domingo, 25 de dezembro de 2022

Resenha - Albatros – Ursus



Banda: Albatros
Disco: Ursus
Ano: 2011
Selo: Musea Records
Tipo: Estúdio

Faixas:
1. Ursus – 5’41
2. El Camino De Swann – 4’42
3. Loki – 5’31
4. La Ciénaga – 7’25
5. Rey Lombriz – 3’21
6. Icaro – 10’34
7. Planeta Prohibido – 8’36

Formação:
Javi Fernandez – voz e guitarras
Red Pèrill – teclados e vocais
Juanito – baixo
Mark G. Rosell – guitarra, efeitos e vocais
Tolo – bateria

Resenha:
Albatros foi formado na Espanha em 2000 e cerca de dois anos depois já lançou a demo autoproduzida ¿Quién Colgó A Los Lobos? (2002), chegando ao debut definitivo apenas em 2008, com Pentadelia (2008), que definiu em grandes partes a identidade da banda, tanto musical quanto liricamente, inclusive o fato de cantar a maior parte de suas músicas em espanhol. Aliás, esses dois primeiros registros podem ser baixados gratuitamente no site oficial da banda.

Três anos depois e com algumas alterações na formação, os espanhóis voltam com Ursus (2011), agora pela Musea Records (uma das últimas grandes gravadoras especializadas no lado mais progressivo da música), produzido pela própria banda, em conjunto com Magi Batalla e Zaka Pérez, tem tudo para colocá-los em evidência na incrível onda de lançamentos do estilo em 2011.

A faixa título ‘Ursus’ abre o disco de maneira viajante, reflexiva, um meio termo entre a contemplação e a depressão com fortes influências de Opeth, Porcupine Tree e Riverside, mas com uma identidade muito própria, por outro lado, em parte graças às letras em espanhol (ou catalão) e as melodias diferenciadas que a própria voz consegue fazer nesse idioma. ‘El Camino De Sawnn’ continua basicamente na mesma direção da música anterior, com uma presença maior de teclados dobrando as guitarras, criando uma ambientação belíssima, enquanto ‘Loki’ soa como uma mistura maluca de Metal oitentista, Progressivo e trilha sonora de jogos de ação futuristas do Mega Drive, que injetam uma boa dose de adrenalina no disco. Improvável e que funcionou surpreendentemente bem! ‘La Ciénaga’ tem um instrumental com uma certa psicodelia desenfreada, mas no fim se mostra uma bonita balada.

‘Rey Lombriz’, por sua vez usa e abusa de sintetizadores misturados a um leve toque latino, em uma música mais direta e simples, que definitivamente não deve em nada para nenhuma outra, já que ela abre caminho para a espetacular épica ‘Icaro’, uma ode aos anos 70 cheia de variações, passagens e seqüências de notas belíssimas inesperadas praticamente hipnotizam e prendem a atenção de quem está ouvindo (a parte “floydiana” no final é de cair o queixo). Encerrando, mais uma música basicamente no mesmo estilo, ‘Planeta Prohibido’ é estranhamente, cantada em inglês, só para surpreender mais um pouco. Além disso, com uma mão acertada de sintetizadores e espetaculares melodias vocais, é inegável que o Albatros encerra mais um trabalho assim como começou: inesperado e belíssimo.

É muito interessante ver que muitas das bandas atuais de Rock Progressivo, principalmente as surgidas na última década, têm feito um som que mesmo remetendo a grande década de 70, consegue agregar muitas novas influências de muito do que foi feito daquela época até os dias atuais. E isso com certeza define todo um novo estilo muito mais heterogêneo, variado, e brilhante ao seu modo, aonde o Albatros com certeza tem tudo para encontrar o seu lugar, afinal de contas, “Ursus” não só é um dos mais interessantes lançamentos de Progressivo do ano como pode ser considerado um dos maiores registros da última década dessa nova onda do estilo.



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