Já são 40 anos de Sodom! Pioneiros na cena thrash alemã junto aos conterrâneos do Kreator e do Destruction (e sendo um pouco mais antiga do que ambas) e liderada pelo veterano baixista e vocalista Tom Angelripper, o Sodom vem por estas quatro décadas lançando discos com regularidade e alternando pouco a qualidade entre eles, sendo seus cinco primeiros álbuns considerados clássicos e seus outros onze discos normalmente bem avaliados com uma ou outra exceção.
Nunca considerei o ano de 1997 como um bom ano para a música pesada em geral, mas este aqui é um daqueles que se salvam em um ano que considero ruim para as bandas de metal. ‘Til Death Do US Unite apresenta o velho thrash do Sodom misturado com algumas influências punk tanto em sua sonoridade quanto em seus letras, me lembrando bastante o som pelo qual o Ratos de Porão é conhecido. Gravando quase sempre em trio, aqui Tom Angelripper se une ao guitarrista Bernemann e ao baterista Bobby Schottkowski para registar esta bolacha.
O disco abre bem com “Frozen Screams” demonstrando grande velocidade vinda da bateria de Bobby. Porradaria e um grande solo de Bernemann já esquenta os ouvidos e traz boas expectativas ao restante do material. Na segunda faixa já começa a influência do punk e da anarquia com “Fuck the Police”, uma letra que poderia muito bem ter sido escrita pelo Sex Pistols. Interessante registrar que o Sodom neste álbum abandona grande parte das letras blasfêmicas de antes e se foca em um conteúdo mais de guerra e de críticas políticas.
Dando uma tirada no pé do acelerador, temos “That’s What an Unknown Killer Diarized” da qual eu achei excelente e uma das minhas favoritas do disco. Aqui se nota um groove muito maior e um foco em riffs pesados e intensos à la Pantera. A faixa título “Till Death Do Us Unite” tem um riff inicial mais lento e pegado, novamente remetendo a bandas do groove metal tal como o já citado Pantera e o que faria o Lamb of God uns anos depois. O Sodom também não se leva muito a sério e é costume ter algumas faixas mais bem humoradas tal como o bizarro cover de “A Hazy Shade of Winter” da dupla folk Simon & Garfunkel. Mais para o lado final do disco, ainda destaco as fortes “Suicidal Justice” e “Master of Disguise” e a última canção “Hey, Hey, Hey Rock’n Roll Star” mais uma vez bem humorada e fazendo graça com eles mesmos e sua “carreira de sucesso”.
Foi ótimo reviver este disco com mais atenção. Em um período em que o Destruction estava mal das pernas nos anos 90 e o Kreator mergulhava mais em seus acenos gótico-industriais, o Sodom meio que segurava toda a cena thrash germânica no período. Fica a dica aí para quem curte um bom thrash que foge um pouco dos medalhões mais conhecidos. Vá nesse excelente disco do Sodom sem medo de ser feliz!
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