terça-feira, 29 de novembro de 2022

Resenha: Daymoon – Cruz Quebrada (2016)


cruz-quebrada-2016

Artist: Daymoon
Disco: Cruz Quebrada
Data de lançamento: 31 de Março de 2016
Selo: Progressive Promotion Records
Tempo total: 71:05

Resenha:

Eu venho acompanhando de perto o Daymoon já fazem alguns anos e eles sempre tem algo interessante pra mostrar. O Daymoon é um projeto formado em portugal por Fred Lessing. O projeto teve início quando Fred, depois de ter tocado em algumas bandas nos anos 80, organisou um pequeno ‘home studio’ em sua casa e começou a gravar despretensiosamente suas composições no final dos anos 90.
Corta a cena, pulamos alguns anos, e cheamos até 2009 quando Fred decidiu gravar um disco completo e lançá-lo adequadamente, ele então lançou ‘All Tomorrows’ em 2011 e ‘Fabric Of Space Divine’ em 2013.

‘Cruz Quebrada’ é o terceiro disco do projeto e foi lançado pelo selo alemão Progressive Promotion Records em Março de 2016.

Antes de ir adiante e comentar sobre as músicas do disco, é necessário falar de como o disco foi concebido e o porque.

‘Cruz Quebrada’ é um disco conceitual que Fred, meticulosamente, compôs e gravou depois da morte de sua mulher em 2012. O disco basicamente nos conta o trajeto que Fred teve de passar durante esse difícil período de sua vida. É interessante frisar também que todo o dinheiro arrecadado com a venda do disco vai para o projeto Europacolon, que combate o câncer.

daymoonO disco foi dividido em duas partes “Out” (Fora) e “In” (Dentro). A primeira parte (“Out”) foi escrita pouco antes da morte da mulher de Fred e também logo após.E como era de se esperar, tendo em vista a situação na qual o disco foi composto, ‘Cruz Quebrada’ tem diversos momentos sombrios, incluíndo alguns momentos cacofônicos (especialmente na primeira parte do disco, “Out”) como nas faixas ‘Cruz Quebrada’, ‘Fish Dissected’, ‘Shipwreck’ e ‘Whalebone’. Mas o disco também tem momentos mais melancólicos e contemplativos como em ‘Where It Hurts Most’, ‘Whalebone’ e a bela ‘Thyme’.

A segunda parte (“In”) é composta da suíte ‘The River’, que foi dividida em 9 faixas mas é na verdade uma única e longa música de pouco mais de 25 minutos. Esta parte foi escrita muito tempo depois do ocorrido, entre 2014 e 2015, e é mais animada, ainda confusa em certas partes, mas mais confiante e confiante.

O núcleo base que gravou ‘Cruz Quebrada’ foi o mesmo que gravou o disco anterior ‘Fabric Of Space Divine’ e traz Fred Lessing (vocais, baixo, guitarra, harpa, flauta, teclados, percussão), André Marques (bateria, teclados, baixo, guitarra, vocais), Bruno Evangelista (voz) e Adriano Pereira (clarinete). Mas ‘Cruz Quebrada’ também tem alguns convidados.

Não vou mentir, não é fácil ouvir os 71 minutos de ‘Cruz Quebrada’ de uma vez só, não porque falta qualidade ao disco, mas porque o conteúdo é pesado e denso. O disco é daqueles que você precisa ouvir com atenção ou ele não faz muito sentido. ‘Cruz Quebrada’ é rico em detalhes e fica difícil escolher momentos específicos do disco e também faz com que seja difícil categorizar o estilo de Rock Progressivo que o Daymoon faz.

No geral, se você é do tipo que gosta de música que oferece desafios e se você gosta de discos que precisem de imersão ‘Cruz Quebrada’ é um disco pra você! E vale a pena ouvir!

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FAIXAS:
Out
1. Cruz Quebrada (2:28)
2. Fish Dissected (5:45)
3. Where It Hurts Most (3:38)
4. Shipwreck (8:26)
5. Whalebone (8:07)
6. Thyme (15:24)
7. Over The Cliff (1:36)
In: The River
8. Mummy (1:04)
9. The Single Most Expensive Kiss (3:59)
10. Headlong (2:09)
11. I Abraham (4:33)
12. Ghost (1:49)
13. Severance & Down falls (4:53)
14. Indian White (5:02)
15. Onward (2:07)

FICHA TÉCNICA:
Gravado entre 2014 e 2015 no SP’AM Studio, Sintra, Portugal
Gravado e produzido por André Marques
Masterizado por paulo Ferro no STS

DETALHES DO DISCO USADO PARA RESENHA:
CD em formato Digipack com encarte de 16 páginas (também disponível digitalmente)
Arte e fotos: Manuela Lessing & Fred Lessing

A BANDA EM CRUZ QUEBRADA:
Fred Lessing – vocais, guitarra, violão, baixo, flauta, teclado, percussão, xilofone, harmônica, efeitos
André Marques – bateria, percussão, teclado, vocais, baixo, efeitos
Bruno Evangelista – voz
Adriano Pereira – clarinete

PARTICIPAÇÕES:
Paulo Chagas – instrumentos de sopro
Luca Calabrese – trompete
Nuno Flores – viola, violino
Thomas Olsson – guitarra
Rita Simões – vocais
Trevor Lever – voz (narração)
Simon Harris – voz (narração)

Ouça:


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