Após uma noite pop (fraca) encerrando o primeiro fim de semana do festival, público deve ser brindado com bons shows
Depois de um domingo (4 de setembro) sucesso de público, mas nem tanto em termos musicais (leia a crítica do último dia da primeira semana do festival no fim do texto), chegamos na semana dois com promessa de que (pelo menos) o nível da música apresentada deve melhorar.
Nesta quinta-feira (8 de setembro) a responsabilidade fica por conta de um dos grandes favoritos dos brasileiros: o Guns N’ Roses.
Além de Axl Rose, Slash & Cia, o punk rock do Offspring também deve sacudir a multidão que vai invadir a Cidade do Rock nesse pós-feriado
No Palco Sunset, que vem sendo um dos destaques do festival em termos de qualidade musical, as atrações serão Duda Beat, Gloria Groove, o soul de Corinne Bailey Rare, e a mistura de pop e soul do headliner Sunset, Jessie J.
Muito público, histeria, problemas de segurança e suspeitas de playback
Vai ser difícil superar o público do domingo (4 de setembro), noite que encerrou a primeira semana do Rock in Rio.
Afinal, uma noite que reuniu Iza e o canadense Justin Bieber tinha um apelo ao público mais jovem (muitos deles acompanhados dos pais) difícil de superar, mesmo por nomes como Guns N’ Roses, Green Day, Dua Lipa ou Cold Play.
Nem mesmo a chuva que caiu durante parte da apresentação de Iza foi capaz de diminuir a animação de um público cheio de energia para gastar.
Primeira mulher negra brasileira a se apresentar no Palco Mundo, a cantora desfilou sucessos e emocionou ao chamar para o palco a sua mãe, a professora de música Isabel Cristina Lima, que acompanhou (ao piano) a filha na canção “No Woman No Cry”, de Bob Marley
O público adorou!
Bieber aparece, mostra boa forma e tem suspeita do uso de playback
Foram muitas as dúvidas sobre a presença ou não de Justin Bieber no Rock in Rio. Até o último momento muita gente ainda estava preocupada com a possível ausência do ídolo canadense.
Porém, mesmo com as alegações de problemas de saúde e problemas de saúde mental, o cantor apareceu e fez uma apresentação com canções de seu último álbum – Justice (2021).
Foram 11 músicas do disco, entremeadas de sucessos como “Sorry”, “What Do You Mean” e “Peaches”.
O senão ficou por conta da impressão de que o cantor usou (mal) o playback em vários momentos da apresentação, o que deixou uma boa parte do público (e dos jornalistas) com a dúvida de quando realmente o som que ouvíamos saía das cordas vocais de Bieber.
Mas, sejamos honestos, a grande maioria dos fãs que foram lá para assistir o astro não estavam nem um pouco preocupados com esse ou algum outro aspecto ligado com a qualidade musical do da apresentação.
Uma Demi Lovato roqueira
Com uma banda formada por mulheres e resgatando suas raízes roqueiras, a cantora e atriz – fez parte do elenco do programa infantil “Barney e seus amigos” – fez uma apresentação também calcada em seu último trabalho (“Holy Fvck”), sem esquece as canções que a tornaram uma figura de destaque no cenário pop.
O show foi um esquenta perfeito para o público de baixa faixa etária.
Ainda tivemos a presença do Jota Quest – que abriu os trabalhos no palco principal do festival – com uma apresentação engajada e que, além dos seus sucessos, ainda teve uma versão a capela da canção tema do Rock in Rio.
Foi um começo promissor de uma noite que terminou não tendo como ponto alto a música.
Homenagem ao mestre Gilberto Gil
O ponto alto da noite para quem gosta de música, o show de Gilberto Gil e família em homenagem aos seus 80 anos emocionou aos que foram até o Palco Sunset.
Um dos maiores gênios da nossa música e membro da Academia Brasileira de Letras, Gil teve a companhia da filha Preta Gil e da neta Flora Gil (de 13 anos) em um set com canções que fazem parte da vida da maioria dos brasileiros.
Infelizmente, por conta das restrições de tempo do Palco Sunset, foram apenas 12 canções, incluindo os duetos com Preta Gil (“Andar com Fé”) e com a neta Flora ( “Garota de Ipanema”).
Normal que, aos 80 anos, a voz esteja mais rouca e menos potente e que a movimentação e as danças não sejam tão constantes. Mas, ainda assim, a excelência da obra de Gil deixou tudo mais que foi apresentado antes e depois dele nesse domingo de festival no chinelo.
Disparado o melhor show da noite.
Falta de segurança na chegada e na saída
O grande público que se deslocou até a Cidade do Rock (e, talvez, por conta disso) sofreu com velhos e novos problemas.
Problemas com o sinal de internet inconstante e lento, os preços praticados no interior da Cidade do Rock e as dificuldades com o transporte (público e por aplicativo) foram somados aos assaltos que aconteceram nos trajetos entre o desembarque do Rock Express até o local dos shows e vice-versa.
Muitos fãs reclamaram de roubos e assaltos durante as caminhadas (principalmente smartphones), embora tenha havido relatos de insegurança até mesmo dentro da Cidade do Rock.
Mesmo assim, a estrutura do festival ainda é merecedora de elogios. Receber uma multidão nunca é fácil e, apesar desses problemas pontuais (e que vão sendo resolvidos a cada dia), o saldo é positivo
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