sábado, 21 de janeiro de 2023

“American Standard” – Uma viagem sonora pela música americana


Em 2020, uma das maiores lendas vivas da música americana, o mestre James Taylor, lançou seu novo álbum de estúdio, intitulado de “American Standard”. O disco precede o ótimo “Before This World” (2015), e assim como o título auto-explicativo já diz, se trata de uma seleção de quatorze temas clássicos da história do cancioneiro popular americano.

Um dos principais motivos por trás do projeto foi a insatisfação que James sente em relação ao tratamento que é dado a essas canções clássicas hoje em dia. Para ele, músicas que em outras épocas refletiam tristes dilemas e períodos amargos da história dos Estados Unidos, infelizmente foram reduzidas simplesmente a jingles publicitários.

Em 45 minutos, o disco proporciona aos ouvintes uma encantadora viagem sonora rumo às raízes da música americana, que trilha pelos caminhos do Folk, Blues e Jazz, com uma banda super competente elaborando belíssimos arranjos dando uma cara nova e ao mesmo tempo mantendo a essência dessas velhas e tradicionais músicas. James também as interpreta lindamente e com muita dignidade, como se o próprio as tivesse escrito, o que já era esperado, pois se tratam de antigas canções da qual ele tanto ama e que certamente deve ter crescido ouvindo. Não há como não se emocionar com pérolas como “My Blue Heaven”, “Moon River”, “Teach Me Tonight”, “The Nearness Of You”, “My Heart Stood Still” e “The Surrey With The Fringe On Top”, todas lindíssimas músicas dotadas de uma beleza bucólica cativante, e que trazem todos os encantadores elementos da bela música americana de raiz.

“American Standard” é um digno e belo lançamento que só tem a somar na ótima discografia deste grande compositor, que assim como várias outras lendas como Bob Dylan, Paul McCartney, Rod Stewart e Eric Clapton, resolveu dar uma pequena pausa em seu principal ofício, para prestar uma homenagem as composições mais amadas por ele a partir do extenso catálogo de Standards da música americana. Talvez o disco possa ser considerado monótono e esquecível para alguns, e mesmo que não seja exatamente uma obra inesquecível, merece sim ser apreciado, principalmente sentado em uma poltrona com uma garrafa de vinho após um longo e cansativo dia de trabalho, ou até mesmo dirigindo em uma tranquila e rural estrada. Faça o teste e conte depois.

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