quinta-feira, 23 de março de 2023

Disco Imortal: Anthrax – Among the Living (1987)

 

Disco Inmortal: Anthrax – Among the Living (1987)

Megaforce / Island Records, 1987

O terceiro trabalho de estúdio do Anthrax, banda que nasceu quase no mesmo nível do Metallica, Megadeth e toda aquela geração. A partir deste álbum, eles vêm traçando seu próprio caminho pela esfera do thrash, pois "Among the Living" é considerado por muitos como o melhor trabalho da extensa carreira do grupo, pois contém todos os elementos de um grande álbum... para endossá-lo, basta ouvir “I Am the Law”, “Indians”, “Efilnikufesin (NFL)”, “Caught in a Mosh”. Verdadeiros clássicos, que são uma bomba ao vivo, muito originais a nível de riffs e com uma sonoridade que até hoje soa mágica.

Você não pode começar a ouvir o álbum melhor do que com “Among the Living”. Riffs e bateria contínuos, mudanças de ritmo, dedilhadas incríveis, refrões infernais. “Caught in a Mosh” não perde o rastro da anterior; É rápido, agressivo, direto como um punho, ainda mais se você entender a letra, aquela que fala sobre a estupidez humana, com frases como “falar com você é como bater palmas com uma mão só”. “I Am the Law” tem uma batida firme e pesada; torna o corpo incapaz de parar enquanto a banda mostra os militares e o que eles representam. “Efilnikufesin (NFL)” segue a onda das anteriores, tem refrões bem estádios, cativantes, típicos de um hino. "A Skeleton in the Closet" é uma frase que se refere aos problemas ocultos deixados para trás pelos governos, e faz uma clara alusão a esse círculo de espionagem que são as agências de inteligência norte-americanas; o ritmo é um caminho estrondoso, os riffs e refrões que seriam a marca dessa grande obra vão se repetindo.

Por outro lado, entra “Indians”, que é quase a melhor do álbum e atinge uma dimensão tal que a cabeça mexe sozinha. Nos injeta toda a adrenalina que precisamos para entender a proposta thrash, daquelas que se curtem se afogando na primeira fila dos shows. Dada a ascendência indígena de Belladonna, o tema é uma forte crítica ao governo do estado em que se encontram os povos nativos nos Estados Unidos. O Anthrax foi e ainda é uma banda séria. “One World” é outra faixa que vai direto ao ponto com velocidade e ritmos devastadores; É pura agressão. “ADI / Horror of It All” é a faixa mais longa deste grande álbum, cheio de força, que começa meio acústico sem mais necessidade do que aqueles riffs que não param um segundo e que, pela sua longa duração, Poderiam dar a impressão de estender o assunto inutilmente, mas não é assim, é perfeitamente equilibrado e no final você percebe que não sobrou nada. “Imitation of Life” é mais lenha na fogueira, com uma Belladonna rasgando as cordas vocais e com aqueles riffs malucos, que são o single perfeito para fechar um álbum inesquecível.

“Among the Living” foi o culminar de anos de trabalho para o Anthrax, depois do grande passo que deram entre “Fistful of Metal” e “Spreading the Disease”. Este grande passo muitas vezes se refere à incorporação de Joey Belladonna e do baixista Frank Bello, que não apareceram em seus álbuns anteriores e são os que deram ao grupo uma sonoridade mais compacta. A banda finalmente encontrou o som que procurava, enchendo-o de letras irreverentes e cheias de palavrões, nas quais faziam um ataque direto à sociedade em forma de sátira. Música muito potente, às vezes com um ar cômico, que causou empatia imediata com o público metaleiro e, claro, uma rejeição total dos setores conservadores da sociedade americana.

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