sábado, 25 de janeiro de 2025

Discografias Comentadas: Styx – Parte I

 

Styx em 1972: Chuck Panozzo, John Panozzo, John Curulewski, Dennis De Young e James Young
O grupo norte-americano Styx é um dos principais no cenário hard dos anos 70 e também do AOR no início dos anos 80. Formado na cidade de Chicago no ano de 1966, tendo adotado o nome Styx apenas em 1972, teve seu início caracterizado por sonoridades progressivas mescladas com doses hardeiras que os levaram a comparações com grupos como Uriah Heep e Deep Purple. Essa formação inicial, que contava com Dennis De Young (teclados, voz, hammond, moog, mellotron, eletrônicos, sintetizadores…), John Curulewski (guitarra, voz, sintetizadores), James Young (guitarras, voz), além dos irmãos gêmeos John (bateria, percussão, voz) e Chuck Panozzo (baixo, voz), possuía sim os elementos citados, mas fazia um hard cuja sonoridade era única, lançando quatro discos através da gravadora independente Wooden Nickel.
A saída de Curulewski em 1975, ao mesmo tempo em que o grupo lançava seu primeiro LP pela gravadora A&M, permitiu a entrada de Tommy Shaw nas guitarras e vocais, e assim, o grupo entrou na onda AOR que surgia nos Estados Unidos, conquistando fãs e tornando-se mundialmente conhecido com diversas baladas e rocks simples, fugindo das características iniciais da fase com Curulewski, abandonando o progressivo aos poucos, e investindo pesado em letras melosas e canções amenas.
Com uma vasta discografia, contando com 15 álbuns de estúdio, 6 ao vivo e 14 coletâneas, nessa primeira parte, apresentaremos os discos do Styx durante a década de 70, concentrando-se apenas nas versões originais dos álbuns de estúdio, já que os quatro primeiro álbuns lançados no início da década de 70 (que saíram pela gravadora Wooden Nickel) foram relançados posteriormente em 1980 com outros nomes e até com outras canções. Então, prepare-se para atravessar por esse longo e denso rio chamado Styx.
Styx [1972]
A estreia vinílica do Styx não poderia ser melhor. Doses progressivas brotando dos sulcos do LP em canções pesadas, com uma sonoridade forte e atraente que mesclava covers com canções compostas pelo grupo desde o início, como a épica suíte “Movement for the Common Man”. Dividida em quatro partes (“Children of the Land”, “Street Collage”, “Fanfare for the Common Man” e “Mother Nature’s Matinee”), ela ocupa quase todo o lado A, apresentado o rock que caracterizaria o som do Styx durante a fase Wooden Nickel, com destaque para os solos de hammond e os duelos entre James e Curulewski, e para o excelente jazz onde Dennis sola com o hammond, enquanto Curulewski e James fazem alguns riffs que parecem ter saído dos álbuns de Wes Montgomery.  Outra fato marcante nessa fase do grupo é a inclusão de temas clássicos no track list dos LPs, neste caso “Fanfare for the Common Man”, de Aaron Copland. Mais destaques vão para “What Has Come Between Us” (originalmente composta por Mark Gaddis) e “Best Thing”, onde uma das principais características do Styx aparecem com destaque, que são as vocalizações feitas por Curulewski, James e Dennis. Nos álbuns seguintes, essas vocalizações tornariam-se ainda mais fortes com a inclusão dos irmãos Panozzo. “After You Leave Me”, de George Clinton, e “Quick is the Beat of My Heart”, de Lewis Mark, mantém a linha de excelentes rocks regados de hammond e guitarras, e o swing de “Right Away” parece ter inspirado Richie Blackmore e cia. na clássica “Holy Man”, do álbum Stormbringer (Deep Purple). As influências progressivas eram tantas que Dennis, depois de ouvir Emerson, Lake & Palmer (lançado em 1970),  utilizou  um moog modular em quase todo o álbum, se tornando um dos primeiros (ao lado de Keith Emerson) a usar esse instrumento nos palcos. Esse álbum foi relançado em 1980 com outra capa e com o título de Styx I, apresentando a mesma sequência de canções.
Styx II [1973]
Único álbum do grupo a não contar com pelo menos uma composição de James Young, Styx II manteve a linha do álbum de estreia, com destaque para o uso inédito das guitarras gêmeas nas canções do grupo. Esse LP mostra a evolução vocal do grupo em canções como “You Better Ask” e “I’m Gonna Make You Feel It”. A segunda recriação clássica é “Little Fugue in G”, de Bach, que é tocada apenas por Dennis com o órgão da Catedral de St. James, em Chicago. Nesse álbum está o primeiro grande sucesso do Styx, a faixa “Lady”,  que alcançou a sexta posição nas paradas americanas contando com um bom trabalho de vocalizações. Mas, pessoalmente, meus maiores destaques vão para “You Need Love” e “Father O.S.A.”, duas canções pesadas que lembram muito o Uriah Heep da fase David Byron, onde ouvimos pela primeira vez o excelente trabalho de guitarras gêmeas feito por James e Curulewski; “Earl of Roseland”, com uma ótima participação de John Panozzo, demonstrando claras influências de Keith Moon, além de gritos e riffs que lembram bastante o grupo The Who; e o projeto de maravilha prog “A Day”, onde harpa e sintetizadores participam da introdução em um andamento viajante que acompanha os vocais de Curulewski, levando para um delicioso jazz onde temos um divino solo feito pelas guitarras gêmeas, ganhando velocidade e chegando ao êxtase em bends excepcionais, além de um excelente trabalho de escalas marcadas que é complementado por um fantástico solo de hammond dentro do andamento jazzístico. Sem dúvida, um dos melhores momentos instrumentais da carreira do Styx. Styx II foi relançado em 1980 com o nome Lady (não confundir com a coletânea de mesmo nome), modificando a capa mas com a sequência original das canções mantida.
The Serpent is Rising [1974]
Definido pelos membros do grupo como o pior álbum do Styx e um dos piores lançamentos da história do rock, The Serpent Is Rising está longe de ser um álbum ruim. Na verdade, ele tinha tudo para ser o melhor do Styx, não fosse a verdadeira c*$#da cometida em uma faixa chamada “Plexiglas Toilet”, uma canção escondida dentro da bela “As Bad As This”. “Plexiglas Toilet” é um aborto com ritmo caribenho que encerra o lado A, mas deconsiderando essa derrapada feia, o resto do álbum é muito bom, com destaque para as pesadíssimas “Witch Wolf”, “Winner Take All” e “22 Years”. As guitarras gêmeas estão presentes na introdução de “Jonas Psalter”, outro hard tipicamente Styx, em uma das raras canções do grupo a não conter um refrão. Experimentações como o cravo e a harpa aparecem em “The Grove of Eglantine”, onde o excelente trabalho vocal e também o andamento dos irmãos Panozzo são os principais pontos de destaque. “Young Man” possui um início praticamente acústico, mostrando que James e Curulewski também domavam com sabedoria os violões, se transformando em um pesado hard onde Dennis solta agudos que lembram Rob Halford (Judas Priest) e contando com uma intrincada sessão instrumental. O maior destaque vai para o excelente hard/blues da faixa-título, uma das melhores canções do grupo, com um andamento sensacional dos irmãos Panozzo. Curulewski canta essa excelente canção, com melodias e refrões muito bem trabalhados. A polêmica “Krakatoa” apresenta apenas a macabra voz de Curulewski, recheada de efeitos, entoando um poema sobre a ilha que foi destruída por um vulcão, rendendo muitas acusações de que o grupo seria satanista pelas citações ao diabo e ao inferno. A citação clássica desse álbum fica por conta de “Hallelujah”, de Handel, interpretada com o órgão da Catedral de St. John Fischer e com um coral formado por todos os membros do Styx. Nesse álbum, Dennis estreou o sintetizador Oberheim que havia surgido um ano antes, e abandonou o moog modulado, se tornando um pioneiro no uso desse sintetizador que faria tanto sucesso na década de 80. A linda capa original de The Serpent Is Rising foi feita por Dennis Pohl e o relançamento de 1980 continha uma capa diferente, assim como o nome, que passou a ser apenas Serpent. Esse foi o álbum do Styx com a segunda pior posição nas paradas. Até o ano de 2007, pouco mais de 100 mil cópias haviam sido comercializadas. Pena para os que não o conhecem, já que a sonoridade geral (excluindo “Plexiglas Toilet”) é sensacional e puramente Styx.
Man of Miracles [1974]
Se The Serpent is Rising tinha tudo para ser o melhor álbum do Styx, no mesmo ano o grupo lançou o forte candidato ao título. Man of Miracles não apresenta deslizes, e conta com uma linda capa elaborada por Lee Rosenblatt (motivo para os carolas americanos novamente taxarem o grupo de satanistas, vendo o demônio na imagem do mago). O Styx dividia-se em temas progressivos e rock puro, abolindo as recriações clássicas e investindo pesado em canções curtas, pesadas e extremamente dançantes, mescladas com doses leves de momentos amenos. A casa vira de ponta cabeça nos hards de “Rock and Roll Feeling”, com uma ótima pegada de John Panozzo, um dos mais injustiçados bateristas da história do rock, “Havin’ A Ball”, com um ótimo trabalho das guitarras gêmeas e das vocalizações, assim como “A Man Like Me” e “Cristopher, Mr. Cristopher”. O boogie de “Southern Woman” parece ter saído dos primeiros álbuns do ZZ Top. Na versão original, o grupo reinclui “Best Thing”, (Styx) por motivos que infelizmente não sei dizer quais são. Os momentos mais amenos estão em “Evil Eyes” e na linda “Golden Lark”, interpretada apenas por piano, vocalizações e o inconfundível vocal de Dennis, tendo um belo tema executado por Chuck, e que antecede outro projeto de maravilha prog, “A Song for Suzanne”. Um estrondoso trovão abre uma tempestade com chuvas e raios, entre um triste tema feito pelo violoncelo, levando para o tema crimsoniano da guitarra que apresenta o riff do baixo e do sintetizador. O arranjo instrumental é fantástico, com diversos temas marcados entre guitarra, baixo e bateria, e com um pesado e encantador refrão, repleto de vocalizações. A canção ganha ainda mais peso à medida que desenvolve a letra, com John novamente tocando muito e demonstrando toda a sua inspiração em Keith Moon. Outra maravilha prog encerra o álbum, com a sensacional faixa título. “Man of Miracles” é pesada, progressiva e hardeira para nenhum fã do estilo ficar parado, desde a introdução, com o ritmo marcial da caixa e do tímpano de John acompanhando o tema do moog entre acordes de violão e sintetizadores, passando pelo sombrio tema onde o tímpano fica sozinho, trazendo as densas vocalizações  que repetem o tema do moog entre acordes de sintetizadores, batidas nos pratos e tímpanos, chegando nas vocalizações que entoam o nome da canção, e assim, o hammond surge com acordes muito pesados e rasgados que fazem o riff principal, lembrando de cara o Uriah Heep. Com a entrada das guitarras, o riff parece sair dos álbuns do Black Sabbath, e o andamento sensacional dos  irmãos Panozzo apresenta os vocais de James, chegando aos acordes de moog entre o rufo da bateria, repetindo o andamento marcial com um show de John Panozzo entre os bends de James. Belíssima canção que encerra um belíssimo LP. No relançamento de Man of Miracles, em 1975, “Best Thing” foi substituída pela cover “Lies”, originalmente composta por R. Randall e B. Charles. Depois, em 1980, o álbum foi relançado com o nome de Miracles, trazendo “Unfinished Song” no lugar de “Best Thing”. Man of Miracles também vendeu pouco, ficando apenas na posição 154 das paradas americanas, sendo o último álbum pela independente Wooden Nickel.
Equinox [1975]
Pela poderosa A&M, o grupo lançou, em 1975, o álbum Equinoxque mostrava novos olhares dos músicos do Styx, tentando conquistar fãs da nova geração, que desinteressava-se pelo progressivo e buscava sonoridades mais modernas. A nova construção das canções do Styx pode ser percebida na faixa de abertura, “Light Up”, onde as guitarras sintetizadas dão as caras, trazendo modernidade ao som do grupo. “Lonely Child” e “Lorelei” seguem a mesma linha, sendo essa última o maior sucesso do LP, alcançando a posição de número 30 nas paradas americanas com o seu rock que é simplesmente o que o Styx ofereceria de melhor a partir de então. Os últimos suspiros progressivos aparecem em “Mother Dear”, onde as guitarras gêmeas têm destaque, assim como um andamento no chimbal que lembra “Yours Is No Disgrace” (Yes), e na épica suíte “Suite Madame Blue”, composta para homenagear os 200 anos da independência dos Estados Unidos, com um dos mais belos arranjos da carreira do Styx e que se tornou essencial nas apresentações do grupo a partir de então. O refrão dessa canção, cantado por todos, é o momento máximo do álbum, onde temos um belíssimo solo de sintetizador que abre espaço para as guitarras ocuparem seus espaços de uma forma sensacional, tendo ao fundo um belíssimo e pesado acompanhamento de Dennis e dos irmãos Panozzo. A parte pesada do LP fica por conta de “Midnight Ride” e “Born for Adventure”, com um refrão para sair cantando pela sala entoando o nome da canção. A aparição clássica é “Prelude 12”, composta por Curulewski e com harmônicos apresentando um lindo dedilhado. Equinox alcançou a posição 58 no ano de lançamento, e chegou ao ouro em 1977, sendo o último álbum com Curulewski nos sintetizadores e nas guitarras, que saiu da banda para dedicar-se mais a família e projetos pessoais, tornando-se professor de música em La Grange, Illinois, vindo a falecer em 13 de fevereiro de 1988 devido a um aneurisma cerebral. A partir de então, o grupo partiria em busca de um novo guitarrista, conquistando novos mundos e confirmando-se entre as maiores bandas americanas da história.

Crystal Ball [1976]
Para o lugar de Curulewski, o jovem Tommy Shaw foi o escolhido, e assim, o Styx assumiu uma nova cara, mais moderna e voltada para os adolescentes americanos, que os afastavam dos fãs que acompanharam a fase com Curulewski, mas que lançou-os a conquistar o mercado americano e posteriormente o mundo, começando com Crystal Ball. O novo rock do Styx está presente em faixas como  “Shooz”, onde Tommy mostra seus dotes com a slide guitar, “Mademoiselle” e “This Old Man”, essas duas as únicas a conterem guitarras gêmeas. No geral, essas canções apresentam muitas vocalizações e arranjos bem mais simples. Canções mais pesadas como “Put Me On” e “Jennifer” parecem fugir da proposta total do álbum, e são os melhores momentos ao lado da leve “Crystal Ball”, com um excelente trabalho vocal que é um precursor do rock farofa oitentista e que também se tornou essencial nas apresentações do Styx, e da fantástica sequência que encerra o LP, com o tema clássico de “Clair de Lune”, composta por Debussy, que nos leva para o riff de “Ballerina”, onde Dennis canta emotivamente. Muitas vocalizações levam aos solos de James, pisoteando o wah-wah, e Tommy, arrancando lágrimas da guitarra, nesta que é de longe a melhor canção do álbum. O disco é muito bom para a nova proposta sonora do Styx, mas para o que já havia sido feito até Equinox, acaba se tornando uma pequena decepção. Crystal Ball alcançou a posição 66 nas paradas americanas quando de seu lançamento, recebendo platina no ano de 1978. Assim como os quatro LPs seguintes, recebeu uma versão em formato de vinil picture-ouro, homenageando a marca de vendas.
The Grand Illusion [1977]

Este foi o álbum que consagrou o Styx comercialmente, alcançando a incrível marca de vinil triplo de platina, graças ao sucesso dos hits “Come Sail Away” (que ficou na oitava posição) e “Fooling Yourself (posição 29). Nele, o Styx encontrou a fórmula para o sucesso, agradando tanto aos antigos fãs, em faixas como “Castle Walls” e Miss America”, como conquistando novos fãs através das canções citadas acima. A mistura de progressivo com hard foi  muito bem recebida. Vários são os destaques: o uso de guitarras gêmeas em diversas canções (“Superstars”, “Man in the Wilderness”, “Castle Walls” e The Grand Finale”), o peso de “Man in the Wilderness” e “Miss America”, essa última inspirada em “Minstrel in the Gallery” (Jethro Tull), a sessão jazzística de “Castle Walls”, e claro, os refrões eternos de “Fooling Yourself” e “Come Sail Away”. Dois grandes clássicos admirados pela grande maioria dos fãs, que definem bem o que se tornou o Styx a partir da entrada de Tommy Shaw, e das quais eu gosto mais de “Come Sail Away”, onde o dedilhado do piano nos apresenta os emotivos vocais de Dennis, interpretando uma leve balada que se transforma, relembrando momentos do álbum Tommy (The Who) e da fase inicial do Styx, com uma ótima participação de John Panozzo, e com um grudento refrão onde as vocalizações entoam o nome da canção, além do fantástico solo de teclado ARP Odyssey feito por James. Boa faixa, que particularmente só não é a melhor do LP devido à sensacional “Castle Walls”. The Grand Illusion alcançou a sexta posição nos charts americanos, tornando-se o maior sucesso comercial do Styx até então.

Pieces of Eight [1978]

Este álbum deu sequência ao sucesso de The Grand Illusion, apresentando mais duas canções que se tornaram clássicas na carreira do Styx: “Renegade” e “Blue Collar Man (Long Nights)”. Não gosto muito da primeira, já que o andamento oitentista (presente em grande parte do álbum)  é demais para o meu gosto, mas não posso negar o belo trabalho vocal, que em alguns momentos lembra Bee Gees. Já a segunda é um petardo que abre o lado B com  um excelente riff de hammond e com o andamento tipicamente AOR acompanhando os vocais de Tommy, dessa vez agradando principalmente pelo peso das guitarras. A canção que abre o lado A, “Great White Hope”, também é muito boa, com um refrão similar ao de “Miss America” e com um dos raros momentos progressivos do álbum durante o solo de moog. O Styx gravou duas instrumentais para esse LP: “The Message” e “Aku-Aku”, ambas sem oferecer muito a se comentar. Porém, o que marca são canções bem ao estilo arena, como “I’m OK” (que poderia estar presente também em qualquer álbum farofa), a balada “Sing for the Day” e a faixa-título. Destaque ainda para “Lords of the Ring”, onde temos uma bela sessão instrumental com muito peso durante o solo de moog, e “Queen of Spades”, a melhor canção do álbum, contando com um riff grudento e ótimas vocalizações, além dos belos solos de Tommy e James. Pieces of Eight alcançou a segunda posição nas paradas americanas, destacando como sucessos os singles de “Renegade” (décimo sexto), “Blue Collar Man (Long Nights)” (vigésimo primeiro) e “Sing for the Day (quadragésimo primeiro), e peca apenas por privar demais o trabalho dos irmãos Panozzo, que tornavam-se cada vez mais músicos de estúdio.

Cornerstone [1979]

E o sucesso não parou para o Styx. Cornerstone foi o segundo álbum do grupo a alcançar platina tripla, vendendo horrores nos Estados Unidos graças à canção “Babe”, além de “Boat on the River”, que fez muito sucesso na Europa, principalmente na Alemanha e na Suíça, onde alcançaram o primeiro lugar nas paradas. Tratando primeiramente de “Babe”, sinceramente essa canção não me agrada. É nela que está um dos riffs mais conhecidos (se não o mais conhecido) da história do Styx e o refrão onde as vocalizações arrancavam gritos histéricos e lágrimas das fãs do grupo, que não paravam de crescer. Uma balada melosa, assim como outras que aparecem no LP, e dentre as quais eu prefiro “First Time”, principalmente pelo arranjo de cordas e pelas vocalizações cantando “don’t be afraid of love”, que certamente saiu de algum disco dos Bee Gees, além de um trecho mais inspirado em Queen da fase inicial. Aliás, o Styx caprichou nas inspirações vocais desses dois gigantes do rock, e se você quer ouvir mais semelhança com Bee Gees, vá para a faixa de abertura, “Lights”, um rock suave com destaque  para a interessante sessão instrumental. Já a faixa seguinte, “Why Me”, é outra que podemos comparar ao Queen. Ainda, o Styx se inspirava em ABBA (com o perdão da comparação, mas como fã do grupo, não dá para não reconhecer as melodias vocais) em “Never Say Never”, outro rock suave que não tem muitas atrações além do excelente trabalho vocal. O AOR estilo Styx aparece com “Borrowed Time”, mais uma sem grandes atrativos que abre o lado B, surgindo assim depois da canção que encerra o lado A, que é exatamente “Boat on the River”, uma espécie de “Lady in Black” (Uriah Heep) do Styx, com violões, mandolim e baixo acompanhando o sintetizador na bonita introdução, e que é cantada por Tommy.  O bonito arranjo da canção, contando com um acordeão tocado por Dennis,  acompanhando o ritmo do mandolim, leva ao destaque maior que é o magnífico solo de mandolim feito por Tommy. Já no encerramento do vinil estão guardadas as melhores canções do LP, “Eddie”, composta por James, que é a mais pesada faixa gravada nos sulcos de Cornerstone, onde o músico faz misérias no solo de guitarra sintetizada, e a bela “Love in the Midnight”, apresentando ótimos momentos instrumentais, destacando outro grande solo feito por Tommy. Esse é um disco mediano, mas, pela quantidade de baladas melosas, acabou agregando cada vez mais fãs, vendendo muito nos Estados Unidos e com “Babe” se tornando praticamente um hino dentro da discografia do grupo, que terá seguimento na próxima semana pelos anos 80, 90 e a entrada nos anos 2000.

Discografias Comentadas: Styx – parte II


Styx em 1983: Tommy Shaw, Chuck Panozzo, Dennis DeYoung, John Panozzo e James Young

O Styx entrou na década de 80 como uma das principais bandas do rock americano. O sucesso de Crystal BallThe Grand IllusionPieces of Eight e Cornerstoneabordados na primeira parte, deixaram os bolsos do grupo forrados de dinheiro. Mas, nem tudo foram flores a partir de então. Dois álbuns conceituais de estrondoso sucesso acabaram levando ao fim precoce do grupo, que voltaria nos anos 90 com uma formação diferente, assim como a sonoridade adaptada às exigências necessárias para se conquistar espaço durante aqueles anos. Vamos então aos álbuns dessa época.
Paradise Theater [1981]
Esse é para mim o melhor álbum da fase com Tommy Shaw. Narrando a história fictícia do Paradise Theater, o Styx manteve o sucesso dos álbuns anteriores, mas a sonoridade se tornava cada vez mais AOR, e para desenvolver esse belíssimo álbum conceitual, o quinteto de Chicago conseguiu juntar toda o talento individual de cada membro em um álbum sensacional que gerou mais quatro grandes hits para a coleção do grupo. A vinheta “A.D. 1928”, que abre o disco, tem a melodia destacada na balada “The Best of Times” (terceira posição nas paradas), com um refrão que até sua vó conhece. O mesmo pode ser dito para o riff de “Too Much Time on My Hands” (segunda posição nas paradas), repleta de sintetizadores, nessa que é a principal canção da história do Styx em termos de sucesso (ao lado de “Lady”). O andamento oitentista e as inesquecíveis palmas entre as palavras que formam o nome da canção durante o refrão, animaram muitas festas adolescentes durante os anos 80. O rock de “Rockin’ the Paradise” (oitava posição nas paradas), com uma ótima introdução seguida pelos vocais de Dennis, e um excelente solo de Tommy, possui uma levada de baixo, piano e bateria típica dos grandes rocks da década de 50. Outros destaques vão para  “Snowblind”, com o andamento levemente blueseiro, e boa participação das guitarras, além de um solo excepcional, com muitos bends e notas velozes, e “Half-Penny, Two-Penny”, uma paulada, com o ótimo riff das guitarras e um excelente andamento de John e Chuck. A marcação do baixo é grudenta e dançante, além do riff, que cantarolamos sem querer junto à voz de James. A mudança no emotivo refrão, onde as vocalizações cantam a venda do Paradise por um valor irrisório, e os barulhos que levam à demolição do Paradise Theater entre acordes de piano, o badalar de um sino e o sempre marcante baixo de Chuck, são os pontos principais dessa excelente faixa que encerra a história com os excelentes solos de James, Tommy e do sax de Steve Eisen. Eisen também está presente em “Nothing Ever Goes as Planned”, uma balada suave, com um arranjo de metais para a Hangalator Horn Section comandada por Ed Tossing, e em “Lonely People” canção que abre o lado B retratando muito bem na melodia e arranjo da canção os pesados momentos de vazio do teatro através das guitarras, com destaque para os solos de Tommy e James. A única canção que para mim não se encaixa no conceito é “She Cares”, uma balada AOR comandada pelo embalo de baixo, bateria e violão, além de acordes de piano e os vocais de Tommy. Eisen também participa com outro solo, e no geral, ela foge bastante da proposta total do LP. O encerramento do álbum, com “A.D. 1958”, possui a mesma melodia de “A.D. 1928” e da introdução de “The Best of Times”, com diferença apenas na letra, que agora cita a existência do teatro apenas na memória daqueles que o acompanharam. Um ótimo álbum que atingiu a primeira posição nos Estados Unidos, e que vendeu mais de 3 milhões de cópias até os dias de hoje. Uma versão limitada do vinil apresentava uma imagem da decoração do Teatro gravada em laser dentro dos sulcos do LP, tornando-se mais um atrativo junto da qualidade sonora de Paradise Theater.
Kilroy Was Here [1983]
Seguindo a linha de álbuns conceituais, Dennis criou uma história futurística para o LP seguinte. Kilroy Was Here narra um mundo dominado por seres criados pelos japoneses (os Mr. Robotos) para auxiliar as pessoas em trabalhos pesados e também no dia-a-dia. Nos Estados Unidos, um maníaco chamado Dr. Righteous, líder de uma liga conhecida como Majority for Musical Morality (MMM) decide banir o rock ‘n’ roll da comunidade americana, acusando inclusive Elvis Presley de ser o responsável pelo declínio moral e econômico dos Estados Unidos. Tudo é feito através da TV a cabo e também da internet, antes mesmo que esses dois existissem como hoje vemos ao nosso redor. As bandas de rock ganham um tempo para organizar seus shows de despedida, e em um deles, do astro Kilroy, um MMM é morto, com Kilroy indo parar na cadeia. Os anos se passam e rebeldes a favor da volta do rock começam a se rebelar, entre eles, Jonathan Chance, que tira Kilroy da prisão. É exatamente nesse ponto que começa o álbum. Musicalmente falando, é mais fraco que Paradise Theater, mas mesmo assim, temos bons momentos, como a clássica “Mr. Roboto”, com versos cantados em japonês e com um grudento refrão, além de vozes computadorizadas e também muitos sintetizadores, que praticamente são ouvidos durante todo o álbum; A bonita balada “Don’t Let it End”, e também “Double Life”, um pop oitentista e grudento, onde o refrão é o principal destaque junto ao solo de sintetizador. James (interpretando o papel de Dr. Righteous) é responsável pela melhor canção do LP, “Heavy Metal Poisoning”, onde o riff da guitarra apresenta uma canção bem diferente dos eletrônicos presentes em quase tudo o que ouvimos. Destaque também para o marcado e complicado andamento dos irmãos Panozzo e  para o fantástico solo de James. Pops como “Cold War” e “Haven’t We Been Here Before” preenchem o disco com muitas melodias, com destaque para o solo de guitarras gêmeas na última, que leva para “Don’t Let It End (Reprise)”, que encerra o LP com um rock sensacional, apresentado para a geração que ainda não tinha a oportunidade de ouvir o som das guitarras, do baixo, do piano e da bateria. Os momentos mais fracos ficam por conta de “High Time”, recheada de bateria eletrônica e “Just Get Throught This Night”, onde Tommy toca um instrumento japonês (o shami-sen) e apenas isso merece destaque. Kilroy Was Here alcançou a terceira posição nas paradas, sendo “Mr. Roboto” e “Don’t Let it End” os grandes singles do LP (terceira e sexta posição respectivamente). Muito do que está nas letras do álbum é uma crítica de Dennis contra os discursos que acusavam (ainda) o grupo de ser ligado ao satanismo, o que podemos comprovar principalmente em “Heavy Metal Poisoning”. A ambiciosa superprodução envolvendo um curta-metragem e o palco da turnê, foram marcas registradas dessa fase do grupo, que registrou assim o primeiro ao vivo, Caught in the Act Live, no ano de 84, encerrando as atividades devido justamente aos conflitos entre Dennis, Tommy e James, os quais ocorreram durante toda a turnê.
Edge of the Century [1990]
Depois de seis anos, o Styx voltava, agora com Glen Burtnik substituindo Tommy, além dos irmãos Panozzo, James e Dennis. Com uma sonoridade bem mais moderna, o Styx renascia das cinzas, com um álbum mediano que mesclava baladas (“Carrie Ann”,  “Show Me the Way” e “Love at First Sight”) com rocks modernos (“Love is the Ritual”, “Not Dead Yet” e “World Tonite”), onde “Love is the Ritual” e “Show Me the Way” se destacaram nas paradas americanas. A primeira, cantada por Burtnik,  atingiu a nona posição, e perambula entre o hard farofa e o pop oitentista, mesclando bateria eletrônica e riffs dançantes de guitarra. Já a segunda, cantada por Dennis, apesar da bonita melodia, não me chama a atenção, mas foi uma das mais pedidas nas rádios americanas durante o ano de 1990, atingindo a terceira posição. “All in a Day’s Work” é uma balada mais  trabalhada, levada apenas pelo violão e por sintetizadores acompanhando os vocais de Burtnik, além das vocalizações presentes durante o refrão e do acordeão de Dennis, reaparecendo nos álbuns do grupo depois de muitos anos.  O mesmo ocorre no retorno dos covers, com o bom rock de “Not Dead Yet”, lembrando muito Aerosmith nessa mesma época, onde somente guitarra, baixo e bateria acompanham os vocais de Dennis, que limita-se apenas a cantar, sem sintetizadores ou eletrônicos à sua volta. A faixa-título “Edge of the Century” é outro rock de bom gosto, com boa participação das guitarras, onde os sintetizadores de Dennis adaptam o Styx ao som dos anos 90. Mais rock anos 90 está presente em “World Tonite”, com um solo de harmônica feito por Howard Levy. “Back to Chicago” é uma ótima canção com pitadas jazzísticas e melodia leve, tendo a participação de naipe de metais e de um excelente solo de clarineta feito por John Negus. Mas para variar, a melhor canção é uma composição de James e Dennis, “Homewrecker”, com uma interessante introdução misturando barulhos de aviões entre solos de guitarra e sintetizadores, que apresentam os vocais de James em um hard Styx com batidas bumbo-caixa, mas que sacolejam o corpo, relembrando o final da década de 70 no refrão, com as vocalizações agudas e outro grande solo de Dennis e James. Um destaque que merece ser dado é o fato das rádios americanas terem incluído “Show Me the Way” como um hino adotado pelas tropas americanas que lutavam na Guerra do Golfo, inclusive com algumas rádios tocando uma versão editada com os filhos de alguns militares cantando o refrão da canção. O Styx fez uma curta turnê e encerrou novamente as atividades após a compra da gravadora A&M pela Polygram em 1991. Um álbum intitulado Son of Edge foi registrado, com essa formação, mas nunca foi lançado oficialmente. Canções que pertenciam a ele foram lançadas posteriormente em coletâneas e discos solo. Edge of the Century foi o último álbum do grupo a contar com John Panozzo, que faleceu em 16 de julho de 1996 por causa da cirrose.
 
Brave New World [1999]

Depois de uma reunião a fim de regravar “Lady” para a coletânea Greatest Hits (1995) e do show em homenagem a John Panozzo, que culminou no álbum ao vivo Return to Paradise (1997), após 17 anos, Tommy Shaw, Dennis DeYoung, James Young e Chuck Panozzo voltaram a gravar um álbum de estúdio. Com a bateria comandada por Todd Sucherman, Brave New World foi aguardado com muita expectativa pelos fãs. Considero esse o mais fraco dos álbuns do Styx, mas confesso que gosto muito do início do CD, com as cordas de “I Will Be Your Witness” e a levada do wah-wah de Tommy, apesar de ser uma canção bem anos 90, pronta para tocar nas rádios.  As cordas também estão presentes em “Number One” (com os vocais distorcidos no refrão e com Tommy usando muito wah-wah e alavanca no seu solo) e na jazzística balada “Fallen Angel”, com o refrão repleto de vocalizações em uma das melhores canções do CD. Outra que me agrada bastante é a faixa-título, com a utilização do mandolim na introdução, e com um estranho mas interessante riff de guitarra, além da boa utilização dos sintetizadores e dos vocais, sendo a versão “Brave New World (Reprise)” bem diferente, com um andamento alegre e mais pesada, e Tommy solando como nos clássicos álbuns da banda. “Heavy Water”, com os vocais divididos entre James e Tommy, é a mais pesada, e com um ótimo refrão. Um álbum do Styx não está completo sem uma balada melosa, e aqui a tarefa fica para as bonitas “While There’s Still Time”, com um interessante arranjo vocal e  também dos violões, e para a quase gospel “Goodbye Roseland”, com um excelente arranjo de cordas. Para viajar um pouco, o rock ‘n’ roll de “Just Fell In”, com sintetizadores imitando naipes de metais, e a ótima “Everything Is Cool”, também forte concorrente a melhor do álbum, principalmente pelas boas passagens progressivas de seus quase seis minutos e dos solos de James e Tommy, são uma boa pedida. Canções mais simples como “Best New Times” e “What Have They Done to You” (também com a participação de cordas) mostram que o Styx trabalhou  para produzir um álbum coeso e pronto para o mercado americano do final dos anos 90, que foge muito do que os fãs antigos esperam de um álbum do grupo, empregando samplers e melodias vocais pouco inspiradas. Mesmo assim,  no geral, Brave New World está na mesma linha de Edge of the Century. Um bom álbum para se ouvir de vez em quando, principalmente se não temos nada melhor para ouvir naquele momento, com uma ressalva: apesar de eu gostar de reggae, não dá para aturar “Great Expectations” e “High Crimes & Misdemeanors”, conseguindo ser piores que “Plexiglas Toilet” (de The Serpent Is Rising). Brave New World foi o último álbum com Dennis DeYoung, e  acabou tendo uma recepção amena, alcançando a décima posição nas paradas, com o único single do CD, “Everything is Cool”, sendo um fracasso comercial.
Cyclorama [2003]
Com Chuck Panozzo debilitado pelo vírus HIV e contando com o retorno de Burtnik para preencher o espaço onde Chuck não conseguiu participar, esse foi um álbum que passou despercebido pelos fãs do Styx, e o primeiro a contar com Lawrence Gowan nos teclados (substituindo Dennis). Considero esse o melhor  álbum desde Kilroy Was Here, lembrando que ele foi lançado após uma série de álbuns ao vivo. O bom rock de “Do Things My Way” abre os trabalhos em alto nível, mas as oscilações estão presentes no punk Green Day de “Kiss Your Ass Goodbye”, cantada por Burtnik, o metal moderno de “Captain America”, cantada por James, a balada “Fields of the Brave”, cantada por Lawrence, e na acústica “Yes I Can”, cantada por Tommy e Burtnik, que mostravam a versatilidade vocal do Styx em canções que parecem ser de diferentes bandas, apesar de estarem presentes no mesmo CD. A bela “Killing the Thing That You Love”, revela o talento vocal de Burtnik e uma bonita interpretação ao piano, feita por Lawrence. Já “Bourgeois Pig”, com os riffs pesados de guitarra, é uma engraçada e descontraída vinheta que também não se assimila a nada do que foi registrado pelo Styx até então. Mais peso pode ser encontrado no riff de “One With Everything”, onde  os vocais são mais trabalhados. Muito próxima do progressivo dos anos 90, ela conta com um ótimo solo de sintetizador. Uma das melhores canções do disco, sem dúvida. “Waiting for Our Time” também chama a atenção, alternando momentos acústicos e pesados, com destaque para o belo trabalho vocal do refrão. Outra com um belíssimo trabalho vocal é a recriação para “Fooling Yourself (Palm of Your Hands)”, onde o fantástico início com todos cantando a capella leva a uma curta recriação do famoso refrão desse clássico de The Grand Illusion (1977). Se queremos voltar para esse LP, podemos ouvir “These Are the Times”, com os vocais de James apresentando a melhor canção do álbum, trazendo um excelente refrão cantado por todos, onde, apesar da modernidade da bateria, fica impossível não voltar ao final da década de 70, principalmente pelos momentos progressivos dos sintetizadores e das ótimas passagens instrumentais. “More Love for the Money” e “Together” apresentam o Styx mais coeso de Brave New World. Derrapada apenas para “Genki Desu Ka”, que encerra o CD com vocalizações cantando o nome da canção em uma levada moderna demais para meu gosto.  Apenas como comentário adicional, fora de campo a batalha entre Styx e Dennis DeYoung estava apenas começando. 

Big Bang Theory [2005]

Após uma apresentação no Crossroads Festival de Eric Clapton, durante o ano de 2004, onde o Styx interpretou versões de Jimi Hendrix, Beatles, Slim Harpo e B.B. King, nasceu a ideia de registrar um álbum somente com covers, e assim foi feito com Big Bang Theory. Muito versátil, indo desde The Allman Brothers Band e Crosby, Stills, Nash & Young até Ray Charles e Willie Dixon, o álbum é um ótimo agregado de grandes clássicos com sonoridade Styx, que ficou entre os cinquenta álbuns mais vendidos daquele ano. Versátil, tem como destaque “I Am the Walrus” (Beatles), “Locomotive Breath” (Jethro Tull), “One Way Out” (The Allman Brothers Band) e “Wishing Well” (Free). Chuck tocou baixo apenas em “Locomotive Breath”. Começaremos a análise do disco justamente por essa canção, registrada com muita fidelidade à original, apenas sem a introdução no piano, com James cantando na mesma melodia de Ian Anderson. “I Am the Walrus”, gravada durante o Crossroads Festival, é outra que ficou muito parecida com a versão original, principalmente pelos vocais de Lawrence, que estão muito iguais aos de John Lennon. Outros excelentes momentos são “I Can See for Miles” (The Who), que nos revela o que já havia sido mostrado nos álbuns da década de 70, ou seja, a forte inspiração que o grupo tinha em The Who, interpretando essa faixa quase que na perfeição da original; a moderna e pesada versão para “Wishing Well” (Free), com uma ótima interpretação vocal/instrumental de Tommy, que também está perfeito reinventando Steve Winwood na linda “Can’t Find My Way Home” (Blind Faith), com violões, percussão e a leve participação do órgão; a sensacional “One Way Out” (The Allman Brothers Band), com utilização de slide guitar e tudo o mais que essa pérola do southern americano merece, em mais uma interpretação sensacional com destaque para a recriação “versão Styx” dos duelos de slide-guitar e guitarra entre Tommy e James, bem como do solo de bateria, sempre presente nas canções do Allman Brothers, e aqui muito bem construído por Todd; e também a magnífica versão para “Find the Cost of Freedom” (Crosby, Stills, Nash & Young), apenas com violões acompanhando as arrepiantes vocalizações de Tommy, James, Todd, Lawrence e Ricky. Algumas invenções também acabaram funcionando bem, como a pesada versão para “I Don’t Need No Doctor” (Ray Charles), que ficou muito próxima à versão do Humble Pie, e “Manic Depression” (Jimi Hendrix), onde o destaque vai para a perfeita participação de James, cantando e solando muito bem. Já “Summer in the City” (Loovin’ Spoonful) ganhou uma nova cara, que não está no nível das demais canções do álbum. O mesmo ocorre em “Talkin’ About the Good Times” (The Pretty Things), que apesar do belo arranjo vocal, ficou mais pesada que o original, tirando a beleza da canção, e também para a versão moderna de “It Don’t Make Sense (You Can’t Make Peace)” (Willie Dixon), que segue a linha blues apenas na melodia, adicionando vocalizações e sintetizadores que mudaram completamente a versão original. Destaque positivo também para a belíssima balada “A Salty Dog” (Procol Harum), muito fiel à versão original. Um ótimo álbum, talvez um dos grandes discos de covers da história, o último (até o momento) da carreira do Styx. Em 2010, saiu o EP Regeneration: Volume I, apresentado seis regravações, ao mesmo tempo que o nome de Dennis era retirado oficialmente do site do grupo, encerrando uma briga lamentável entre Dennis e a dupla James/Tommy.


Em 25/01/1993: Freddie Mercury reedita a canção "The Great Pretender"

Em 25/01/1993: Freddie Mercury reedita a canção "The Great Pretender"
A canção foi regravada por vários cantores, principalmente por Freddie Mercury, cuja versão alcançou a quarta posição nas paradas britânicas. Acredita-se que ocover de Sam Cooke da música tenha inspirado Chrissie Hynde a nomear sua banda The Pretenders.
A canção foi repopularizada em 1987 por Freddie Mercury, vocalista da banda de rock Queen. A versão de Mercury alcançou a quarta posição no UK Singles Chart.
Em uma de suas últimas entrevistas em vídeo na primavera de 1987, Mercury explicou que a música era particularmente adequada para a maneira como ele via sua carreira e como estava no palco. O videoclipe de Mercury para a música apresentava-o parodiando a si mesmo em muitos de seus disfarces de Queen por meio de vídeo ao longo dos anos, incluindo re-tomadas visuais de " Radio Ga Ga ", " Crazy Little Thing Called Love ", " It's a Hard Life ",
" I Want to Break Free ", " Bohemian Rhapsody ",
" One Vision " e " I Was Born to Love You ".
Foi dirigido por David Mallet em fevereiro de 1987, e também contou com a participação do outro membro do Queen, Roger Taylor, e o ator Peter Straker em uma travesti. O vídeo também foi notável por Mercury ter raspado seu bigode, sua marca registrada, que ele usou durante grande parte da década de 1980.
Pessoal:
Freddie Mercury : vocais principais e
vocais de apoio
Mike Moran : sintetizadores
Alan Jones: baixo
Harold Fisher: bateria.



Em 25/01/1968: The Band grava a canção " The Weight "

Em 25/01/1968: The Band grava a canção
" The Weight "
The Weight é uma canção de 1968 da banda canadense-americano de rock The Band que foi lançada como single em 1968 e no álbum de estreia Music from Big Pink.
Foi o primeiro lançamento sob o nome, após seus lançamentos anteriores como Canadian Squires e Levon and the Hawks.
Foi escrita por Robbie Robertson, a canção é sobre as experiências de um visitante em uma cidade mencionada na primeira linha da letra como Nazareth.
"The Weight" influenciou significativamente a música popular americana, foi listado como No. 41 nas 500 Maiores Canções de Todos os Tempos da Rolling Stone publicadas em 2004. Pitchfork Media nomeou a 13ª melhor música dos anos sessenta, e o Rock and Roll Hall of Fame a nomeou uma das 500 músicas que moldaram o rock and roll.
A PBS, que transmitiu performances da música em Ramble at the Ryman (2011), Austin City Limits (2012), e Quick Hits (2012), a descreve como "uma obra-prima de alusões bíblicas, linhas enigmáticas e personagens icônicos" e observa a popularidade duradoura como "uma parte essencial do songbook americano". "The Weight" é uma das músicas mais conhecidas da banda, ganhando consideravelmente o rock orientado para o álbum, embora não tenha sido um single de sucesso significativo para o grupo nos EUA, atingindo apenas o número 63. Depois que foi lançado, o disco estreou apenas seis dias depois no KHJ " ' Boss 30' records" e alcançou o terceiro lugar três semanas depois.
A gravação também se saiu bem no Canadá e no Reino Unido, nesses países, o single foi um hit top 40, chegando ao número 35 no Canadá e número 21 no Reino Unido em 1968.
Cash Box chamou de "performance poderosa". Stereogum classificaram a música número três em suas listas das melhores músicas do The Band. Em 1968 e 1969, três versões cover com arranjos que atraíam diversos públicos musicais.
Pessoal:
Levon Helm – vocais principais e
harmônicos, bateria
Rick Danko – vocal principal e
harmônico, baixo
Richard Manuel – órgão Hammond,
harmonia vocal
Garth Hudson – piano
Robbie Robertson – violão acústico.



Em 25/01/1991: Paul McCartney grava o álbum Unplugged (The Official Bootleg)

Em 25/01/1991: Paul McCartney grava o álbum Unplugged (The Official Bootleg)
Unplugged (The Official Bootleg) é um álbum ao vivo do cantor inglês Paul McCartney, foi gravada e lançada em 1991. Após a vastidão de sua turnê mundial recentemente capturada em Tripping the Live Fantastic, Paul McCartney aproveitou a oportunidade de retirar suas músicas e aparecer no acústico só mostra MTV Unplugged, que só estava no ar há mais de um ano naquele momento.
Paul McCartney foi o primeiro de uma longa fila de artistas a lançar um álbum de sua performance no programa. Com McCartney em um contexto solto e despreocupado, resposta crítica ao Unplugged (The Official Bootleg) foi muito calorosa. Inicialmente lançado em uma edição limitada, numerada individualmente em 1991, Unplugged (The Official Bootleg) com arte que lembra Снова в СССР ' s foi relançado de forma mais permanente no final dos anos 1990. Após sua edição original, alcançou o número 7 no Reino Unido e se tornou o álbum de maior sucesso de McCartney nos EUA em quase dez anos, alcançando o número 14.
Lista de faixas:
Lado um:
1. "Be-Bop-A-Lula" : 4:04
2. "I Lost My Little Girl" : 1:45
3. "Here, There and Everywhere" : 3:16
4. "Blue Moon of Kentucky" : 4:21
5. "We Can Work It Out" : 2:48
6. "San Francisco Bay Blues" : 3:29
7. "I've Just Seen a Face" : 3:01
8. "Every Night" : 3:24
9. "She's a Woman" : 3:39
Lado dois:
1. "Hi-Heel Sneakers" : 4:08
2. "And I Love Her" : 4:17
3. "That Would Be Something" : 4:02
4. "Blackbird" : 2:09
5. "Ain't No Sunshine" : 4:05
6. "Good Rockin' Tonight" : 3:42
7. "Singing the Blues" : 3:46
8. "Junk" (instrumental) : 2:26.
Pessoal:
Paul McCartney – violão , vocais ,
bateria em"Ain't No Sunshine"
Linda McCartney – harmônio indiano, percussão , vocais de harmonia em
"And I Love Her"
Hamish Stuart – baixo acústico, violão
e vocais em "And I Love Her" e "Ain't No Sunshine"
Robbie McIntosh – violões, dobro, vocais, piano em "Ain't No Sunshine"
Paul "Wix" Wickens – piano, teclados, acordeão, percussão, vocais, baixo acústico em "Ain't No Sunshine"
Blair Cunningham – bateria, percussão, vocais.



Em 25/01/1971: Mountain lança o álbum Nantucket Sleighride

Em 25/01/1971: Mountain lança o álbum Nantucket Sleighride
Nantucket Sleighride é o segundo álbum de estúdio da banda americana de hard rock Mountain. Foi lançado em janeiro de 1971 pela gravadora Windfall Records nos EUA e pela Island no Reino Unido. Alcançou o 16 lugar na parada de álbuns Billboard Hot 200 em 1971. As faixas bônus da edição de 2004 incluem o cover de Chuck Berry " Roll Over Beethoven " e a original "Crossroader", que foram lançadas como lados A e B de um single promocional em 1971. O último foi lançado mais tarde pela Flowers of Evil (1971). As Versões ao vivo de ambas as faixas apareceram em lançamentos ao vivo subsequentes, como Mountain Live: The Road Goes Ever On (1972) e Twin Peaks (1974).
Lista de faixas:
Álbum Original:
1. "Don't Look Around" : 3:42
2. "Taunta (Sammy's Tune)": 1:00
3. "Nantucket Sleighride (to Owen Coffin)": 5:49
4. "You Can't Get Away": 3:23
5. "Tired Angels (to J.M.H.)": 4:39
6. "The Animal Trainer and the Toad": 3:24
7. "My Lady": 4:31
8. "Travellin' in the Dark (To E.M.P.)": 4:21
9. "The Great Train Robbery": 5:43
Faixas bônus de lançamento do CD de 2004:
10. "Roll Over Beethoven": 2:59
11. "Crossroader": 4:50
12. "Travellin' in the Dark (to E.M.P.)" (live): 5:14
Pessoal:
Leslie West – guitarra, voz
Felix Pappalardi – baixo, voz, produção
Steve Knight – teclados
Corky Laing – bateria, percussão.



Em 25/01/1973: Little Feat lança o álbum Dixie Chicken

Em 25/01/1973: Little Feat lança o álbum
Dixie Chicken.
Dixie Chicken é o terceiro álbum de estúdio da banda de rock americana Little Feat. Lançado em janeiro de 1973. Arte da capa do ilustrador Neon Park, é referência a uma linha da terceira faixa do álbum, "Roll Hum Fácil". A música de Dixie Chicken reflete uma influência do R&B de Nova Orleans. Dixie Chicken é considerado seu álbum de referência com a faixa-título como sua música de assinatura que ajudou a definir ainda mais o som do Little Feat.
Foi aumentado por dois membros adicionais
(o guitarrista Paul Barrere e o percussionista Sam Clayton) adicionados para a formação mais completa e familiar que continuou até a separação de 1979 após a morte de Lowell George.
O baixista Kenny Gradney foi contratado para substituir o baixista original Roy Estrada, que havia saído após segundo álbum Sailin' Shoes, para se juntar ao Captain Beefheart 's Magic Band. A nova formação alterou radicalmente o som da banda, inclinando-se para New Orleans R&B /funk. Votado o número 563 no All Time Top 1000 Albums 3rd Edition de Colin Larkin (2000). A faixa-título foi lançada como single pela Warner Bros. em março de 1973 nos EUA, acompanhada do single "Lafayette Railroad" e em fevereiro de 1975 no Reino Unido, que foi acompanhada de "Oh Atlanta" (K 16524).
A edição remasterizada e expandida de Dixie Chicken foi lançada em 23 de junho de 2023. Esta nova edição é um conjunto de 2 CDs, com o álbum original no disco um e material bônus no disco dois, rotulado Hotcakes, Outtakes & Rarities. As faixas 10 a 16 são uma gravação ao vivo de Boston, Massachusetts, em 1º de abril de 1973.
Lista de faixas:
Vocais principais de Lowell George em
todas as faixas:
Lado Um:
1. "Dixie Chicken" – 3:55
2. "Two Trains" – 3:06
3. "Roll Um Easy" – 2:30
4. "On Your Way Down" – 5:31
5. "Kiss It Off" – 2:56
Lado Dois:
6. "Fool Yourself" – 3:10
7. "Walkin' All Night" – 3:35
8. "Fat Man in the Bathtub" – 4:29
9. "Juliette" – 3:20
10. "Lafayette Railroad" – 3:40 (instrumental).
Pessoal:
Paul Barrere – guitarra, vocais
(primeiro álbum com grupo)
Sam Clayton – congas
(primeiro álbum com grupo)
Lowell George – vocais, guitarra,
chocalho , flauta
Kenny Gradney – baixo
(primeiro álbum com grupo)
Richie Hayward – bateria, vocais
Bill Payne – teclados, sintetizador , vocais
Pessoal adicional :
Bonnie Bramlett – vocais de apoio
Malcolm Cecil – sintetizador
Tret Fure – vocais de apoio
Danny Hutton – vocais de apoio
Milt Holland – tabla
Gloria Jones – vocais de apoio
Debbie Lindsey – vocais de apoio
Bonnie Raitt – vocais de apoio
Stephanie Spruill – vocais de apoio
Fred Tackett – guitarra
(entrou na banda em 1988).



Destaque

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