A casa da malta
António Vilar da Costa / Nóbrega e Sousa
Repertório de Manuel de Almeida
A casa perdida à beira da estrada
Ande os meus sonhos encontram pousada
Não tem um brasão, nem ricas baixelas
Mas tem o telhado coberto d'estrelas
Às vezes desejo
Por minha pousada
A casa da malta
À beira da estrada
A casa da malta não tem sentinela
Apenas a lua lhe ronda a janela
As almas libertas dum rumo traçado
Não têm fronteiras de arame farpado
E chegam de noite, sacola vazia
Na casa da malta è sempre meio-dia
E colhem esperanças no sol e no vento
Que o sonho prás almas è meio sustento
Há frio nas almas, o mundo vai mal
Na casa da malta è sempre natal
Só lêem nos astros, são rudes plebeus
Não tem um brasão, nem ricas baixelas
Mas tem o telhado coberto d'estrelas
Às vezes desejo
Por minha pousada
A casa da malta
À beira da estrada
A casa da malta não tem sentinela
Apenas a lua lhe ronda a janela
As almas libertas dum rumo traçado
Não têm fronteiras de arame farpado
E chegam de noite, sacola vazia
Na casa da malta è sempre meio-dia
E colhem esperanças no sol e no vento
Que o sonho prás almas è meio sustento
Há frio nas almas, o mundo vai mal
Na casa da malta è sempre natal
Só lêem nos astros, são rudes plebeus
Mas sabem que todos são filhos de Deus
A casa da Mariquinhas
Capicua / Alberto Janes *vou dar de beber à dor*
Repertório de Gisela João
Foi numa ruela escura que encontrei
A tal casa do fado *A Mariquinhas*
Que de Alfredo Marceneiro
Veio ao nosso cancioneiro
Como sendo uma casa de meninas
E com o tempo passado
Foi na voz da D.Amália
Que a casa foi da desgraça às ginginhas
E que mesmo com o fado renovado
Já não tinha nem sardinhas
Depois veio Hermínia Silva que cantou
O regresso da saudosa Mariquinhas
Mas foi sol de pouca dura
Que mesmo sem ditadura
Hoje em dia até as vacas são lingrinhas
Agora vêm meus olhos
Que nem amor nem penhor
Esta casa está mais velha que as vizinhas
As janelas ‘stão tapadas com tijolos
E as paredes ‘stão sozinhas
Só um gato solitário no telhado
E uma placa que ‘stá cheia de letrinhas
Vende-se, oca, esburacada
Por fora toda riscada
E encostada na fachada, uma menina
Mas esta não canta o fado
Só sabe fumar cigarro
E com o fuma, quando sopra, faz bolinhas
Não sabe quem já morou naquele espaço
Ou quem foi a Mariquinhas
E aqui estou à porta, desgostosa
Venda a casa que ‘stá morta e em ruínas
Por causa destes senhores
Até já nem tem penhores
Porque já ninguém tem ouro nas voltinhas
Mas se eu fechar os olhos
E imaginar as farras
Ainda se ouvem as guitarras e cantigas
Porque a casa é a canção que sei de cor
E vou cantar toda a vida
A casa de Sto António
José Galhardo / João Nobre
Repertório de Tristão da Silva
Num largo acima de Alfama
Velas em chama gritam em bando
Entrem aqui porque è fama
Que aqui nasceu D.Fernando
Na casa mostra-se o quarto
Onde, já farto de tentações
Partiu Fernando a trocar por Deus
O seu lar, o seu nome e os brasões
Ó casa de Santo António
Feita de esmolas, só por fiéis
Igreja que ès património
De quem te deu cinco reis
Os pobres filhos dos pobres
Deram-te uns cobres juntos com fé
Esmolinha pró Santo António
São o demónio, os gaiatos da Sé
O humilde, o rude, o campónio
Vêm António muito diferente
Ao som da banza e do harmónio
O santo arrancha co'a gente
Arrasta pobres e ricos
Aos bailaricos e aos arraiais
Nas fontes faz maravilhas
Entrem
Que aqui nasceu D.Fernando
Na casa mostra-se o quarto
Onde, já farto de tentações
Partiu Fernando a trocar por Deus
O seu lar, o seu nome e os brasões
Ó casa de Santo António
Feita de esmolas, só por fiéis
Igreja que ès património
De quem te deu cinco reis
Os pobres filhos dos pobres
Deram-te uns cobres juntos com fé
Esmolinha pró Santo António
São o demónio, os gaiatos da Sé
O humilde, o rude, o campónio
Vêm António muito diferente
Ao som da banza e do harmónio
O santo arrancha co'a gente
Arrasta pobres e ricos
Aos bailaricos e aos arraiais
Nas fontes faz maravilhas
Quebra nas bilhas e junta os casais
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