Chocolate Watchband
Os anos 60 foram pródigos em produzir bandas obscuras, que poucos lembramos e que faziam o mais delicioso e rebelde rock de garagem. Grupos que poucos se lembram, mas que abusavam da distorção nas guitarras, fazendo o rock mais livre e descompromissado já ouvido, mais de 10 anos antes do punk surgir.
Foi dessa forma que surgiu em San Jose (Califórnia), o Chocolate Watchband. Não, você provavelmente não os conhece, a não ser que tenha a caixa Nuggets, compilação espetacular montada pelo guitarrista Lenny Kaye.
A América dos anos 60 via os jovens serem enviados para uma guerra sem sentido do outro lado do planeta, enquanto os conservadores ditavam as leis do país. Uma época em que nascia o amor livre e o consumo de drogas, enquanto a repressão era violenta.
Foi nessa época que cinco meninos entre 16 e 22 anos formaram o Chocolate Watchband: Mark Loomis (guitarra solo e teclados, 18 anos ), Gary Andrijasevich (bateria, 16 anos), Sean Tolby (guitarra base, 22 anos), Bill 'Flo' Flores (baixo, 18 anos) e Dave Aguilar (vocais e gaita, 17 anos).
Essa era, na verdade, a formação clássica do grupo, já que a primeira que tinha Ned Torney (guitarra), Mark Loomis, Rick Young (baixo), Jo Kemling (órgão) e Danny Phay, pouco durou; Rich Young foi convocado pelo exército, Danny Pahy, Ned Torney e Jo Kemling foram convidados para entrarem no grupo The Topsiders. Pouco tempo depois, Torney, Phay, Kemling, assim como Ken Matthew e Tom Antone deixaram o Topside para formarem o Other Side.
Com isso, Loomis saiu atrás de músicos, fixando a formação com o quinteto acima. O quinteto logo começou a ensaiar na garagem de Mark, desenvolvendo um som particular, até se sentirem confiantes para dar os primeiros passos. Começam a fazer shows na região e conquistando uma pequena legião de fãs. Em um desses shows abriram para o The Seeds, que já tinham gravado "Pushin' Too Hard".
Em seguida, a banda ruma até San Francisco para tocarem em um dos palcos mais famosos da época, o Fillmore, cujo dono era Bill Graham. O Fillmore era quase a "casa" do Grateful Dead, Jefferson Airplane, Frank Zappa, etc.
O primeiro show do grupo no Fillmore quase não aconteceu por uma razão inacreditável: eles não tinham o cartão do sindicato de músicos e foram proibidos de subirem ao palco. Bill Graham ficou furioso, mas encontrou uma maneira mais estranha para resolver o problema: convocou um tocador de tuba! devidamente licenciado pelo sindicato para subir ao palco com o Chocolate, apesar de não ter tocado uma nota sequer.
Bill gostou tanto dos garotos que se ofereceu para empresariá-los. Ele queria abrir um outro Fillmore, no lado Oeste do país e queria fazer que o Watchband partisse em turnê junto com o Grateful Dead e o Jefferson Airplane.
Infelizmente, a banda tinha assinado um contrato com o empresário Ron Roupe, quatro dias antes, e já tinha apresentações agendadas no San Jose Civic Auditorium. A banda até quis romper com Roupe, pensando nas possibilidades de ter alguém como Graham por trás, mas acabaram ficando no contrato assinado.
Ron Roupe também conseguiu um contrato com a Green Grass Productions, que tinham como produtores Ed Cobb e Ray Harris.
Os dois haviam assinado também com outra banda importante da época, The Standells e, uma vez em estúdio, Ed começou a oferecer algumas canções para os dois grupos, que ironicamente, jamais tocaram juntos nesse período. O primeiro shows deles, em conjunto, aconteceu mais de 30 anos depois, em 1999.
Em 1966 lançam o primeiro compacto Sweet Young Thing / Baby Blue. "Baby Blue" era, na verdade, "It's All Over Now, Baby Blue", de Bob Dylan e o Chocolate fez a melhor regravação da música até hoje, apesar de ser o lado B do compacto. A outra composição era de Ed Cobb.
No ano seguinte, lançam mais dois compactos, Misty Lane / She Weaves A Tender Trap e Are You Gonna Be There (At The Love-In) / No Way Out.
A banda seguia uma rotina estafante de shows tocando várias covers nas apresentações, coisas de Kinks, Yardbirds, Pretty Things, Bo Diddley, com algumas composições próprias.
No mesmo ano são incluídos na trilha sonora de Riot on Sunset Strip, ao lado dos Standells, Mugwumps e Mom's Boys.
No mesmo ano lançam, finalmente, o primeiro LP, No Way Out. Com músicas próprias e várias versões para outros artistas, o disco mostrava um pouco das tensões entre a banda e Ed Cobb, que queria fazê-los em disco mais psicodélicos do que eram em shows.
O disco marca a saída de Mark Loomis, que montou o The Tingle Guild, banda mais psicodélica e que teria Danny Phay como cantor. Além dele, saíram Gary Andrijasevich, além do frontman David Aguillar.
Sean Tolby e Bill 'Flo' Flores resolvem continuar com o grupo e convocam Tim Abbott, (guitarrista), Mark Whittaker, (bateria) e Chris Flinders (Vocais).
A banda abre alguns shows dos Doors, mas logo recomeçam os problemas com Ron Roupe, que é acusado de roubar dinheiro. A banda novamente se desfaz e só retorna meses depois, em 1968 com outra formação: Sean Tolby (guitarra); Bill "Flo" Flores (baixo), Mark Loomis (guitarra); Gary Andrijasevich (bateria); Ned Torney (guitarra); Danny Phay (Vocais). Após a volta, lançam o segundo disco, Inner Mystique, com as seguintes faixas:
Em 1969, lançam um terceiro disco, One Step Beyond, talvez o único disco realmente autoral do grupo, que passeia mais pelo psicodelismo.
Seria o último lançamento oficial do grupo, que se separou ao longo dos anos.
A banda acabaria voltando mais de 30 anos depois para algumas apresentações, mantendo - se ativa até hoje, quando tocam pelo mais puro sentimento de nostalgia.
Ao longo dos anos saíram alguns bons discos como ao vivo 44. Hoje você pode encontrar alguns CDs como a série 2 em 1 que reúne Inner Mystique e No Way Out.
02. How Ya Been
03. Devil´s Motorcycle
04. I Don´t Need No Doctor
05. Flowers
06. Fireface
07. And She´s Lonely
Bonus Tracks.
08. Don't Need Your Lovin'
09. Sitting There Standing
10. Blues Theme
11. Loose Lip Sync Ship
Os anos 60 foram pródigos em produzir bandas obscuras, que poucos lembramos e que faziam o mais delicioso e rebelde rock de garagem. Grupos que poucos se lembram, mas que abusavam da distorção nas guitarras, fazendo o rock mais livre e descompromissado já ouvido, mais de 10 anos antes do punk surgir.
Foi dessa forma que surgiu em San Jose (Califórnia), o Chocolate Watchband. Não, você provavelmente não os conhece, a não ser que tenha a caixa Nuggets, compilação espetacular montada pelo guitarrista Lenny Kaye.
A América dos anos 60 via os jovens serem enviados para uma guerra sem sentido do outro lado do planeta, enquanto os conservadores ditavam as leis do país. Uma época em que nascia o amor livre e o consumo de drogas, enquanto a repressão era violenta.
Foi nessa época que cinco meninos entre 16 e 22 anos formaram o Chocolate Watchband: Mark Loomis (guitarra solo e teclados, 18 anos ), Gary Andrijasevich (bateria, 16 anos), Sean Tolby (guitarra base, 22 anos), Bill 'Flo' Flores (baixo, 18 anos) e Dave Aguilar (vocais e gaita, 17 anos).
Essa era, na verdade, a formação clássica do grupo, já que a primeira que tinha Ned Torney (guitarra), Mark Loomis, Rick Young (baixo), Jo Kemling (órgão) e Danny Phay, pouco durou; Rich Young foi convocado pelo exército, Danny Pahy, Ned Torney e Jo Kemling foram convidados para entrarem no grupo The Topsiders. Pouco tempo depois, Torney, Phay, Kemling, assim como Ken Matthew e Tom Antone deixaram o Topside para formarem o Other Side.
Com isso, Loomis saiu atrás de músicos, fixando a formação com o quinteto acima. O quinteto logo começou a ensaiar na garagem de Mark, desenvolvendo um som particular, até se sentirem confiantes para dar os primeiros passos. Começam a fazer shows na região e conquistando uma pequena legião de fãs. Em um desses shows abriram para o The Seeds, que já tinham gravado "Pushin' Too Hard".
Em seguida, a banda ruma até San Francisco para tocarem em um dos palcos mais famosos da época, o Fillmore, cujo dono era Bill Graham. O Fillmore era quase a "casa" do Grateful Dead, Jefferson Airplane, Frank Zappa, etc.
O primeiro show do grupo no Fillmore quase não aconteceu por uma razão inacreditável: eles não tinham o cartão do sindicato de músicos e foram proibidos de subirem ao palco. Bill Graham ficou furioso, mas encontrou uma maneira mais estranha para resolver o problema: convocou um tocador de tuba! devidamente licenciado pelo sindicato para subir ao palco com o Chocolate, apesar de não ter tocado uma nota sequer.
Bill gostou tanto dos garotos que se ofereceu para empresariá-los. Ele queria abrir um outro Fillmore, no lado Oeste do país e queria fazer que o Watchband partisse em turnê junto com o Grateful Dead e o Jefferson Airplane.
Infelizmente, a banda tinha assinado um contrato com o empresário Ron Roupe, quatro dias antes, e já tinha apresentações agendadas no San Jose Civic Auditorium. A banda até quis romper com Roupe, pensando nas possibilidades de ter alguém como Graham por trás, mas acabaram ficando no contrato assinado.
Ron Roupe também conseguiu um contrato com a Green Grass Productions, que tinham como produtores Ed Cobb e Ray Harris.
Os dois haviam assinado também com outra banda importante da época, The Standells e, uma vez em estúdio, Ed começou a oferecer algumas canções para os dois grupos, que ironicamente, jamais tocaram juntos nesse período. O primeiro shows deles, em conjunto, aconteceu mais de 30 anos depois, em 1999.
Em 1966 lançam o primeiro compacto Sweet Young Thing / Baby Blue. "Baby Blue" era, na verdade, "It's All Over Now, Baby Blue", de Bob Dylan e o Chocolate fez a melhor regravação da música até hoje, apesar de ser o lado B do compacto. A outra composição era de Ed Cobb.
No ano seguinte, lançam mais dois compactos, Misty Lane / She Weaves A Tender Trap e Are You Gonna Be There (At The Love-In) / No Way Out.
A banda seguia uma rotina estafante de shows tocando várias covers nas apresentações, coisas de Kinks, Yardbirds, Pretty Things, Bo Diddley, com algumas composições próprias.
No mesmo ano são incluídos na trilha sonora de Riot on Sunset Strip, ao lado dos Standells, Mugwumps e Mom's Boys.
No mesmo ano lançam, finalmente, o primeiro LP, No Way Out. Com músicas próprias e várias versões para outros artistas, o disco mostrava um pouco das tensões entre a banda e Ed Cobb, que queria fazê-los em disco mais psicodélicos do que eram em shows.
O disco marca a saída de Mark Loomis, que montou o The Tingle Guild, banda mais psicodélica e que teria Danny Phay como cantor. Além dele, saíram Gary Andrijasevich, além do frontman David Aguillar.
Sean Tolby e Bill 'Flo' Flores resolvem continuar com o grupo e convocam Tim Abbott, (guitarrista), Mark Whittaker, (bateria) e Chris Flinders (Vocais).
A banda abre alguns shows dos Doors, mas logo recomeçam os problemas com Ron Roupe, que é acusado de roubar dinheiro. A banda novamente se desfaz e só retorna meses depois, em 1968 com outra formação: Sean Tolby (guitarra); Bill "Flo" Flores (baixo), Mark Loomis (guitarra); Gary Andrijasevich (bateria); Ned Torney (guitarra); Danny Phay (Vocais). Após a volta, lançam o segundo disco, Inner Mystique, com as seguintes faixas:
Em 1969, lançam um terceiro disco, One Step Beyond, talvez o único disco realmente autoral do grupo, que passeia mais pelo psicodelismo.
Seria o último lançamento oficial do grupo, que se separou ao longo dos anos.
A banda acabaria voltando mais de 30 anos depois para algumas apresentações, mantendo - se ativa até hoje, quando tocam pelo mais puro sentimento de nostalgia.
Ao longo dos anos saíram alguns bons discos como ao vivo 44. Hoje você pode encontrar alguns CDs como a série 2 em 1 que reúne Inner Mystique e No Way Out.
02. How Ya Been
03. Devil´s Motorcycle
04. I Don´t Need No Doctor
05. Flowers
06. Fireface
07. And She´s Lonely
Bonus Tracks.
08. Don't Need Your Lovin'
09. Sitting There Standing
10. Blues Theme
11. Loose Lip Sync Ship
03. Devil´s Motorcycle
04. I Don´t Need No Doctor
05. Flowers
06. Fireface
07. And She´s Lonely
Bonus Tracks.
08. Don't Need Your Lovin'
09. Sitting There Standing
10. Blues Theme
11. Loose Lip Sync Ship
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