Acid Mess - II (2015)
Das Astúrias, Espanha, Acid Mess chega com o seu ardente "II", um rock psicadélico que tem tudo; poder psicodélico próximo a Stoner, climas e atmosferas que beiram o rock atmosférico e o rock espacial, reviravoltas e desenvolvimentos típicos do rock progressivo, junto com melodias quase sinfônicas dão um álbum completo que certamente agradará a muitos. Quatro canções longas o suficiente para fazer você pular da cadeira, em uma viagem lisérgica sem a necessidade de qualquer produto químico, desdobrada ao infinito por um tremendo power trio que se faz sentir até o âmago. Aqui está um rock psicadélico cru, visceral, climático, com muitas atmosferas, muitas influências que se fazem sentir ao longo de 45 minutos e quatro pequenas canções que têm de tudo e para todos os gostos. Mais música boa e bandas boas que aparecem no blog principal, e aqui temos esses espanhóis que os trazem. Um brinde e à sua saúde! aproveitem!
Artista: Acid Mess
Álbum: II
Ano: 2015
Gênero: Psychedelic Rock
Duração: 45:48
Referência: Discogs
Nacionalidade: Espanha
A cada dia estou mais convencido de que é muito importante estar atento às propostas que muitas bandas estão colocando em nosso prato, principalmente nestes tempos, em que graças a plataformas como o bandcamp, você tem a opção de poder ouvir as gravações das bandas.
Falta de conhecimento é coisa do passado, ignorância não, infelizmente. E digo, e repito, que há pessoas, com uma qualidade avassaladora, que se metem em pântanos dos quais é impossível escapar uma vez que se mete os pés neles. Pessoas que estão correndo riscos, com histórias que não agradam à maioria e, mesmo assim, não desistem de tentar. Um exemplo claro são os Asturian Acid Mess, que apresentam o seu novo trabalho, dentro desse estilo heavy psych atmosférico, cheio de melodias intrincadas, que são capazes de construir em cada canção.
Desde a inicial “Brahamanda”, apresentam-nos uma viagem sonora singular, cheia de viagens instrumentais que vão se alinhando no seu cérebro, como uma droga ainda não inventada da qual não pode nem quer fugir. “El viaje del cóndor” é como engolir um alucinógeno e não parar de ver e sentir, entre órgãos, riffs, mudanças e tempos. A “Alquimia” cresce em intensidade e depois volta àquela calma contida, ganhando vida própria, avançando ainda mais naquele caminho sem volta que decidiram trilhar. Em "A Wonderful Death" eles quebram definitivamente qualquer grilhão que os pudesse prender a qualquer coisa imaginada, para mergulharem totalmente num oceano de sensações e sentimentos criados pela sua música. Não perca a possibilidade de se perder nos labirintos desta banda, que tem muito para lhe oferecer, se conseguir chegar ao fim.
E agora deixo-vos uma análise mais completa
A nova epopeia dos asturianos Acid Mess chama-se “II” e neste momento parece que só pode ser ouvida através da página do bandcamp. Estes jovens músicos estão a viver um longo e árduo caminho que, apesar da distância que os separa, não impede que se encontrem uma tarde e aproveitem ao máximo uma boa temporada captada em quatro peças gigantescas que suscitam todo o tipo de opiniões positivas. , mas sobretudo, descobrir o talento que os marca.
O download digital está ao preço insultuoso de 5 euros e digo insultuoso porque vendo o que tem dentro e se nos apanha numa altura em que se valorizava mais o formato físico dos discos e não se envolvia o poder da internet, as pessoas iriam encontrar um valor duplo como uma pechincha dos bons. O apoio a este tipo de banda é essencial, a sua contribuição será recolhida para a sua próxima edição em vinil que a própria banda, de momento e por questões económicas, não tem data disponível.
Como verdadeiros trabalhadores da cena, alguns dos músicos que compõem o Acid Mess também têm um projeto paralelo chamado Sombra, que, digamos, é como uma face oculta do que foi mostrado até agora em seu projeto base e que muito em breve terá o prazer de trazer a vocês nossos seguidores. O que está claro é que a distância não é um problema para esses caras, ou talvez seja, mas uma vez na sala de máquinas, seu domínio musical fala por si e realmente vale ouro. Só penso no que eles fariam, sem uma distância que os separasse e um selo renomado levando sua música para fora de nossas fronteiras. Provavelmente hoje estaríamos falando de algo bem diferente.
Apostando no seu novo “II”, os asturianos voltam a dar-nos mais quatro peças para recordar, por um credo a esta banda que nunca se deve perder e apesar de terem estado à beira da extinção e andarem nessa corda bamba, sabem superar as adversidades e deixam-no atordoado com um “Brahamanda” inicial, o início deste sonho lisérgico com acenos certamente aos grandes Los Natas e aquelas longas viagens instrumentais que foram marcadas trazendo um mar de delícias. A técnica destes jovens vai mais longe e as suas influências falam por si, o espírito dos Color Haze toma conta deles numa peça como "El Viaje Del Cóndor" onde a espessura dos seus riffs de guitarra embebidos em muitos arranjos, solos, órgãos e um frenesi alucinógeno digno de enquadramento. “Alchemy” foi a peça lançada há algumas semanas e sem dúvida uma das maiores surpresas. É nesta segunda face do álbum que a magia começa a funcionar, onde se começa a ver uma evolução muito mais madura, onde queremos que continuem neste "negócio" por muito tempo porque têm muita coisa a acontecer. A terceira peça deste “II” marca um progressivo épico nunca antes visto em Acid Mess e aos poucos, como algo mais gradual, prolongam-se nos seus longos e agradáveis 12 minutos por passagens exóticas onde seduzem o ouvinte com o seu feitiço musical.
Provavelmente o sonho de qualquer banda é tocar até ao limite das suas emoções, o instinto de aperfeiçoamento de um músico não tem margem e isso é algo que os asturianos sabem. Qualquer uma das anedotas contadas acima pode justificar, mas se houver alguma dúvida, o melhor é ouvir “A Wonderful Death”, a obra-prima do Acid Mess, ou melhor, quando você tira as algemas e deixa sua maior inspiração criativa se soltar. Desde as suas iniciais acústicas a banda cavalga a um ritmo constante, acelerando cada vez mais o ritmo e terminando num heavy psych escrito em letras maiúsculas onde a secção rítmica pode fazer uma mossa no seu cérebro mais nostálgico.
O jovem grupo apresentará seu novo álbum amanhã, sexta-feira, 18 de setembro, na Lata de Zinc, em sua cidade natal, Oviedo, naquela que será mais uma oportunidade de desfrutar de seu grande show ao vivo e agora sob a promoção deste "II", outro álbum para a fortaleza inexpugnável que se montou no cenário nacional em 2015 e que prevê uma luta acirrada no final do ano. Trabalhos como esse são os que mais dificultam as coisas para você, porque um álbum excelente deve ser colocado na posição que merece e o esforço desses caras dobra seu valor. Vale a pena esperar pelo brilhante regresso dos Acid Mess e com álbuns como este só esperamos que o seu espírito nunca se perca e que a sua iniciativa para com os seus deveres musicais não pereça. Tiro o chapéu para eles.
Mas como eu sempre digo, o melhor é ouvir um disco e não deixar que te expliquem, e aqui está completo...
E para ampliar um pouco a pouca informação que temos sobre a banda, deixo-vos esta reportagem que fizeram do blog Rockliquias :
Acid Mess das Astúrias, especificamente de Oviedo. A banda é formada por Tony (bateria), Borja (baixo) e Miguel (guitarra). Esses dois últimos já passaram pela Rockliquias com sua banda paralela SOMBRA. Em setembro de 2015 eles lançaram sua última produção, "II". Mais de dois anos se passaram e entramos em contato para saber como está a vida deles.
Rockliquias.- Como vocês escolheram o nome da banda?
Foi uma tarefa, que Mérida (primeiro baterista da banda) e Bor (baixista e fundador da banda) realizaram com muito gosto, um bom dia de comédia. Durante esses anos havia muita raiva contida e ela tinha que ser transmitida com palavras concisas e diretas.
Eu acho que foi um sucesso!
Rockliquias.- Você pode nos contar sobre as mudanças na formação desde que você começou?
É talvez a pergunta que mais sentido dá à evolução do Acid Mess.
A banda foi criada por Bor junto com Mérida e Nel (primeiro guitarrista). Fizeram alguns shows antes de gravar seu primeiro trabalho e depois entraram em estúdio. Após essa gravação, Nel decidiu por motivos pessoais não continuar com o projeto.
Naquele momento decidiu-se chamar Mishi, um guitarrista e amigo da banda que não havia perdido um único ensaio desde o seu início.
Passaram-se alguns anos cheios de bons momentos e até foi gravado um segundo álbum, mas Mérida teve de deixar a banda para poder focar-se nos estudos.
Lembro que o último show que demos foi na Panera de Grao e que nosso colega Luis Casero (fotógrafo de plantão naquele dia) havia nos falado muito bem de um amigo dele que tocava bateria. Lá estava o Tony com 19 anos e uma vontade enorme de entrar na formação.
No primeiro dia que ensaiamos com ele, percebemos onde eles iriam seguir os passos do Acid Mess. Tenho certeza que foi amor à primeira vista!
Por último, e como consequência da quebra que sofremos, entra em cena o Juan (sombra), um baterista da zona com competências suficientes para assumir a secção de teclado do Acid Mess.
Rockliquias.- Quais são suas influências?
Eles são infinitos e muito variados. Eles são renovados todos os anos e pode ser a pergunta que nunca queremos responder.
De uma maneira muito geral, usamos as experiências que surgem em nosso caminho todos os dias.
Não é justo nem possível nomear uma série de grupos que definem nossas influências.
Rockliquias.- Depois de editar "Acid Mess" em 2010, "I" chegou em 2012. Você continua com músicas curtas e diretas.
Naquele momento queríamos muito dar uma virada no som da banda e criar passagens mais etéreas, afastando-se do soa hardcore-punk, mas falando claro não tínhamos a porra da ideia de tocar psicodelia e saiu mais um disco cheio de cana e host ruim.
Rockliquias.- "LAST ICE CREAM FEST" (2013) é uma gravação ao vivo contendo duas longas canções. Uma espécie de punk-stoner - orgia psicodélica.
Que bagunça vai!! Nessa época já tocávamos com o Tony.
Nesse dia em particular, lembro que tivemos que sair de madrugada com um cego assustado. Foi um dos poucos shows em que fizemos uma mistura entre punk e discos psicodélicos.
Foi uma boa noite e para culminar o fim-de-semana, no dia seguinte deram-nos uma entrevista na rádio. Não podemos ser mais gratos ao coletivo em colapso!
Rockliquias.- Você lançou "Creedless" em fevereiro de 2013. A evolução é mais que notável.
É aqui que podemos voltar à frase: “amor à primeira vista”.
Acredito que um bom trabalho tem que ter uma influência por trás, mas também acredito que é o resultado de colocá-lo em prática. E acontece que íamos ensaiar todos os momentos que tínhamos livres.
A gente estendia uma folha enorme de papel no chão e anotava tudo o que surgia nas improvisações. Parávamos, comunicávamos as ideias e repetíamos o processo até percebermos que tínhamos um trabalho que precisávamos eternizar.
É sem dúvida a melhor memória que temos deste álbum.
Rockliquias.- Estamos em 2014 com "Madre Muerte", um trabalho mais descontraído e contendo "I Want You (She's So Heavy)" dos Beatles.
2014 foi o ano mais movimentado para o Acid Mess. Jogamos por uma ninharia, mas não paramos por um fim de semana. Estávamos tão cansados de tocar o mesmo repertório que algo novo começou a ser composto, nada a ver com credo.
Tínhamos duas músicas e não conseguíamos encher nem 7 polegadas. Falou-se em preparar uma versão, mas todos concordamos que deveria ser uma música diferente da original. Iludidos de nós, tentámos com o “abrir a porta” do grupo espanhol Triana mas logo vimos que ia sair um churro.
Foi então que Tony propôs I want you e ensaiando percebemos que aquilo realmente dava certo.
Rockliquias.- Seu último projeto até hoje é "Acid Mess II" (2015). Parece que o som de "Creedless" foi cimentado com quatro composições completas.
Um trabalho contra o relógio que nos deixou um gosto bom na boca.
Este registro coincidiu no tempo com a migração para terras inglesas do nosso querido Tony. Era uma das suas idas e vindas aos domínios asturianos e tínhamos um encontro incontornável com a banda americana Harsh Toke.
Recentemente, havíamos tocado várias vezes no La Lata de Zinc e decidimos colocar “Los Muerte” na lista em vez de colocar o nome real da banda. Ao mesmo tempo, queríamos tocar apenas músicas improvisadas e não tocar uma única música do Acid Mess.
Com isso me lembro de uma passagem do Tony que desenvolvemos até o final, mas o resto ainda eram riffs carregados de improvisação. Não tínhamos vontade de lançar um novo álbum, mas um colega comeu nossas cabeças e estávamos bem alimentados.
O trabalho de estúdio “II” foi composto em um mês e gravado em 2 dias e meio.
Rockliquias.- Até 2015 você editava uma gravação por ano. Quando é o seu próximo projeto?
A situação é a mesma de então. Tony está imerso em sua formação musical lá em Londres e estamos cada vez mais envolvidos com a banda Sombra.
É verdade que devíamos ter cerca de 8 músicas novas e que se dedicássemos tempo a desenvolvê-las sairia algo de que nos orgulharmos, mas seria um trabalho de estúdio que não teria opções reais a defender ao vivo. Por esse motivo, consideramos que a pausa deve continuar no momento.
Pelo contrário, continuamos a aceitar espectáculos se as circunstâncias o permitirem, pois a música ao vivo é um vício que não queremos erradicar.
Rockliquias.- Como vai a coisa do show? É verdade que superamos a crise?
Em parte parece que há mais resposta, mas acho que é um reflexo dos festivais. Há cada vez mais festivais e é onde as bandas emergentes são menos cuidadas, costuma-se aceitar condições de merda para fazer parte de um line-up e em geral são eventos onde o som ao vivo não é cuidado.
Rockliquias.- O que você diria aos nossos leitores para que baixem o CD e vão aos seus shows?
Eu diria a eles para irem a shows em geral, que é onde você realmente pode ver se a banda é do seu agrado ou não.
O disco é onde está incluída uma obra e você tem a opção de reproduzi-la quantas vezes quiser, mas apenas aquela versão da sua obra. Ao vivo existem infinitas possibilidades de interpretar a mesma obra de anos atrás. Para mim não tem cor, sempre música ao vivo.
Acid Mess apresenta-nos quatro faixas instrumentais que percorrem os sinuosos caminhos psicadélicos misturados com o filtro stoner experimental. "Brahamanda" nos hipnotiza com seu riff de guitarra até nos levar ao nirvana hendrixiano. Misterioso, enigmático, vem "El vuelo del Cóndor", sons de stoner com antigas e sombrias reminiscências "sabáticas", a inclusão do órgão é um grande sucesso. O início de "Alquimia" lembrou-me o "Bloque" cantábrico. A imagem se dispersa após um minuto, dois riffs frenéticos nos acordam e recarregam nossas baterias. Apague a luz e curta "Uma morte maravilhosa" aos poucos vai encher todas as suas veias. Seus sons acústicos iniciais irão guiá-lo para o abismo sonoro de seus riffs finais.
Esperamos que o Acid Mess volte à estrada em breve. Por enquanto vamos curtir seu projeto paralelo, "Sombra".
Você pode ouvir o álbum no seu espaço Bandcamp:
https://acid-mess.bandcamp.com/album/ii
Espero que gostem, o álbum parece muito bom... vamos ver o que vocês dizem.
Lista de Tópicos:
1. Brahamanda
2. El vuelo del Cóndor
3. Alquimia
4. Una Muerte Maravillosa
Formação:
- Borja Vazquez / Baixo
- Antonio Tamargo / Bateria
- Miguel Ruiz / Guitarras
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