sexta-feira, 10 de março de 2023

FADOS do FADO...letras de fados...

 



Sinal

João Ferreira Rosa / Popular *fado menor*
Repertório de Maja Milinkovic


Vivi a guerra brutal
Que ecoou no meu país
Sem ter feito nenhum mal
Menina triste, infeliz

Ouvi um dia uma voz / Que sem perceber sentia
Parecia falar de nós / Da gente que mais sofria

Era Amália que cantava / Lá longe em Portugal
E que em mim despertava / Na minha vida, um sinal

Quis ir ver a sua terra / Aprender o português
E o fado que em mim encerra / Que hoje canto p’ra vocês



Quadras variadas

De Henrique Rego
Transcritas do livro *Poetas Populares do Fado-Tradicional* de
Daniel Gouveia e Francisco Mendes


Por mais pérolas que citem
Tu não julgues minha louca
Que hajam pérolas que imitem 
As pérolas da tua boca

Não existem bailarinas / Nem nos confins da Europa
Que bailem como as meninas / Desses teus olhos, cachopa

Tantas mentiras empregas / Sempre que falas comigo
Que às vezes até me negas / As mentiras que eu te digo

Se entrasse no teu alcouce / Conforme pedes que eu entre
Ia trair quem te trouxe / Nove meses no seu ventre

Se juras, malmequer branco / Que o meu amor bem me quer
Eu juro que não te arranco / Nem uma folha, sequer

Recordar com devoção / Um pretérito bendito
É conter o infinito / No espaço dum coração

Numa vertigem tão forte / A vida vai tão depressa
Que à vezes perto da morte / É que a vida então começa

Santo António milagreiro / Pelo amor que te dedico
Enfeita-me o céu inteiro / Com vasos de manjerico

Ao meu querido São João / Meu devotado patrono
Vou-lhe dar meu coração / Para lhe servir de trono

Meu amor, no bailarico / De saia verde, a bailar
Faz lembrar um manjerico / Regado e posto ao luar


Meus irmãos

Letra de João de Freitas
Escrita para Ercília Costa reaparecer no Brasil”
Letra publicada no jornal Guitarra de Portugal em Setembro de 1938
Desconheço se esta letra foi gravada.
Publico-a na esperança de obter informação credível


Letra transcrita do livro editado pela Academia da Guitarra e do Fado
Meus irmãos, voltei de novo
A visitar este povo
Grande e de rara beleza
E a trazer-vos as saudades
Das aldeias e cidades
Da terra mãe, Portuguesa

Ai, como andava ansiosa
De ao Brasil, nação ditosa / De novo poder voltar
P’ra vos cantar outra vez
O fado bem português / Que eu sinto e canto a rezar

Corri Portugal inteiro
E neste fado altaneiro / Pedi às vossas mãezinhas
Que sempre vos escrevessem
Porque vocês nunca esquecem / Aquelas lindas velhinhas

Todas me queriam beijar
Pedindo para vos dar / Seus beijos, mas eram tantas
Que eu guardei no coração
P’ra vos dar nesta canção / Os beijos daquelas santas




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