quinta-feira, 9 de fevereiro de 2023

O retorno dos Black Sabbath

 

Formado em 1968, na cidade de Birmingham, situada no leste da Inglaterra, o Black Sabbath tornou-se – ainda nos anos 70 – uma entidade além da música, exercendo uma enorme influência na criação e desenvolvimento do que viria a ser o Heavy Metal, e seus consequentes desdobramentos de estilo. Entre 1970 e 1978, o quarteto, então formado pelo guitarrista Francis Anthony Melby “Tony” Iommi, o baixista Terence Michael Joseph Butler, o baterista William Thomas “Bill” Ward, John Michael “Ozzy” Osbourne (vocais), lançou 8 discos de estúdio, sendo cinco deles, exatamente os cinco primeiros, fundamentais em qualquer prateleira de fã de rock com alguma pretensão mais séria.

Geezer Butler, Ozzy Osbourne, Tony Iommi e Bill Ward.

Depois do último LP desse período, Never Say Die, lançado em 1978, Iommi seguiu com o Sabbath, ora contando com alguns dos integrantes de sua primeira fase, ora como único membro remanescente, mas sempre produzindo material de qualidade indiscutível – algumas vezes mais, outras menos. Já Ozzy seguiu em carreira solo, oscilando entre excelentes lançamentos, e palhaçadas homéricas – como o Reality Show “The Osbournes”. Durante os anos subsequentes, várias foram as tentativas de retorno da formação clássica do Black Sabbath, a primeira a ultrapassar os simples rumores, aconteceu em 1985, por ocasião do festival beneficente “Live Aid”. O grupo tocou apenas 3 músicas: “Children Of The Grave“, “Iron Man” e “Paranoid”, mas foi o suficiente para fortes boatos de uma reunião de fato e um possível disco de estúdio com material inédito. Boatos logo desmentido tanto pela parte do Sabbath quanto de Ozzy.

Seis anos depois, mais lenha para a fogueira: Ozzy prometia (e não cumpriu) a despedida dos palcos, e como forma de comemorar o passado e presentear os fãs com uma despedida à altura de sua carreira, reuniu-se novamente com o Black Sabbath em um de seus shows para tocar alguns clássicos de sua ex-banda. “Black Sabbath” desse show, acabou gravada e lançada em Live & Loud, disco ao vivo do vocalista, lançado em 1993.

Black Sabbath no Live Aid.

Mais uma vez as esperanças de um retorno efetivo vão por água abaixo, e dessa vez, ainda culminam com uma nova saída de Ronnie James Dio da banda (a primeira foi em 1983). Cinco anos se passam e a novela da possível reunião tem mais um capítulo. Desta feita, de uma forma mais concreta, com o lançamento do duplo ao vivo sintomaticamente intitulado Reunion. Gravado na cidade natal dos músicos, Reunion traz, além de vários clássicos indispensáveis da carreira do grupo, surpresas como “Dirty Women” e “Spiral Architect”. Guardadas para o final do disco, o motivo de alvoroço entre os fãs: As faixas de estúdio inéditas “Psycho Man” e “Selling My Soul“, gravadas em 1997. Ambas preservam o espírito do clássico Black Sabbath dos anos 70, mas com o clima contemporâneo (e não “modernoso”) do final do século XX, honrando a história do quarteto.

Black Sabbath e a discografia com Ozzy Osbourne.

Apesar da grande expectativa de uma real volta com um disco inteiro de músicas inéditas, e consequente reunião, a partir de 1997, Black Sabbath e Ozzy Osbourne tocariam juntos apenas sets curtos no festival “Ozzfest”, mas nada de disco novo. Em 2002, foi lançado Past Lives, disco duplo ao vivo contendo faixas gravadas nos anos 70, um verdadeiro tesouro para os fãs. Neste meio tempo, Osbourne e sua esposa/empresária/dona processaram Iommi pelos direitos do nome/marca “Black Sabbath”. Iommi, evitando perder tempo/dinheiro reuniu-se com Butler e Vinny Appice, (não por acaso a terceira formação instrumental do Black Sabbath) convocando novamente o vocalista Ronnie James Dio, formando a banda chamada “Heaven and Hell”, lançando um disco de estúdio e mais dois “ao vivo”.

Imediatamente após o falecimento de Dio, em maio de 2010, fortes rumores sobre uma nova reunião da “fase Ozzy” começaram a circular. Primeiramente desmentida pelos integrantes da banda, muitos comentários aleatórios davam pistas de que a tão aguardada volta estava, sim, por acontecer.

Conferência de imprensa anunciando o retorno da primeira formação do Black Sabbath.

O anúncio da “reunião” do Black Sabbath, divulgado através de uma coletiva de imprensa acontecida no último dia 11/11/11, depois de uma “contagem regressiva” no site oficial do grupo, não foi exatamente uma surpresa para os fãs da banda, e aqueles com algum conhecimento de rock em geral, e que acompanham regularmente os acontecimentos referentes ao gênero. Em realidade, nem se trata exatamente de uma “reunião” propriamente dita, uma vez que esse mesmíssimo grupo vem tocando com regularidade no festival intinerante “Ozzfest”, como citado anteriormente.

O que torna o anúncio do tal retorno tão impactante, é o fato de que, dessa vez trata-se não somente de alguns shows curtos, uma vez por ano, no referido festival. A coisa agora é pra valer! Uma turnê, completa, passando por vários países através do globo, contando com um set completo.

Mas a principal notícia, a que, no final das contas criou um maior alvoroço, é que essa turnê em questão não só serviria para os velhos – e seminais – clássicos do quarteto de Birmingham, mas em primeira instância, para promover um novo álbum de estúdio contando com Ozzy, Iommi, Butler e Ward, o primeiro desde o derradeiro Never Say Die. Segundo o produtor Rick Rubin – responsável também pela produção do mega-clássico Reign In Blood do Slayer – já há bastante material composto, e logo o processo de gravação começaria, para um possível lançamento nos primeiros trimestres de 2012.

O retorno de uma das principais formações do metal mundial.

Se levarmos em consideração o rol de clássicos fundamentais lançados pelos quatro entre 1970 e 1978, a expectativa é enorme. E não seria exagero nem estupidez apostar uma soma alta na possibilidade de um disco absurdo de bom, e talvez até, um clássico moderno. Resta esperar… 

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