domingo, 22 de janeiro de 2023

Resenha Feel Euphoria Álbum de Spock's Beard 2003


Resenha

Feel Euphoria

Álbum de Spock's Beard

2003

CD/LP

A Spock’s Beard mostrou que poderia continuar sendo uma grande banda mesmo após a saída de Neal Morse? Com certeza, mas isso demorou um pouco. Em Feel Euphoria, primeiro disco dessa nova fase do grupo e lançado logo um ano após Snow, eles entregaram um trabalho que mostrava tudo ainda meio sem direção - ou melhor, em um foco muito distante do que os fãs estavam acostumados. Em um tipo de manobra dentro de uma banda e que o caso mais conhecido havia acontecido em 1976, quando Phil Collins saiu de trás da bateria para se tornar o novo vocalista do Genesis, o baterista Nick D'Virgilio aproximou do microfone para se tornar o novo vocalista da banda.  

Logo quando escutamos a primeira faixa é possível perceber que houve uma mudança de direção, com a banda soando muito mais direta e bem menos progressiva, além de carente de composições sólidas e de melodias que crescem no ouvinte a cada escuta. Infelizmente, aqui tudo parece ter um curto prazo de validade e, com isso, não vai atiçar o ouvinte novamente para que ele regresse ao álbum e o escute de novo, pois pouca coisa empolgou.  

Mas claro que não se trata de um disco do tipo que é um desperdício total ou que nada mereça ser ouvido mais do que uma vez, é possível ver a banda revisitando em alguns momentos o estilo da era Neal Morse, porém, o que acaba sendo primordial na questão, é que infelizmente na maior parte o que a banda vai entregar será apenas frenesi instrumentais selvagens – afinal, eles não deixaram de ser exímios instrumentistas -, paradas abruptas e mudanças de andamento - só que sem a coerência habitual. Com isso, o que eu quero dizer, é que a musicalidade muitas vezes pode até ser ótima, mas mesmo assim, na maioria das vezes não é o suficiente para que as peças funcionem como um todo. 

Mas em suma, o que esperar de Feel Euphoria? É um disco ruim? Não mesmo. Mediano? Também não, acho que mesmo com todos os seus problemas, com o tempo ele pode se tornar uma boa oferta - porém, há o fato que comentei lá no início, talvez a música nunca cresça em você e seja algo com o prazo de validade vencido. De longe, o maior destaque no álbum é o trabalho de Okumoto, o uso variado de teclados entrega algumas belas melodias de piano e solos selvagens de sintetizadores e até mesmo de órgão hammond e mellotron no melhor estilo anos 70. Vale destacar também, que aqui é onde de fato Nick se mostrou um vocalista promissor. Por outro lado, baixo e guitarra admito que foram mais decepcionantes do que satisfatórios. Bom disco, mas às vezes, uma experiência um pouco confusa, que embora se esforce, tem dificuldades de entregar algo realmente interessante.  

Sem comentários:

Enviar um comentário

Destaque

Antonio Carlos Jobim & Sérgio Mendes - Antonio Carlos Jobim & Sérgio Mendes (LP 1967)

MUSICA&SOM Antonio Carlos Jobim E Sérgio Mendes ‎– Antonio Carlos Jobim E Sérgio Mendes  (LP Elenco ‎– MEV 12, 1967).  Produção de Aloys...