Terceiro álbum do Titãs contornou impopularidade da banda por parte do showbiz, após prisão de dois integrantes por porte de drogas
Os Titãsnão eram desconhecidos na metade dos anos 1980. Pelo contrário, seus dois primeiros discos e o visual extravagante (oito criaturas new wave, sendo que cinco eram vocalistas) os tornaram uma das bandas mais famosas do Brasil, mesmo que as músicas não tivessem atingido a mesma popularidade que as dos artistas cariocas. Mas quando dois integrantes foram presos por porte de drogas, o grupo viu parte da máquina do showbusiness virar-se contra eles, com shows cancelados por conta do ocorrido.
O fato abalou a banda, que já trabalhava com uma sonoridade mais crua, devido à influência da ascensão do punk paulistano. Quando o octeto gravou, em dois dias, a demo do que viria a ser o terceiro disco, a essência do futuro álbum estava sintetizada ali: músicas curtas de títulos curtos, com um som barulhento, mau, agressivo.
Cabeça Dinossauronão é o melhor disco do Titãs (este é seu sucessor, Jesus Não Tem Dentes no País dos Banguelas), mas é um dos mais importantes da década – não apenas por levar as sonoridades punk e new wave como um mesmo amálgama sonoro para as massas, mas por consolidar a banda como uma das mais relevantes do período.
É o início da fase de ouro do grupo, que iria muito além dos riffs e palavrões, e marca uma nova fase no pop nacional, ao lado de discos definitivos como Selvagem?, Rádio Pirata Ao Vivo e Dois. A noite havia chegado aos anos 1980.
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