quarta-feira, 15 de março de 2023

Resenha Skryvania Álbum de Skryvania 1978

 

Resenha

Skryvania

Álbum de Skryvania

1978

CD/LP

De fato, o disco é bom, mas após ouvi-lo uma vez, dificilmente ele consegue deixar algo marcante no ouvinte a ponto de ele querer revisitá-lo

O que mais aconteceu nos anos 70 foram bandas gravando discos de rock progressivo, mesmo usando de baixo orçamento, sendo que algumas tinham como resultado final uma música que condizia com a gravação, enquanto outras, mesmo com os recursos limitados, conseguiam produzir álbuns de rock progressivo um pouco mais – ou muito - bem acabado, caso da banda francesa de rock progressivo sinfônico, Skryvania e o seu autointitulado, em que eles entregam um rock progressivo sinfônico ora bem interessante e ora um pouco menos inspirado, mas no geral, com mais prós do que contras.  

Costumo sempre ser bem cauteloso em relação esses discos “perdidos”, para não os tratar como joias, ou superestimá-los, como se houvesse uma espécie de compensação, onde eu tenho que elevar a qualidade de algo, unicamente por conta de ele ter voado fora do radar do grande público na época do seu lançamento. De qualquer forma, só em saber que estamos falando de jovens do ensino médio que decidiram abandonar os estudos e montar uma banda de rock progressivo sinfônico, bom, acho justo olhar pra esse disco com um pouco mais de carinho que eu faria em outras situações - não por eles abandonarem os estudos, obviamente, mas por ser uma banda de integrantes tão jovens.  

A música tem qualidade? Não é brilhante, mas sim, principalmente se você quer ouvir um rock progressivo clássico, porém, se você também precisa de uma produção de alto nível para que o seu proveito de fato aconteça, já digo de antemão que não precisa nem se preocupar em dar o play pro disco começar a tocar. A entrega musical da banda é de certa forma até um pouco pesada, com uma seção rítmica no geral marcante, guitarras às vezes com acenos até mesmo à Jimi Hendrix – podemos falar o que for desses garotos, menos que não tinham uma boa autoestima – e teclas vintage que conseguem pintar bem o lado sinfônico da banda. 

Acho que Skryvania deveria ser um disco 100% instrumental, pois os seus poucos vocais não parecem ser muito bem-vindos, afinal, não agregam e ainda enfraquecem a música. As maiores influências do som produzido pela banda, vêm justamente daquelas duas que considero as mais influentes, ou seja, Yes e Genesis, porém, eles tentaram inovar demais em vez de simplesmente seguir os seus ídolos de perto, o que de certa forma, ao mesmo tempo que eu acho louvável e admirável, talvez tenha sido feito com os músicos ainda “verdes” demais, com isso, enquanto a banda tinha claramente as suas influências sólidas, em termos de composições e até mesmo em relação a habilidade dos músicos, ela ainda não possuía uma visão nítida para criar peças memoráveis.  

Skryvania em seu único disco conseguiu criar algo interessante? Sim, de fato, o disco é bom, mas após ouvi-lo uma vez, dificilmente ele consegue deixar algo marcante no ouvinte a ponto de ele querer revisitá-lo em um curto espaço de tempo. Portanto, um bom disco para ser consumido em doses homeopáticas e nada mais. 

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