
Longplay "Circus" difere dos registros anteriores Argentintransigente, conceitual (no centro de cada uma das histórias estão as imagens dos artistas da arena do circo) e um viés "progressista" claramente declarado. Sem flertar com gêneros "leves", sem vontade de agradar o público. O pensamento orquestral do mentor, sua propensão para a poliestilística, o som rico encontrou uma saída na forma de sete números de primeira classe. O tom é definido pelo esquema titular de jazz-rock com copiosos acordes de piano elétrico, passagens ameaçadoras de Mellotron, arranjos dramáticos de piano, licks de guitarra ágeis e o monólogo vocal teatral de Varity. No contexto da peça híbrida de 9 minutos "Highwire", sinfonismo artístico, funk relaxado e hard fusion resmungando (grandes partes instrumentais no final dariam crédito a qualquer brigada da primeira divisão prog). Desnecessário dizer que, para um virtuoso do nível de Argent, essa chance de auto-expressão é pura emoção? O estudo "Clown" desenvolve-se num tom suave, bastante elegíaco, com um murmúrio aquoso de teclados, bem como uma interessante linha de canto emoldurada por delicada polifonia. A única faixa não Rod no programa é "Trapeze" do baixista Rodford. Mas o menino Jim não perdeu a cara, demonstrando uma mistura legal de jazz "Canterbury" ao meio com alta arte. Da balada gospel antiquada (no bom sentido da palavra) "Shine on Sunshine" e atmosférica, puramente "sintetizadora"
Resumindo: um excelente lançamento que muda radicalmente a percepção das possibilidades e preferências de gosto dos frequentadores das paradas de rock inglesas dos anos 1970.
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