segunda-feira, 8 de maio de 2023

YES - "Progeny: Seven Shows from Seventy-Two" - 2015

 


“Invasão de privacidade”, este deveria ser o nome deste CDbox do Yes, intitulado, “Progeny: Seven Shows from Seventy-Two”, composto por quatorze CD’s, espelhando o que de melhor o Yes soube fazer ao longo dos anos setenta, “MÚSICA”, com letras maiúsculas, para que não paire nenhuma dúvida.

Aliás, uma MÚSICA, simplesmente irresistível, invasora de corações e mentes, viajante, um estímulo cultural sem precedentes, que no meu caso, me persegue há mais de quarenta anos e a história se repete a cada álbum ou bootleg escutado, pois ela está sempre renovada com um novo caminho a ser percorrido.

Espantosamente desta vez a acéfala indústria fonográfica saiu na frente e lançou esta magnífica coleção de shows acontecidos no ano de 1972, entre outubro e novembro, distribuídos pelos USA e o Canada, cobrindo a “Close to The Edge Tour”, apenas lembrando que neste mesmo ano já havia sido lançado o álbum “Fragile” outra super pérola da banda.

O negócio é tão sério em relação ao Yes, que sabiamente, na abertura de seus shows eles usavam um trecho da “Firebird Suite” resultando em uma expectativa devastadora sobre o que viria a seguir e posso assegurar por ter vivido esta experiência que a viagem começava ao apagar das luzes e o início desta abertura, simplesmente inigualável. 

Fazendo um “Brain-Storm” bem sucinto, vamos voltar ao ano de 1969, quando foi lançado o primeiro álbum, “YES” onde não tínhamos ideia completa de qual seria o caminho que esta nova banda iria seguir, mas só pelo fato de incluírem uma música dos “Beatles”, chamada, “Every Little Thing", com uma excelente versão psicodélica, já mostrava algo diferenciado em sua própria música e uma dose elevada de audácia para quem estava começando.

No ano seguinte, eles começavam a ligar as turbinas em direção ao rock progressivo com seu álbum, “Time and Word”, ainda de forma muito tímida, mas demonstrando uma forte personalidade, que veio a eclodir verdadeiramente no ano seguinte com o “Yes Album”, um clássico do rock com lugar de destaque garantido na história do rock.


Agora, lançar dois álbuns com a indiscutível qualidade musical, como “Fragile” e “Close to the Edge”, aclamados pela crítica e principalmente pelos fãs no período de um ano, não é para qualquer, é coisa de gênio e neste momento, inegavelmente a banda dispunha dos melhores músicos e compositores da época.

É certo que falar em melhor banda ou melhor músico daquela época, chega a ser um sacrilégio ou mesmo uma tentativa de suicídio, pois se colocarmos lado a lado, Yes, Genesis, ELP, PFM, Camel, Triumvirat, Jethro Tull, Pink Floyd, Eloy, Kansas e mais um sem número de bandas, vamos todos sair na porrada e não vamos chegar a lugar algum, mesmo porque até mesmo em certos casos a comparação se tornaria impossível, portanto, humildemente peço a licença a todos para considerar que para esta resenha o Yes fosse a melhor banda naquele momento.

Vale lembrar que, logo depois em 1973, não satisfeitos com o que já tinham feito, ainda iriam lançar o que para mim define um dos paradigmas do rock progressivo, “Tales From Topographic Oceans”, obra mais do que prima do rock.

Sei que muitos vão lembrar que este álbum foi o estopim para o primeiro pedido de demissão de Rick Wakeman da banda e bla bla bla, entretanto, há alguns anos atrás o próprio reconheceu seu inestimável valor, pois não poderia ser diferente.

Mesmo depois de sua saída, o álbum “Relayer”, de 1974 com o “bolha d’água” do Patrick Moraz, que sem dúvidas é um excelente tecladista, talvez um dos melhores do mundo, mas infelizmente como nem tudo é perfeito, além de muito pedante, ele é um “chato de galochas”, mas justiça seja feita, saiu-se muito bem neste álbum, tanto nos estúdios, bem como em suas apresentações públicas, transformando-o em um dos maiores feitos do Yes.

Resumindo este imbróglio todo, o Yes é a síntese de parte de uma época, onde o pior músico era excelente, a música era arrebatadora e cativante, com uma inteligência incomum, capaz de proporcionar viagens sem sair do lugar, coisa de louco mesmo, sem explicação lógica. 

Voltando ao álbum, “Progeny: Seven Shows from Seventy-Two”, ele registra as apresentações em sete ocasiões diferentes, entretanto, seu repertório é praticamente o mesmo em todos os shows, o que não tira o mérito deste CDbox, que está com o áudio mais do que perfeito, o que para os fãs da banda fica como mais um documento histórico, portanto amigos, sejam bem rápidos, pois este link deve durar muito pouco tempo. Boa audição a todos!!!

ALTAMENTE RECOMENDADO!!!!

Yes:
Jon Anderson / vocals
Steve Howe / guitar
Chris Squire / bass
Rick Wakeman / keyboards
Alan White / drums

Track Listing for every show/double disc:
Opening (Excerpt From Firebird Suite)
Siberian Khatru
I've Seen All Good People
  a. Your Move
  b. All Good People
Heart Of The Sunrise
Clap/Mood For A Day
And You And I
  i. Cord Of Life
  ii. Eclipse
  iii. The Preacher The Teacher
  iv. Apocalypse
Close To The Edge
  i. The Solid Time Of Change
  ii. Total Mass Retain
  iii. I Get Up I Get Down
  iv. Seasons Of Man
Excerpts From "The Six Wives Of Henry VIII"
Roundabout
Yours Is No Disgrace



   

Sem comentários:

Enviar um comentário

Destaque

1994 Don Grusin – Banana Fish

Banana Fish  é um álbum do tecladista de jazz, compositor e produtor musical  Don Grusin  . Foi lançado em 1994. Tracks 1  Pacific Lights  (...