Resenha
Hemispheres
Álbum de Rush
1978
CD/LP
Sabemos que "A Farewell To Kings" foi um marco para o Rush, certo? Para o próximo álbum do trio canadense, eles decidiram que seria um álbum com mais apelo ao rock progressivo e que não haveria single antes de seu lançamento, sendo as músicas que saíram como single "Circumstances" e 'The Trees" em janeiro de 1979 para alavancar mais as vendas do sexto álbum de estúdio do Rush. Hoje sabemos que foi uma decisão muito bem acertada do trio, mas para a época, era um ousadia enorme. Principalmente se levarmos em conta como estava o rock na época. O progressivo estava em sua decadência e o punk rock, que era uma contra-parte ao rock progressivo, estava cada vez mais ganhando espaços tanto pelos ouvintes, como pela rádio. Mesmo com um grande perigo do sexto álbum do trio, "Hemispheres" ser um "Caress Of Steel 2", em questões d vendas, o álbum se saiu até que melhor nas expectativas, sendo 14 tanto como no Canadá e Reino Unido (com o lançamento de "Hemispheres", mesmo sendo o país onde o punk rock ganhando a forma como o conhecermos até atualmente) ficou em 14° lugar e no maior mercado fonográfico do mundo, EUA, sendo melhor que seu antecessor, atingindo 41° lugar da Billboard. Mas chega pela enrolação. Eu sei o que vocês estão esperando, a resenha de épico progressivo do Rush. Se lembram como terminou "A Farewell To Kings"? Pois é, a música que encerra esse baita disco, que já resenhei ele. A música que abre "Hemispheres" ou Hemisférios em português é, "Cygnus X-1 Book II: Hemispheres ". O processo para criar a faixa foi estressante, mas principalmente para Peart que até arrancou os cabelos na criação da faixa. O épico conta a continuação dos tripulantes e o confronto dos deuses Apolo e Dionísio (ambos da mitologia grega). A música é dívida em seis partes diferentes contando o desfecho do épico. Uma faixa épica. Guitarra bem diversificada, se alternado entre um violão e um som distorcido e ao mesmo tempo, pesado. Baixo bem groovado de Mr. Geddy Lee. Bateria de Neil Peart simplesmente se arriscando em bongôs. Seguimos para "Circumstances", que é uma das faixas mais curtas desse álbum. Tem um óbvio apelo mais radiofônico que a primeira faixa (óbvio né Giovanni! Onde uma rádio vai colocar uma faixa de 18 minutos para tocar?! É só na minha mente que isso seria capaz). Mas tirando o apelo radiofônico, a faixa tem um apelo que é aparente para o hard rock. A guitarra é bem tocada pelo Mr. Alex Lifeson. O solo de guitarra, não existe. A bateria da faixa é bem cadenciada, na verdade, a faixa é bem tocada com uma cadência de impor respeito a qualquer um que diga "rock não é música". Sim, é uma indireta bem direta ao "Lord" Vinheteiro. Caso alguém não saiba, "Lord" Vinheteiro é um pianista que ganhou fama no YouTube por tocar piano, levando ele a vários países mundo agora, quando ele participa (ou participava) de podcast, ele fazia questão de fazer opiniões que no mínimo são impopulares. Mas isso não vou comentar aqui. Em seguida, temos "The Trees". Essa faixa é uma metáfora muito bem elaborada por Neil Peart. A música fala sobre maples, uma árvore típica do Canadá e como elas fazem questão de serem soberbas com outros tipos de árvores, fazendo uma clara ilusão sobre o racismo. Neil Peart era um gênio. Sobre a instrumental da faixa, posso dizer que é uma faixas mais linda do trio canadense. Baixo de Geddy Lee está perfeito (como sempre). A bateria do "The Professor" está redondinha e calculada nos mínimos detalhes, afinal, ele era perfeccionista. A guitarra de Mr. Alex Lifeson está também perfeita, assim como o violão, que dá um charme a mais para a faixa. Uma faixa simplesmente emocionante, marcante e reflexiva do Rush. Mas essas faixas, pelo mais que sejam perfeitas e únicas, sabemos que o melhor estava para o final. A grandiosa, o Magnus Opus, a assinatura do trio canadense quando se fala da era progressiva, a instrumental "La Villa Strangiato". Dívida em inacreditáveis doze partes. Contendo nove minutos e trinta e seis segundos, é simplesmente a faixa mais complicada do Rush. Em entrevistas, o trio disse que a faixa demorou mais para ser gravada do que o álbum "Fly By Night" (1975 e que futuramente ganhará uma resenha). São tempos bem quebrados que precisam de bastante técnica para ser uma faixa natural, e isso, o trio de rock progressivo canadense tem e de sobra. Uma faixa simplesmente arrepiante e maravilhosa. "Hemispheres" é um álbum, por mais que tenha quatro faixas, são quatro faixas distintas que juntas, formam um álbum fenomenal. A energia que esse álbum trás é alegre, mas ao mesmo tempo, sensações de medo, angústia e reflexão. Os elementos que compõem esse álbum apareceram mais no futuro da banda, como teclados e sintetizadores. Um álbum para a história do rock progressivo. http://rushfaclubebr.blogspot.com/2006/01/hemispheres-1978.html?m=1
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