Oriundo do João Penca & Seus Miquinhos Amestrados, Léo Jaime levou pra carreira solo o humor juvenil e a influência dos primórdios do rock’n’roll da sua antiga banda. Mostrou a irreverência sacana herdada dos Miquinhos já de cara no título do seu álbum de estreia, Phodas C, de 1983. O ano seguinte foi de ascensão para Léo Jaime, com as faixas de Phodas C estourando no rádio como “É, Eu Sei” e o cover “Sônia”, versão em português de “Sunny”, antigo sucesso de Bobby Herb e que já foi regravada várias vezes e por gente como Cher, Boney M, José Feliciano entre outros.
Em 1985, Léo trilhou o caminho cinematográfico paralelo ao da música, atuando em dois filmes. Um foi o “Rock Estrela”, de Lael Rodrigues, cuja música título virou hit radiofônico gravado pelo próprio Léo Jaime. O outro filme foi “As Sete Vampiras”, de Ivan Cardoso.
Naquele mesmo ano de 1985, Léo lançou o seu segundo álbum, Sessão da Tarde, disco que ajudou a alavancar a sua carreira solo, transformando-o num astro do rock brasileiro de primeira grandeza. É um disco bem mais coeso do que o seu álbum de estreia.
Sessão da Tarde é dotado do espírito do rock’n’roll adolescente e festivo. Nele, a new wave e a Jovem Guarda se encontram. Aliás, nos anos 1980, a new wave brasileira foi responsável por resgatar do limbo, a Jovem Guarda que parecia esquecida. Léo Jaime era um herdeiro direto de Erasmo Carlos, um dos grandes ídolos da Jovem Guarda.
Nos rocks “As Sete Vampiras” (música tema do filme homônimo) e “A Fórmula do Amor”, um dueto de Léo com Kid Abelha, mantêm o clima festivo adolescente e comprovam que Léo tem a Jovem Guarda no seu “DNA”. “A Fórmula do Amor” é uma parceria de Léo com Leoni que na época ainda estava na banda carioca. Coincidência ou não, o Kid Abelha gravou naquele ano “Fórmula do Amor” para o seu segundo álbum, Educação Sentimental, só que num tom bem menos festeiro do que a versão de Léo.
Melancolia e desilusão amorosa estão presentes nas baladas “Só” (um doo wop em estilo anos 1950 gravado com os antigos parceiros dos Miquinhos fazendo os backing vocals) e “A Vida Não Presta”. Em “Solange”, uma versão em português de “So Lonely”, hit do The Police, Léo dá uma alfinetada numa censora da Censura Federal e conta com os Paralamas do Sucesso fazendo a base instrumental.
Exceto “A Fórmula do Amor” e “Solange”, Léo Jaime gravou todo o resto do disco com a banda Os Melhores, que chegou a gravar um disco próprio em 1985 com o hit chatinho “Como é Bom Te Amar”.
A partir de Sessão da Tarde, Léo Jaime virou um hitmaker e uma figurinha fácil nas programações de rádio e TV. Emplacou vários hits nos álbuns seguintes pelo resto dos anos 1980. No entanto, Sessão da Tarde é para mim o seu melhor álbum. Tenho ele em versão vinil (original de 1985) e em CD. É um disco leve e divertido, como um filme “pipoca com guaraná” de sessão da tarde no cinema.
Faixas
- "O Pobre"
- "A Fórmula do Amor" (participação de Kid Abelha)
- "A Vida Não Presta"
- "As Sete Vampiras"
- "Só" (participação especial de João Penca & Seus Miquinhos Amestrados)
- "O Regime"
- "Amor Colegial"
- "Solange (versão "So Lonely")" (participação especial dos Paralamas do Sucesso)
- "O Crime Compensa"
- "Abaixo a Depressão"
"As Sete Vampiras"
"A Vida Não Presta"
"O Pobre"
Sem comentários:
Enviar um comentário