quinta-feira, 4 de agosto de 2022

“Rock in Rio – A História”: nova série passeia pelos 37 anos de história do festival

 Em cinco episódios, nova produção do Globoplay conta a história de um dos maiores festivais do mundo e ilustra seu legado com trechos de shows emblemáticos

Logo do Rock in Rio

Foto: Divulgação

Se a vida começasse agora e o mundo fosse nosso outra vez e a gente não parasse mais de cantar, de sonhar…

A gente sabe que provavelmente você continuou a cantar, mesmo que só com a mente. Afinal, a música tema do Rock in Rio é representação não apenas de um dos maiores festivais do mundo: ouvi-la implica sonhos, nostalgia e uma parte simbólica da cultura brasileira de entretenimento.

Faltando apenas um mês para o início da grandiosa nova edição do evento, foi lançada, com exclusividade pelo Globoplay, a série Rock in Rio: A História. Em 5 capítulos, a produção conta de forma detalhada a trajetória do festival, desde sua concepção até o status alcançado hoje, passando por diversos desafios e momentos icônicos.

O TMDQA! foi convidado para presenciar a noite de estreia da série, que foi lançada em parceria com o Globoplay, o canal Multishow e a produtora Conspiração Filmes. Para além de um mero evento de lançamento, a noite, que contou com a presença de nomes como Lulu SantosFernanda AbreuPepeu Gomes e mais, foi uma celebração ao legado de um festival cuja história se confunde com os últimos 37 anos da cultura musical brasileira.

Backdrop sobre "Rock in Rio - A História"
Foto: TMDQA!

Os personagens

Ao longo dos anos, diversos materiais audiovisuais foram produzidos para explicar o fenômeno que é o Rock in Rio. No entanto, nenhum deles se compara a A História em termos de profundidade.

A série conta com depoimentos e lembranças de Roberto e Roberta Medina, Luis Justo, Zé Ricardo e mais algumas peças-chave na evolução do festival. Mas não fica só nisso, já que muitos artistas que subiram no palco do evento também deram as caras. Fernanda Abreu, LellêAnittaIvete SangaloCharles GavinFrejat e Ney Matogrosso são apenas alguns nomes do time de artistas que tiveram suas carreiras impulsionadas pelo Rock in Rio e contam isso para as câmeras.

Aqui, a produção foi além e conseguiu também o contato de artistas internacionais. Brian May (Queen), por exemplo, falou sobre ter vindo para a América do Sul sem a certeza de conseguir se apresentar no Brasil. Enquanto isso, os Black Eyed Peas falaram de seu amor pela cultura do país.

Algumas imagens de arquivo também mostram entrevistas e trechos emblemáticos de shows. Registros e falas de CazuzaFreddie Mercury, dos integrantes do Guns N’ Roses e mais dão um tempero especial e nostálgico para a narrativa proposta pela série.

Apresentação de "Rock in Rio - A História"
Foto: TMDQA!

Evolução

Um outro ponto muito interessante de se acompanhar ao longo de A História é a evolução do evento, tanto em termos de visibilidade quanto de estrutura.

Começamos em 1985, em um terreno que trouxe atritos entre Medina e o então governador do Rio, Leonel Brizola. Depois, vemos o Maracanã assumir a missão de se tornar a nova Cidade do Rock. Daí em diante, a cada edição, melhorias foram sendo feitas, de forma a transformar a marca Rock in Rio em um exemplo a ser seguido e ovacionado pelo mercado de shows.

A evolução também pode ser percebida em outras vertentes. Aos poucos, o evento passou a ser entendido não apenas como um festival de música, mas também como uma experiência completa e cada vez mais imersiva, quase que como um estilo de vida. Cada vez mais amplo, o Rock in Rio também passou a contemplar cada vez mais gêneros musicais, o que nos leva para o próximo tópico.

Contexto político

O timing da realização do primeiro Rock in Rio poderia soar confuso e não muito prático em um primeiro momento, já que era o tempo das primeiras eleições da época da redemocratização. Mas, felizmente, deu tudo certo, e nada mais poético do que um grande festival de música para anunciar que novos tempos estavam para chegar.

A série relembra a épica performance de “Pro Dia Nascer Feliz“, tocada pelo Barão Vermelho exatamente no dia em que Tancredo Neves foi eleito presidente, o primeiro após 20 anos de ditadura. Para alguns, Cazuza dizendo “Que o dia nasça feliz amanhã pra todo mundo!” durante a performance foi um dos momentos mais emocionantes já presenciados.

Manifestações políticas sempre estiveram presentes no Rock in Rio. Em 1991, por exemplo, artistas e o público trouxeram bandeiras pedindo por paz, em crítica à Guerra do Golfo. Também já tivemos, ao longo das edições, episódios críticos à violência policial no Brasil e, obviamente, à administração pública.

Um retrato da diversidade musical

Errou quem achava que o festival foi feito apenas de acertos desde seu início. Como toda história de sucesso, o Rock in Rio foi encontrando o seu tom ao longo dos anos.

A relação com os pagantes foi um dos tópicos sensíveis a serem desenvolvidos, já que as primeiras edições tiveram momentos emblemáticos de revolta do público com artistas específicos (e vice-versa). Carlinhos Brown conta isso muito bem, relembrando de uma apresentação em que virou alvo de garrafas d’água. Lobão, que também aparece no vídeo, é outro que já foi vaiado, na edição de 1991.

Por sorte e estratégia, o Rock in Rio conseguiu sair do rótulo de “festival de rock”, sempre trazendo propostas cada vez mais amplas. A criação do Palco Sunset, já nos anos 2000, foi um marco para o evento ao trazer nomes menores e mais diversificados.

Compromisso social

De encontro à promoção de outros gêneros musicais, o compromisso social do Rock in Rio passou a se tornar cada vez mais evidente. A História mostra como o festival passou a se tornar mais inclusivo.

A série foca mais especificamente na “chegada” do funk ao evento. Em um trecho de entrevista destacado, Anitta falou sobre a importância do funk ter chegado ao Palco Mundo na edição de 2019. Para o mesmo ano, a organização do Rock in Rio anunciou e deu vida ao Espaço Favela, que deu palco a muitos nomes promissores da nossa música que antes não teriam a oportunidade de se apresentar em um festival de mesmo naipe.

Pessoas moradoras de regiões periféricas deram depoimentos para a série, falando sobre terem pela primeira vez a oportunidade de presenciar o festival. Isso deve ser valorizado, já que é estímulo a uma maior pluralidade de pessoas, o sonho da maioria dos festivais.

Dominação mundial

Medina conta que um publicitário português tinha o sonho de fazer o Rock in Rio acontecer em Lisboa. Pouco tempo depois, a primeira edição do festival fora do Brasil aconteceu e abriu novos horizontes. A Espanha também passou a ter uma versão para chamar de sua com o Rock in Rio Madrid. Pouco tempo depois, o evento chegou em Las Vegas.

Isso é mostrado na série de forma a mostrar o potencial do festival e como ele foi ganhando robustez com o passar do tempo. O resto é história (e certamente novos capítulos em novas localidades estão por vir).

Momentos marcantes

Além das entrevistas, A História ilustra muito bem toda a grandiosidade do Rock in Rio através de trechos de diversos shows emblemáticos ao longo desses 37 anos. Afinal, quem não conhece a versão de “Love of My Live“, do Queen, em que a voz de Freddie Mercury basicamente se perde em meio ao coro de centenas de milhares de pessoas?

Um trecho da performance de “América do Sul” (Ney Matogrosso), primeira música a ser tocada na história do Rock in Rio, também ganha espaço relevante na série. Pabllo Vittar subindo ao palco de FergieNick Oliveri (Queens of the Stone Age) tocando nu e muitos outros momentos estão presentes na série.

Rock in Rio – A História

Os 5 episódios de Rock in Rio – A História, todos com duração aproximada de meia hora, estão disponíveis no Globoplay. Trata-se de um aquecimento para a nova edição do evento, que acontecerá nos dias 2, 3, 4, 8, 9, 10 e 11 de setembro, na Cidade do Rock, no Rio de Janeiro.

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