segunda-feira, 30 de janeiro de 2023

CRONICA - FOGHAT | Foghat (1973)

Com seu primeiro álbum, o Foghat mostrou grande potencial, em particular graças ao seu cover reforçado de "I Just Want To Make Love To You", não tendo obtido grande sucesso. Convém, portanto, confirmar isso impondo-se mais aos olhos do público. Um ano depois, seu segundo álbum apareceu. Notaremos uma pequena falta de originalidade, já que o álbum é novamente autointitulado. Porém a capa representando uma pedra (Rock) e um pequeno pão (bread roll) levará a que seja rebaptizada Rock 'n' Roll .

Este começa muito satisfatoriamente com “Ride, Ride, Ride”, um Boogie bem musculoso que cheira a longos passeios de motocicleta. O baixo de Tony Stevens está rugindo e as guitarras de Dave Peverett e Rod Price estão rugindo. Quanto ao refrão levemente emotivo devido aos coros femininos, é difícil não querer retomá-lo apesar de sua simplicidade. Depois de um cover eficaz de "I Feel So Bad" de Chuck Willis ampliado pelo slide de Price, "Long Way To Go" vê Foghat trazer sons mais modernos para seu clássico Boogie para um resultado bastante convincente. O lado Southern Rock da balada "It's Too Late" nos faz esquecer um pouco mais que o Foghat é um grupo inglês, assim como "What A Shame", Boogie musculado que antecipa os hits do ZZ Top ao mesmo tempo que é bem servido por uma discreta secção de metais. Este último título, que logicamente servirá como single, teria merecido muito o sucesso, mas terá que se contentar com um triste 82º lugar (acima de “I Just Want To Make Love To You”).

É difícil fazer mais Southern Rock do que “Helpin' Hand” que lembra a Allman Brothers Band com esse riff repetitivo, esse slide, essas percussões bem avançadas e esse violão discreto mas essencial. Outro exemplo eloqüente de um Boogie musculoso com "Road Fever" antes de um mais Pop/Rock e melancólico "She's Gone" com esta guitarra adulterada no gabinete Leslie. Terminamos suavemente com a linda balada "Couldn't Make Her Stay" que mostra que Foghat sabe ser mais sutil sem perder o brilho. Uma boa surpresa que tem o único defeito de ser um pouco curta demais (gostaríamos de ter um verso adicional após o solo).

Se ainda faltam títulos suficientemente fortes para se juntarem aos headliners do género, este segundo álbum de Foghat vem confirmar tudo de bom que o primeiro nos deixou. Além disso, a banda de Dave Peverett mostra que começa a ganhar confiança como compositores, oferecendo-nos títulos que se enquadram na boa média da época. Tudo isso foi, portanto, muito encorajador para o futuro. Inclusive para o grupo que fez uma clara ascensão nas paradas em relação ao anterior.

Títulos:
1. Ride, Ride, Ride
2. I Feel So Bad
3. Long Way to Go
4. It’s Too Late
5. What A Shame
6. Helpin’ Hand
7. Road Fever
8. She’s Gone
9. Couldn’t Make Her Stay

Músicos:
Dave Peverett: Vocais, Guitar
Rod Preço: Guitarra
Tony Stevens: Baixo
Roger Earl: Bateria

Produtor: Tom Dawes

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