sexta-feira, 30 de setembro de 2022

NOS BASTIDORES DO ROCK PORTUGUÊS



 PSICO

Das cinzas do Conjunto Académico Os Espaciais, comandado por Tony Moura, nasce , em 1969, no Porto; o Psico.
Tony Moura era considerado o melhor vocalista português, na época.
Os Psico enveredaram pelo Rock , cantado em inglês , praticando uma espécie de Hard Rock.
Do line-up da banda faziam parte, para além de Moura na guitarra e vozes, o baterista Álvaro Marques (futuro Jáfumega) e o guitarrista Amílcar.
Em 1970 fazem a primeira parte dos belgas Wallace Collection, no Coliseu do Porto, naquele que é considerado o primeiro espectáculo de "yé yé" fora dos circuitos até então habituais: ginásios dos liceus e outros locais improvisados.
Em 1971 a banda participa no Festival de Vilar de Mouros. Foram os quartos no alinhamento das bandas, logo depois dos Sindicato, Cello e Pop Five Music Incorporated. Os Psico terminaram a sua prestação no Festival com o clássico "Rock Around The Clock", de Bill Halley And The Comets e foi muito aplaudida pelo público presente.
No início de 1973 os Psico resolveram juntar-se aos Pentágono e formar os Psicágono. Esta banda durou pouco tempo, com este nome.
Em 1974 os Psico regressaram com Tony Moura, António Garcez (voz), Fernando Nascimento (guitarra), Álvaro Marques e Zé Martins(baixo).
Continuaram a trocar em Bailes de Finalistas e noutros eventos estudantis. Pouco depois entrariam Sérgio Castro(guitarra), Gino Guerreiro(baixo) e Zé Carlos(teclas).
Em 1976 os Psico mudaram a sua orientação musical e passaram a produzir um som muito próximo do Rock Progressivo, com pequenas pinceladas de Hard Rock. Foi neste ano que os Psico actuaram no Liceu da Guarda, no Baile de Finalistas, espectáculo que teve uma boa aceitação do público presente.
Já nesta época Garcez, Nascimento e Castro tinham abandonado os Psico para fundarem os Arte & Ofício de tão boa memória.
Em 1977 Gino Guerreiro viria a falecer, vitimado por um cancro. Em memória do companheiro falecido, os Psico compuseram o longo tema "Epitáfio Sinfónico", do qual seria retirado o tema "Al's", o qual seria editado no único disco (um "single") gravado pela banda.
A propósito da edição do disco, os Psico apareceram nas páginas da revista "Rock Em Portugal" sob os nomes de Al Tony, Al Marcus, Al Meida e Al Mendez (Filipe Mendes).
A banda terminaria pouco tempo depois da edição do disco, em 1978, após a sua participação no Festival "Música & Som" ao lado dos Tantra e de Os Faíscas, naquele que foi um dos primeiros Festivais de Rock Português com algum nível de profissionalismo na sua organização. Neste espectáculo Tony Moura apareceu a tocar guitarra, vestindo um lençol que lhe cobria o corpo todo, excepto os olhos e a boca, numa figuração de fantasma.
Tony Moura torna-se membro convidado dos espectáculos dos Tantra ( e participa na gravação do LP "Holocausto"). Filipe Mendes viria a formar os Roxigénio, juntando-se a Garcez, que tinha abandonado os Arte & Ofício. Hoje Filipe Mendes é membro convidado do colectivo Ena Pá 2000 comandado por Manuel João Vieira.




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