terça-feira, 30 de agosto de 2022

Wings – Wild Life (1971)


 

Feito o luto da separação da sua antiga banda, McCartney começa a olhar em frente. Wild Life é o primeiro disco já sob o manto dos Wings e, embora ainda contenha a ingenuidade dos seus primeiros trabalhos a solo, o rock de estádio que marcaria os seus anos 70 já se começa a mostrar.

Pouco tempo após o lançamento de RAM, Paul McCartney lançou-se novamente às feras. Nada satisfeito pela recepção dada aos seus discos a solo, especialmente por parte dos seus ex-companheiros, o baixista achou que a origem do seu problema deveria estar no facto de estar a fazer as coisas sozinho e que, provavelmente, estaria melhor sob a protecção de uma banda.

Juntamente com Linda (Paul queria voltar a tocar ao vivo e não queria ficar uma noite que fosse sem a sua presença), Denny Seiwell (baterista contratado para as gravações de RAM) e Denny Laine (ex-membro fundador dos Moody Blues), Paul inicia esta nova aventura, com uma nova banda chamada Wings, que mais não era do que um conjunto quase de um homem só a tentar evitar a expiação pública por ser um dos Beatles.

Tal como fazia na sua antiga banda, também nos Wings Paul era, principalmente, baixista mas também tocava os outros vários instrumentos, incluindo a bateria. Quanto a quem cantava, estávamos conversados. Só aqui e ali Denny Laine teria um input.

O disco foi gravado em apenas oito dias (!), praticamente todo de uma assentada, numa tentativa de imitar o que pretendia que o projecto Get Back fosse. Para que as canções pudessem ser o mais honestas possível, foram gravadas logo ao primeiro take, dado que, após várias tentativas e regravações, a canção poderia perder a sua frescura e ideia inicial. Convém dizer que Denny Laine e Denny Seiwell pouco devem ter opinado pelo que a gravação do álbum terá sido bem suave.

Wild Life vai ao encontro do momento da carreira de Paul. Um conjunto de músicas avulsas, algumas mais como exercício vocal ou instrumental. No entanto, todas trazem uma certa frescura e sentido de ingenuidade, coisa que se tornou menos frequente ao longo da sua carreira. O disco soa exactamente ao que pretendeu ser: um conjunto de canções honestas, despretensiosas, e divertidas. Os anos 70 estavam a começar a descolar e Paul estava pronto para embarcar.



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