Big Big Train - English Electric Part I (2012)
Artista:Big Big Train
Álbum: English Electric Part I
Ano: 2012
Gênero: Crossover prog
Duração: 58:44
Referência: Discogs
Nacionalidade: Inglaterra
Um álbum repleto de mudanças instrumentais, composicionais, de texturas e sonoridades, e muitas vezes dentro de uma mesma música, sem falar nos incomparáveis arranjos vocais. Estes cinco músicos são verdadeiros mestres artesãos da música, cuja música é cheia de emoção, carregada de sentimento.
Este é um álbum rico em todos os sentidos, é ótimo sem ser muito pomposo, é emocionante e, o mais importante, dá vontade de ouvi-lo novamente. Não vou comentar muito mas deixo-vos o comentário de quem realmente conhece...
Vamos começar do final: este novo álbum do Big Big Train está sem dúvida entre os melhores do ano e é um grande álbum de rock progressivo. O ruim são as expectativas e a bajulação exagerada. Quando soube da saída deste novo trabalho do estranho projeto Big Big Train, não ouvi nada além de palavras de entusiasmo sobre ele, ouvindo mesmo palavras que, sem dúvida, era uma obra-prima e que era o melhor álbum Do ano.
Às vezes, deixar-se levar pelo entusiasmo é um erro. Sem dúvida, se o grande Nick D'Virgilio embarcou neste grupo quase permanentemente como membro permanente, deixando sua barba de Spock para trás, será por um motivo. Ele deve ter visto alguma coisa. E sem dúvida é a qualidade de sua música. Já no seu trabalho anterior, o excelente 'The Underfall Yard' de 2009 deixou-nos estupefactos, tendo também um elenco invejável, embora o que vimos em 2007 tenha sido melhor com 'The Difference Machine', com convidados como Dave Meros, Pete Trewavas e o próprio D'Virgilio enquanto ainda era membro não permanente do Big Big Train.
Já confirmados como um quinteto, os originais Andy Poole e Greg Spawton fizeram de seu projeto um grupo a ser considerado, especialmente com coisas como este excepcional 'English Electric Part One' (2012), que terá sua continuação, 'English Electric Part Two', em 2013. É um álbum conceptual que vai agradar a quase todos os amantes do progressivo clássico, e sobretudo aos mais 'Genésios', mas que vai irritar quem procura apenas novos sons e ideias, não se apaixonando pelo 'homenagens' e influências do passado.
Porque 'English Electric Part One', vamos dizer com clareza, é uma espécie de clone de um álbum do Genesis da época de Peter Gabriel, e até com referências aos álbuns solo do artista britânico. Você também encontrará coisas que o lembram de Fish sozinho, que logicamente é um seguidor óbvio da 'escola Gabrielan'.
Quando me disseram para ouvir este disco rapidamente, ele foi descrito para mim como um novo 'Selling England by the Pound'. Acho tal comparação muito ambiciosa, embora compreenda seu paralelismo. Assim, aprofundando em seu conteúdo, encontramos 'The First Rebreather', que é um ótimo tema de abertura, sinistro em seu início e que logo nos leva ao mais bucólico Genesis de Gabriel, com muitas influências de Steve Hackett nas guitarras de Greg Spawton. na voz de David Longdon. Curiosamente, ele também é responsável pelos instrumentos de sopro que desenham um tema extraordinariamente brilhante e belo.
Após 8 minutos e meio de glória, Big Big Train nos leva a uma alegre faixa 'Gabrieliana' que parece nos apresentar a 'Solsbury Hill', com uma melodia cativante e enriquecedora, onde começamos a apreciar o belo trabalho de Poole em os teclados. 'Winchester from St Giles' Hill' é quase um plágio de algumas canções do Genesis que começam com a flauta e as paisagens desenhadas pelos teclados e pelo vento nos lembram mais uma vez os melhores momentos do mítico grupo. Tudo isso como um elogio, principalmente porque conseguem soar como uma banda dos anos 1970, com qualidade e produção dessa nova era, e sem perder o charme devido ao uso de tecnologias.
'Judas Unrepentant' interrompe o resto da música anterior, com um ritmo agitado típico do Genesis dos primeiros álbuns. O mesmo para 'Summoned By Bells', que apesar de calma e lenta, usa ao máximo alguns teclados de Tony Banks, acrescentando algumas estrofes cantadas no mais puro estilo Gabriel em discos como 'Foxtrot' ou o já citado 'Selling England by the Pound '.
'Upton Heath' já é algo diferente, distanciando-se da fase clássica do Genesis, e lembra-nos, talvez mais, Fish nos seus momentos mais comerciais. Mas nem tudo vai ser uma 'memória-de'. A melhor faixa do álbum vem com a dark 'A Boy in Darkness', uma música pesada que mais se destaca das influências da referida grande banda e tece um tema de mais de 8 minutos intensos e verdadeiramente majestosos. Um dos melhores temas do ano.
O encerramento é dado por 'Hedgerow', uma composição amigável que serve como uma feliz despedida até ouvirmos a segunda parte deste álbum no próximo ano. Deixa um gostinho na boca, embora mais uma vez aquelas guitarras 'hackettianas' e aqueles coros 'genésios' nos levem a um êxtase com sabor dos anos setenta (coros que têm convidados ilustres como Martin Orford). É um tema instrumental ilustre que mal tem alguns refrões em sua reta final, e seu caráter épico garante que 'English Electric Part One' termine no topo, sem os menores altos e baixos.
Altamente recomendado para 'Genesians' que nunca esqueceram sua amada banda e que ficaram querendo mais, estando um tanto insatisfeitos com a carreira solo de Peter Gabriel. Agora, insisto: muitos verão neste álbum um plágio de ideias e uma compilação de sons e modos já inventados. No entanto, como sempre dizemos, a boa música nunca morre.
Pontuação: 7,5/10
E como eu sempre digo, o melhor é que vocês mesmos ouçam...
Este é mais um grande álbum que apresentamos no blog da cabeça, de uma banda capaz de fazer músicas incríveis, com composições cativantes e até acessíveis ao mercado das rádios FM, se estivessem dispostas a tocar música boa de uma vez por todas. Aqui LightbulbSun deixa algo cheio de brilho, que trará cauda com a segunda e terceira partes da trilogia.
Você pode ouvi-lo em seu espaço no Bandcamp:
https://bigbigtrain.bandcamp.com/album/english-electric-part-one-hi-resolution-audio
Lista de faixas:
1. The First Rebreather (8.32)
2. Uncle Jack (3.49)
3. Winchester From St Giles' Hill (7.16)
4. Judas Unrepentant (7.18)
5. Summoned By Bells (9.17)
6. Upton Heath (5.39) )
7. A Boy In Darkness (8.03)
8. Hedgerow (8.52)
Formação:
- Andy Poole / Baixo, bandolim e teclados
- Greg Spawton / Guitarras, teclados, bandolim e baixo
- David Longdon / Voz, flauta, banjo, sanfona, teclados, violão, xilofone...
- Nick D'Virgilio / Bateria
- Dave Gregory / Guitarras, banjo e mellotron
Com:
- Daniel Steinhardt / guitarra (3,8)
- Andy Tillison / órgão (1,4,6 , 9), piano e Moog (1), teclados (1,4,6,9)
- Danny Manners / piano (3,4,7,8), órgão (3), contrabaixo (2,4-7)
- Dave Desmond / trombone & arranjos de metais (7,8,10)
- Ben Godfrey / cornet ( 7,8), trompete e trompete piccolo (8)
- Jan Jaap Langereis / gravador (7)
- Jonathan Truscott / tuba (7,8,10)
- John Storey / eufônio (7,8)
- Rich Evans / cornet (10 ) )
- Nick Stones / trompa (10)
- Rachel Hall / violino (2,4,5,8), arranjos de cordas (5)
- Sue Bowran / violino (6)
- Eleanor Gilchrist / violino (1,3)
- Geraldine Berreen / violino (1,3,6)
- Teresa Whipple / viola (1,3,6)
- Abigail Trundle / violoncelo (1,3,5-7)
- Jon Foyle / violoncelo (10)
- Martin Orford / acompanhamento vocais (8)
- Violet Adams / som de abelha soprano (2), backing vocals (5,7,8)
- Lily Adams / som de abelha soprano (2), backing vocals (5,7,8)
- Verity Joy / backing vocals (5,7 ,8)
- Louis Philippe / arranjos de cordas (6)
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