14 lojas para comprar discos de vinil em Lisboa
Títulos clássicos e novidades fresquinhas. Revivalistas do vinil, eis 14 lojas onde comprar, vender e trocar música.
Não é só uma questão de saudosismo. De facto, o som do Spotify e de um computador não tem a mesma magia da música que nos traz o gira-discos. É por isso, e porque as capas dos LPs enchem o olho, que cada vez mais gente está a regressar ao vinil. Lisboa tem lojas até perder de vista e o nosso roteiro é extenso, do rock à electrónica, passando pelas músicas do mundo e indie. Se optar por outras sugestões, está tudo bem. Aliás, uma visita a qualquer uma destas lojas é sempre um motivo para se perder entre discos e, nalguns casos, CDs. Independentemente do que escolher, amigos como dantes. Eis as melhores lojas para comprar discos de vinil em Lisboa.
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Lojas de discos em Lisboa
Loja de discos, bar e café, a Amor Records nasceu pelas mãos de três brasileiros que cruzaram o oceano Atlântico “à procura de criar sentimentos analógicos em mentes digitais”. É também para isso que servem as Love Sessions, com a presença de artistas nacionais e internacionais, que estejam de passagem pela cidade. Mas, para quem for só pelos discos, saiba que o catálogo vai do house aos beats africanos, passando pela música brasileira e pelo techno.
A Carbono é uma veterana destas lides. Abriu em 1993 e garante ser "a primeira loja de discos usados em Portugal". Passou de uma pequena cave no extinto Centro Comercial Portugália, na Almirante Reis, onde esteve 11 anos, para um espaçoso rés-do-chão na Rua do Telhal. Neste endereço, Censurados dividem assoalhadas com Lee Fields, Gilberto Valdes com Lee Perry, e por aí fora. Conclusão: há de tudo e saem todos ilesos. Mesmo quando, em 2008, se gravou dentro da loja um videoclipe do músico francês Christophe Maé.
É uma espécie de casinha de Hansel & Gretel para ouvintes de electrónica, ou uma diurna sala de convívio para DJs e outros aficionados destes sons. Na Carpet & Snares, de portas abertas desde 2014, dá-se especial enfoque às novidades que vão surgindo dentro do género. São mais de 400 os títulos disponíveis para venda, com uma escala também no funk e no hip-hop, sendo que é difícil levar a melhor ao house e ao techno. A loja também tem sido fundamental no desenvolvimento de novos talentos locais.
A Chasing Rabbits nasceu como uma loja de discos de vinil de Campo de Ourique, mas com livros e petiscos à mistura. A selecção de discos de vinil – novos e usados – abrange os géneros pós-punk, new wave, indie rock, rock alternativo e electrónica. Das prateleiras em aço corten saltam os clássicos, como Kraftwerk, David Bowie ou Velvet Underground, mas também os mais recentes, como Metronomy, Arcade Fire ou Angel Olsen. O destaque vai para as edições especiais, covers e singles, mais difíceis de se encontrar. Os livros, todos sobre música, são uma continuidade dos discos. A cafetaria tem vários petiscos, ideais para um almoço leve ou um lanche reforçado.
Trinta e três é o número de rotações por minuto de um LP em vinil e também o número da porta desta loja de música na Rua Poiais de São Bento. Este clube quer juntar os aficionados do vinil na capital com a venda de discos novos, discos usados e ainda um espaço de galeria pronto para receber lançamentos, sessões de audição de discos e exposições.
É um excelente postal da Calçada do Duque, a celebrar o vinil desde 1998. O cardápio vai do jazz à música popular e, se as décadas de 60 e 70 são as suas preferidas, o local é indicado para perder a tarde, ou ganhá-la – tudo depende da forma como encara a vida. Talvez ainda se cruze com Thurston Moore, dos Sonic Youth, que costuma passar por lá e já lá deixou a sua assinatura na parede, acompanhada da frase "Rock n' Roll Consciousness".
A Flur mudou-se de Santa Apolónia para o Mercado de Arroios, e continua a ser uma referência para muitos melómanos de Lisboa e qualquer turista que goste e perceba de música. Aqui tanto encontra o último de Ricardo Villalobos e do mítico conjunto África Negra como clássicos de Bonga ou Chet Baker e reedições dos Telectu. Basicamente, esta loja de discos (muito frequentada por músicos e DJs à procura de novidades ou raridades) tanto tem "aquele disco" que está há anos a tentar encontrar como "aquele disco" que não sabia que precisava.
Esta loja de vinil que é também uma editora já teve várias moradas. A actual e mais recente é para os lados da Penha de França, na Rua Angelina Vidal. Casa de bandas espacialmente distantes, edita sobretudo garage e rock'n'roll, mas nas caixas de discos também há música psicadélica, soul, punk e raridades que não costumam ficar lá por muito tempo.
Esta importadora e distribuidora de vinhos naturais tem um espaço na Graça onde se pode provar os vinhos oriundos de produtores estrangeiros e nacionais, todos dispostos na parede com cores que podem parecer estranhas aos mais leigos. Além de loja de vinhos, ganhou um café lá dentro, o Le Bam – o espaço é de Heather Mawhinney e tem café de especialidade, pão da Isco e opções de brunch. Mas o número 59 da Damasceno Monteiro não fica por aqui. O dono da loja de vinhos é apaixonado por música e desde o início que tem um gira-discos no espaço com alguns vinis para venda, mas só depois decidiu oficializar a coisa e dedicar parte da loja à venda de discos – é a Ladidadi Records. Todas as semanas, no Instagram, dão destaque a uma editora e respectivos discos à venda na loja.
É aquele sítio onde pode levar a sua avó a tomar café ao mesmo tempo que espreita as novidades (nós pelo menos já fizemos o teste) – enquanto se arrisca a escutar coisas "do tempo dela", do "seu tempo", e, enfim, do "tempo de todos nós", para sermos justos. Do ska ao punk, do indie ao funk, do rap ao jazz, encontra um bocadinho de tudo nestas escadinhas do Chiado. E não há só discos de vinil e CDs. Também há uma cave, onde funciona um espaço de compra e venda de instrumentos musicais novos e em segunda mão.
A Sound Club nasceu em 2009 e fica sob o tecto do Espaço Chiado. Lá dentro, ouve-se e compra-se bossa nova, fado, northern soul, ié-ié, funk, disco, funk, jazz, rap, blues, música clássica e electrónica. De tudo. O ecletismo é tanto que, nas suas prateleiras, José Afonso, Fausto e Brigada Victor Jara se encontram com Alan Vega, Sonny Rollins e The Clash. Também há umas quantas raridades que fazem sempre a visita valer a pena.
O nome da loja é homenagem à aldeia Tabatô, única de linhagem griot/djidiu perto de Bafatá, Guiné-Bissau, onde há séculos se passa, de geração em geração, a tradição da música mandinga. O core é, por isso, música africana e reggae, mas se procurar bem encontra pérolas da música portuguesa ou mesmo de jazz. Sugerimos também ir às matinés, onde diferentes convidados abrem os baús e partilham as suas próprias colecções de música.
Nas décadas de 1980 e 90, a Tubitek era um local de culto no Porto, sobretudo para músicos e melómanos – de tal forma que, mais de dez anos após o fecho no início do milénio, a sua importância para a cidade justificou a reabertura em 2014. Preservando o seu estatuto de referência e com uma extensa oferta de discos de vinil e CDs, a empresa portuense abraçou o desafio de conquistar também os alfacinhas, com a abertura em 2020 da primeira loja na capital, na Rua do Crucifixo, bem perto de uma das saídas da estação de metro da Baixa-Chiado. A Tubitek aposta forte no vinil, mas o stock disponível – cerca de um milhão de títulos dos mais variados géneros musicais, do jazz e do soul ao metal e à pop-rock – inclui também CDs, assim como DVDs e Blu-Rays.
Fica entre o Chiado e a Calçada do Combro, num discreto segundo andar. Pequena mas carismática, as suas paredes, forradas com posters, vão recebê-lo com Frank Zappa, Shellac e o que mais se queira. Entrar e subir é logo toda uma experiência, mas o melhor mesmo é vistoriar o material disponível, com destaque para o garage e rock psicadélico, géneros especialmente apreciados pelo proprietário. Esmere-se pois na utilização de abreviaturas como "psych", "prog" e "kraut", em voga por estas bandas. E que, aqui entre nós, dão um baile de salão a "face", "insta" ou "snap".
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