O amor tem o poder de dominar. Expōe-nos, reduz-nos, alimenta-nos, transcende-nos. No single de regresso, Harold abre o coração e deixa-o falar. Continua a ser um acto de coragem destrancar os cadeados do afecto, mas o gesto é assumido sem medo de baixar as defesas ou receio de confessar fragilidades.
O desejo emocional e a tensão física do reencontro com a metade certa escalam o mercúrio e fazem de Aquece um mapa da sedução que deixa convite para dois, sem resistências de parte a parte. É aí que entra Murta a atirar mais lenha para esta lareira, e acalorar ainda mais uma canção ágil entre a destreza do hip-hop e a atracção do r&b. A produção tem assinatura de Épico.
“Eu e o Murta conhecemo-nos em estúdio com mais malta em 2020, e desde aí falamos em fazer algo. Juntamo-nos algumas vezes e fizemos dois temas sendo este um terceiro que eu tinha começado a fazer e enviei para me dar uma opinião. Ele gostou e identificou-se. E assim surgiu”, explica Harold. Espontânea e franca.
Pode descrever-se Harold como rapper, mas não se pode descrever o rap de Harold. Tal como em Aquece, é a liberdade que melhor o define. Sem rótulos, o seu estilo tanto pode ser mais enérgico como mais melódico e tranquilo – tudo depende da relação entre lírica e instrumental.
Harold foi membro dos Grognation, marcante colectivo de Mem Martins, que fechou o círculo no EP “Anatomia de Grog”, produzido por Sam The Kid, antes de anunciar o fim
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