quinta-feira, 15 de junho de 2023

CRONICA - ASH RA TEMPEL | Schwingungen (1972)

 

O primeiro álbum de Ash Ra Tempel em 1971 teve algum sucesso, mas não impediu o baterista Klaus Schulze de partir para uma carreira solo muito promissora.

O guitarrista Manuel Göttsching e o baixista Hartmut Enke recrutam o baterista Wolfgang Mueller como substitutos. O trio é acompanhado pelo saxofonista Matthias Wehler, Uli Popp nos bongôs e John L nos vocais. Este último, um completo estranho e que assim permanecerá, foi cantor em 1968 do Agitation Free. Mas ele foi rapidamente demitido porque não sabia cantar. Ele nunca saberá!

Isso é indicado ao ouvir a segunda obra de Ash Ra Tempel, Schwingungen , publicada em 1972 no selo Ohr. Para um exercício bem-sucedido, não há necessidade de se destacar no canto. Melhor ser ruim em campo para aprofundar o aspecto maluco que percorre parte dessas 33 voltas. Enfim, o misterioso John L só fole no lado A.

Schwingungen é frequentemente ignorado na discografia do grupo alemão, estreitado entre o emblemático Ash Ra Tempel e o futuro Join Inn . A falha pode ser uma capa banal.

No entanto, este disco é magnífico, especialmente no lado B com o título homônimo por um período de quase vinte minutos. Longe da loucura agonizante das viagens anteriores, esta peça é amplamente inspirada no início do Pink Floyd e no pós-Syd Barrett. É uma viagem cósmica que lentamente nos mergulha em um coma sem fim. Perturbador, irreal, vaporoso, caleidoscópico, é como uma fusão de duas faixas do Floyd: “Quicksilver” admiravelmente estendida ao longo de quatorze minutos e o final quase celestial de “A Saucerful Of Secret” (versão ao vivo) no final da faixa.

Mas antes deste prato principal, Ash Ra Tempel oferece dois aperitivos. Começando com “Light: Look At Your Sun” um blues crescente e dilapidado onde Manuel Göttesching cinzela com suas seis cordas elétricas esticadas e solos ácidos.

Nesse clima de space rock, segue “Darkness: Flowers Must Die” para uma experiência tribal via percussão e um saxofone que se aproxima do free-jazz. É nesta peça que John L em plena demência, mostra o seu péssimo talento oh tão útil. Diferentemente da peça homônima, aqui atingimos a velocidade da luz graças a esses sons magmáticos e rufar convulsivos de tambores.

Um disco krautrock em sintonia com os tempos, infelizmente rejeitado quando foi lançado. Ainda hoje os fãs do gênero são tímidos com esse trabalho psicodélico. Vai entender?!!

Títulos:
1. Light: Look At Your Sun
2. Darkness: Flowers Must Die
3. Schwingungen

Músicos:
Manuel Göttsching: Guitarra, Eletrônica
Wolfgang Müller: Bateria, Xilofone
Matthias Wehler: Saxofone
Uli Popp: Percussão
John L: Vocais
Hartmut 'Indra Rogér' Enke: Baixo, Eletrônica

Produtor  : Rolf-Ulrich Kaiser



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