domingo, 29 de janeiro de 2023

My Little Funhouse – Standunder (1992)


 

Os My Little Funhouse são uma das vítimas directas da onda que varreu o mundo em 1991 e Standunder é hoje um objecto obscuro e não existente no mundo digital.

O disco que vos trago hoje só se encontra presente num de dois locais: no fundo de um caixote perdido numa qualquer cave ou arrecadação; na memória de um restrito grupo de jovens algures entre os seus 40 e 43 anos que tenham tomado muito Memofante durante a sua vida. Na Internet o disco não tem página de wikipedia dedicada, ou seja, não existe. Há, nalgumas páginas obscuras, relatos que contam uma daquelas histórias que merecia um documentário (um dia de certeza que alguém se chegará à frente para o fazer) e que vos passo a relatar (poupando-vos assim pesquisa inglória).

Ora então recuemos até início de 1991, quando no mais importante concurso de bandas da Irlanda (Carling Hot Press) saem vencedores uns tais de My Little Funhouse, banda de Kilkenny formada por dois irmãos Brendan e Anthony Morrisey e uns amigos. Primeiro a Island, depois a Geffen viram ali potencial para suceder aos Guns N’ Roses e apostaram as suas fichas dando-lhes um dos maiores contratos discográficos à data (2 milhões de dólares – para se ter uma noção aos Nirvana deram 60 mil dólares para o Nevermind). O registo da banda vinha muito na senda do hair metal que era vigente nesses tempos, indo às baladas com guitarras a escorrer azeite, solos a meio das canções, basta ouvir uns segundos de qualquer uma das suas canções para se perceber isto mesmo. Fizeram vários concertos como banda de abertura para os Guns na Use Your Illusion Tour, e até chegaram a figurar no videoclip de “November Rain”, e estavam portanto bem lançados para ser a next big thing. Mas eis que tudo mudou.

Aconteceu 1991 e nada foi como dantes. O que era para ser não foi e os My Little Funhouse foram apanhados e engolidos pela onda grunge. Desapareceram sem deixar rasto. Não pretendo aqui convencer ninguém a ir ouvir Standunder, porque não tem qualquer interesse a não ser escatológico, mas quiçá malta do intervalo de idades referido acima e que não usou Memofante, achará engraçado o despertar de memória que escutar um “Raintown” ou um “I Want Some of That” trará. Um shot de adrenalina de nostalgia e pronto, seguir para outras paragens.


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