quarta-feira, 4 de janeiro de 2023

Lady Gaga faz da Pista de Dança um Universo em “Chromatica”

 Se Madonna é a rainha e Britney Spears é a “princesinha”, Lady Gaga é a verdadeira e única herdeira do trono do Pop. Afinal, já passa de uma década desde que sua anarquia tomou o mainstream de assalto, criando uma legião de “little monsters” pelo mundo, e um talento absurdo que a faz ter sucesso em qualquer caminho que deseje seguir. Quem está no topo sabe onde pisa, neste álbum, ela traz um som nostálgico, criando na pista de dança uma utopia, e faz o que é provavelmente o seu trabalho mais pessoal até então, o vibrante “Chromatica”!

Confesso que, como um fã do trabalho de Gaga, sentia um pouco de falta daquele Pop arrasador, que ficou um pouco de lado com os (excelentes) “Joanne” (2016) e a trilha-sonora de “A Star Is Born” (2018). E bem, se faltava um pouco de “Artpop”, aqui ele vem com força total desde a grandiosidade de “Chromatica I” (três belíssimos temas orquestrais auto-intitulados permeiam o disco). Então, quando entra o primeiro beat de “Alice”, somos apresentados ao “País das Maravilhas” de Gaga, quase um universo Cyberpunk, onde é proibido proibir.

O principal single do disco, “Stupid Love”, acaba nem sendo maior destaque por aqui, em meio a pérolas como “Rain On Me” (com a participação de Ariana Grande), a Electronica um tanto Daft Punk de “911” ou o refrão altamente pegajoso de “Replay”. As faixas, por vezes, podem esbarrar na repetição, mas nada que interfira na experiência. É um festival nostálgico, alto astral, mas, nas letras, Gaga explora temas essencialmente pessoais, se abrindo da maneira mais direta possível.

As participações especiais se destacam muito por aqui. A inesperada “Sour Candy”, com o grupo feminino de K-Pop BLACKPINK é impressionantemente cativante, mostrando que Gaga segue antenada no que acontece dentro do Pop. Ainda temos simplesmente Elton John, que mostra uma face completamente dance em “Sine From Above”, uma das misturas mais curiosas e bacanas do álbum, que fecha as portas desse universo multicolorido nos coros sensacionais de “Babylon” com um recado: união.

“Chromatica” é o perfeito escapismo pop em meio ao caos generalizado que domina nosso planeta. É como uma viagem por um Planeta vívido, pulsante. É o Pop descaradamente poderoso e cativante que ninguém faz melhor que Gaga. Nada o resume melhor como o verso “This is my dancefloor I fought for”!


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