Esse disco do W.E.T. vem sendo aclamado desde que foi lançado, no final de janeiro. Basta fazer uma pesquisa rápida no Google pra encontrar dezenas de reviews sobre o álbum, com notas que invariavelmente beiram a máxima.
O W.E.T. é, na verdade, um projeto concebido por Serafino Perugino, presidente da gravadora italiana Frontiers Records, especializada em melodic rock, gênero que a banda explora. O grupo surgiu em 2008 e lançou desde então três álbuns de estúdio – a estreia auto intitulada (2009), Rise Up (2013) e Earthrage (2018) -, além do ao vivo One Live – In Stockholm (2014). Retransmission é o quarto trabalho do projeto e segue com o line-up que é um deleite para os fãs do estilo, com os vocais de Jeff Scott Soto, as guitarras do trio Erik Martensson, Robert Säll e Magnus Henriksson, o baixo de Andreas Passmark e a bateria Robban Bäck. Martensoon e Säll se dividem nos teclados e mantém o alto nível de suas respectivas bandas – Eclipse e Work of Art, respectivamente. A produção foi assinada por Martensson.
O álbum traz onze músicas que derramam melodias grudentas e refrãos pegajosos. O trabalho de composição é excelente, com uma profusão de ganchos e harmonias que colocam as canções em um nível superior. Muitas vezes é possível perceber a fusão entre pontes melódicas e os refrãos, um artifício que funciona muito bem. Soto ganha o apoio de Martensson nos vocais principais, em duetos muito bem feitos. Musicalmente, o que dá pra explicar do som do W.E.T. é que a banda explora um caminho que remete desde a nomes cult do hard como Talisman (que tinha o próprio Soto na formação) quanto a gigantes como o Def Leppard de Pyromania (1983) e o Van Halen de 1984 (lançado naquele mesmo ano).
De modo geral, temos a sensação de estarmos ouvindo uma compilação de músicas que estrelaram os marcantes comerciais dos cigarros Hollywood nas décadas de 1980 e 1990, responsáveis por popularizar nomes como Whitesnake, Kansas, Journey e muitos outros entre o público brasileiro. A veia AOR é evidente no W.E.T., com um som maduro e que não se priva, em nenhum momento, de soar acessível. E faz isso com uma qualidade inequívoca.
Destaques para “Big Boys Don’t Cry”, “The Moment of Truth”, “The Call of the Wild” (talvez a melhor faixa do disco, com harmonias vocais excepcionais), “Beautiful Game” , “How Far to Babylon”, “Coming Home”, “You Better Believe It” e “One Final Kiss”.
A edição brasileira, lançada pela Hellion Records, vem acondicionada em um belo slipcase e traz encarte com todas as letras, com destaque para o apuro gráfico do material.
A aclamação em torno de Retransmission não é gratuita. Muito pelo contrário: há motivos de sobra para elogiar o disco, e alguns deles estão nesse review. Se você é fã de melodic rock e AOR, ou curte um hard rock com refrãos marcantes e energia super positiva, esse disco é mais do que recomendado!
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