integrantes tiveram carreiras significativas no meio da música, muitos conhecendo sucesso nacional em outras bandas:
Renato Ladeira - Herva Doce
Pedro Lima - Herva Doce
Marcelo Sussekind - Herva Doce, produtor
Sérgio Herval - Roupa Nova
Arnaldo Brandão - Doces Bárbaros, Outra Banda da Terra, Brylho da Cidade e Hanoi Hanoi
Gustavo Shroeter – Veludo, Porque Sim e A Cor do Som

Em 2004, o diretor José Emílio Rondeau convidou Renato Ladeira para ser diretor artístico do seu novo filme, 1972. Renato mostrou algumas músicas que haviam sido censuradas no início dos anos 70 e o diretor se interessou, então ele chamou seus velhos companheiros de banda, Arnaldo, Pedro e Gustavo para gravarem aquelas músicas para o filme. Da reunião acabou surgindo a vontade de gravar um novo disco com aquele material e mais alguns covers, gerando o álbum É Só Curtir, de 2006, pela gravadora Som Livre.

2006 - É Só Curtir

http://*www.*mediafire*.com/download/a76f1wue4dpyd4b/2006+-+E+so+curtir.rar (precisa tirar os *)

01 É só curtir (Pedro Lima, Arnaldo Brandão)
02 Não Sei (Arnaldo Brandão)
03 Cinema Olimpia (Caetano Veloso)
04 Sem nada (Pedro Lima)
05 Sub Entendido (Arnaldo Brandão)
06 Não Pare na pista (Raul Seixas, Paulo Coelho)
07 Matermateria (Pedro Lima, Antonio Claudio Carvalho)
08 Cecilia (Arnaldo Brandão)
09 Você me acende (Ian Whitcomb / Versão: Erasmo Carlos)
10 Rosas (Arnaldo Brandão)
11 Desligaram os meus controles (Arnaldo Brandão)

 Renato Ladeira    

 Pedro Lima          

 Arnaldo Brandão  

 Gustavo Schroeter

Em 2010, saiu em CD uma coletânea que reunia os primeiros singles lançados pela banda, ainda sob o nome de The Bubbles. 

2010 - Raw and Unrealeased

https://*www.*mediafire*.com/file/9k6eswukdjmuuvs/2010_-_The_Bubbles.rar/file (precisa tirar os *)

01 Não Vou Cortar o Cabelo

02 Porque Sou Tão Feio

03 Trabalhar

04 Ob-la-di, Ob-la-da

05 Honey Pie

06 Get Out Of My Land

07 The Space Flying Horse and Me

08 Não Vou Cortar o Cabelo

09 Porque Sou Tão Feio

10 Trabalhar

11 Sem Nada

12 Os Hermadecons Cantavam em Coro Chooo

* não possuo os nomes dos compositores, assim que possível colocarei aqui.

No dia 12/08/2015, Renato Ladeira falece após parada cardiorespiratória.

No final de 2018, a banda lança o álbum ao vivo, que traz a gravação feita em 1971 em Guarapari.

2018 - Ao Vivo

https://*www.*mediafire*.com/file/1ckxjlwiauf00jw/2018_-_Ao_Vivo.rar/file (precisa tirar os *)

01 Apresentação

02 Rosas - interrompida (Arnaldo Brandão)

03 Rosas - versão 2 (Arnaldo Brandão)

04 Rosas - reprise (Arnaldo Brandão)

05 Sem Nada (Pedro Lima)

06 Não Sei (Arnaldo Brandão)

07 Não Sei - reprise (Arnaldo Brandão)

08 Irmãos Alfa (Pedro Lima)

09 Cecília (Arnaldo Brandão)

10 Matermatéria (Pedro Lima e Antonio Cláudio Carvalho)

11 Sub Entendido - versão 1 (Arnaldo Brandão)

12 Sub Entendido - versão 2 (Arnaldo Brandão)

13 Su Entendido - reprise (Arnaldo Brandão)