quarta-feira, 7 de setembro de 2022

Danilo Dunas lança o quarto álbum autoral, “Me deixa entrar”

 

Além das marchinhas, o cantor também percorre neste trabalho gêneros musicais como o funk, rock, bolero e samba, fazendo uma crônica atual de costumes com humor e metalinguagem.

Depois de lançar três álbuns e mais alguns singles, Danilo Dunas apresenta “Me deixa entrar” em todas as plataformas musicais, no dia 12 de agosto. O show de lançamento será em 04 de setembro, às 18h, no The Wall Café (Rua Treze de Maio 152, Bixiga, São Paulo), com ingressos a R$30,00.

O álbum, 100% autoral, foi produzido por Cesar Benzoni, músico brasileiro que reside na Irlanda, e gravado em tempos de pandemia por músicos de diversas cidades do mundo.

Em “Me deixa entrar”, Danilo Dunas reafirma sua vocação para rir de si mesmo e de sua geração, com generosas doses de ironia, abordando temas contemporâneos, como a relação de amor e ódio com o carnaval de rua, o discurso motivacional, o proselitismo religioso, o revival da astrologia, os jovens hipsters e maternidade adiada.

Danilo Dunas retoma à metalinguagem, um de seus assuntos preferidos, logo na abertura do álbum, no funk “Passagem de som”, parceria com Pedro Buarque, uma meta homenagem, na medida em que brinca com a fama de Tim Maia de ser exigente com os técnicos de som e ao mesmo tempo cita a citação que Caetano Veloso faz dele em “Eclipse oculto”. Da mesma forma, a chanson “Cyrano”, ao som de um acordeon e aludindo a um café parisiense, dá voz a um personagem fundamental da canção, mas frequentemente invisibilizado e esquecido pelas massas: o compositor.

O rock está representado em “Puro fogo” e na faixa título “Me deixa entrar”. A primeira, um surf rock típico sessentista, ironiza o revival da astrologia por parte de uma nova geração mística e o estigma de que são alvo os arianos, fazendo um verdadeiro hino de “orgulho ariano”. Já a faixa “Me deixa entrar” remete aos rockzinhos ingênuos dos bailinhos da década de 1950 e retrata a dificuldade de um casal apaixonado de conciliar as agendas e rotinas, com horários tão díspares, numa versão atualizada do Feitiço de Áquila.

A verve latina de Dunas, que já rendeu um álbum inteiro de versões em espanhol de suas próprias canções, “Pecho abierto”, está presente na rancheira “O último pedaço”, exemplo máximo de melodrama, em que o eu-lírico aguarda ansiosamente a pessoa amada para cortar o bolo de aniversário; no samba-rock com tempero de salsa “Cunhada não é parente” e no bolero à la Roberto Carlos “A serpente e o dromedário”, que coloca as cidades de Santos e São Vicente como personagens e celebra o encontro de dois corpos estranhos, considerados fora dos padrões.

O drama cada vez mais comum de mulheres que lutam contra seus relógios biológicos e a resistência de seus companheiros, namorados ou maridos para ter um filho ganha voz na balada com ares oitentistas “Faz um filho em mim”,  enquanto o drama de homens que sofrem de ejaculação precoce é o mote de “Segura aí”, samba de breque que homenageia seu maior expoente, Moreira da Silva, com citações novamente a Caetano Veloso, Roberto Carlos e Art Popular e que, por suas interrupções sucessivas, casa forma e conteúdo, letra e música. Ambas são parcerias com Pedro Buarque.

Por fim, no país em que tudo acaba em pizza ou em carnaval, “Me deixa entrar” embala uma trilogia da sofrência carnavalesca. Com marchinhas premiadas no Festival de Marchinhas do Bloco Nóis Trupica Mais Não Cai e finalista do tradicional Festival de Marchinhas de São Luiz do Paraitinga, Danilo Dunas adotou o gênero musical, caracterizado pelo humor e crítica social, como um de seus preferidos e mais constantes em sua produção. “É ruim, mas é bom”, outra parceria com Pedro Buarque, é uma declaração de amor e ódio ao carnaval de rua e foi lançada como single em abril deste ano. Já “Classe média sofre”, com participação especial de Zeca Baleiro, debocha de estereótipos de hipsters paulistanos, frequentadores do Espaço Itau, fãs de Radiohead, consumidores assíduos de café e comida peruana. A trilogia se completa com a “Marchinha antimotivacional”, parceria com Daniel Douek, um hino anti-coach e anti-positividade tóxica.

Ainda nesse espírito, e como resposta ao agressivo proselitismo religioso de setores fundamentalistas cristãos, Danilo Dunas encerra o álbum com o folk-contry-gospel-rock “Jesus te ama”, ao lado do cantor Carlos Careqa, que outra vez incorpora a figura do Tom Waits brasileiro.

“Me deixa entrar” traz no título o duplo sentido, incluindo o sexual, mas principalmente uma provocação em tempos em que cantores, para serem ouvidos, dependem fundamentalmente de algoritmos, coreografias no Tik Tok, jabá e/ou panelinhas do mundo artístico que ditam quem é o cool do momento.

Ficha técnica – “Me deixa entrar”

Produção executiva: Danilo Dunas

Produção musical: Cesar Benzoni

Engenheiros de gravação: Cesar Benzoni e Luiz Panini 

Assistente de Gravação: Giorgia Ianelli

Engenheiros de mixagem: Cesar Benzoni

Engenheiro de Masterização: Adonias Junior

Arranjos: Cesar Benzoni (faixas 1 a 9, 11 e 13) e Adriano Boni (faixas 10 e 12)

Composições: Danilo Dunas (faixas 2, 3, 4, 5, 6, 9, 11 e 13); Danilo Dunas e Pedro Buarque (faixas 1, 7, 8 e 10); Danilo Dunas e Daniel Douek (faixa 12)

Voz: Danilo Dunas

Participações especiais: Zeca Baleiro (faixa 11) e Carlos Careqa (faixa 13)

Backing vocals: Cesar Benzoni (faixas 2, 3, 5, 6, 9 e 13) e Natalie Oak (faixas 1, 7, 10 e 13)

Bateria: Pietro Romano (faixas 1, 2, 6, 7, 9 e 11), Adriano Boni (faixas 10 e 12), Pitito (faixas 10 e 12) e Thadeu Lenza (faixa 13)

Baixo: Cesar Benzoni (faixas 1, 2, 3, 6, 7, 9, 11 e 13) e Adriano Boni (faixas 10 e 12)

Baixo Acústico: Sam Wright (faixas 4 e 5)

Guitarra: Cesar Benzoni (faixas 1, 2, 6, 7, 8, 9, 11 e 13) e Adriano Boni (faixas 10 e 12)

Violões: Cesar Benzoni (faixas 3, 5, 6, 7 e 13) e Luiz Panini (faixa 8)

Bandolim: Cesar Benzoni (faixa 13)

Cavaquinho: Luiz Panini (faixa 8)

Cordas: Aramis Abelardo Rocha (faixas 3 e 4)

Arranjo de cordas: Ronaldo de Oliveira (faixas 3 e 4)

Teclados: Cesar Benzoni (faixas 2, 6 e 7), Erick Sabino (faixa 4) e Adriano Boni (faixas 10 e 12)

Clavinet: Erick Sabino (faixa 1)

Acordeon: Pablo Moura (faixas 3 e 5)

Trombone e trompete: Rubinho Antunes (faixas 1, 3, 9, 10, 11 e 12)

Arranjos de metais: Rubinho Antunes (faixas 1, 3, 9, 11) e Adriano Boni (faixas 10 e 12)

Sax: Vanderlei Henrique (faixas 2 e 7)

Gaita: Marcio Scialis (faixas 4 e 13)

Flauta: Mila Maia (faixa 8)

Berimbau de boca: Thomas Amendola Pinheiro Mourao (faixa 13)

Percussão: Cesar Benzoni (faixas 1, 4, 7, 8 e 9), Pietro Romano (faixas 4 e 9) e Luiz Panini (faixa 8)

Efeitos especiais: Cesar Benzoni (faixa 8)

Fotos: Fábio Picarelli

Design de capa: Rafael Branco

Serviço:

Show de lançamento do álbum “Me deixa entrar”

04 de setembro, domingo, às 18h

Local: The Wall Café (Rua Treze de Maio 152, Bixiga, São Paulo)

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