quarta-feira, 8 de fevereiro de 2023

Resenha The Dream Mixes Álbum de Tangerine Dream 1995

 

Resenha

The Dream Mixes

Álbum de Tangerine Dream

1995

CD/LP

A série Dream Mixes, com cinco álbuns produzidos entre 1995 e 2010, foi uma das mais vendidas do Tangerine Dream, apesar das críticas pouco receptivas pelos fãs mais "hardcore" do grupo alemão. 

Ocorre que o Tangerine Dream está presente na própria gênese da música techno como inspirador em seus aspectos formais (em resumo, música eletrônica minimalista baseada em sequenciadores de teclados com ritmos eletrônicos velozes e bem marcados), mas nunca fizera questão de se aproximar dessa cena, preferindo os eventuais laços com o rock progressivo e toques de música clássica, de acordo com os gostos pessoais do fundador Edgar Froese e de seus principais colaboradores. 

A entrada na banda do seu filho Jerome Froese mudou tudo, pois ele trouxe para o repertório influências de outros gêneros de música que, por sua vez, admitem a influência do TD. Dessa forma, ele pegou várias composições próprias que já tinham saído em álbuns do TD e tratou de recriá-las em estilo techno bem pesado, sem concessões ao estilo estabelecido da banda fundada pelo pai. 

Dito isso, não se trata exatamente de um álbum de remixes, mas sim de trabalhosas recriações feitas praticamente do zero. As versões das músicas aqui apresentadas são todas muito diferentes das originais, e frequentemente superiores. Embora elas contem com uma batida bem pesada com olho na pista de dança, o compositor não abriu mão de seus arranjos complexos e das mudanças frequentes de melodia e clima dentro de cada composição. Isso torna as peças surpreendentes do começo ao fim, mas talvez isso seja conteúdo demais para ser digerido por quem está habituado à estrutura mais simples das canções techno e trance 'mainstream'.

O segundo álbum desta série continua a direção original do projeto, mas os últimos três trazem releituras de faixas mais antigas, clássicos criados pelo pai e colegas quando Jerome era ainda criança. Não pretendem formar uma recapitulação da longa história do Tangerine Dream, mas uma espécie de viagem num universo alternativo em que o grupo se inseriu na música popular, saiu um pouco da colocação equivocada na seção New Age das lojas de discos e diminuiu um pouco aquele status de banda de nicho que somente outros músicos conhecem.

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