LYNNE JACKAMAN
E, finalmente, uma das divas prediletaças da casa lança um novo trabalho. Desta vez, o primeiro álbum solo da ex-frontwoman da Saint Jude, banda que, apadrinhada por Ron Wood e muito elogiada por Jimmy Page, conseguiu lançar apenas um belíssimo álbum em 2010 e um EP no ano seguinte, antes que o câncer levasse um de seus integrantes mais importantes, Adam Green, e, aos poucos, apesar da ajuda de diversos amigos músicos e fãs, acabou por definhar.Mas, mesmo nos piores momentos, Lynne Jackaman jamais desistiu de seguir a bandeira do rock'n'soul empunhada por sua banda anterior e, após um EP -'No Halo' (2012)- sob a alcunha de Jackaman e dificílimo de encontrar boiando na rede, exatos 10 anos após, esta 'lil' blondie Aretha' conseguiu, enfim, lançar 'One Shot', há poucos dias. Quase que totalmente registrado nos lendários estúdios FAME, em Muscle Shoals, Jackaman fez valer, e muito!, cada segundo investido -a maior parte financiado via crowdfunding- naquele monumento à história da música mundial. Senão, vejam só o time de session stars -nada mais, nada menos que uma parte da Muscle Shoals Rhythm Section, a nata dos profissionais de estúdio- que a ajudou a obter a sonoridade vintage, mas nunca retrô, que desejava: Spooner Oldham, organista de 9 entre 10 sucessos do r&b, desde meados da década de 60; Clayton Ivey, tecladista predileto de Aretha Franklin e com bons serviços prestados a Boz Scaggs e Gregg Allman, entre muitos outros; o fantástico Bob Wray, baixista de Ray Charles e BB King; o genial Will McFarlane, de longa estrada com Bonnie Raitt e, como não poderia deixar de ser, a prata da casa, The Shoals Sisters, backing vocals para, entre tantos outros, Alicia Keys e Etta James. E a produção de Jamie Evans, com engenharia do cracaço Wayne Proctor, tornou tudo ainda mais fácil.
A receita de 'One Shot' é muito simples...e perfeita! Grandes canções, com refrões ganchudos, equilibrando pancadas de sacodir assoalhos, como 'Supernasty', lançada ainda como EP promocional em 2019, 'Nobody's Fault (But Yours)', 'Red House', 'Sooner Or Later' (primeiro single), a faixa-título e, ainda, uma surpreendente 'Nothing But My Records On', um poderoso tributo ao Philly Sound, com belas baladas, do porte de 'On Your Own Now', 'On My Own Stage' e, principalmente, a arrepiante 'Beautiful Loss'. Acrescentei, como faixa bonus, uma incrível versão para o sucesso de Marc Ronson (feat. Myley Cyrus), 'Nothing Breaks Like A Heart'.
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